por thiago romero
agência fapesp – um projeto multidisciplinar desenvolvido na escola politécnica (poli) da universidade de são paulo (usp) deu origem a um método inovador para a produção de areia e rochas britadas de alto desempenho mecânico.
os produtos foram extraídos do entulho produzido na construção civil que, normalmente, ou é reciclado por usinas para gerar produtos de baixo valor agregado ou vai parar em aterros sem qualquer tipo de reúso.
segundo os coordenadores do estudo que gerou a inovação, vanderley john, professor do departamento de engenharia de construção civil, e carina ulsen, pesquisadora do laboratório de caracterização tecnológica, a melhor destinação da areia e da brita geradas pelo processo é o uso em concreto estrutural para construção de casas e edifícios, com exceção da aplicação em pontes.
"a areia e a brita desenvolvidas pelo estudo, cujos resultados foram obtidos pela união de conhecimentos de duas grandes áreas da poli, as engenharias civil e de minas, podem ser utilizadas em construções que necessitam de um desempenho mecânico maior que 25 megapascal – o índice mínimo de resistência do concreto estrutural exigido pelas normas técnicas", disse carina ulsen à agência fapesp.
para o beneficiamento do entulho, os resíduos foram separados de acordo com características físicas e químicas. a validação do método foi realizada com diferentes tipos de resíduos, cujas amostras foram coletadas em aterros de são paulo, rio de janeiro, macaé (rj) e maceió (al).
"infelizmente, ainda não podemos entrar em detalhes sobre as técnicas de beneficiamento mineral utilizadas. os resultados, sobretudo os obtidos com a areia, que também poderá ser usada em argamassas para acabamentos finos, ainda são muito recentes e o processo ainda não foi patenteado", explica carina.
a pesquisadora garante, no entanto, que a areia e a brita geradas pelo estudo têm características superiores ao agregado reciclado, atualmente empregado na pavimentação de ruas e estradas, que é produzido por usinas de reciclagem no país. "essas indústrias normalmente trituram grandes blocos de concreto, gerados quando uma edificação é demolida, para chegar a uma granulometria adequada para a pavimentação."
"com o novo processo, temos condições de beneficiar tanto as sobras da construção civil como os blocos de demolição, apontando, em porcentagens, a quantidade do produto final, que é de baixa porosidade e poderá ser utilizado para a produção de concreto estrutural", disse.
segundo dados do departamento nacional de produção mineral (dnpm), são gerados cerca de 70 milhões de toneladas por ano de resíduos da construção civil e da demolição. "estima-se que menos de 20% desse volume seja hoje reciclado", disse carina.
o trabalho, realizado em parceria com pesquisadores do centro de tecnologia mineral (cetem) e da universidade federal de alagoas (ufal), foi desenvolvido com recursos da financiadora de estudos e projetos (finep) e do centro de pesquisas da petrobras (cenpes).
http://www.agencia.fapesp.br/materia/84 ... cladas.htm
Edificações recicladas
-
Autor do tópico - Membro Platinium
- Mensagens: 3727
- Registado: terça mai 30, 2006 8:19 pm
- Localização: Montijo/PORTUGAL
Edificações recicladas
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16
Sócio ANE Nº 16
-
Autor do tópico - Membro Platinium
- Mensagens: 3727
- Registado: terça mai 30, 2006 8:19 pm
- Localização: Montijo/PORTUGAL
Re: Edificações recicladas
pois é quando se fala de reciclagem disto e daquilo, que achamos muito bem mas esquecemos, que o melhor mesmo, era deixar de produzir esses produtos, que na grande maioria nunca mais irão voltar ao seu estado inicial. neste contexto podemos incluir o betão armado, que nas demolições do século passado eram raras, mas neste século continuam a ser cada vez mais frequentes e o betão armado vai encher as covas deixadas pelas explorações de barro, areias e pedreiras, ficando ali a devolver o aspecto anterior à exploração.
este artigo que é apresentado mostra que se pode dar um papel contínuo ao betão, que depois de partido poderia ser aproveitado como inertes mais finos e mais grosso, substituindo assim a areia e a brita nas construções novas.
este artigo que é apresentado mostra que se pode dar um papel contínuo ao betão, que depois de partido poderia ser aproveitado como inertes mais finos e mais grosso, substituindo assim a areia e a brita nas construções novas.
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16
Sócio ANE Nº 16