Opõe-se a refinaria perto da fronteira

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serges
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Opõe-se a refinaria perto da fronteira

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bloco de esquerda de portalegre opõe-se a refinaria perto da fronteira
03.04.2009
lusa

o bloco de esquerda (be) de portalegre afirmou-se hoje preocupado com os impactos negativos, na qualidade do ar da região alentejana e da água do rio guadiana, decorrentes da instalação de uma refinaria na extremadura espanhola.

“estamos preocupados com as questões de saúde pública do lado português e com o facto de o projecto da refinaria balboa poder pôr em causa o próprio alqueva”, disse hoje à agência lusa paulo cardoso, do be de portalegre.

o responsável da coordenadora distrital de portalegre do bloco de esquerda argumentou que o projecto, cuja consulta pública em portugal terminou a 24 de fevereiro, sobre os impactos transfronteiriços, “ainda pode afectar o norte alentejano ao nível das emissões atmosféricas”.

“e, para nós, é também uma preocupação os impactos que a refinaria pode trazer para os outros distritos do alentejo, évora e beja, e mesmo para as povoações espanholas da região de badajoz”, acrescentou.

conferência amanhã em évora

as implicações e consequências para o ambiente e a saúde pública no alentejo e extremadura espanhola decorrentes do projecto serão abordadas sábado, em elvas (portalegre), às 16h00, numa conferência-debate promovida pelo be.

a iniciativa, segundo paulo cardoso, vai contar com a participação de miguel portas, eurodeputado e cabeça-de-lista do be ao parlamento europeu, de outros dirigentes do bloco, um representante do partido izquierda unida, autarcas locais e de associações ambientalistas portuguesas e espanholas.

“a consulta pública sobre este projecto já terminou, mas portugal ainda não emitiu o seu parecer final e queremos chamar a atenção e alertar as pessoas para este grave atentado à biodiversidade e à qualidade de vida do alentejo e da extremadura espanhola”, justificou paulo cardoso.

o bloco de esquerda de portalegre, que ainda tem “esperança” de que o projecto seja impedido, argumenta que a refinaria irá também “piorar a qualidade da água do guadiana, que já tem muita poluição, e prejudicar os projectos turísticos previstos para alqueva”.

parecer do governo em breve

no final de fevereiro, a assembleia municipal de elvas aprovou uma moção, da iniciativa do deputado municipal do be luís pedras, em que se manifesta contra a instalação da refinaria.

projectada para santos de maimona, na província de badajoz (extremadura), a cerca de 100 quilómetros da fronteira com portugal e a metade da distância da albufeira de alqueva, a refinaria balboa tem originado críticas dos dois lados da fronteira.

o primeiro-ministro, josé sócrates já sustentou que a refinaria não deverá ser construída “se puser em causa os valores ambientais” de alqueva.

o ministro do ambiente, francisco nunes correia, em declarações aos jornalistas a 30 de março, remeteu para, “no máximo”, dentro de “duas semanas” a divulgação do parecer da tutela sobre o impacte ambiental da refinaria em território português.
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