JLMF Escreveu: ↑sábado set 25, 2021 6:38 pm
Que grande confusão. acabas por responder ás tuas questões mas sem entender que só há uma resposta para as tuas duvidas.
A Mobi.e, a proibição de comercio de eletricidade pelo OPC para a mobilidade eléctrica e o modelo português são caros, serão cada vez mais caros, são um monopólio gerido pelo Estado, impedem a livre concorrência e são uma trapalhada sem saída, uma fuga em frente que vai acabar mal e dissuasora da mobilidade eléctrica.
Eu não estou aqui para te convencer de nada... nem tu a mim.
E tens todo o direito de não concordar com o actual modelo. E podes expor o problema e apresentar as soluções às respectivas entidades.
Eu também não concordo com algumas coisas na actual regulamentação, mas esse é um assunto que está ser tratado e não vou discutir aqui e agora.
Não me leves a mal, mas acho que estás a partir sempre de um pressuposto errado.
O que me parece, pelo que dizes, é que o modelo CEME + OPC, poderia ser só OPC porque o CEME acrescenta custos, certo?
É preciso ter em conta que CEME é um Comercializador de Energia para a Mobilidade Eléctrica.
Podíamos não ter um CEME e ter apenas um CE (Comercializador de Energia). Ou seja, teríamos um CE + OPC.
Antigamente tinhamos um monopólio na energia. O distribuidor (EDP) vendia directamente aos clientes. Não havia possibilidade de concorrência nos preços finais.... por isso foi separada a distribuição dos comercializadores. Estes compram ao preço de revenda e vendem aos clientes finais.
Um OPC, DPC, UVE ou qualquer entidade empresarial ou particular são clientes finais. Não revendedores. Logo não faz sentido ter acesso a preços de revenda. Daqui que o comercializador de energia (seja apenas CE ou CEME) existe sempre no sistema. Seja nos Superchargers, no Continente, na Chargesurfing, Mobie, ou num qualquer carregador privado...
O que se percebeu logo de inicio é que o modelo CE + OPC implica custos mais elevados e mais responsabilidades para os OPC com reflexo directo na necessidade de reflectir esses custos aos UVE.
Se fosse legal os OPC venderem electricidade, obviamente que o fariam a preço superior ao da compra. E na parcela OPC também teriam de refletir custos acrescidos de processamento de facturação, pagamentos, entre outros operacionais, inclusive mais mão de obra. Além de que a sobrecarga de responsabilidades comercial/financeiras limitava a actividade a entidades com mais poder financeiro.
Por outro lado mantinha a actividade de CE nas mãos de grandes entidades, pois para aceder ao mercado grossista é necessário ter volume de negócios e capacidade financeira.
O que se fez foi apenas criar o estatuto de CEME (ou seja CE para a Mobilidade Electrica), permitindo que entidades comerciais bem mais modestas pudessem aceder ao mercado grossista sem tantos encargos como os CE. E desta forma conseguirem vender aos UVE a energia a tarifas equivalentes às domésticas.
Se nós carregarmos o carro num PCN que não tenha ainda custos OPC (já são poucos) pagamos +/- o mesmo que carregar em casa. Até pode ser bem menos... porque em casa temos um único contrato e nos PC pudemos conforme a hora ou dia ter vantagens em usar tarifários de CEME's diferentes.
Isto implica uma entidade que faça, de forma independente, a gestão da rede, mas é bom que se perceba que não é por isto que aumenta o custo final.
A empresa XICO DA ESQUINA, Lda. que vende sapatos, pode ser também e apenas OPC, e/ou também CEME. Nada impede. E também pode investir em painéis fotovoltaicos e vender a rede. E porque não ter também postos de carregamento no seu espaço usando também essa energia, e cobrar a utilização desses directamente aos seus clientes?
Na rede do Continente existe apenas CE + DPC. Mas não é por isso que é mais barato.
Os hipermercados Continente (DPC) tem um contrato com um CE que lhes vende a energia pelo tarifário igual ao de qualquer outra entidade para os mesmos consumos.
Essa energia alimenta toda a actividade comercial, e também os carregadores de VE. Sem distinção.
O hipermercado pode ter painéis fotovoltaicos para autoconsumo e assim reduzir a sua factura perante o CE. Independentemente se a energia vai para os carregadores ou não.
Mas o valor que os clientes pagam nos carregadores apenas cobre os custos energéticos. As tarifas por tempo foram calculadas apenas para cobrir os custos de energia. Mesmo sendo isso variável conforme a curva de carregamento de cada veiculo, foi pensada para cobrir apenas as despesas, tendo em consideração também as ofertas em cartão.
Ou seja, não dá prejuízo nem lucro directo... mas também não pretende cobrir os custos de aquisição, instalação e manutenção dos equipamentos. Estes são rentabilizado pelas vendas acrescidas da loja.
Na prática o preço é barato porque não pagamos custos OPC ou DPC apenas energia ao preço que pagaríamos em casa.
Nada disto se pode comparar com postos na via publica.
O que faz a diferença de preço entre carregamentos domésticos e os PC públicos, é que temos que pagar a actividade de OPC e todos os encargos a que estes estão sujeitos: compra, instalação, manutenção dos equipamentos, seguros taxas municipais, concessão de espaços, etc.
Se querem preços mais baixos, o que tem que fazer hoje é votar em quem nas Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e Juntas de Freguesia, defendem activamente a mobilidade eléctrica.
E depois fazer pressão nestas entidades para que tomem medidas para que sejam instalados mais postos e livres de encargos municipais.... alguns completamente absurdos.
Esse tem sido o meu foco nas últimos intervenções junto destas entidades.