aspectos a considerar na aquisição de um kit
Enviado: quinta jun 21, 2007 9:49 am
trata-se aqui de tentar distinguir um kit suficiente e eficiente antes de gastar o dinheiro.
de acordo com a problemática identificada para a queima de ovd em motores diesel existem 2 níveis aos quais um kit tem que responder, a saber:
1.º - ao nível da circulação do ov desde o tanque até à bomba de injecção;
2.º - ao nível da injecção.
daqui decorre que um kit de 1 depósito deve, para responder eficazmente ao 1.º, aquecer rápida e eficazmente o óleo no interior, ou imediatamente antes do filtro. e deve manter a temperatura em níveis muito próximos dos 75 ºc durante o funcionamento do carro. isto não é muito problemático, a maior parte dos kits fazem-no desde que tenham aquecimento eléctrico ou hidráulico com apoio eléctrico.
já responder eficazmente ao 2.º problema é mais complexo. e ainda por cima é aqui que existe um problema maior uma vez que, se a resposta do kit não for eficiente a atomização do combustível será deficiente e a formação de resíduos de carbono irá agravando o problema até à destruição do motor. para resolver este problema existem duas abordagens fundamentais e diferentes no seu conceito: a abordagem elsbett que consiste na adaptação do motor ao combustível e outra que consiste na adaptação do combustível ao motor.
o elsbett modifica a taragem dos injectores e as características das velas de incandescência, substituindo-as por outras maiores, mais potentes e que ficam acesas por mais tempo. estas adaptações permitem ov100 durante a maior parte do ano.
a outra abordagem referida, e que foi aqui brilhantemente implementada por dois moderadores do fórum, o [***************] e o hynek, consiste num dispositivo de aquecimento dos tubos dos injectores para temperaturas acima dos 100 ºc, temperatura esta a que testes científicos comprovam ser a atomização do óleo vegetal idêntica ou muito próxima da do gasóleo. se adicionarmos os preconizados 2% de gasolina resolvemos ainda qualquer problema residual que se possa por no arranque de um motor com elevadas percentagens de ov. esta abordagem permite percentagens acima de 80.
resulta do acima exposto que, para subirmos acima dos 50% num kit de 1 depósito, temos que ter resolvidos, de forma eficaz e muito acelerada, os dois problemas descritos. alguns fabricantes querem fazer-nos acreditar que podemos ir a ov80 e mais sem resolver o problema da injecção, mas isso simplesmente é arriscado, com essa atitude estamos a reduzir a vida útil de um motor que foi fabricado para durar muitos milhares de km e que custou bem caro. naturalmente irão sempre aparecer pessoas dispostas a isso, mas se me dei ao trabalho de compilar esta informação foi para cada um poder julgar por si.
uma última palavra de aviso. alguns fabricantes, para resolver mais fácil e rapidamente o problema de fazer passar um óleo ainda frio, e por isso muito viscoso, através de um filtro que pode ter 1 mícron de malha, mudam o filtro por outro de malha mais larga e por vezes muito mais larga. importa estar também atento a isso, qualquer substituição do filtro ou adição de outro filtro, deve responder ás especificações definidas pelo fabricante da bomba de injecção e que correspondem ás do filtro que vem de fábrica sob pena de redução acentuada da vida útil da própria bomba e inevitáveis problemas de injecção que se irão degradando.
um kit de 2 depósitos parte de uma abordagem bastante diferente. como é realizada a comutação do combustível para ov quando o motor já está á temperatura de funcionamento o problema 2 não se põe desde que a injecção se faça da forma prevista num sistema bem afinado. esta abordagem requer mais componentes uma vez que se torna necessário realizar modificações no fornecimento de combustível antes do filtro e do permutador de calor e, muito provavelmente, requer também alterações no circuito de retorno no sentido de deixar o sistema lavado e pronto para o próximo arranque mais rapidamente do que o tempo necessário para queimar todo o excesso de óleo vegetal existente a jusante da electroválvula e que pode ser um bom bocado mais do meio litro. este sistema pode ser utilizado em qualquer motor de injecção de baixa pressão desde que não utilize bombas de injecção mais frágeis e também em todos os sistemas de injecção directa de alta pressão. o problema que se põe a estes últimos motores (common rail e unidades injector-bomba) é que são invenções muito recentes (ver excelente compilação do fry) e por isso ainda não foram objecto quer de estudos académicos, quer de extensa experimentação por parte da comunidade do ovd. é por esta razão que os moderadores deste fórum têm sido tão cautelosos com as recomendações relativas aos novos motores. no entanto o assunto não está esquecido nem deixará de ser objecto de uma abordagem futura. uma vez que estes novos sistemas de injecção têm todos gestão electrónica (digital seria uma expressão mais correcta) a optimização do consumo do ovd poderá ser realizada por edição dos parâmetros de gestão por parte da centralina, um procedimento já dominado por parte da comunidade do gpl. existem dados que sugerem que, pelo menos os motores pdi (sistema bomba-injector) podem funcionar dentro do esquema do kit de 1 depósito com a alteração referida e com as adaptações já descritas para estes kits.
