Energia nuclear transforma-se em moda no Norte de África

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luimio
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Energia nuclear transforma-se em moda no Norte de África

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a energia nuclear com fins pacíficos está a transformar-se numa moda na fronteira norte de áfrica como o prova o acordo esta semana entre a frança e a argélia, durante a visita do presidente francês ao país magrebino.

em argel, nicolas sarkozy subscreveu o acordo entre os dois países que vai custar 3,3 mil milhões de euros e que prevê a transferência de tecnologia, a formação e a produção de electricidade de origem nuclear e a exploração de urânio existente no sul da argélia.

«partilhar a energia nuclear civil será um dos fundamentos do pacto de confiança que o ocidente deve estabelecer com o mundo muçulmano», afirmou sarkozy.

este é já o quarto compromisso nuclear promovido no norte de áfrica por frança, que acentua a sua influência na região no mesmo dia em que o presidente francês apelou ao apoio dos países banhados pelo mar mediterrânico ao seu projecto da união mediterrânica.

em julho, em visita à líbia, o chefe de estado francês subscreveu um memorando sobre a construção de um reactor de dessalinização da água do mar.

na altura, a edição digital do jornal espanhol el país acrescentou que a multinacional francesa na área da energia nuclear, areva, poderia vir a obter concessões para extrair urânio no sul da líbia.

poucos meses depois, em outubro, o presidente francês informou, num jantar com o rei de marrocos, mohamed vi, que ambos os países lançariam «um novo grande projecto, o da engenharia nuclear civil».

através de um processo que utiliza tecnologia moderna na extracção de urânio a partir do ácido fosfático, marrocos pode vir a converter-se numa potência, uma vez que é já o maior produtor e exportador de fosfatos e as suas reservas atingem 75 por cento do total mundial.

a agência internacional de energia nuclear estima que se poderiam extrair seis milhões de toneladas de urânio, o dobro das reservas mundiais.

no ano passado, o presidente da companhia tunisina de gás e electricidade, othmane ben arfa, afirmava aos jornalistas que a tunísia iria ter a sua «primeira central nuclear em 2020» com o objectivo de produzir «900 megawatts de electricidade, o equivalente a 20 por cento das necessidades do país».

«uma central nuclear é muito importante para a tunísia num contexto energético marcado pelo aumento dos preços dos hidrocarbonetos», acrescentou, na altura, ben arfa.

no final desse ano, as autoridades tunisinas acabariam por assinar um acordo com frança sobre o uso pacífico da energia nuclear.

o egipto é o único país que não assinou qualquer compromisso com frança e que mostrou interesse em desenvolver este tipo de energia.

depois de duas décadas de suspensão do programa nuclear egípcio, devido ao acidente de chernobil, mubarak anunciou, em outubro, à agência egípcia mena, a construção de várias centrais nucleares.

o ex-inspector das nações unidas para o iraque, hans blix, sustentou hoje que o interesse demonstrado por países como o egipto, a líbia, a argélia e outros países da região em programas nucleares deve fazer reflectir sobre o problema do enriquecimento de urânio.

pelos riscos que implica o seu eventual desvio para fins militares, hans blix sugeriu a escolha de um país onde se possa operar o processo de transformação do urânio para todos.

diário digital / lusa
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