Contra as torres eólicas no Parque Natural de Montesinho

[jossef]

o parque natural de montesinho (pnm), uma das mais emblemáticas áreas protegidas portuguesas, encontra-se de momento ameaçado pela instalação de aerogeradores ao longo das suas principais serras.
a instalação do maior parque eólico europeu, proposto pela empresa irlandesa airtricity com o apoio de autarcas locais, levaria à abertura de acessos de grande envergadura nos locais mais remotos e nobres da área protegida ameaçando os seus principais valores naturais. afectaria directamente a população de lobo-ibérico (canis lupus signatus) mais estável de portugal, perturbaria o território de caça de pelo menos 3 casais de águia-real (aquila chrysaetos) e mais importante ainda destruiria o valor derradeiro do pnm: a sua paisagem, a sua beleza agreste e indomável.
felizmente a proposta inicial de plano de ordenamento desta área protegida proíbe a instalação de torres eólicas. henrique pereira, representante do instituto da conservação da natureza e biodiversidade (icnb), veio declarar: "vale a pena ponderar o valor económico de duas alternativas: temos um valor importante que é a ideia de montesinho, jóia da coroa do país, um sitio como não há outro e essa ideia pode trazer fluxos económicos. acreditamos que a colocação dos aerogeradores pode destruir esse valor".
tais afirmações enchem-me de esperança e nesta, como noutras situações, espero que a posição do icnb prevaleça sobre um modelo de desenvolvimento lesivo de valores naturais únicos. os técnicos do ambiente que têm a seu cargo o plano de ordenamento do pnm estão de parabéns, assumindo com coragem a atitude que mais serve o futuro do país! espero agora que este governo lhes faça justiça...


no meu entender mais uma vez a politica portuguesa do "esta na moda, faz bem á saude, é fazer) o resto que se fo#%

[serges]

deveria existir um contra senso mas...

sempre foi assim e sempre o será...

se ninguem o mudar!

[crazyscientist]

não sabem do que estão a falar!!!!!!!!!! leiam o dito plano e ponham-se no lugar das pessoas que vivem na área do parque que abrange dezenas de aldeias que estão a ficar desertas e que vão ficar ainda mais. e mais não digo já disse várias coisas noutro tópico.

[orbis]

o melhor seria mandar os gajos que tomam estas decisões morar no parque.
as decisões seriam muito melhor ponderadas.

[jossef]

não sabem do que estão a falar!!!!!!!!!

ai não??????????????? e porque???????

a politica do betão é sempre bem vinda.

já agora, gostaria de saber o que é que os habitantes do local vao ganhar.
electricidade mais barata?????nao
um centro de dia para idosos???nao
um campo de jogos para os mais novos????nao
ou uma torradeira e um micro-ondas
acho que nem isso .
ou será menos turismo os caminhos estragados e o valor das casas mais barato pois a paisagem esta estragada??

volto a dizer nem 8 nem 80 todos que moram na zona teem uma palavra a dizer .mas acho que o turismo bem aproveitado todos ganham.

e o pior de tudo é que nem a empresa é portuguesa.

[crazyscientist]

tenta encontrar o plano do parque de montesinho na sua integra e não só a parte que fala sobre as eolienas, e vais te aperceber como todos nós que aqui vivemos que é incompatível com a presença de pessoas na área do parque, pessoas que habitam à centenas ver milhares de anos nas suas aldeias, sendo essas aldeias e as suas caracteristicas um património a conservar. e além disso não é imaginando o que é a vida das pessoas na nossa região que se sente na pele o que é realmente viver no distrito mais esquecido de portugal onde as pessoas para se manterem na região têm de fazer muito esforço para ter o que na capital e litoral se tem de mão beijada e nem se dá valor por ser tão fácil. concordo contigo em recusar uma construção desenfreada de eolienas mas não uma construção com pés e cabeça. falas do que se pode obter com o dinheiro das eolienas, se calhar as necessidades básicas que o nossos governantes não nos dão, o distrito de bragança não tem um cêntimo de investimento público governamental desde que foi concluida a ip4, temos dos piores acessos rodoviários do país e os que não são maus é por acção dos organismos locais que lutam diariamente para que todos tenhamos uma vida decente. nós aqui não estamos habituados a luxos, e não é isso que queremos, isso faria-nos perder a nossa identidade cultural.
mas o mais importante ainda é o facto de querer impingir-nos um data de barragens que só vão provocar estragos a nível ambiental e para produzir energia para os outros. o que ganhamos com isso....zero só enconvenientes para as pessoas da região e para o nosso ambiente. pelo menos as empresas das eolienas oferecem contrapartidas, é só ir a poucos kilometros de bragança e vê-se o resultado do bom planeamento das eolienas em conjunto com a natureza e o que as localidades ganharam com isso, muito meios para melhorar condições para as pessoas e para o ecosistemas, tal como apoio à nidificação de certas aves, verbas para conservação de espécies através de pesquisa cientifica, etc...
desçam dos vossos pedestais de pessoas da cidades grandes e aceitem que as pessoas das provincias não são aqueles atrasados e que conseguem tomar optimas decisões e sabem gerir melhor que ninguém a conservação do seu modo de vida.

