in publicoarquitecto premiado com ilha de faro sem carros e casas ao monte
arquitecto premiado com ilha de faro sem carros e casas ao monte
03.04.2009
idálio revez
daqui a muitos anos, talvez um século, a ilha de faro deixará de ter carros a circular, prédios de dois e três pisos, casas de férias amontoadas e as pessoas andarão só a pé, de bicicleta ou em pequenos transportes movidos a energia renovável. utopia? talvez sim, talvez não. depende da vontade política em levar à prática a proposta que venceu o concurso de ideias para a requalificação e ordenamento da frente de mar da praia de faro.
o arquitecto nuno brandão costa foi o vencedor entre 28 concorrentes, incluindo seis equipas estrangeiras - três de espanha e três da finlândia. o presidente da câmara de faro, josé apolinário, na entrega dos prédios, salientou que é "tempo de acabar com os tabus sobre a praia de faro". a visão "estratégica" que defende para a cidade, afirmou, passa pela requalificação da frente de mar e zona ribeirinha.
durante os próximos 20 dias vão estar em exposição no centro comercial atriumfaro, os vários olhares dos arquitectos concorrentes sobre a forma de como deve ser encarada a ilha de faro, que por mais de uma vez já viu o cordão dunar a ser transposto pelo mar. nuno brandão costa defende que o futuro daquela praia passa por, "ao longo do tempo, ir renaturalizando a ilha, retirando-lhe construção até atingir o seu ponto primitivo". esta é uma proposta que "tem um lado relativamente utópico, mas é para isso que servem os concursos de ideias", sublinhou o arquitecto, acrescentando que o seu projecto transmite uma visão a 100 anos.
a câmara, no curto prazo, pretende que a intervenção na frente de mar, que prevê a demolição de algumas casas em situação de risco, seja acompanhada da requalificação do espaço público. para isso conta com o apoio do programa polis da ria formosa. o arquitecto, do lado "mais realista" do projecto, procurou encontrar "alguma funcionalidade que se adaptasse ao imediato", como, por exemplo, retirar os carros da ilha e criar praças e pequenos percursos paralelos ao mar. para isso preconiza a construção de um parque de estacionamento junto ao aeroporto, para cerca de dois mil lugares.
a velha ponte seria substituída por uma outra, que permitisse a circulação de carros eléctricos, bicicletas e pessoas a pé. o tráfego de viaturas na ilha só em circunstâncias especiais e de emergência. brandão costa, sobre a situação actual, salienta que "a densidade de construção é tal que não deixa avistar o mar e a pessoa quando lá chega nem se apercebe que está numa ilha".
no que diz respeito às casas que terão que ir abaixo, como prevê o plano de ordenamento da orla costeira, o arquitecto considera que essa é uma questão que "não passa só pelo projecto". à medida que as casas venham a ser demolidas prevê-se que as pessoas não sejam realojadas. a opção urbanística pode passar pela construção na ilha, em pequenos pólos, "num programa estrategicamente definido, articulado com os espaços públicos", e não no sentido "relativamente caótico" em que actualmente se encontra.
o alcatrão da estrada é para substituir por pavimento permeável. a médio e longo prazo prevê-se que a duna venha a crescer, depois de um processo de renaturalização que passa por "limpar" a primeira frente de casas, junto ao mar.
o projecto vencedor recebeu um prémio de 15 mil euros. o júri distinguiu ainda nuno carrôio, com o segundo lugar, e francisco pelica de freitas, na terceira posição.
Arquitecto premiado com ilha de Faro sem carros
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Re: Arquitecto premiado com ilha de Faro sem carros
com o aumento do nível médio das águas, a natureza vai tratar do desalojamento e as casas viram a baixo, mais tarde ou mais sedo. uma coisa que também vai ditar o abandono dessas mesmas casas é os impostos, que na minha óptica são bem aplicados, pois estas casas estragaram toda a beleza litoral e na sua maioria são clandestinas e estão em terrenos no estado ou seja em terrenos que são de todos nós. vamos ter esperança, por esse dia e já temos alguns bons exemplos como foi o caso do portinho da arrábida, que era um autentico bairro da lata.
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