Foi no Laboratório Nacional de Física britânico (NPL) que a equipa liderada pela cientista portuguesa Tatiana Correia desenvolveu um condensador capaz de suportar temperaturas mais elevadas, uma tecnologia vital para a massificação dos carros eléctricos!
De acordo com o Autoportal, Tatiana Correia garante que “com este condensador de altas temperaturas, acreditamos ter resolvido um problema importante e que desempenhará um papel vital no progresso para a massificação do mercado dos carros eléctricos”.
Importa referir que os condensadores são essenciais para o armazenamento de energia e para a conversão da corrente contínua, gerada pela bateria em corrente alternada, necessária para fazer o motor funcionar.
O Laboratório Nacional de Física britânico refere que os condensadores actuais não são adequados para carros eléctricos, pois não suportam bem as altas temperaturas geradas no processo.
O condensador desenvolvido no laboratório britânico, com material cerâmico, aguenta mais de 200 graus centígrados, muito acima dos 125 graus dos concorrentes, como destaca o documento do NPL.
“Uma das principais limitações dos carros elétricos e híbridos, além do problema da bateria, está relacionada com as temperaturas extremas que os sistemas eletrónicos operam, nomeadamente os conversores de energia”, disse Tatiana Correia à agência Lusa.
Estes sistemas, explicou, integram centenas de condensadores baseados em eletrólitos que não toleram temperaturas acima dos 70 graus centígrados e, por isso, têm um tempo de vida muito limitado, o que se traduz em custos de manutenção elevados.
Ao suportar temperaturas mais elevadas, a tecnologia agora desenvolvida permite eliminar os sistemas de refrigeração complexos, usados para arrefecer os condensadores e outros componentes elétricos.
“Neste projeto inventámos um material totalmente novo baseado em cerâmica – porque também é mecanicamente mais robusto do que os condensadores de eletrólitos -, que pode operar em altas temperaturas, com um aumento significativo de densidade de energia, que está de acordo com o programa de sustentabilidade ambiental, no qual o uso de chumbo irá ser totalmente banido”, referiu.
Segundo Tatiana Correia, para o proprietário de um carro eléctric, este avanço tecnológico traduzir-se-á numa maior distância percorrida pelos carros elétricos e em menores custos de aquisição, porque a produção será mais barata e as despesas de manutenção mais baixas.
Este condensador de cerâmica já tem patente registada e pode ser utilizado para fins industriais. Outras indústrias, no entanto, como a das energias renováveis ou da exploração do petróleo, também poderão retirar benefícios.
Fonte: e-move