Uma nova inflação denominada EDP?
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
a isso não chamo dívida, chamo compromisso.
na minha opinião, todas as pessoas e empresas que fizeram emprestimos e cumprem o que contrataram entre eles, não têm dividas, têm sim compromissos.
um compromisso passa a dívida no momento que deixa-se de pagar.
estou de acordo com o cali, por muito que uma empresa deva, não quer dizer que n seja viável, desde que cumpra com os compromissos estabelecidos, mas assim que começa a ter dividas, a situação muda, pois quem n paga uma prestação terá de certeza mais dificuldade em pagar 2...
realmente só houve um pequeno aumento na fotovoltaica porque é rentável para quem instala, seriam poucos a desembolsar milhares do bolso sem ter nada a ganhar com isso.
sou da opinião que o estado deveria apoiar ainda mais quem quisesse criar a autosuficiencia, com paineis e baterias, mas n apoio que o estado ajude as pessoas a vender electricidade, para isso as pessoas criem empresas e vendam, mas sem apoio, façam como fazem as outras empresas normais que para fazer uma empresa ou entram com capitais próprios ou vão á banca arranjar os tais compromissos.
na minha opinião, todas as pessoas e empresas que fizeram emprestimos e cumprem o que contrataram entre eles, não têm dividas, têm sim compromissos.
um compromisso passa a dívida no momento que deixa-se de pagar.
estou de acordo com o cali, por muito que uma empresa deva, não quer dizer que n seja viável, desde que cumpra com os compromissos estabelecidos, mas assim que começa a ter dividas, a situação muda, pois quem n paga uma prestação terá de certeza mais dificuldade em pagar 2...
realmente só houve um pequeno aumento na fotovoltaica porque é rentável para quem instala, seriam poucos a desembolsar milhares do bolso sem ter nada a ganhar com isso.
sou da opinião que o estado deveria apoiar ainda mais quem quisesse criar a autosuficiencia, com paineis e baterias, mas n apoio que o estado ajude as pessoas a vender electricidade, para isso as pessoas criem empresas e vendam, mas sem apoio, façam como fazem as outras empresas normais que para fazer uma empresa ou entram com capitais próprios ou vão á banca arranjar os tais compromissos.
Dos Fracos Não Reza a História...
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
caro cali,cali Escreveu:caros,
sou um potencial futuro microprodutor (aliás, já deveria por esta altura ter o meu registo feito e aceite, não fosse ter-me acontecido algo que não lembra ao diabo mas que não vou agora escalpelizar), e ao saber hoje das intenções da edp em aumentar o preço da electricidade em quase 3% a partir de janeiro (apesar de estarmos oficialmente com uma taxa de inflação negativa) fiquei com sérias duvidas relativamente á sorte futura dos microprodutores. senão, vejamos:
- a tarifa bonificada para microgeração é fixa a 5 anos (agora, são cerca de 61 centimos), quando deveria ser indexada ao preço do kw em cada ano.
- a produção de electricidade, financeiramente é altamente deficitária , e em especial porque a edp está a subsidiar principescamente a produção nas renováveis (onde nós, os actuais e futuros microgeradores estamos incluidos).
- esse défice cresce a olhos vistos, á medida que a edp paga, a cada vez mais microprodutores, 5 vezes mais do que a electricidade realmente custa.
- essa factura deficitária vai acabar por ter que ser paga por alguem, e esse alguem são todos os clientes e consumidores (nos quais os microprodutores tambem estão incluidos).
- assim, estamos sujeitos ás arbitrariedades anuais da edp, que pode aumentar o preço da electricidade o que lhe apetecer, anualmente, e independentemente da inflação, para reduzir o defice, e visto que a tarifa de bonificação é fixa, os microprodutores ver-se-ão privados, em rigor, de cerca de 3% do seu rendimento a partir de janeiro, e provavelmente mais 4 ou 5% a partir de 2011, e depois outro tanto (se não for mais) em 2012, e por aí fora. o resultado final pode vir a ser muito proximo de uma fraude, pois os microprodutores poderão ver o seu break-even a arrastar-se no tempo até ao limite do .... económicamente inviável.
gostaria de ouvir opiniões, pois este factor preocupa-me sériamente, e leva-me a pensar se não estaremos todos a ser vitimas de um embuste a médio prazo.
basicamente o que o estado está a fazer é exactamente aquilo que defendes que é apoiar as pessoas a criar a sua auto sustentabilidade. porque após o incentivo forte apenas nos primeiros 5 anos, e razoável nos restantes 10, a partir daí o valor da venda da energia é igual ao do seu custo. sem este incentivo, que é dado ao microprodutor, e não aos instaladores, não seria viável o investimento no fotovoltaico (o retorno do investimento seria superior a 25 anos, apenas o retorno do investimento, mais valia colocar o valor no banco porque nesse prazo com uma taxa a 4% ao ano teríamos o dobro do valor investido.)
