Artigos relacionados com o ambiente

Para assuntos relacionados com o meio ambiente que não tenham nenhuma relação com energias.
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mauri
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Expedição marítima revela novos dados sobre o plâncton
Veleiro “Tara” está atracado na Marina da Horta, nos Açores

2012-03-14

Uma expedição científica internacional que durante dois anos e meio deu a volta ao mundo por mar, descobriu novos organismos na composição do plâncton que existe no fundo dos oceanos. Os dados foram revelados à agência Lusa por Eric Karsenti, director científico do projecto «Tara Oceans» que, desde 2009, vem decorrendo a bordo do veleiro “Tara”, actualmente atracado na Marina da Horta, nos Açores, na recta final da expedição.


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Uma das primeiras conclusões deste projeto coordenado por cientistas franceses, informou Karsenti, foi verificar que as espécies de organismos que compõem o plâncton “são 80 por cento superiores ao que se pensava”.

“Antes desta expedição, não sabíamos quantas espécies diferentes de organismos de plâncton é que existiam nos oceanos”, lembrou, adiantando que os trabalhos entretanto realizados permitiram concluir que existem “um milhão e meio de diferentes espécies de organismos no plâncton”.

A bordo do veleiro “Tara” passaram, ao longo dos dois anos e meio de expedição, 150 cientistas de diferentes países, que quiseram colaborar na investigação sobre o plâncton marinho, um recurso que contem “diferentes formas de vida e compostos bioactivos inexplorados”.

Para compilar a informação recolhida, os cientistas desenvolveram um novo método que lhes permitiu quantificar os organismos que constituem o plâncton (vírus, bactérias, micro-algas e animais microscópicos).

O director científico do projecto lembra que ninguém tinha ainda realizado um trabalho desta dimensão percorrendo “todos os oceanos” e recolhendo toda esta informação. “Vamos agora perceber porque é que temos certas combinações de organismos num determinado lugar”, sublinhou Karsenti, acrescentando que esses dados vão permitir também caracterizar, de novo, os oceanos.

O projeto da Fundação Tara conta com o apoio do governo francês, de fundos comunitários, além de diversas instituições internacionais, e pode ser acompanhado no site oceans.taraexpeditions.org.

Os coordenadores do projeto pretendem publicar, nos próximos meses, os primeiros resultados da expedição, para que estejam disponíveis a toda a comunidade científica.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=53475&op=all
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Metade de Portugal Continental já está em seca extrema
16.03.2012

A primeira quinzena de Março agravou o quadro de seca em Portugal Continental e a falta de chuva fez subir de 32% para 53% o território em seca “extrema".

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A primeira quinzena de Março registou em média 5,7 milímetros de precipitação

Os restantes 47% do território estão em seca “severa”, acrescenta nesta sexta-feira o Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia, numa nota de imprensa, com dados referentes a 15 de Março. O balanço anterior, conhecido a 1 de Março, era de 68% em seca “severa” e 32% em seca “extrema”.

A primeira quinzena de Março registou em média 5,7 milímetros de precipitação, depois de um mês de Fevereiro com apenas 2,2 milímetros. O valor médio é de 100 milímetros. A “ausência de precipitação significativa em praticamente todo o território” causou uma “situação de escassez de água no solo com valores inferiores a 50% em todo o território, havendo mesmo locais na região sul onde é inferior a 40%”, acrescenta a nota de imprensa do Instituto de Meteorologia.

Segundo a previsão disponível, o final de Março terá valores de precipitação “abaixo do normal para a época”, uma situação que não será suficiente para travar a tendência de seca. Nem mesmo a chuva que regressou a Portugal Continental nesta quinta-feira, por causa da aproximação de um sistema frontal, deverá alterar o cenário. Segundo a meteorologista Cristina Simões, do Instituto de Meteorologia, a chuva deverá manter-se apenas até domingo.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx ... cosfera%29
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Governo dos Açores já investiu mais de 1,5 milhões de euros no combate a plantas invasoras
17.03.2012

O Governo dos Açores já investiu mais de 1,5 milhões de euros desde 2004 em acções de erradicação de plantas invasoras no arquipélago, tarefa que o director regional do Ambiente admitiu ser difícil de concretizar.

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Os Açores vão promover ainda a recuperação dos habitats naturais

Nos últimos oito anos, o Plano Regional de Erradicação e Controlo das Espécies de Flora Invasoras em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS) permitiu uma intervenção em cerca de 500 hectares de áreas protegidas. Mas os resultados práticos não são muito animadores.

O director regional do Ambiente, João Bettencourt, afirmou à Lusa que esta “é uma tarefa difícil”, quer em termos de investimento, quer em termos de resultados práticos.

As plantas invasoras introduzidas pelo homem são uma ameaça para as espécies endémicas e “o que pretendemos nas áreas protegidas é combater essas plantas”, frisou.

O PRECEFIAS é um projecto pioneiro no que se refere ao planeamento das acções de controlo de 27 espécies exóticas invasoras existentes nas áreas protegidas dos Açores.

Algumas das espécies invasoras que mais preocupam as autoridades regionais são a roca, a hortência e o incenso, estando já estas duas últimas associadas há alguns anos à paisagem açoriana, apesar de não fazerem parte da lista de plantas endémicas.

“Dependendo do tipo de planta, utilizamos o método manual ou à base de químicos, devidamente homologados, que não são nefastos para o ambiente”, salientou João Bettencourt, acrescentando que, “se não for feita esta intervenção, as plantas invasoras acabam por dominar a paisagem, por serem mais resistentes e terem uma rápida proliferação”.

As acções de combate às plantas invasoras realizam-se habitualmente por empresas privadas, através de um contrato com o governo dos Açores, pelas Juntas de Freguesia e por voluntários.

Para João Bettencourt, este investimento é essencial para garantir a “sustentabilidade da biodiversidade e a sua preservação para as gerações futuras”, mas também para melhorar o ambiente, “tornando o ar mais puro” e melhorando a quantidade e qualidade da água.

