Relatório sobre biocombustíveis causa polêmica na União Euro

Local para troca de conhecimentos e discutir assuntos relacionados com os biocombustíveis líquidos tais como biodiesel, ovd, bioetanol, metanol, etc…
Responder

Autor do tópico
Tó Miguel
Membro Platinium
Membro Platinium
Mensagens: 3727
Registado: terça mai 30, 2006 8:19 pm
Localização: Montijo/PORTUGAL

Relatório sobre biocombustíveis causa polêmica na União Euro

Mensagem por Tó Miguel »

bruxelas (afp) - especialistas da união européia criticaram as propostas do bloco para promover o uso de biocombustíveis nos transportes, afirmando que seus custos superam os benefícios, segundo um documento interno da comissão européia ao qual a afp teve acesso nesta sexta-feira.

publicidade

segundo o estudo elaborado por um centro de pesquisas financiado por bruxelas, o aumento de 10% no uso de biocombustíveis utilizados nos transportes na ue até 2020 teria um custo enorme para os contribuintes estimado entre 35 bilhões e 65 bilhões de euros (48 bilhões a 95 bilhões de dólares).


imediatamente, a comissão européia saiu em defesa da iniciativa, assegurando que o relatório em questão é um dos vários com os quais conta bruxelas e que o balanço global é favorável à idéia de impulsionar os biocombustíveis.


"economicamente falando há apenas uma opção: os biocombustíveis. é bom para o meio ambiente, é bom para o transporte e é bom para a agricultura européia", disse o porta-voz da comissão para questões energéticas, ferran tarradellas.


no entanto, a polêmica em torno do desenvolvimento maciço ou não desta fonte de energia renovável, que tem o brasil como um dos maiores produtores mundiais, está instalada há algum tempo na ue e foi reforçada por este estudo.


"o que mostra a análise do custo-benefício é que há caminhos melhores do que produzir biocombustíveis para se obter a redução dos gases causadores do efeito estufa e melhorar a segurança do abastecimento", indica o documento.


"os custos dos biocombustíveis da ue superam os benefícios", acrescentam os especialistas, que advertem também sobre a conveniência de utilizar grandes extensões de terra cultiváveis com esse objetivo, por exemplo, dedicando-as ao plantio da cana-de-açúcar.


o relatório conclui que utilizando os mesmos recursos financeiros e por meio do desenvolvimento da biomassa, a ue pode conseguir reduzir de forma significativa suas emissões de gases causadores do efeito estufa.


a meta de 10% de biocombustíveis no consumo de combustíveis dos transportes na ue foi estabelecida em março de 2007 pelos chefes de estado e de governo do bloco. atualmente, essa percentagem chega a 3%, o triplo de 2005.


para alcançar essa cifra, a ue deverá aumentar sua produção, mas também importar biocombustível, uma possibilidade que interessa muito à américa latina, onde os cultivos dedicados a esse fim aumentam a passos largos.


esta expansão despertou preocupação entre os grupos ambientalistas por suas possíveis conseqüências negativas, e em novembro passado eurodeputados e associações indígenas e agrárias latino-americanas exigiram em bruxelas uma moratória para o desenvolvimento dos biocombustíveis.


o fundo monetário internacional (fmi) havia expressado um mês antes sua inquietude pelo impacto de uma utilização maior de cereais para a fabricação de combustíveis "verdes" sobre os preços dos produtos alimentícios, sobretudo nos países pobres.


o fmi também questionou as vantagens econômicas para os países ricos em desenvolver a produção de biocombustíveis para enfrentar o aumento das cotações do petróleo, assegurando que "apenas o etanol brasileiro derivado da cana-de-açúcar é mais barato que a gasolina ou o etanol elaborado a partir do milho".

http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/0801 ... a_ecologia
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16

Responder

Voltar para “Biocombustíveis líquidos”