Expo2008 Saragoça

[luimio]

expo2008 vai reutilizar quase 100% da água usada no recinto

a reutilização da quase totalidade da água, auto-suficiência em termos energéticos com recurso a fontes renováveis e planos de vigilância ambiental durante a construção e desmantelamento dos edifícios são alguns dos princípios sustentáveis que a exposição internacional de saragoça 2008 pretende adoptar.
maite galvez, responsável pelo departamento de recursos ambientais da expo zaragoza 2008, sublinhou que a organização definiu várias áreas prioritárias, visando optimizar os recursos e minimizar os resíduos.

tendo como tema a «água e o desenvolvimento sustentável», a expo 2008 decidiu «reutilizar praticamente 100% da água que vai ser usada no recinto», afirmou maite galvez.

graças a sistemas inteligentes vai ser possível recolher a água usada na lavagem das mãos e encaminhá-la para os autoclismos, utilizando água «reciclada» nas descargas. os urinóis são bacteriológicos e não usam água.

na zona verde junto ao recinto (parque metropolitano de água), a rega vai ser feita através de sistemas pré-existentes que captam água do rio e dos lençóis freático, mas também através de um sistema inteligente que vai regar em função das necessidades das plantas e das condições meteorológicas, permitindo poupar até 60 por cento de água.

a cobertura vegetal do «edifício suporte» que vai acolher as exposições dos países participantes, e os espaços verdes do recinto, vão ser regados com água da chuva armazenada em cisternas.

a expo 2008 exigiu a todos os projectos um estudo ambiental prévio, com especial incidência nos materiais que vão ser usados, resíduos que serão gerados e energia consumida.

as construtoras têm de submeter aos organizadores um plano de vigilância ambiental que inclui a construção, desmantelamento e reutilização, e podem consultar uma base de dados com métodos e materiais alternativos com menos impacto sobre o ambiente.

toda a terra e coberto vegetal que foi movimentada para a construção do recinto vai ser reutilizada na construção do recinto e zonas verdes exteriores, como o parque, que se estende ao longo de 150 hectares.

devido aos elevados gastos energéticos já calculados, a expo 2008 vai tentar ser ao máximo auto-suficiente, gerando 70 a 80 por cento da energia que vai consumir através da instalação de 10.000 placas fotovoltaicas, 4.000 metros quadrados de painéis solares e dois aerogeradores.

os edifícios também seguiram, tanto quanto possível, as regras da arquitectura bioclimática, estando orientados para o rio e os ventos predominantes.

para transportar os passageiros, os autocarros serão movidos com combustíveis ecológicos (biodiesel e hidrogénio). o biodiesel vai ser produzido a partir dos óleos usados dos restaurantes, adiantou maite galvez.

as cinco toneladas de resíduos que se estima serão produzidas diariamente também vão ter um destino adequado.

além de cinco contentores para recolha diferenciada, incluindo um para líquidos, a expo2008 pretende usar materiais biocompostáveis (que não têm de ser separados do lixo orgânico) nos restaurantes, ou loiças tradicionais, evitando o uso de plásticos.

«somos a primeira exposição a quem foi atribuído um certificado iso 14000 (norma ambiental) porque fizemos um estudo ambiental de todo o projecto», salientou a mesma responsável.

diário digital / lusa