Nos próximos dias, vão decorrer nos Açores 23 acções de erradicação e controlo de espécies invasoras em todas as ilhas no quadro do programa PRECEFIAS. Em simultâneo, decorre nos Açores o plano “Mais Endémicas - Plantar o Futuro”, que visa a valorização das espécies da flora e da fauna endémica da região. Este plano pretende promover acções de propagação de plantio para a recuperação dos habitats naturais depois das acções de combate contra as espécies invasores, bem como a inventariação e o apuramento do estado de espécies de plantas que se encontram em vias de extinção.

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Caçadores furtivos mataram 500 elefantes em parque nacional dos Camarões
18.03.2012

Mais de 500 elefantes foram abatidos dentro do Parque Nacional de Bouba Ndjidda, no Norte dos Camarões, desde Janeiro, e não 128 como diz o Governo, denunciou a reserva.

“Nós (responsáveis e funcionários do parque) somos unânimes em pensar que há mais de 500 elefantes abatidos”, afirmou hoje Paul Bour, director do centro turístico do parque nacional. O Governo dá conta de 128 elefantes abatidos.

Mas “haveria maneira de saber (o número exacto) se a administração tivesse vontade, disponibilizando os meios. Mas o que acontece é que decidiu minimizar a dimensão dos massacres”, acrescentou.

De momento, “a situação parece estar um pouco mais calma. Sabemos que os caçadores furtivos foram levados para o Sul do parque, em direcção à fronteira com o Chade”, disse Paul Bour. “Essas pessoas (caçadores) têm uma organização muito militarizada e estão muito bem equipadas. São perfeitamente capazes de responder às forças de segurança” dos Camarões. Na verdade, a 8 de Março, um soldado camaronês foi morto, o que eleva a pelo menos três o número de mortos (dois militares e um caçador) desde que, no início de Março, o Exército foi destacado para a região, segundo a agência AFP. No entanto, estas informações não foram nem confirmadas nem desmentidas pelas autoridades.

Ontem, o Governo garantiu que o Parque Nacional está “totalmente em segurança” e que as forças de defesa têm em curso uma operação de reforço da segurança nesse parque e nas outras áreas protegidas do país. “O objectivo é erradicar, definitivamente, o abate ilegal que tantos danos graves causa à biodiversidade e à nossa segurança nacional”, disse o porta-voz do Governo e ministro da Comunicação, Issa Tchiroma Bakary, à rádio estatal.

O atraso do Governo camaronês em agir no Parque Nacional de Bouba Ndjidda tem sido muito criticado. “As forças militares chegaram demasiado tarde para salvar a maioria dos elefantes do parque e em número demasiado reduzido para dissuadir os caçadores”, afirmou nesta quinta-feira Natasha Kofoworola Quist, representante da organização World Wildlife fund (WWF) para a África Central.

O Parque Nacional tem cinco guardas-florestais e 20 guardas voluntários para uma área de 220.000 hectares.

O comércio mundial de marfim está proibido mas ainda assim o tráfico não acabou. Durante o ano de 2011, as autoridades de combate ao tráfico dizem ter apreendido mais de 23 toneladas de marfim contrabandeado, o que representará 2500 elefantes, denuncia a organização TRAFFIC. O número de apreensões já é um recorde.

“Em 23 anos de compilação de informações sobre apreensões de marfim para o ETIS [Elephant Trade Information System, rede a funcionar no âmbito da CITES - convenção internacional para o comércio de espécies ameaçadas de espécies selvagens de fauna e flora] este foi o pior ano de sempre para as grandes apreensões. 2011 foi um verdadeiro “annus horribilis” para os elefantes”, comentou Tom Milliken, especialista em elefantes da organização TRAFFIC, especializada no comércio ilegal de espécies, com sede no Reino Unido.

Milliken justifica esta situação com “o aumento da procura na Ásia e o aumento na sofisticação dos grupos criminosos por detrás do tráfico de marfim. A maioria dos contentores com marfim ilegal transportados em navios acaba na China ou na Tailândia”.

O tráfico de marfim está a aumentar drasticamente desde 2007. Normalmente, o marfim sai de África com destino à Ásia e pode viajar por rotas que estão constantemente a mudar.

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Construídos 12 ninhos para o regresso do abutre-preto ao Alentejo
24.03.2012

No coração do Alentejo, em pleno habitat mediterrânico onde abundam a urze e o tojo, acabam de ser construídos 12 grandes ninhos de abutre-preto, a maior ave de rapina da Europa e espécie Criticamente em Perigo em Portugal.

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Os ninhos foram colocados na Herdade da Contenda, um espaço que tem tentado demonstrar como as actividades económicas se podem contabilizar com a conservação da natureza

Estas 12 estruturas, compostas por varas metálicas e um cesto na ponta, foram colocadas na Herdade da Contenda, propriedade com 5300 hectares da Câmara Municipal de Moura, encostada a Espanha ao longo de 19 quilómetros.

O último ninho foi montado a 14 de Março. Nessa manhã, Alfonso Godino, 39 anos, subiu a um pinheiro, nove metros acima do solo. "A estrutura fica com 80 a 90 quilos, mas pode chegar aos 200. Tem de ser muito resistente, porque o abutre é um animal grande e pesado (três metros de envergadura de asa e 12 quilos) e tem uma época de reprodução muito longa", disse ao PÚBLICO o coordenador da equipa técnica do Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI) e responsável pelas acções de conservação do abutre-preto.

Depois de se prender em segurança no topo do pinheiro, Alfonso ajudou os dois sapadores florestais e o técnico da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) que ficaram lá em baixo a içar a vara metálica, deitada no solo, com a ajuda de uma corda, até que esta ficasse na vertical, encostada ao tronco da árvore. "Agora, devagar. Cuidado." Para Alfonso, que já montou em Portugal 22 ninhos de abutre, esta é a parte mais difícil. "É crucial que o ninho fique estável." Mas à primeira tentativa, a vara ficou demasiado curta. "Não está bem, vai ter de descer." À segunda foi de vez. "Perfeito! Bom, fica porreiro." Duas estacas no chão ajudaram a fixar a base e correntes metálicas prenderam a vara à árvore. Nas horas seguintes, paus e troncos foram içados através de um sistema de roldanas para forrar o cesto metálico do ninho. "Um ninho, normalmente, demora um dia a ser instalado, se estiverem a trabalhar quatro pessoas", disse Alfonso.

