Já que a vida não pode ser levada muito a sério fui procurar na mitologia pelas sete irmãs. Encontrei também isto. Achei lindo...
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Mitologia
Em nossas noites de Primavera e Verão, um olhar atento para o céu faz-nos contemplar uma das pequenas porém mais interessantes e significativas, maravilhas do firmamento – o aglomerado das Plêiades, na Constelação Zodiacal do Touro.
Sendo a noite escura, a atmosfera límpida, sem névoas e nuvens, um observador de boa acuidade visual observa nitidamente nesse asterismo sete estrelas, muito próximas entre si, tão intimamente aconchegadas, que a curiosidade dos nossos indígenas tupis introduziu-as em sua mitologia com a expressiva nominação “enxame de abelhas”, captando assim, com absoluta precisão, o aparente movimento luminoso que as cintilações expressam nesse constrito pisca-pisca sideral. Outros povos referem-se a elas como sendo “as sete cabrinhas”, e no mundo ocidental elas são conhecidas como “As Sete Irmãs”, designação mais ainda apropriada quando, aplicada às Plêiades, refere-se a sete das filhas da Ninfa Pleiône com o gigante Atlas, razão de também serem conhecidas como “Atlântidas”. Taurus, a constelação a que pertencem as Plêiades, é a mais antiga formação estrelar reconhecida, referida pelos primitivos astrônomos da Babilônia nos idos de 4.000 a.C – por esses tempos primevos da civilização humana, o nascimento matinal das Plêiades indicava o início da Primavera, e o seu aparecimento em novembro apontava a Festa dos Mortos, como até hoje assinalamos.
Trata-se de um grupo estrelar a cerca de 350 anos-luz do sistema solar e em torno do qual há uma nebulosa difusa, que lhe confere extasiante beleza à observação armada, mesmo com modestos binóculos. As sete principais estrelas do aglomerado, aquelas habitualmente visíveis a olho desarmado, são as Sete Irmãs – Alcione, Maia, Mérope, Electra, Taigeta, Atlas e Asterope, eventualmente acrescidas de Pleiône e Celoeno.
Seu pai, Atlas, irmão de Prometeu, foi um dos Titãs que desafiaram os deus do Olimpo e por isto foi condenado por Zeus a manter sobre os ombros o globo terrestre, razão de ser considerado o mitológico inventor da esfera.
Atlas casou-se com a ninfa Pleiône, filha do Oceano com Tétis, e também denominada Hespéria. Pertencia-lhes o Jardim das Hespérides, onde cresciam macieiras com pomos dourados, a cuja colheita viu-se enredado o herói Hércules em um dos seus doze trabalos, um dos mais difíceis de sua heróica jornada, posto serem os Pomos de Ouro do Jardim das Hespérides, guardados por um tenebroso dragão. Quando Atlas, negando hospitalidade ao jovem herói Perseu, por ser este um filho de seu desafeto Júpiter, foi por ele contracenado com o olho da Górgona Medusa decapitada, e transformado em uma grande montanha, Hércules voltou a dele se aproximar e resolveu separá-lo da montanha vizinha, o Monte Hacho, empurrando-os em direções opostas e abrindo o Estreito de Gibraltar – foi assim que o Mar Mediterrâneo uniu-se ao Oceano Atlântico.
As Atlântidas foram, em vida, concupiscentemente perseguidas pela volúpia libidinosa do gigante caçador Órion e, para fugir ao seu inquietante assédio, imploraram a Zeus fossem transformadas em pombas. Assim feitas, voaram para os céus e foram metamorfoseadas em estrelas, constituindo o asterismo das Plêiades.
Alcione é a mais brilhante delas. Com magnitude 3, é 1.400 vezes maior que o nosso Sol e está distante de nós cerca de 500 anos-luz.
Maia, a segunda em fulgor, era de uma beleza sedutora, razão de ter sido cobiçada e se tornado amante do próprio Júpiter, inimigo mortal de seu pai Atlas – desse romance nasceu o deus Hermes, ou Mercúrio, na gruta do monte Cilene, onde os amantes se encontravam às escondidas – era também nesse lugar recôndito que Maia amamentava Arcas, ou Arcturos, outro filho bastardo de Zeus, com a ninfa Calisto, a mais bela seguidora no cortejo da deusa da Caça, Diana, o que lhe valeu a ira e inimizade de Juno, esposa de Júpiter, mas não impediu fosse o local dos encontros eleito para romarias dos antigos gregos e ali junto à gruta se erigisse o Templo de Mercúrio e Maia, feita esta deusa do Crescimento, festejada em Maio.
Júpiter também cobiçou outra plêiade, Taigeta, dela gerando os irmãos Lacedemônio e Taigeto, ao passo que o deus dos Mares, Netuno, foi amante da plêiade Celoeno, que lhe deu o filho Pico, pai, por sua vez, do deus Fauno. Pico, amado pela feiticeira Cerce, a mesma que atormentou Ulisses em seu retorno a Itaca, desprezou-a, e por isto foi transformado em Picanço, ou Pica-Pau, sendo esta a origem desta curiosa ave.
Outra plêiade famosa é Electra, cujo nome alude à filha de Agamenon, líder guerreiro de Esparta na Guerra de Tróia. Ao retornar da longa expedição guerreira, aliado de seu irmão Menelao, ultrajado este com o rapto de sua mulher Helena, Agamenon foi traído e solertemente assassinado por sua esposa Clitemnestra, em conluio com o amante Egisto, razão da vingança que se sucedeu, sob as mãos de Orestes e astúcia de Electra sua irmã, filhos ambos de Agamenon e Clitemnestra. Electra teve o nome entronizado entre as plêiades, e com a designação Complexo de Electra, alusivo em Psicologia à preferência pelo pai frente à repulsa pela mãe, ficou eternamente lembrada na memória da humanidade. E Orestes, assassino da própria mãe, foi levado a duro julgamento que, empatado, foi decidido pelo voto salvador da deusa da Sabedoria, Minerva. Daí, o atual Voto de Minerva.
Sobre Asterope, Mérope, e outras plêiades, não há muito o que falar. Contemplemo-nas porém em conjunto, como pombas no céu, ou como abelhas em enxame; ou tais as sete cabrinhas; Plêiades; Alântidas, ou Sete Irmãs; como lendas, ou como estórias; mas nunca apenas como simples estrelas que brilham lá no alto, iguais a outras bilhões de estrelas que também cintilam ... mas não nos contam os mesmos belos segredos.
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Já agora. Alguém se deparou com esta cena?
- Alguém reconhece as vitimas? uma tristeza
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Asuunto em:
http://forococheselectricos.com/2014/05 ... tivee.html
A saga continua. Só me apetece chorar!
BondadeSua