Portanto não será bem o primeiro post do diário de bordo, porque a viagem já começou à uns dias mas cá vai:
Entrega da viatura em Setúbal, infelizmente não sabia como é que o carro funcionava na realidade, alguns dos usuários e membros do clube i3 do facebook, elucidaram-me sobre, tempos de carga, autonomia, etc, o youtube da BMW USA fez o resto, e fiz o trabalho de casa, sobre, como pelo menos andar para frente com a viatura e que tipo de regimes e opções deveria ter em conta para a deslocação.
Tratei de arranjar um companheiro que me cedesse um cartão Mobi-e, que felizmente houve logo várias pessoas que se disponibilizaram, desloquei-me a Lisboa para ir buscar o cartão e fui esperar pela chegada do transportador a Setúbal, a expectativa era muita.
Lá vinha o bolinhas com mais alguns veiculos no camião, a uma velocidade assustadora! Como é que conseguem andar com os camiões carregados a velocidades tão elevadas! Impressionante. Noite cerrada, o que me preocupava, porque em situação alguma tinha visto o carro em pessoa, o negócio foi todo feito via eletronica, apenas tive acesso a algumas fotografias do veiculo antes de fechar a compra. Carro para baixo, telemóveis em mãos e verificar o carro à volta para possíveis moças arranhões, marcas, etc.. mas ... não! tudo impecável, bateria a 85%, 31km! no visor, e ... prontos ... era o que tinha pago.
A minha esposa diz... não te disse, não gosto! é muito escuro, com os bancos clarinhos era muito mais bonito.... Não te disse! Nunca me fazes as vontades...
Dinheirinho para a mão do camionista, assinado o CMR, um bacalhau, e o Sr. disponibilizou-se que caso tivesse alguma duvida ou problema na viagem, que o contacta-se que ele tinha uma ideia como funcionava e ajudava, um adeus e lá foi ele a mil.
Dei um Hip hip hurray, foram uns dias de algum stress, estava a contar ter a viatura a 23-24 de Dezembro e não foi possível concretizar isso, porque era o sapatinho e prenda de anos da minha esposa, tanto dinheiro fora de portas, sem sabermos sequer de certeza absoluta o que ia acontecer, porque poderia o produto não ser o que compramos, e até o transportador poderia desaparecer com o carro, porque tinha matricula e toda a documentação com ele, o seguro apenas pagaria entre 7 a 10€ o kg transportado, é o que está determinado no transporte de viaturas, lei da EU. Neste caso o prejuízo era monstruoso. 1000 coisas podiam acontecer.
Compra à distancia, não é comparável a nível de risco com uma compra que tratamos de tudo pessoalmente. Mas pelo menos até aquele instante estava tudo sanado, restava agora chegar a casa e depois sim verificar com pormenor tudo.
Após umas noites a calcular rotas, que tudo saiu furado, tanto o local de descarga como dia e hora, estabeleci, rotas bem conservadoras para que não houvesse risco de ficar a pé. Como todo esse trabalho foi deitado a terra, não me restava mais que apanhar a AE e vir em direção ao Algarve e ponto.
Obviamente estava um pouco apreensivo, porque a viagem é longa e o ultimo PCR fica a 118km de casa, o que anda muito próximo do limite da autonomia. Ou muito acima da autonomia, bastaria que viesse acima de uma velocidade que não sabia bem qual era. Confesso que andar a 90 km/h numa AE, é complicado, não me orgulho de dizer, mas tinha de estar estar no Largo do Rato antes das 18h para recolher o cartão e entrei no nó da AE em Messines às 16:54 e consegui chegar antes do rapaz sair do trabalho sem exagerar muito, fazer o oposto disto sem conhecer a viatura, deixou-me apreensivo.
Então para concretizar o plano:
Levei outra viatura para servir de vela/roda e conservar energia ( velhos hábitos do ciclismo )
uma wallbox portatil com todos os adaptadores e mais alguns ( não fosse o diabo tecê-las )
condução exclusiva em ECO PRO+ para a ultima etapa ( 90km/h de vel max )
parei na 1ª estação de serviço para comprar um jornal ( já explico à frente )
e lá fomos nós, ordem para velocidades de 100km/h baixar para 90km/h nas subidas e lá fui colado à traseira do outro veiculo que conduzia a minha esposa, com o telemovel a fazer de radio e fomos testando o que era melhor, e la fui apalpando a viatura direito à estação de Alcácer, paragem o mais prolongada possível e carregar o máximo para esperar menos no próximo, e lá ia eu de jornalinho a limpar o para brisas, tudo desligado, abrir o vidro de vez em quando, e kispo vestido até às orelhas, porque fazia um frio do orvalho e nevoeiro, portanto para poupar só não andei de farois desligados, e espelhos recolhidos, porque, porque, e lá se chegou à estação de Aljustrel, veiculo carregado a 96% e siga, 136km de autonomia ( dizia ele ), pensei, bem ... deve chegar, vamos é ser mais agora conservadores.