O esforço faz parte do projecto Life Habitat Lince Abutre (2010-2014), para melhorar as condições de ocorrência destas duas espécies no Alentejo (Mourão, Moura e Barrancos e vale do Guadiana) e Algarve (Caldeirão).

Só três casais

Durante mais de 50 anos, o abutre-preto (Aegypius monachus) não fez ninho em Portugal. Em 2010 e 2011 regressou ao Tejo Internacional onde nidificaram três dos 7200 a 10.000 casais que a Birdlife International estima existirem no planeta.

O declínio em Portugal deveu-se à perda de habitat, incluindo locais para nidificação, ao envenenamento, colisão e electrocussão em linhas eléctricas e à diminuição de alimento disponível, especialmente coelho-bravo e cadáveres de animais. O abutre tem um papel crucial na sanidade do ecossistema mediterrânico, ao actuar como agente de limpeza natural, removendo cadáveres.

A instalação de ninhos na Contenda quer dar uma ajuda. "Os locais escolhidos são pouco perturbados, com muito declive e matos", explicou Alfonso Godino. "A conservação do abutre e de outras espécies ameaçadas é muito compatível com actividades como a caça, a extracção de cortiça, o mel, etc., desde que haja colaboração de todos. O que estamos a fazer na Contenda é um exemplo de que as espécies ameaçadas não são uma chatice nem reduzem os recursos disponíveis."

A Contenda, onde vive apenas uma família de cinco pessoas que cuida dos rebanhos de cabras, quer ser uma experiência-piloto de como se pode compatibilizar a conservação com o desenvolvimento, disse ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Moura, José Maria Pós-de-Mina. "Não nos podemos esquecer que o concelho tem hoje 15.200 habitantes, metade do que tinha nos anos 50, nem que as pessoas ainda consideram a conservação da natureza como uma questão de proibição. Mas a Herdade da Contenda e projectos como este podem dar um contributo para a demonstração e sensibilização."

Miguel Ramalho - da empresa municipal Herdade da Contenda, que gere o espaço - contou que ali trabalham 14 pessoas e que estas "estão preparadas para ajudar no que for preciso". Nomeadamente, no esforço para aumentar as populações de coelho-bravo, dizimadas por doenças como a mixomatose (nos anos 50) e febre hemorrágica viral (nos anos 80). Eduardo Santos, da LPN e coordenador do projecto Life Habitat Lince Abutre, disse que estão a ser criados marouços (tocas artificiais de coelho) e a ser instalados comedouros e bebedouros, bem como pastagens de cereais e leguminosas para coelho. Especificamente para ajudar o abutre, está a ser criado um campo alimentador, vedado, com cerca de um hectare de extensão.

"A Contenda é um espaço muito especial", contou Eduardo Santos. "É considerada, há muito, uma das melhores áreas de habitat para o lince-ibérico e para o abutre-preto. Está bem conservada e tem uma área com muito boa dimensão." Ali "são observados regularmente, em média, 20 abutres-pretos. A zona é usada por estas aves como área de alimentação e alguns já foram vistos a pernoitar no perímetro da herdade". Esta está localizada a 20 quilómetros de uma colónia de abutre-preto em Espanha com 100 casais.

Por esta altura, as crias de abutre-preto já estão quase a nascer, em Abril. Mas este ano os novos ninhos artificiais da Contenda ainda não serão utilizados. Eduardo Santos acredita que "na próxima época de reprodução, que começará em Dezembro e terminará em Setembro [altura em que as crias abandonam os ninhos], os animais já estejam habituados a estes ninhos e que sejam convencidos a ficar por cá".


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EUA vão impor limites às emissões de CO2 das novas centrais eléctricas
28.03.2012

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que, pela primeira vez, as novas centrais eléctricas vão ter um limite às emissões de dióxido de carbono, num passo histórico na luta contra as alterações climáticas.

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As centrais já em funcionamento não são abrangidas pela medida

A proposta exige que as novas centrais não emitam mais do que 453 quilos de dióxido de carbono (CO2) por megawatt-hora (MWh) de electricidade produzida. Actualmente, segundo o jornal Washington Post, as centrais a gás natural emitem em média entre 362 e 385 quilos de dióxido de carbono por MWh e as unidades que funcionam a carvão emitem em média 802 quilos.

O novo limite deixa de fora as centrais eléctricas actualmente a funcionar e aquelas que forem construídas nos próximos 12 meses.

A Agência de Protecção Ambiental norte-americana (EPA, na sigla em inglês) acredita que 95% das centrais a gás natural de ciclo combinado conseguirão cumprir a meta sem problemas. E as centrais que funcionem a carvão ou coque (derivado do carvão betuminoso) conseguirão fazê-lo se instalarem tecnologias de captura e armazenamento de carbono.

A proposta, segundo a EPA, é flexível. As novas centrais que usarem captura e armazenamento de carbono têm a opção de cumprir o limite num prazo de 30 anos, em vez de serem sujeitas a uma avaliação anual. “Uma central pode emitir mais CO2 nos primeiros dez anos e depois muito menos nos outros 20, desde que a média dessas emissões cumpra o limite”, explica a agência, num comunicado publicado no seu site.

“Hoje estamos a dar um passo de bom-senso para reduzir a poluição do nosso ar, para proteger o planeta para as nossas crianças e para entrarmos numa nova era da energia norte-americana”, disse Lisa P. Jackson, administradora da EPA, citada no comunicado. “Queremos criar um padrão baseado na utilização de tecnologias limpas, produzidas nos Estados Unidos”, acrescentou.

Actualmente, as centrais eléctricas que funcionam a combustíveis fósseis são os maiores emissores de dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa que, “ao causar ou contribuir para as alterações climáticas, ameaça tanto a saúde pública como o bem-estar das actuais e futuras gerações”, escreve a agência. Mas de momento ainda não existe um limite para essas emissões a nível nacional. Ainda assim, alguns estados – como Washington, Oregon e Califórnia – já impõem limites às emissões de gases com efeito de estufa. Outros, como o Montana e Illinois, exigem às centrais a carvão que instalem sistemas de captura e armazenamento de carbono, segundo a EPA.

