SONHO DE UM SOCIALISTA

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Fry
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SONHO DE UM SOCIALISTA

Mensagem por Fry »

seria a solução de todos os problemas da humanidade: produzir gasolinas a partir do co2 . acabava o efeito de estufa e o perigo de aquecimento do planeta e, ao mesmo tempo, ter-se-ia uma fonte inesgotável de energia, já que se fechava completamente o ciclo do dióxido de carbono.


no laboratório, o milagre foi conseguido, mas até a uma prática industrial generalizada e economicamente competitiva vai ainda um longo caminho.

com um subsídio miserável de 850 mil euros para o projecto elcat da comissão da união europeia, as universidades de estrasburgo, messina e patras e o instituto alemão fritz heber, por um lado, e a american chemical society de san francisco, por outro e independentemente dos europeus, conseguiram produzir hidrocarbonetos por redução do dióxido de carbono na presença de um electro-catalisador. isto à temperatura ambiente e à pressão atmosférica normal.

o processo é simples, mas tem os seus pontos fracos que poderão ser resolvidos com um maior empenho na investigação.

em laboratório, trata-se de dissolver bicarbonato de potássio em água que se hidrolisa no ião negativo co32- e no ião positivo k+ , libertando protões, ou seja, núcleos do átomo de hidrogénio. na produção em larga escala, os hidrogeniões seriam produzidos por foto-electrólise da água, isto é, electrólise com a utilização da energia solar.


estes protões, h+ , no tubo de reacção, ou torre na produção industrial, atravessam uma membrana permeável em naflon, um polímero poroso que deixa passar apenas os protões, os quais logo a seguir vão encontrar uma camada de nanotubos de carbono e o catalisador platina alimentada em electrões por painéis solares que recebe igualmente o co2 que é reduzido, ou seja, os protões ou hidrogeniões combinam-se com os electrões para dar hidrogénio reactivo (h) que reduz o carbono e provoca a libertação do oxigénio.

o resultado é a produção de hidrocarbonetos como o pentano c5h12, o hexano e o octano c8 h18, o componente principal das gasolinas, além de outros como o telueno c7h16.

o problema principal consiste em encontrar um catalisador que substitua a platina que é cara e, nesta reacção, só pode ser utilizada uma a duas vezes, pois os nanotubos de carbono são já hoje fáceis de fabricar. o segundo problema consiste em obter grandes quantidades de co2.

curiosamente, aquilo que, aparentemente, haverá em excesso, é o mais difícil de ser obtido em grande quantidade, pois na atmosfera, mesmo “carregada” de dióxido de carbono, este só existe na percentagem volumétrica 0,03%.


claro, há várias soluções à vista. uma é aproveitar o co2 das indústrias que funcionam com grandes fornos e caldeiras como cimenteiras, siderurgias, centrais termo-eléctricas, etc.


a outra solução seria aproveitar o co2 produzido pelos carros que em vez de o expelir para fora reintroduziam-no no depósito de gasolina, ou seja, numa manga elástica que se iram enchendo, enquanto a gasolina saía.


nas bombas de gasolina, enquanto se atestava o depósito, transferia-se o co2 para um grande depósito que seria levado para a fábrica de gasolina pelo camião tanque que abasteceu a bomba. assim, os carros funcionariam numa espécie de circuito fechado e saliente-se que as gasolinas obtidas pelo método referido são puríssimas, ao contrário das obtidas a partir do petróleo que contêm sempre algum enxofre e outros poluentes. o actual catalisador das gasolinas deixaria de ser necessário, até porque o trietil-chumbo que ainda é utilizada em quantidades mínimas nas gasolinas sem chumbo não seria necessário dada a possibilidade de obter uma gasolina com uma composição perfeita.


o motor diesel teria os seus dias contados, pois nestas condições, o gasóleo seria desnecessário.


e não seriam só os carros a funcionar em circuito fechado como todos os sistemas produtores de energia mecânica, eléctrica ou calorífica, incluindo navios e, talvez, aviões a hélice e helicópteros.


enfim, o desafio e e a importância para a humanidade são enormes e valem muito mais que os 850 mil euros dados pela união europeia para este projecto de investigação iniciado em 2004.


a produção inicial pode não ser muito mais barata que a produção de gasolinas de petróleo. efectivamente, o barril de petróleo de 256 litros custa a produzir na região do golfo cerca de 2,4 euros e é vendido hoje a 44,5 euros, pelo que a redução da procura pode fazer descer a sua cotação para 5 euros e, mesmo assim, os produtores ainda ganhariam mais de 100%. o mesmo já não acontece com o petróleo do alasca, sibéria e mar do norte, cuja produção é bem mais cara.


acabariam as guerras por causa do petróleo e os árabes e outros que tais que o bebessem. o ocidente libertava-se assim de toda a dependência externa, pois os hidrocarbonetos são a matéria prima de toda a química orgânica, a qual pode chegar à produção de proteínas, açúcares, lípidos, etc. alimentares sintéticos, tanto mais que os hidrocarbonetos obtidos são puríssimos, além dos plásticos e milhões de produtos diferentes.


e se na atmosfera começar a rarear o co2 , nada mais fácil que provocar combustões e libertar o dióxido produzido. mas, pessoalmente acredito que haverá sempre um equilíbrio natural entre a vida consumidora de oxigénio e produtora de dióxido (animais e vegetais à noite) e a consumidora de dióxido e produtora de oxigénio (vegetais durante o dia).

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