viver em ambiente saudável
em entrevista ao jornal «o primeiro de janeiro», gabriela fernandes, responsável pelo gabinete de inovação e desenvolvimento, mostra o trabalho desenvolvido pelo grupo e as vantagens de uma habitação ecológica.
gabriela fernandes começa a entrevista ao jornal «o primeiro de janeiro» por apresentar o grupo madeicávado, estando este presente no mercado há 22 anos: “a empresa madeicávado lidera uma série de aspectos que são transversais às restantes empresas do grupo, como é o caso da inovação e desenvolvimento, marketing, gestão financeira, qualidade e os sistemas de informação e comunicação. visto apostarmos na apresentação de soluções globais para os nossos clientes o nosso grupo divide-se em outras quatro empresas, a damadeira – madeiras e derivados, a tecniwood – madeiras técnicas, a timbermade – indústria de madeira e a desis – soluções de informática”.
desta forma, pedimos à interlocutora para mostrar um pouco das empresas do grupo: “a tecniwood é uma das empresas mais recentes, tendo sido criada em 2001. esta empresa dedica-se às áreas da engenharia e construção e, tal como o nome indica, comercializa produtos mais técnicos de madeira e seus derivados. a tecniwood oferece ao mercado um serviço desde a concepção da ideia, desenvolvimento de projecto à sua aplicação.”
outra empresa do grupo é a timbermade, uma empresa com seis anos e que conta com três unidades industriais e foi criada com o objectivo de desenvolver os produtos estratégicos para o grupo madeicávado. “sentíamos que os nossos fornecedores não respondiam de uma forma eficaz ou tão célere como esperávamos. com a experiência que fomos adquirindo, percebemos que os nossos clientes pretendiam os produtos à medida e, dessa forma, começamos a ser nós a fabricar esses produtos. na área dos componentes de cozinha, a nossa unidade está localizada em viana do castelo, na póvoa de varzim fazemos os componentes de madeira maciça e em alenquer produzimos principalmente mobiliário hpl, como divisórias, cacifos e bancos para wc ou health clubs, e produtos de acústica. as três unidades diferentes focalizam-se em produtos distintos”, afirma a entrevistada.
a desis também veio colmatar uma lacuna da empresa, tal como explica gabriela fernandes: “esta é uma empresa que já conta com dez anos, desenvolve e comercializa software de acordo com as necessidades de dois dos principais segmentos de clientes do grupo madeicávado, carpintaria e fabricantes de mobiliário. nós dependemos dos nossos clientes e é do nosso interesse que estes também evoluam”.
a damadeira está especializada no comércio de madeiras e de produtos derivados, assumindo assim, um papel de destaque no sector da carpintaria, da indústria de mobiliário, da construção civil, da arquitectura e da decoração.
assim, perguntamos à interlocutora para mostrar a importância da bioconstrução: “é, de facto, uma solução que estamos a desenvolver. estamos a estudar o mercado por forma a darmos as soluções que este precisa. o típico é a casa de madeira ser considerada uma segunda casa, a nossa ideia é que a casa de madeira se torne a casa principal”, esclarecendo ainda gabriela fernandes que “a nossa solução é uma casa com aspecto contemporâneo, mas com todas as vantagem de uma casa construída em madeira. as casas de madeira são tradicionalmente uma segunda opção pois as pessoas consideram estas construções muito cansativas e é essa ideia que estamos a tentar modificar”.
sendo uma profunda conhecedora da bioconstrução, pedimos à entrevistada para nos mostrar as reais mais-valias deste tipo de construção: “desde logo, o ambiente nestas casas é muito mais saudável, bastando para isso os materiais utilizados nas construções serem naturais, ao contrário do cimento ou outros sintéticos. ao nível da eficiência energética é muito melhor, pois de inverno as casas ficam mais quentes e de verão mais frescas, não gastando assim tanta energia. temos feito um esforço para desenvolver uma solução que melhor se adaptem ao nosso clima”.
no investimento inicial, este tipo de construção pode ser um pouco mais dispendiosa, mas a médio prazo este custo adicional acaba por se dissipar, poupando-se, por exemplo, na climatização das casas.
uma questão um pouco confusa para a sociedade é o abate de árvores para a construção destas habitações, passando gabriela fernandes a explicar que “todas as nossas construções são feitas com produtos provenientes de árvores de florestas sustentadas. para a cultura latina, isto pode parecer um pouco estranho, mas nos países nórdicos, esta política florestal é muito comum. basicamente, a ideia subjacente de tudo isto, é que a plantação é superior abate de árvores, promovendo assim, a preservação e a conservação das florestas”.
desta forma, quisemos saber como tem sido a aceitação por parte dos arquitectos, vistos estes terem uma papel fundamental no desenvolvimento destas habitações: “temos tomado algumas iniciativas para sensibiliza-los, com a publicação de artigos na nossa revista projectos, e mesmo através de reuniões presenciais realizadas pelos nossos promotores. o feedback por parte dos arquitectos tem sido positivo e eles parecem estar muito motivados para este tipo de construções. embora em portugal não haja muita formação na área da construção em madeira, os arquitectos apreciam bastante a liberdade arquitectónica que este material lhes proporciona”, explica a entrevistada.
sendo um grupo bastante dinâmico e pró activo, pedimos a gabriela fernandes para mostrar algum projecto que gostasse de divulgar: “estamos ainda a iniciar este tipo de construção, temos um projecto aprovado em leiria de uma reabilitação, este será um exemplo de como podemos associar a bio-construção a reabilitação, sendo esta uma área de crescimento no mercado da construção civil.” uma ideia que surge associada às casas construídas em madeira é serem mais perigosas em relação ao risco de incêndio, mas tal como explica a interlocutora: “essa é uma ideia que surge por puro desconhecimento.
existem alguns problemas em relação às seguradoras pois estas também consideram as casas de madeira mais perigosas, mas os estudos provam que esta ideia está errada. desta maneira, cabe-nos a nós a sensibilizar estas entidades e, para tal, existe uma parceria com uma seguradora para que os nossos clientes não sintam dificuldade no momento de segurar a casa”.
gabriela fernandes não quis terminar a entrevista ao jornal «o primeiro de janeiro» sem deixar uma mensagem aos seus leitores: “todos podemos ganhar com este tipo de construção. é uma solução mais saudável e que nos mantém em maior contacto com a natureza. julgo que devemos estar mais atentos aos problemas ambientais e fazermos os possíveis para fazermos parte da solução”, conclui.
in:
o primeiro de janeiro