Esta proposta – que entrará em consulta pública durante 60 dias – tem origem numa directiva de 2007 do Supremo Tribunal que chamava a EPA a decidir se o CO2 era ou não um poluente no âmbito da Lei do Ar Limpo. No final de 2009, a agência declarou que era e que, por isso, tinha de ser regulado.

A medida foi aplaudida por organizações ambientalistas, ainda que algumas tenham ficado decepcionadas por deixar de fora as centrais já a funcionar.

Rick Santorum, candidato presidencial republicano e apoiante da indústria do carvão, criticou a proposta. “A agenda ambiental do Presidente Obama está a matar os postos de trabalho dos americanos”, citou hoje o jornal New York Times. “A América é a Arábia Saudita do carvão e poderíamos criar a nossa própria energia se o Governo nos deixasse. Em vez disso, Barack Obama prefere apontar vencedores e vencidos no campo energético.”


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Pesticidas mais usados relacionados com o declínio das abelhas
30.03.2012

Dois estudos científicos, agora publicados na revista Science, revelam que os pesticidas mais usados no mundo estão a contribuir para o declínio das populações de abelhas e de abelhões e que, por isso, os processos de autorização devem ser reavaliados.

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O uso de neonicotinoides coloca uma ameaça à saúde dos abelhões

Em ambas as investigações estudaram-se os efeitos dos neonicotinóides, introduzidos na década de1990 e que se tornaram os insecticidas mais comuns em todo o mundo, no sistema nervoso central das abelhas. Elas têm estado a morrer no mundo inteiro, nas últimas décadas, o que se atribuiu também à infecção por alguns fungos.

A equipa, coordenada por Penelope Whitehorn, da Universidade de Stirling, no Reino Unido, olhou para os efeitos dos imidacloprides, um tipo de neonicotinóide que a Direcção-Geral de Agricultura portuguesa considera “extremamente perigoso para abelhas” e aves.

Durante seis semanas, Whitehorn e os colegas expuseram colónias de abelhões da espécie Bombus terrestris a baixos níveis de imidacloprides, semelhantes àqueles a que estes insectos são expostos na natureza. Os investigadores concluíram que as colónias eram entre 8 a 12% mais pequenas do que aquelas que não foram expostas ao insecticida. Além disso, produziram 85% menos rainhas. “Os abelhões polinizam muitas das nossas culturas e flores selvagens. O uso de neonicotinoides coloca, claramente, uma ameaça à sua saúde e precisa de ser reavaliado com urgência”, disse Dave Goulson, da mesma universidade e co-autor do artigo, citado num comunicado.

O outro artigo - da equipa de Mickaël Henry, do Instituto Nacional francês para a Investigação Agrícola (INRA) – estudou os impactos de um outro neonicotinoide, o tiametoxame, também considerado pela Direcção-Geral de Agricultura portuguesa “perigoso para as abelhas” e que não se deve aplicar na época da floração das plantas. Estes investigadores colocaram microships em cada abelha para seguir os seus movimentos ao entrar e sair das colmeias. Nalguns animais, os cientistas aplicaram uma dose de tiametoxame: a probabilidade de morrerem fora das colmeias aumentou duas a três vezes, porque este insecticida interferiu com as suas capacidades de orientação. “As colónias de abelhas expostas a este químico entram num processo de declínio do qual já será muito difícil recuperar”, concluíram os cientistas.

Os níveis deste insecticida considerados não letais para as abelhas poderão estar subestimados, os autores do estudo salientam os autores do estudo. “Muitas vezes, os fabricantes de insecticidas desconhecem as consequências das doses que não chegam a matar os animais, mas que causam alterações nos seus comportamentos”, concluiu Mickaël Henry.

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Ministério do Ambiente espanhol dá parecer negativo à construção da refinaria Balboa
29.03.2012

O ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente espanhol emitiu um parecer desfavorável à construção da refinaria Balboa, prevista para a região da Extremadura, pelo seu "potencial impacto” sobre o Parque de Doñana (Huelva) e na bacia hidrográfica do Guadiana.

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Refinaria iria ter impactos negativos no parque nacional de Doñana, diz o governo espanhol

Num comunicado enviado à Lusa, o ministério explica que emitiu uma “proposta de declaração de impacto ambiental desfavorável ao projecto” por considerar que este terá um “impacto negativo” naquela zona.

A tutela adverte também para riscos ambientais relacionados com fugas líquidas e com a geração de resíduos perigosos nas instalações projectadas. Além disso, considera que o projecto, localizado a mais de 180 quilómetros da costa, não cumpre os objectivos de eficiência energética da normativa europeia que regula a área.

Os técnicos do ministério encontraram ainda outras razões que "desaconselham" a construção, como o impacto na paisagem e no património cultural, já que a refinaria se situaria num terreno atravessado pela Via de Prata, que faz parte do Caminho de Santiago.

“Ao tratar-se de um projecto com possíveis efeitos transfronteiriços, Portugal participou, manifestando a sua oposição, que também foi manifestada ao ministério por diversos organismos internacionais” como a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), acrescenta.

Ambientalistas aplaudem

A decisão do Governo espanhol foi bem recebida pelas associações ambientalistas dos dois lados da fronteira. A associação espanhola Adenex congratulou-se pelo chumbo, que acontece “depois de quase oito anos de luta contra a instalação “ da refinaria.

Para a Adenex, a construção da refinaria de Balboa era uma “aventura disparatada” e “inviável”, não só “em termos ambientais”, mas também nos planos “económico e social”. “Se considerarmos a produção de energia, a aplicação mais generalizada e mais irracional do petróleo, é a hora de investir seriamente em alternativas viáveis”, defendeu a associação, argumentando que a Extremadura precisa é de um plano de energias renováveis e eficiência energética.

Do lado português, a Quercus também aplaude a decisão. Em comunicado, a direcção da associação presidida por Nuno Sequeira congratula-se com o chumbo, sublinhando que o projecto “traria sérios impactes negativos do ponto de vista ambiental”.

Segundo a Quercus, a construção da refinaria iria pôr em risco a qualidade da água da bacia do Guadiana, além de se prever a emissão de gases com efeito de estufa, poluentes e partículas, a produção de resíduos perigosos e danos consideráveis na paisagem e nos ecossistemas circundantes, incluindo no Parque Nacional de Doñana.