estes novos motores, embora ainda não sejam tão fiáveis (depois eu conto-vos a anedota dos 3 engenheiros) são tremendamente interessantes e muito eficientes. analisam parâmetros tão diversos como a quantidade de ar admitido, temperatura do combustível, a rotação do motor, a exigência do condutor, e depois doseiam o combustível com até 5 injecções diferentes por ciclo realizadas a pressões próximas dos 2000 bares. se pudermos ter controle sobre estes parâmetros e sobre as decisões que a centralina toma com base neles, imaginem até onde poderíamos ir no ovd....
em conclusão, qual o kit e a percentagem que devemos escolher. quais os factores a considerar.
para responder a essa pergunta é necessário poder responder a algumas outras:
1.º qual a extensão dos percursos realizados? um condutor que sai de carro para parar na estação dos comboios mais próxima, digamos 5 km, e que depois faz apenas pequenas viagens de fim-de-semana tem dois obstáculos grandes. durante a semana o carro mal aquece, e não é durante os fins-de-semana, a menos que viaje bastante, que vai conseguir amortizar os valores necessários á aquisição e instalação de um kit. estes condutores devem ficar-se pelo ov30, que é de resto já um valor ambientalmente bastante amigável.
no caso de fazer viagens grandes aos fins-de-semana já pode ser interessante mandar instalar um aquecedor e alterar o retorno ficando assim o veículo apto para o ov50.
2.º qual o tipo de circuito realizado? em circuito urbano, embora o motor aqueça rapidamente, as baixas velocidades médias e os longos períodos ao ralenti não são muito saudáveis para um motor a gasóleo, quanto mais a ov. aqui o que sucede é que existe um maior perigo de contaminação do óleo lubrificante devido a uma queima menos completa, provocada por uma menor carga aplicada. também nestas circunstâncias é mais prudente ficar pelos valores acima preconizados.
circuitos de estrada com mais de 20 km, viagens frequentes na auto-estrada, muitos quilómetros todos os dias, não há que hesitar, um kit amortiza-se muito rapidamente.
mas não tenhamos ilusões, a agricultura, tal como é realizada hoje em dia, é uma das actividades mais poluentes realizada pelo homem, e a menos que se continue o abate das florestas húmidas sul-americanas e asiáticas será difícil substituir ainda que metade dos combustíveis fósseis que consumimos actualmente. isto não é sustentável e deixa-nos ainda um passo mais próximo da catástrofe. a utilização dos biocombustíveis é apenas um mero paliativo enquanto novas soluções técnicas não se desenvolvem e ficam mais acessíveis.
saúde da boa!
de acordo com a problemática identificada para a queima de ovd em motores diesel existem 2 níveis aos quais um kit tem que responder, a saber:
1.º - ao nível da circulação do ov desde o tanque até à bomba de injecção;
2.º - ao nível da injecção.
daqui decorre que um kit de 1 depósito deve, para responder eficazmente ao 1.º, aquecer rápida e eficazmente o óleo no interior, ou imediatamente antes do filtro. e deve manter a temperatura em níveis muito próximos dos 75 ºc durante o funcionamento do carro. isto não é muito problemático, a maior parte dos kits fazem-no desde que tenham aquecimento eléctrico ou hidráulico com apoio eléctrico.
já responder eficazmente ao 2.º problema é mais complexo. e ainda por cima é aqui que existe um problema maior uma vez que, se a resposta do kit não for eficiente a atomização do combustível será deficiente e a formação de resíduos de carbono irá agravando o problema até à destruição do motor. para resolver este problema existem duas abordagens fundamentais e diferentes no seu conceito: a abordagem elsbett que consiste na adaptação do motor ao combustível e outra que consiste na adaptação do combustível ao motor.
o elsbett modifica a taragem dos injectores e as características das velas de incandescência, substituindo-as por outras maiores, mais potentes e que ficam acesas por mais tempo. estas adaptações permitem ov100 durante a maior parte do ano.
a outra abordagem referida, e que foi aqui brilhantemente implementada por dois moderadores do fórum, o [***************] e o hynek, consiste num dispositivo de aquecimento dos tubos dos injectores para temperaturas acima dos 100 ºc, temperatura esta a que testes científicos comprovam ser a atomização do óleo vegetal idêntica ou muito próxima da do gasóleo. se adicionarmos os preconizados 2% de gasolina resolvemos ainda qualquer problema residual que se possa por no arranque de um motor com elevadas percentagens de ov. esta abordagem permite percentagens acima de 80.
resulta do acima exposto que, para subirmos acima dos 50% num kit de 1 depósito, temos que ter resolvidos, de forma eficaz e muito acelerada, os dois problemas descritos. alguns fabricantes querem fazer-nos acreditar que podemos ir a ov80 e mais sem resolver o problema da injecção, mas isso simplesmente é arriscado, com essa atitude estamos a reduzir a vida útil de um motor que foi fabricado para durar muitos milhares de km e que custou bem caro. naturalmente irão sempre aparecer pessoas dispostas a isso, mas se me dei ao trabalho de compilar esta informação foi para cada um poder julgar por si.
