Dúvidas acerca de sistema de microgeração

[nuca]

boa tarde a todos,
o problema que gostaria de colocar é o seguinte, para fins académicos, terei de fazer um levantamento energético de 1 hospital, em que uma das medidas propostas para redução/retorno financeiro seria a instalação de um sistema de microgeração fotovoltaico.
pelas informações até agora recolhidas, informaram-me que, como não há legislação definida para sistemas que não sejam de microgeração, não poderia instalar no hospital 1 sistema em que atendesse às necessidades do hospital.
como é um edifício de grandes dimensões, inicialmente estaria a pensar alimentar apenas a iluminação exterior (é de cerca 30kw) ou alguma das unidades desse mesmo hospital. acontece que 1 sistema de microgeração para solucionar este problema, apenas seria "uma gota no oceano", o que me fez pensar ligar o sistema apenas à rede, visto que também o sistema ficaria 1 pouco mais barato por não ter baterias, reguladores de cargas e controladores. mas mensalmente haveria 1 retorno de cerca de 300€ (o que só após cerca de 8 anos depois, é que traduzia em lucro).
daqui, gostaria de colocar 3 questões:

1: é ou não possível implementar 1 sistema fotovoltaico de maiores dimensões que o de microgeração para alimentar algo com as dimensões de um hospital?
2: caso não seja, seria preferível estar a alimentar umas míseras cargas (neste caso luminárias) ou efectivamente apenas a injectar na rede?
3: será economicamente viável fazer tal instalação?

qualquer tipo de dica/ajuda é bem vinda
desde já agradeço.
cumprimentos

[MacSousa]

é ou não possível implementar 1 sistema fotovoltaico de maiores dimensões que o de microgeração

sim
antes de termos a figura legal designada por microgeração já era possível produzir energia elétrica e vender à edp que, por força da lei, era e é obrigada a comprar.
no entanto aqui as regras são bem mais complicadas. a edp compra por um preço muito menor do que no caso da microgeração. o preço é definido em portaria e deve rondas os 0,10 € a edp está, acima de tudo, vendedora. então retarda todo o processo. uma das técnicas é dispor um ponto de intercepção bem distante do local de produção. o produtor da energia gtem de a entregar num ponto de intercepção com a rede designado pela edp (ou ren?). nada fácil contruir a linha até esse local.
este procedimento geralmente só compensa em sistemas com uma capacidade de produção relativamente grande. bom exemplo disso são as mini-hídricas.
cumprimentos

[nuca]

já fiquei a entender melhor o processo.
assim sendo não faria muito sentido instalar um sistema acima do de microgeração num hospital,certo?ou até mesmo o de microgeração. para ganhar 300€/mês numa instituição como é o hospital, é mesmo uma ninharia.
em questões de renováveis, acho que possivelmente faria mais sentido apenas o solar térmico em vez do solar fotovoltaico.
os melhores cumprimentos

[MacSousa]

possivelmente faria mais sentido apenas o solar térmico

julgo que sim. não diria apenas mas principalmente o solar térmico. por duas razões principais:
1- num hospital gasta-se imensa água quente
2 - não se está dependente de burocracias. o sol aquece a água e a poupança económica é directamente proporcional à energia térmica captada.
cumprimentos

[nuca]

pois, pensando melhor, tem mais lógica assim...
obrigado pelo ponto de vista

[DJGH]

caro nuca,
deixe-me acrescentar mais alguma informação:

o d.l.363/2007 veio agilizar o processo de ligações à rede de sistemas electroprodutores de energias renováveis, mas para isso limitou a sua potência a 5,75 kw e chamou de microprodução. essa, se pretender mais informações consulte o site www.renovaveisnahora.pt

antes desta legislação específica existia outro conjunto de leis e decretos que tornava possível ligar à rede sistemas electroprodutores de fontes renováveis que podia num primeiro escalão de remuneração até 5 kw, e o segundo até 100 kw. essas remunerações estavam na ordem dos 45 €/kwh e de 34 €/kwh repectivamente (se não me engano). os pedidos de licenciamento para estas instalações (muuuuito burocráticos) estiveram, e ainda estão, suspensos ou abertos só para situações muito específicas. esta legislação não foi revogada pela entrada do 363/2007, pelo que ainda é possível a execução destas instalações de electroprodução.
veja o que diz a dgge no seu site:
"no caso de se tratar de produção em regime especial, cogeração e renováveis, com venda da totalidade da energia eléctrica produzida à rede pública, a legalização das instalações é feita pela direcção geral de energia e geologia (dgeg) e baseada no rlie – regulamento de licenças para instalações eléctricas e na legislação específica daquelas áreas.
o decreto-lei nº 312/2001, de 10 dezembro, regula as questões relacionadas com a ligação à rede pública, constando dos seus anexos, a documentação necessária para desenvolver o processo."
aconselho-o portanto a entrar em contacto com a dir. geral de energia e geologia e expor o seu caso.

[nuca]

muito obrigado pelo esclarecimento prestado..
cumprimentos