A associação acrescenta que o projecto estaria “completamente desintegrado da área onde se pretendia inserir”, ao nível económico e social.

Oito anos de polémica

A decisão do Governo espanhol sobre Balboa conclui um processo que dura há oito anos, com sucessivos atrasos na tramitação de um projecto polémico, para construir uma refinaria de petróleo em Los Santos de Maimona (Badajoz).

O projecto foi apresentado pelo Grupo Gallardo e previa um investimento de 2000 milhões de euros. Além da refinaria incluía a construção de um oleoduto de aproximadamente 200 quilómetros, que atravessaria as províncias de Huelva, Sevilha e Badajoz.

O Governo Regional da Extremadura tem agora 15 dias para se pronunciar e, se o não fizer, o ministério “fará a sua declaração de impacto ambiental nos termos propostos”.

Ainda assim, a autorização final do projecto está dependente do Ministério da Indústria, Energia e Turismo espanhol.

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Re: Artigos relacionados com o ambiente

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Poeira do deserto continua a chegar a Portugal
30 de Março de 2012

Portugal está a ser afectado por uma nuvem de poeira do deserto, que afecta sobretudo as faixas etárias mais sensíveis, como idosos e crianças, e pessoas com problemas do foro respiratório.

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Apesar de curta, a fraca precipitação ocorrida na semana passada deixou um leve exemplo deste fenómeno. Tratou-se de uma «chuva suja», visível nas ruas, carros e um pouco por tudo sobre o que caiu. Amanhã é esperada mais chuva assim.

Garganta seca e olhos lacrimejantes podem ser consequência destas poeiras oriundas do Norte de África que agora pairam sob o território nacional. Embora não seja um fenómeno raro, o período de tempo é geralmente mais curto (dois ou três dias) e os níveis mais baixos.

Estas poeiras, aliadas aos elevados níveis de pólen registados nesta altura, tornam-se uma receita pouco desejada para os grupos de risco, principalmente para pessoas com problemas respiratórios como asma, ou com alergias.

Como forma de se prevenir destas agressões, é aconselhado não se realizem actividades físicas ou esforços intensos ao ar livre.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=565730
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Re: Artigos relacionados com o ambiente

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Milhares de cidades apagaram a luz na Hora do Planeta
01.04.2012

Um número recorde de cidades (6494) e de países ou territórios (150) assinalou neste sábado a Hora do Planeta, uma acção simbólica que pretende sensibilizar para as alterações climáticas.

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Pisa, Roma

A iniciativa lançada, em 2007, pela World WildLife Fund na Austrália – e que entretanto se globalizou – voltou a unir milhões de habitantes que, às 20h30, desligaram a luz eléctrica e tentaram iluminar as suas terras de uma outra forma.

Nos diferentes fusos horários, os 60 minutos de escuridão voluntária foram ultrapassados com recurso à luz de velas, lâmpadas alimentadas a energia solar e outras soluções que representassem um consumo menor ou que fossem um exemplo de poupança.

Vista privilegiada sobre este "apagão" mundial temporário teve André Kuipers, embaixador da WWF e astronauta da Agência Espacial Europeia, que acompanhou, via blogue, o desenrolar da noite no planeta a partir da Estação Espacial Internacional, narrando as suas impressões num blogue.

Clique aqui para ver uma fotogaleria com imagens da noite em diferentes pontos do globo.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1540258
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Poluição na China
29.03.2012

Um funcionário chinês ajuda a limpar um rio que foi poluído ontem depois de um rebentamento de um oleoduto em Pequim. As autoridades recentemente pediram maiores controlos da poluição pelas grandes indústrias.

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Um funcionário chinês ajuda a limpar um rio que foi poluído ontem depois de um rebentamento de um oleoduto ontem em Pequim. As autoridades recentemente pediram maiores controlos da poluição pelas grandes indústrias.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx ... cosfera%29
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Portugal pode ter de deslocar populações devido à erosão costeira
01.04.2012

"Em alguns sítios não temos outra solução a médio prazo que não seja deslocar populações", admite o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, referindo-se ao crescente problema da erosão costeira em várias zonas do país e à progressiva elevação do nível do mar motivada pelas alterações climáticas.

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Cerca de 30% da costa está sujeita a forte risco de erosão

Pedro Afonso de Paulo explica que Portugal não tem dinheiro para fazer paredes de betão semelhantes às que foram feitas na Holanda para funcionarem como diques e protegerem as populações da invasão da água do mar. Nesta altura, cerca de 30 por cento da costa portuguesa está sujeita a "muito forte erosão", acrescenta.

Por esta razão, o governante defende que será preciso tomar medidas para "proibir terminantemente a construção" em muitas áreas costeiras. "Dificilmente teremos meios e técnicas" que permitam suster este avanço das águas originado pelas alterações climáticas, justifica.

Pedro Afonso de Paulo participou, quinta-feira à noite, num colóquio sobre ambiente e ordenamento do território organizado pela comissão concelhia de Vila Franca de Xira do PSD. Em resposta a um dos participantes, previu que Portugal vai cumprir sem grandes dificuldades as metas de redução das emissões poluentes estabelecidas no Protocolo de Quioto.

"Infelizmente vamos cumprir as metas sem esforço", observou, frisando que a "desindustrialização" vivida pelo País durante muito tempo e a mais recente crise económica fizeram com que as emissões tenham baixado bastante.

"Temos menos indústria e, com a crise económica, não só as empresas emitem menos como as pessoas utilizam menos os carros", salientou, vincando, todavia, que cerca de 80 por cento das nossas emissões de CO2, ao contrário do que se pensa, têm origem na energia consumida nas casas dos portugueses e nos carros em circulação e não estão relacionadas com as fábricas e com a actividade económica.

"Acreditamos numa indústria que pode estar presente e não ser muito poluente. Infelizmente não somos um país muito industrializado, não produzimos tanto quanto poderíamos produzir", lamentou. "As estimativas todas dizem que vamos cumprir as metas de Quioto, o que também é importante", acrescentou o governante.

