_______________________________________________

o governo vai privilegiar a microgeração fotovoltaica, deixando cair os 22 megawatts (mw) que ainda faltavam para centrais de produção centralizada, afirmou o director-geral de energia, miguel barreto, em declarações à agência lusa.
o governo tinha fixado uma meta de 150 megawatts (mw) de potência instalada até 2010, tendo já atribuído 128 mw, nomeadamente, para a instalação de grandes centrais fotovoltaicas.
faltavam atribuir 22 mw de potência, reclamados pelos industriais do sector, mas o director-geral de energia afirma que essa potência será transferida para a microgeração.
«a tecnologia fotovoltaica faz mais sentido na microgeração e, portanto, o privilégio que se pretende dar neste momento é ao nível da microgeração e da micro-fotovoltaica, tendo-se criado condições para que todos os anos possam ser instalados 10 mw, a crescer 20% por ano», afirmou.
«a microgeração pode chegar nos próximos anos a 150 mw e não se pretende privilegiar neste momento soluções centralizadas», acrescentou.
«fizemos aquelas centrais que são grandes exemplos, mas não existe actualmente uma politica no sentido de apostar em grandes centrais fotovoltaicas, mas sim de apostar em microgeração fotovoltaica», concluiu.
miguel barreto recusou ainda a ideia de que o governo tenha privilegiado, em matéria de microgeração, a energia solar.
«não se procurou incentivar a microgeraçao fotovoltaica em relação a outras energias. as tecnologias têm diferentes níveis de maturação tecnológica e necessitam de diferentes níveis económicos para serem viáveis», justificou miguel barreto.
o director-geral de energia admitiu que a tecnologia eólica «é um pouco mais eficiente», razão pela qual «não necessita de tanta remuneração para ser incentivada».
o decreto-lei publicado em diário da república, a 2 de novembro, fixa em 650 euros o preço por megawatts/hora (mwh) para a energia solar.
mas se os pequenos produtores optarem pela energia eólica receberão apenas 70 por cento desse valor, ou seja 455 euros por mwh, e se optarem pela hídrica ou pela biomassa recebem 30%, isto é, 180 euros por mwh.
quanto às pilhas de combustível com base em hidrogénio proveniente da microgeração renovável, a percentagem aplicada varia de acordo com a energia renovável utilizada para a produção de hidrogénio.
o governo estabeleceu, contudo, que apenas os primeiros 10 mw terão direito à tarifa de referência de 650 euros por mwh. por cada 10 mw adicionais, a tarifa única é sucessivamente reduzida em 5%.