já que falastes no turismo, se leres bem o plano verás que qualquer pessoa que queira investir no turismo aqui na zona do parque se vê impossibilitado de realizar qualquer projecto, tal é o grau de restrições impostas pelo dito plano. na aldeia onde vivo a água falta durante horas devido ao abastecimento ser feito por um depósito da aldeia, a ligação da rede de água está prevista à algum tempo mas as obras não são permitidas pelo parque... o saneamento básico que para ti deve ser uma realidade sem a qual muita gente não consegue conceber a vida, aqui só chegou à menos de um ano graças a um presidente de junta que se borrifou para o icnb e decidiu fazer as obras e depois de estar feito ninguém foi lá desfazer claro. isto pode parecer-te muito bem mas nós é que vivemos cá e sofremos na pele as decisões tomadas a centenas de kilómetros.

[jossef]

boas quando falo em proteger o parque nao é em deixar os habitantes a fome e a sede nem só daqueles que defende a natureza com com unhas e dentes.
quando falo em proteger o parque falo na destruição que vai causar a implantação das torres .
falo porque passei a minha infância numa aldeia da serra de montemuro (uma das primeiras a ter torres eólicas) e vejo o estrago feito na serra , vejo os caminhos que fizeram que sao mais largos do que muitas vias principais existentes no pais.
vejo que abrem caminhos muitos deles cortando uma serra ao meio para por uma simples torre.
vejo e senti este ano que me quiseram impedir de circular num antigo caminho que antigamente passava um carro de bois e agora passam 2 camiões só porque agora se intitulam donos do mesmo .
(no fim passei e mandei o senhor eng. ir apanhar morangos.)
por isso digo defendam o que tem de mais precioso pois o futuro não esta em nos esta no que deixamos.
e a terra nao é nossa simplesmente estamos aqui por empréstimo das futuras gerações.

[jcn.jnunes]

uma questão:
os acessos que são abertos para os parques eólicos não são úteis aos bombeiros? estes queixam-se que ninguém limpa matas nem caminhos e que depois é ver a floresta nacional a transformar-se em co2 e cinzas.

será que uma boa negociação das partes interessadas/defensoras, não poderá trazer mais benefícios que agora há?

claro que as partes têm que definir quais os seus limites na negociação.
o que vejo é, muitas vezes, radicalismo ou definir limites tão extremos que não há hipótese de definir um conjunto de medidas benéficas e equilibradas.
do tipo: nem substituir todos os cumes com torres eólicas, nem vivermos na idade da pedra como vivemos em alguns locais do país.

eu, pessoalmente, penso que devemos aproveitar os ventos que temos mas não à custa de acabar com a floresta nacional.
se as empresas que exploram os parques eólicos assumirem compromissos socio-económicos e ambientais com as populações locais, oferecendo contrapartidas aceitáveis, onde está o problema?
desculpem-me os defensores ecologistas que moram nas grandes cidades com todos os recursos, que andam de popó particular a poluir, que abrem a boca para acusar o homem mas esquecem-se de olhar-se ao espelho, mas não lhes reconheço autoridade para impedirem as populações locais de viverem condignamente.

há que haver consenso, penso eu.

joão nunes