Pedro Afonso de Paulo disse, ainda, que o Governo apresentará em Abril um plano para o uso eficiente da água e um roteiro do baixo carbono. Estão a decorrer os processos de revisão da Lei de Bases do Ordenamento do Território e do Solo e do regime da Reserva Ecológica Nacional. Mas, também em resposta a alguns dos participantes no colóquio, o governante considerou muito difícil e oneroso aprofundar as políticas de reutilização de águas tratadas, porque exigiriam redes próprias, separadas, para o transporte destas águas para os meios urbanos, o que implicaria investimentos nesta altura incomportáveis.

Já Pedro Aguiar Pinto, professor do Instituto Superior de Agronomia, defendeu que as variações do clima em Portugal têm séculos e que, em média, até chove um pouco mais por ano em Lisboa do que em Londres. "Portugal tem uma preocupação, que é a grandíssima variabilidade do seu clima. Mas não devemos ter uma visão catastrófica", argumentou, considerando depois que há que desdramatizar esta questão. "Desdramatizar não é ignorar o risco. Mas é preciso não dramatizar e a agricultura tem uma grande capacidade de adaptação a novas situações", concluiu.


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Os oceanos estão a ficar mais quentes há pelo menos um século
03.04.2012

A viagem do navio britânico Challenger, entre 1872 e 1876, não é só histórica pelas descobertas que permitiu sobre os oceanos: as informações recolhidas nessas deambulações são também valiosas para perceber quando é que as alterações climáticas começaram a fazer sentir os seus efeitos nos oceanos. A primeira comparação global entre esses registos do século XIX e as temperaturas actuais mostrou que o aquecimento global chegou aos oceanos há mais tempo do que se supunha.

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À superfície do mar, a temperatura aumentou 0,59 graus, em média, desde o último quartel do século XIX

Publicado na edição online da revista Nature Climate Change, o estudo, de uma equipa da Instituição de Oceanografia Scripps, nos EUA, e do Centro Nacional de Oceanografia, em Southampton, no Reino Unido, conclui que o excesso de calor na atmosfera — devido às alterações climáticas originadas pelas actividades humanas, que estão a lançar para o ar dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa desde a Revolução Industrial — está a ser transferido para os oceanos há pelo menos mais de cem anos.

Nas primeiras camadas do oceano até aos 700 metros de profundidade, a água aqueceu, em média, 0,33 graus Celsius desde a década de 1870. À superfície, o aumento foi maior: mais de meio grau (0,59 graus). Já a 900 metros de profundidade, a subida foi mais pequena (0,12 graus).

“Esta primeira comparação global de dados modernos e do Challenger mostra que o aquecimento médio de 0,59 graus Celsius à superfície é consistente com as anteriores estimativas da subida média das temperaturas globais”, escrevem os autores do artigo, Dean Roemmich e John Gilson (da Instituição de Oceanografia Scripps) e John Gould (do Centro Nacional de Oceanografia britânico). “O aquecimento é maior no oceano Atlântico do que no Pacífico”, frisam ainda.

A equipa seguiu os passos do Challenger, que recolheu mais de 300 registos de temperatura, desde a superfície até ao fundo do mar. Embora as medições do Challenger não tenham sido muitas, essa informação histórica é uma referência para os estudos da temperatura nos oceanos. Permite saber que evolução ocorreu entre o último quartel do século XIX e o início do século XXI, agora comparando com os registos de mais de 3500 bóias do sistema Argo, lançado em 2000 e que integra dois programas de observação da Terra das Nações Unidas (o Sistema de Global de Observação do Clima e o Sistema Global de Observação dos Oceanos).

As bóias do Argo andam à deriva a registar, a cada dez dias, a temperatura e salinidade da água, até quase dois mil metros de profundidade, e os dados são depois enviados por satélite para terra. Por ano, o Argo faz mais de cem mil medições.

Para as mesmas localizações, profundidades e altura do ano, a equipa comparou os registos do Challenger e do Argo. Até 1800 metros de profundidade, encontraram-se sinais de aquecimento, diz ainda a equipa.

Até agora, a comunidade científica estava convencida de que quase todo o excesso de calor (90%) acrescentado à Terra tinha começado a ser armazenado nos oceanos a partir da década de 1960, também alvo de análise neste estudo. “Além de sublinhar a importância científica da expedição do Challenger e do programa Argo, este estudo indica que, do ponto de vista global, os oceanos estão a aquecer pelo menos desde o final do século XIX ou início do século XX”, acrescentam os cientistas.

Para Dean Roemmich, que é vice-presidente da equipa de coordenação internacional do Argo, esta descoberta contribuiu para deslindar o quebra-cabeças do clima da Terra. Citado numa nota de imprensa da sua instituição, o cientista considera que este artigo ajuda a interpretar os registos do aumento do nível do mar, a par do degelo: ao aquecer, a água do mar expande-se, o que se traduz também numa subida do mar.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1540479
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Apresentado plano de gestão da candidatura da Arrábida a Património Mundial
03.04.2012

Conciliar a preservação do património natural e cultural com as actividades socioeconómicas é o principal objectivo do Plano de Gestão da Candidatura da Arrábida a Património Mundial, cujo esboço foi apresentado nesta segunda-feira.

http://ecosfera.publico.pt/viewimages.a ... &w=230&h=0
A candidatura da Arrábida a Património Mundial deverá ser formalmente entregue no último trimestre de 2012

A estrutura do documento, ainda em fase de elaboração, foi apresentada durante uma reunião da comissão de acompanhamento e fórum da candidatura, que juntou cerca de uma centena de participantes no Auditório Municipal Charlot, em Setúbal.

“O plano de gestão, que faz parte dos requisitos da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], é tão ou mais importante do que a parte inicial do processo de adesão, da criação da comissão de honra, da definição dos objectivos dos vários itens considerados no bem a proteger”, disse à Lusa a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira.

“É preciso fazer um plano de gestão para definir como se vai operacionalizar isto tudo, e como se vai gerir este bem da humanidade” que é a serra da Arrábida, acrescentou a autarca setubalense.

Além da apresentação da estrutura do plano de gestão, encomendado a uma empresa privada, a Associação de Municípios de Setúbal e as câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal vão avançar este mês com diversas sessões públicas, nas quais esperam recolher alguns contributos da população para melhorar a candidatura.

