NovaEnergia

Quando era puto ouvia ao longe o coaxar das rãs, achava encantador.
Mais tarde deixei de ouvir, talvez pelo uso intensivo de químicos e outros fatores deixou de se ver com tanta abundância esses bicharocos que para alguns pode ser repugnante mas para mim até acho piada.

Uns tempos para cá chamou me atenção voltar a ver e ouvir esses animalzinhos numas poças de água que devido ao abandono de cultivo dos campos agrícolas voltaram a ter água e paz em abundância
Então nada melhor que ajudar com que a espécie se multiplicasse com força, construindo uns lagos o mais parecido com o ambiente natural possível. 1 no jardim e outro ligeiramente mais afastado, mas pouco.

Em pouco mais de 1 ano a evolução foi fantástica, os lagos foram povoados com alguns exemplares que rapidamente acasalaram e depositaram centenas de ovos!!!!

A festa que faziam nos dias mais quentes e favoráveis , assim como nas noites de lua cheia era ensurdecedor (estou a exagerar)!!

Com os primeiros raios de sol já começam novamente a emergir e até já cantam.
Vou tentar colocar cá umas fotos e som para os mais curiosos assim que me seja possível.

Por acaso há já bastante tempo que não ouço estes sons...

Magnífica iniciativa...

Obrigado pela partilha!

Quando for aí levo um casal para povoar a ilha hehehe

Ainda não ouvi a minha rã este ano. Ainda deve andar a dormir.
Gostava era de lhe arranjar companhia, mas não há meio de lhe conseguir arranjar uma fêmea. Já comprei girinos por duas vezes mas nenhum chegou a rã.

Isso resolve- se eu tenho muitas
Tens em ambiente natural ou artificial?

Finalmente. Parabéns. Se já gostei do que postaste no tópico do potencial hídrico, agora deixas-me a roer de inveja.

Uma sugestão: junta o teu filme aqui.

Um pedido? Eu juntar aqui o meu estudo, ainda incipiente, para decidir se vou fazer um charco e de que tamanho. Segue já de seguida o que tenho andado a cozinhar. Se necessário, depois apartamo-lo.

1) Como não encontro resultados na net, usei o método do balde. Li que o método costuma sobrestimar as taxas de evaporação reais, o que até é bom, para evitar surpresas desagradáveis.
Água evaporada em 24h, desde as 11h30 da véspera:
- 22fev2016, dia ameno, seco, Tmáx. = 20ºC, mas com uma chuvada no final do dia 21: 5mm
- 23fev2016, dia nublado, +-seco, Tmáx. = 14ºC: 5mm
- Chuva → estragou as minhas medições
- 29fev2016, frio, seco, vento: 8mm
- 1mar2016, frio, seco, vento: 7mm
- 2mar2016, frio, húmido, vento: 1mm
- 3mar2016, fresco, +-seco, vento: 5mm

Média das 5 medições acima = 5,2mm <=> 5,2 l/m2/dia

Estas evaporações de fevereiro poderão não ser o melhor indicador para o verão mas, por outro lado, também é verdade que, frequentemente, em dias amenos de inverno, quando a água aquece razoavelmente durante o dia mas as noites são frias, a taxa de evaporação noturna é elevada, rivalizando até com taxas que ocorrem em pleno verão.

Se considerar o dobro, no verão, dá 10,4 l/m2/dia. Entre junho e setembro (pois admito que entre outubro e maio a evaporação será compensada pela pluviosidade, ou conseguirei repor as perdas pela água que corre na linha de água próxima) são 122 dias => 1269 l/m2 <=> 1,3 m3/m2 de superfície aquática de evaporação por estação seca, logo por ano, nos meus pressupostos.


2) Não querendo medir baldes até ao verão, procurei dados para São Francisco, Califórnia, USA, clima aproximado do da região de Lisboa. Encontrei uma série de dados obtidos nas décadas de 1960/70, pelo método do balde ou similar, em centenas de locais. Extrai 80 aleatoriamente, e calculei a taxa média de evaporação entre junho e setembro.

Evaporação (mm):
junho = 242
julho = 279
agosto = 250
setembro = 193

Evaporação média anual (junho-setembro) = 964mm

À cautela, aplico-lhe um coeficiente de cagaço e uso 1,5x964 = 1446mm <=> 1,5m3/m2 de superfície aquática de evaporação por estação seca, logo por ano, nos meus pressupostos. Será este o valor que usarei, o maior dos dois obtidos.

Não considero perdas pelas plantas aquáticas, animais a beber e pelo fundo do charco (tenho que impermeabilizar bem).

Como não vou conseguir disponibilizar essa água durante todo o verão, mesmo para a rega já é pouca, teria que a fornecer da rede.

1m3 sai-me a (com a taxa de recursos hídricos, resíduos sólidos e IVA) €2,90 => €3


CONCLUSÃO: preciso de 1,5 m3 de água por cada m2 de superfície aquática, para repor as perdas por evaporação na estação seca. Cada m2 de área de charco poderá custar-me €4,5/ano, em água.

Para um charco de 6m2 (minha ideia inicial), vou gastar em água €27/ano.

Para um charco de 10m2 (área mínima recomendada na net), vou gastar em água €45/ano.

Não será o custo da água o fator impeditivo. Corta-se no Haagen-Dazs e a pança até sai a ganhar.

