Então foi assim: Ontem (domingo), peguei na mota e na pendura para a levar ao emprego, como já é hábito. Depois disso fui a Almada onde o pessoal do motoclube se estava a reunir e jantei por lá. Regressei para ir buscar a pendura e gastar o resto da carga. Fizemos 86 quilómetros no total (ainda sobraram duas barras no mostrador)...
Estava a fazer a última curva da noite, já na entrada da minha rua, quando um cão (branco e com coleira) se atravessa à frente da mota. Endireitei a mota (como se deve fazer sempre que é preciso travar repentinamente) e travei. Apesar de vir devagar, foi impossível evitar o contacto. Com o impacto, a direcção quis virar (mas eu não deixei). O cão ficou durante um segundo ou dois debaixo da roda da frente (até eu colocar os pés no chão e levantar o rabo do banco), ganindo. Assim que conseguiu soltar-se, fugiu rapidamente (notei que não partiu nenhum osso, pois conseguia correr, mas deve ter uma fractura numa pata ou na anca).
Peguei na mota (e na pendura) e fui deixá-la(s) à entrada de casa. Procurei pelo cão (queria ver se ele estava bem e se falava com o dono) mas não o voltei a ver.
Estou certo que o cão pertence a um dos meus vizinhos, mas não sei qual. Há vizinhos que abrem os portões das casas e deixam os cães ir à rua sozinhos. E se algo de mais grave tivesse acontecido? Sei que raramente os donos dos cães assumem as suas responsabilidades e eu apelo constantemente a que comportamentos irresponsáveis deste género, não se verifiquem. Se tivesse encontrado o cão, provavelmente levaria-o comigo e ficaria com ele até estar curado.
Há donos que não merecem ter animais. Não sei a 100% se era este o caso, mas gostava de o descobrir.
Bom, de resto, não há nada a assinalar. A mota não teve danos, consegui agarrá-la para não cair (especialmente na altura do impacto em que a roda vira e derrapa) e eu também não tive nenhuma mazela. Só a minha pendura torceu uma unha, com a força que fez ao se agarrar a mim na altura do impacto. Espero que o cão recupere. Espero que consiga voltar para o seu dono e que, o seu dono, reveja a sua opção menos responsável de deixar o cão sair sozinho e atravessar a estrada. Especialmente à noite, como foi o caso (era quase meia-noite)...