A candidatura mista da Arrábida a Património Mundial, que contempla seis dos dez critérios da UNESCO - quatro critérios sobre o património natural e dois critérios sobre o património cultural - deverá ser formalmente entregue pelo Estado português à UNESCO no último trimestre deste ano.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1540589
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Penela vai reflorestar 1700 hectares depois de incêndios de Março
10.04.2012

A Câmara Municipal de Penela está a preparar um plano para a recuperação dos cerca de 1700 hectares de floresta destruídos pelos incêndios de há duas semanas, propondo aos proprietários privados o regresso às espécies autóctones.

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Os fogos consumiram matos e eucaliptos

O concelho foi atingido a 28 e 29 de Março por dois fogos, em S. João do Deserto e em Tola, que consumiram mato e eucaliptos. Agora a autarquia quer plantar espécies autóctones, como o castanheiro, o carvalho e o medronheiro.

“O que vamos fazer é um plano para reflorestar a área ardida, identificando o que ardeu e as espécies a plantar”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, António Alves.

Do levantamento já efectuado pela autarquia, concluiu-se que o primeiro incêndio consumiu cerca de 900 hectares de floresta e o segundo perto de 800 hectares de eucaliptal e mato, praticamente tudo propriedade privada.

“Não queremos que o eucalipto acabe definitivamente (no concelho), mas vamos sugerir aos proprietários que façam a reflorestação com espécies autóctones”, disse o autarca.

A devastação do concelho levou ao aparecimento no Facebook de um movimento pela reflorestação das zonas ardidas, com algumas empresas a prontificarem-se para oferecer árvores.

“Se houver particulares que aceitem, podemos criar, inclusive, um regime de voluntariado para colaborar na plantação das árvores”, sublinhou o autarca, que pretende “envolver todos os parceiros da Câmara” e os proprietários florestais.

O plano de reflorestação que está a ser preparado, acrescentou, irá incluir regras (que já constam da lei), como a delimitação do espaço mínimo que deve existir entre as árvores e as habitações (a 50 metros de habitações isoladas e a cem metros de aglomerados urbanos) e da rede viária (dez metros de cada lado).

“Devia haver um plano de ordenamento da floresta, que precisa de ser ordenada e cadastrada. Há muitos terrenos que ninguém sabe de quem são”, criticou o autarca do PSD, que diz “desconhecer por que razão se encontra suspenso” o Plano Regional de Ordenamento da Floresta para o Pinhal Interior Norte (PROFPIN).

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1541509
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Maior insecto subterrâneo da Europa é do Algarve
11.04.2012

O maior insecto subterrâneo terrestre da Europa foi descoberto em quatro grutas do Algarve pela bióloga Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro. A palavra “maior” traduz-se num corpo de três centímetros de comprimento e, se contarmos as antenas e as estruturas sensoriais no fim do abdómen para se orientar na escuridão, então chega aos dez centímetros.

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http://imagens.publico.pt/imagens.aspx/ ... 4087,51265

Pertence ao grupo de insectos conhecidos por peixinhos-de-prata ou traças-dos-livros, embora tenha outro habitat: as grutas, onde nunca vê a luz do dia, pelo que não tem olhos e é esbranquiçado. Com o nome científico Squamatinia algharbica, é um novo género e nova espécie para a ciência, agora descrito na revista Zootaxa. “Vive apenas nas grutas do Algarve e não sobrevive no exterior”, explica a bióloga numa nota da universidade, considerando que é “uma relíquia biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações climáticas, refugiado no meio subterrâneo”.

O que come? “Não sabemos ao certo, mas foram observadas células vegetais no seu conteúdo estomacal”, responde-nos a bióloga. Com este insecto, Sofia Reboleira, de 31 anos, a fazer doutoramento, já tem no currículo, desde 2006, a descoberta de sete novas espécies em vários locais de Portugal, todas de animais cavernícolas.

E por que a fascinam eles tanto? “Normalmente, os animais confinados a este meio têm grandes padrões de endemismo, ou seja, só existem naquele local. Muitos são relíquias biogeográficas, que já não têm parentes à superfície”, frisa. “São muito raros também. Ao não haver luz, não há fotossíntese e os alimentos são muito escassos. Por isso, as populações têm de ser muito reduzidas.”


http://www.publico.pt/Ci%EAncias/maior- ... cosfera%29
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Portugal mantém 57% do território em seca extrema
18 de Abril de 2012

Portugal continental mantém-se com 57 por cento de seca extrema e 42 por cento severa, segundo o Instituto de Meteorologia (IM), que já classificou a seca deste ano como pior do que a de 2005.

De acordo com o relatório quinzenal do IM, “em 15 de abril mantinha-se a situação de seca meteorológica em todo o território continental nas duas classes mais graves: 42% em seca severa e 57% em seca extrema”.

O IM admite que o cenário “mais provável” é que se mantenha a situação de seca meteorológica no final do mês, “mas com um desagravamento da sua severidade, nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela”.

Numa comparação à situação de seca entre janeiro e 15 de abril de 2011-12 e 2004-05, o Instituto de Meteorologia afirma que verificou-se este ano “uma situação mais gravosa do que em 2005, em termos de percentagem”.

Contudo, ressalva que “as regiões do Sul em 2005 apresentavam uma situação mais grave do que em 2012, com toda a região em seca extrema”, o que não se verifica agora.

O índice utilizado para medir a dimensão da seca tem nove níveis, que variam entre chuva extrema e seca extrema. Antes da seca extrema há a severa, a moderada e fraca.

O IM refere que nos últimos 10 anos a situação de seca mais grave que ocorreu foi no período de novembro 2004 a fevereiro de 2006.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=568739
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Cientistas dizem que África está em cima de um enorme reservatório de água
20.04.2012

O continente africano tem 100 vezes mais água debaixo do solo, armazenada em aquíferos, do que à superfície, revela o primeiro estudo que fez mapas dos recursos hídricos subterrâneos de África, publicado nesta sexta-feira na revista Environmental Research Letters.