uma última palavra de aviso. alguns fabricantes, para resolver mais fácil e rapidamente o problema de fazer passar um óleo ainda frio, e por isso muito viscoso, através de um filtro que pode ter 1 mícron de malha, mudam o filtro por outro de malha mais larga e por vezes muito mais larga. importa estar também atento a isso, qualquer substituição do filtro ou adição de outro filtro, deve responder ás especificações definidas pelo fabricante da bomba de injecção e que correspondem ás do filtro que vem de fábrica sob pena de redução acentuada da vida útil da própria bomba e inevitáveis problemas de injecção que se irão degradando.
um kit de 2 depósitos parte de uma abordagem bastante diferente. como é realizada a comutação do combustível para ov quando o motor já está á temperatura de funcionamento o problema 2 não se põe desde que a injecção se faça da forma prevista num sistema bem afinado. esta abordagem requer mais componentes uma vez que se torna necessário realizar modificações no fornecimento de combustível antes do filtro e do permutador de calor e, muito provavelmente, requer também alterações no circuito de retorno no sentido de deixar o sistema lavado e pronto para o próximo arranque mais rapidamente do que o tempo necessário para queimar todo o excesso de óleo vegetal existente a jusante da electroválvula e que pode ser um bom bocado mais do meio litro. este sistema pode ser utilizado em qualquer motor de injecção de baixa pressão desde que não utilize bombas de injecção mais frágeis e também em todos os sistemas de injecção directa de alta pressão. o problema que se põe a estes últimos motores (common rail e unidades injector-bomba) é que são invenções muito recentes (ver excelente compilação do fry) e por isso ainda não foram objecto quer de estudos académicos, quer de extensa experimentação por parte da comunidade do ovd. é por esta razão que os moderadores deste fórum têm sido tão cautelosos com as recomendações relativas aos novos motores. no entanto o assunto não está esquecido nem deixará de ser objecto de uma abordagem futura. uma vez que estes novos sistemas de injecção têm todos gestão electrónica (digital seria uma expressão mais correcta) a optimização do consumo do ovd poderá ser realizada por edição dos parâmetros de gestão por parte da centralina, um procedimento já dominado por parte da comunidade do gpl. existem dados que sugerem que, pelo menos os motores pdi (sistema bomba-injector) podem funcionar dentro do esquema do kit de 1 depósito com a alteração referida e com as adaptações já descritas para estes kits.
estes novos motores, embora ainda não sejam tão fiáveis (depois eu conto-vos a anedota dos 3 engenheiros) são tremendamente interessantes e muito eficientes. analisam parâmetros tão diversos como a quantidade de ar admitido, temperatura do combustível, a rotação do motor, a exigência do condutor, e depois doseiam o combustível com até 5 injecções diferentes por ciclo realizadas a pressões próximas dos 2000 bares. se pudermos ter controle sobre estes parâmetros e sobre as decisões que a centralina toma com base neles, imaginem até onde poderíamos ir no ovd....
em conclusão, qual o kit e a percentagem que devemos escolher. quais os factores a considerar.
para responder a essa pergunta é necessário poder responder a algumas outras:
1.º qual a extensão dos percursos realizados? um condutor que sai de carro para parar na estação dos comboios mais próxima, digamos 5 km, e que depois faz apenas pequenas viagens de fim-de-semana tem dois obstáculos grandes. durante a semana o carro mal aquece, e não é durante os fins-de-semana, a menos que viaje bastante, que vai conseguir amortizar os valores necessários á aquisição e instalação de um kit. estes condutores devem ficar-se pelo ov30, que é de resto já um valor ambientalmente bastante amigável.
no caso de fazer viagens grandes aos fins-de-semana já pode ser interessante mandar instalar um aquecedor e alterar o retorno ficando assim o veículo apto para o ov50.
2.º qual o tipo de circuito realizado? em circuito urbano, embora o motor aqueça rapidamente, as baixas velocidades médias e os longos períodos ao ralenti não são muito saudáveis para um motor a gasóleo, quanto mais a ov. aqui o que sucede é que existe um maior perigo de contaminação do óleo lubrificante devido a uma queima menos completa, provocada por uma menor carga aplicada. também nestas circunstâncias é mais prudente ficar pelos valores acima preconizados.
circuitos de estrada com mais de 20 km, viagens frequentes na auto-estrada, muitos quilómetros todos os dias, não há que hesitar, um kit amortiza-se muito rapidamente.
mas não tenhamos ilusões, a agricultura, tal como é realizada hoje em dia, é uma das actividades mais poluentes realizada pelo homem, e a menos que se continue o abate das florestas húmidas sul-americanas e asiáticas será difícil substituir ainda que metade dos combustíveis fósseis que consumimos actualmente. isto não é sustentável e deixa-nos ainda um passo mais próximo da catástrofe. a utilização dos biocombustíveis é apenas um mero paliativo enquanto novas soluções técnicas não se desenvolvem e ficam mais acessíveis.
saúde da boa!