Por esta parte, acho que vai dar para fazer. Mas gastar água tratada para esse fim também é um contrasenso ambiental. Pensarei noutras soluções.

Os custos maiores serão mesmo os iniciais de construção do charco.

Requisitos:
- Apanhar várias horas de sol por dia.
- Preferencialmente, longe de raízes de árvores e de queda abundante de folhas.
- Orla com profundidades variáveis e graduais para facilitar o acesso e proporcionar diferentes condições profundidade/temperatura.
- Área mínima = 10 m2.
- Profundidade mínima da zona mais funda = 1m.
- Área mínima da zona mais funda = 2m2.
- Tela impermeabilizante com espessura igual ou superior a 1mm, ideal 1,5mm.
- Evitar tela de pvc, poluente na sua produção e origina migração de poluentes da tela para a água.
- Tela de EPDM é a mais aconselhada, também mais cara. (Preço à roda de €10/m2)
- Para proteger a tela contra perfurações, colocar sob a tela membrana de geotêxtil não tecido com pelo menos 500gr/m2 (Preço à roda de €2/m2). Também se pode usar cartões ou alcatifas velhas.
- Sobre a tela, nunca colocar terra, para evitar eutrofização rápida. Pode colocar-se outra membrana de geotêxtil fina, a qual vai ajudar a fixar sedimentos no fundo do charco, facilitanto a colonização.
- Processos de filtração e tratamento de água são dispensáveis em charcos com um adequado equilíbrio biológico e podem até ser prejudiciais ao afetarem a microfauna.
- A entrada de águas de escorrência superficial adjacentes pode ser prejudicial pela carga sólida e até de poluentes arrastados para o interior. Orla a cota superior à envolvente.
- A colonização deve ser feita por capturas de espécies endógenas da vizinhança próxima e/ou pela paciência de esperar que estas descubram e colonizem o charco. Não introduzir novas espécies e evitar a sua aquisição no comércio, fatores de frequente introdução de desequilíbrios e importação de doenças.
- Para maior biodiversidade, em pequenos charcos, evitar peixes, pois comerão as larvas/ovos de muitas outras espécies.


Como o meu solo fissura muito no verão, o investimento numa boa tela será um requisito primário.

Bem! Tu não brincas em serviço
Eu simplifiquei ao máximo , mas tenho uma coisa boa, muita água.
Utilizei simples tela plástica, sei q não é o melhor, mas foi barato. Como o lago ganha rapidamente muita flora acaba por ajudar a impermeabilizar possíveis fissuras .

Quanto á fauna, os meus já estão completamente estáveis, bastaram uns baldes de água com vida de outros charcos/poças/lagos já existentes e com muita actividade e foi fácil.

Sera que não consegues buscar água que passe próxima e bombear através de uma bomba solar dessas de baixo caudal ?
Nem que seja apenas do com painel solar ?

visitante1 Escreveu:Bem! Tu não brincas em serviço

Não brinca mesmo....

Afinal venho desdizer-me. Ontem recebi um SMS da minha mãe a avisar que o Fred (a minha rã) estava a cantar.
Parece de propósito.

rnlcarlov Escreveu:Afinal venho desdizer-me. Ontem recebi um SMS da minha mãe a avisar que o Fred (a minha rã) estava a cantar.
Parece de propósito.

Mas não respondeste á minha pergunta ! O lago é em ambiente natural ou é aquário?
Se for natural arranjam se uns amiguinhos para lhe fazer companhia, se for aquário, liberta-a para ser feliz lol
É uma rã verde /perezi?

visitante1 Escreveu:Sera que não consegues buscar água que passe próxima e bombear através de uma bomba solar dessas de baixo caudal ?
Nem que seja apenas do com painel solar ?

Conseguir, consigo. Mas o projeto nasceu precisamente pelo facto de nos últimos anos o riacho secar por completo no verão, pois andam a sacar água para rega a montante. Assim, o meu problema é mesmo a falta de água e a última solução, para não deixar secar o charco no verão, será usar água da rede. Mas vou tentar arranjar alternativas como usar alguma de um poço ou até acumular um pouco num depósito no inverno, mas se calhar isso sai mais caro de que comprar à rede. Também não será nenhuma fortuna, pelas minhas contas.

Emanuel Couto Escreveu:

visitante1 Escreveu:Bem! Tu não brincas em serviço

Não brinca mesmo....

É uma questão de educação e formação familiar. Somos muitos e todos assim, para o bem e para o mal. Mais para o bem, diria eu, mais para o mal, diria a minha professora de inglês de há 40 anos atrás que mandou fazer uma composição sobre o que distinguia as nossas famílias. Ao lado da minha classificação, vinha escrito "egocentric".

visitante1 Escreveu:se for aquário, liberta-a para ser feliz lol

Apoiado.

Mas a água da rede tem cloro isso não é bom para os bichos, tenta outra solução pf

visitante1 Escreveu:Mas a água da rede tem cloro isso não é bom para os bichos, tenta outra solução pf

Isso resolve-se bem. Basta acumulá-la num depósito por uma semana que grande parte do cloro residual liberta-se para o ar. Se montar uma ventoinha movida pelo vento a agitar a água do depósito, ainda melhor. Também posso passar a regar com alguma água da rede e reservar a água do poço para o charco.