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Em África existem mais de 300 milhões de pessoas sem acesso a água potável

O volume de água nos aquíferos é estimado em 0,66 milhões quilómetros cúbicos, mais de 100 vezes os recursos à superfície e 20 vezes mais do que a água armazenada nos lagos africanos, dizem os investigadores do Serviço geológico britânico (BGS, sigla em inglês) e do Departamento de Geografia da Universidade College London (UCL).

As maiores reservas de água encontram-se nos aquíferos do Norte de África, como a Líbia, Argélia, Egipto e Sudão. “Muitos destes aquíferos do Sara não são recarregados, mas foram-no há mais de 5000 anos, quando o clima na região era mais húmido”, escrevem os autores do artigo.

Em África, onde existem mais de 300 milhões de pessoas sem acesso a água potável, os aquíferos são a maior fonte de água para beber. “Apesar disso, existe pouca informação quantitativa sobre os recursos subterrâneos e estes são omitidos das avaliações sobre a disponibilidade de água potável”, escrevem os autores no artigo. Agora, os investigadores britânicos afirmam ter produzido os primeiros mapas da água escondida debaixo do solo, à escala do continente, com base em mapas, publicações e no estudo de 283 aquíferos.

De momento, apenas 5% dos solos aráveis de África são irrigados. Mas nas próximas décadas, prevê-se um maior consumo de água para tentar aumentar a área de produção agrícola alimentar, ainda que num contexto em que a precipitação será mais instável por causa das alterações climáticas.

Os investigadores salientam que “os aquíferos respondem muito mais lentamente às condições meteorológicas do que a água à superfície, sendo uma barreira natural à variabilidade climática, incluindo a seca”.

No entanto, advertem, nem toda esta água pode ser extraída. “Grandes projectos de extracção de água, através de furos, não deverão avançar sem um conhecimento aprofundado das condições locais dos aquíferos”, disse à BBC o principal autor do estudo, Alan MacDonald, do BGS. Os autores temem que, por causa da falta de chuva, a exploração a larga escala possa esgotar estas reservas de água. “Furos bem concebidos e em locais apropriados, para pequenos abastecimentos em zonas rurais, podem ter sucesso”, acrescentou.

Helen Bonsor, também do BGS, considerou à BBC que “com uma exploração cuidadosa, há água subterrânea suficiente para suportar baixos abastecimentos de água para beber e irrigação”.

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Derrame de óleo queimado em ribeira da Marinha Grande afecta 40 patos
20.04.2012

O derrame de óleo queimado na Ribeira das Bernardas, na Marinha Grande, terá afectado cerca de 40 patos que tiveram de ser retirados da linha de água. O autor do derrame incorre numa multa que pode ir até 20 mil euros.

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Cerca de 40 patos foram afectados pelo derrame de óleo queimado na Ribeira das Bernardas

A mancha de óleo foi detectada na manhã de quinta-feira e afectou uma parte significativa da população de patos existente no troço da ribeira em Casal do Malta, na Marinha Grande, segundo uma nota da câmara.

Em comunicado, a autarquia diz que as operações de limpeza envolveram 19 trabalhadores e oito viaturas, incluindo um auto-tanque para a aspiração do poluente. A água vai continuar a ser monitorizada e caso seja necessário será feita uma nova aspiração, por uma empresa especializada. O serviço custou à câmara mais de 1800 euros, que serão debitados ao prevaricador.

O autor do derrame, que foi identificado pelas autoridades, vai também ser alvo de um processo de contra-ordenação e incorre numa multa até 20 mil euros.

Os 40 patos recolhidos estão em recuperação no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios, para serem depois devolvidos à Ribeira das Bernardas.

Fonte da Câmara da Marinha Grande disse que foi a primeira vez que se registou uma descarga ilegal com esta dimensão naquela ribeira. Os elementos do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR recolheram amostras do poluente para análise.

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Ursos polares têm mais 450 mil anos do que se pensava
20.04.2012

Afinal, o urso polar existe como espécie há 600 mil anos. Um novo estudo genético permitiu descobrir que este animal emblemático do Árctico é assim mais antigo - em 450 mil anos - do que se supunha, conclui um artigo na revista Science.

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Fêmea e crias num dos restos do gelo no mar de Barents, no final de Julho

Até agora, pensava-se que o urso polar (Ursus maritimus) era uma espécie que descendia do seu “primo” urso pardo (Ursus arctos). Na verdade, artigos científicos anteriores sobre os ursos polares e os ursos pardos relataram semelhanças no seu ADN mitocondrial (herdado só da mãe e que contém apenas uma porção pequena de todo o genoma). Por causa disso, assumiu-se que a espécie árctica era descendente dos seus primos castanhos e que tinha surgido entre há 166 mil e 111 mil anos, o que implicava que teria sido obrigada a adaptar-se rapidamente às condições exigentes do Árctico.

Nesta nova investigação, Frank Hailer, do Centro de Investigação para o Clima e Biodiversidade alemão (BiK-F), e os seus colegas quiseram fazer um estudo genético mais completo: analisaram o ADN do núcleo das células de 19 ursos polares, 18 ursos pardos e sete ursos negros (Ursus americanus).

As diferenças detectadas entre os genomas indicam agora que as duas primeiras espécies “divergiram de um antepassado comum há 600 mil anos”, diz em comunicado o Conselho Superior de Investigações Científicas espanhol (CSIC), que participou na investigação. Essa altura era marcada por eventos climáticos de arrefecimento da Terra, que poderão assim estar associados à origem do urso polar, defendem os cientistas.

O estudo sugere também que a adaptação da espécie às alterações climáticas foi um processo lento e não rápido, como anteriormente se supunha.

Agora, com a temperatura média da Terra a aumentar, os ursos polares poderão não ter tempo suficiente para se adaptar. “Se perdermos o urso polar na nossa era, devemos perguntar-nos até que ponto dificultámos a sua sobrevivência, já que ele foi capaz de resistir a outras épocas mais quentes no passado”, disse Jennifer Leonard, da Estação Biológica de Doñana, do CSIC. A espécie está ameaçada pelo desaparecimento do habitat, por causa do degelo glacial. Isto obriga os ursos polares “a colonizar regiões habitadas por humanos, onde a sua sobrevivência se vê comprometida”, referiu Leonard.


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