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E assim foi, a 90 à hora! que cheguei ao termino da AE e encostei nas portagens antes da Via do Infante para a minha esposa levar para casa, que não queria conduzir com o medo de não saber o que fazer, 30 segundos de instruções e ECO PRO metido e já está, tinha mais de 50km de autonomia, portanto ela podia conduzir à vontade ( não à vontadinha ) 100 - 110 km/h até casa e mexer no brinquedo novo.
Chegamos a casa, com mais de 30Km de autonomia e ainda fomos dar mais uma voltinha com um familiar, para mostrar o bolinhas.
Ligar o carregador, coloquei o carregamento e baixo ( porque supostamente estraga menos! pensei eu ) e caminha.
Portanto, 7 horas depois saímos para o trabalho e... ligo o carro, tinha 50% de autonomia! Ui.... o que é que se passou...solução, Wallbox no trabalho, ligo Wallbox ... " à espera de EV", avariada! Lá deu cabo do dia, Ok, tenho de ir a Portimão e vou a um carregador Semi-rápido Mobi-e ... avariado, se a bateria era pouca, ficou mesmo às pinguinhas, a 70km/h para o trabalho a rezar, toda tarde ligado ao ENVSE e dia estragado do que tinha programado. Serviu para aprender mais algumas coisas, ver todas as funções, explorar bem a App porque aproveitei para meter a funcionar antes de chegar a Alcacer no dia anterior!
obviamente que uma pessoa numa viagem tão relaxada tem que arranjar coisas para fazer além de limpar condensação do para brisas com jornal!
Á noite fui verificar se o problema não era do cabo type2 de 32A que podia também ter avaria, mas não, usei o PCR de Loulé e testei o cabo no IKEA, tudo OK!, UFA! Casa, e lá deixei 12€ em bolachas de genibre e daim nos desgraçados dos suecos!
Dia seguinte: Bateria a 100% ( aprendi! ) Imprimi o modelo 9, preenchi o que consegui ( quase tudo - está no COC e não é preciso saber falar alemão, o que não se sabe recorre-se ao tradutor) Inspeção B, siga! Logo ali, 56km de casa, um PCR a chegar a Lagos, tudo controlado! E o inspector colocou os dados que não tinha no certficado de conformidade.
1º electrico, muitas perguntas, foi tudo tranquilo excepto encontrar o numero o do motor que está gravado por baixo do carro, o numero que está no certificado de conformidade não é o s/n mas o modelo do motor. Só houve esse detalhe mais demorado de resto tudo tranquilo, e avisar que nos rolos tem que estar em D ( marcha frente ) não pode estar em N conforme li nas instruções algures.
Da inspecção, dei umas voltinhas em trabalho ( pois tralha-se também ) e como ficava no caminho, passei na Alfandega para saber o que fazer, disseram-me que tinha de ir ao IMTT pedir o numero de homologação, para eles tratarem do resto, grande confusão de procedimentos, users etc bla bla bla ... conclusão ....
não é bem nada disso, mas o procedimento é simples, parece confuso, porque fazem para que pareça, mas na realidade não é, agora fazem com que pareça, que é para quem trabalha nestes departamentos, parecer que aquilo é quase fazer foguetões para alguma empresa espacial e serem úteis, apenas necessitei de credenciar na AT para ter acesso ao DAV, depois preencher o DAV com numero da homologação ( que demorou 5 minutos a obter, é apenas um código numérico que preenchem no modelo 9 ), como estava em faro fui à outra Alfandega, quando é o meu espanto, a funcionária diz, mas nós não preenchemos nem ajudamos, você faz preenche online e depois só liquida. Deu-me o numero do apoio da AT e disse que nao pagava nada era 100% eléctrico, e a senhora disse ok, ainda melhor. Sentei-me e liguei para AT, para esclarecer campos que não conhecia e codigos de documentos que não percebia ... não consegui sequer que atendesse alguma linha, enquanto saltava entre opções ... com uma ou duas perguntas à funcionária terminei e submeti o DAV, obviamente desliguei, sem ser atendido na ajuda da AT.
Em principio amanhã terei matricula, entretanto descobri um erro, no DAV seleccionei um código de cor e passei por cima do campo ser esclarecer os códigos, coloquei VERDE, o carro é PRETO!
LOL , acho que resolve-se fácil, e quem verifica repara que é preto, mas ok, é o que dá nunca ter feito determinada burocracia, tem sempre uns poças para enfiar os pés, de propósito obviamente. Amanhã dou noticias.
E já lá vão 1021km percorridos!
Contando com todas as limitações, tem superado as expectativas.