assim várias famílias estão actualmente a investir na microgeração, o que daqui a vários anos (15) muitas famílias estarão auto-suficientes. isto é benéfico também para o estado, porque quantos mais microprodutores existirem, menos dependentes ficamos dos combustíveis fosseis que tanto pesam na nossa balança comercial (pib).
um abraço
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
não estou muito optimista assim... infelizmente o estado gasta divisas na importação do petróleo mas é onde reside a maior incidência de impostos... daí receita do estado.nuno_vicente Escreveu: isto é benéfico também para o estado, porque quantos mais microprodutores existirem, menos dependentes ficámos dos combustíveis fosseis que tanto pesam na nossa balança comercial (pib).
...quando o estado não obtiver esses impostos ele irá ver onde tirar (obter) esses impostos, e tenho uma péssima ideia que irá olhar para os micro-produtores e impor-lhes algum imposto.
não quero ser pessimista, mas realista. sou a favor e defensor da micro-geração, mas quando se começa a vender, o estado não olha a meios para impor os seus impostos.
tenho a convicção que a auto-produção é a mais certa.
o futuro dirá!
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
boas,
realmente tenho de concordar com o mauri. o "nosso" estado realmente tenta por a mão em tudo mexe, leia-se "lucros".
eu neste momento estou a instalar um sistema de microgeração e por isso, talvez inconscientemente, esteja a tentar encontrar justificações que reforcem a ideia que estou a tomar a decisão acertada. segundo as contas que fiz, após os tais 15 anos, em que o preço de venda=preço de compra, a média do que vou produzir será superior do que a que vou consumir. a isso chamo auto-suficiência.
um abraço
realmente tenho de concordar com o mauri. o "nosso" estado realmente tenta por a mão em tudo mexe, leia-se "lucros".
eu neste momento estou a instalar um sistema de microgeração e por isso, talvez inconscientemente, esteja a tentar encontrar justificações que reforcem a ideia que estou a tomar a decisão acertada. segundo as contas que fiz, após os tais 15 anos, em que o preço de venda=preço de compra, a média do que vou produzir será superior do que a que vou consumir. a isso chamo auto-suficiência.
um abraço
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
tambem gostava que fosse autosuficiente, mas, mesmo agora a média não daria para isso, imagino daqui a 15 anos.
mais importante que a a autosuficiência, será a eficiência energética. vem à memória, por exemplo os "pilotos" das tv's. já medi alguns consumos em stand-by de alguns equipamentos, e vi tv's a consumir cerca de 14w! fazendo as contas, desligando no interruptor, a energia que se pouparia, daria para ter a tv ligada umas 2 horas..
mais importante que a a autosuficiência, será a eficiência energética. vem à memória, por exemplo os "pilotos" das tv's. já medi alguns consumos em stand-by de alguns equipamentos, e vi tv's a consumir cerca de 14w! fazendo as contas, desligando no interruptor, a energia que se pouparia, daria para ter a tv ligada umas 2 horas..
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Autor do tópico - Membro Dedicado
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
caro cali,
basicamente o que o estado está a fazer é exactamente aquilo que defendes que é apoiar as pessoas a criar a sua auto sustentabilidade. porque após o incentivo forte apenas nos primeiros 5 anos, e razoável nos restantes 10, a partir daí o valor da venda da energia é igual ao do seu custo. sem este incentivo, que é dado ao microprodutor, e não aos instaladores, não seria viável o investimento no fotovoltaico (o retorno do investimento seria superior a 25 anos, apenas o retorno do investimento, mais valia colocar o valor no banco porque nesse prazo com uma taxa a 4% ao ano teríamos o dobro do valor investido.)
assim várias famílias estão actualmente a investir na microgeração, o que daqui a vários anos (15) muitas famílias estarão auto-suficientes. isto é benéfico também para o estado, porque quantos mais microprodutores existirem, menos dependentes ficamos dos combustíveis fosseis que tanto pesam na nossa balança comercial (pib).
um abraço
olá nuno.
eu vejo as coisas de outra forma. a intenção do estado (ou deste governo) pode ser a mais nobre, mas o modus operandi está a revelar-se desastroso. o que se tem estado a ser feito nos ultimos anos por cá é (por força das modas ecológicas) forçar a massificação de tecnologias que ainda não estão suficientemente desenvolvidas e maduras para serem viáveis por si próprias. é assim como financiar á custa de todos nós a compra de muitos porsches electricos que tem o desempenho de fiats cinquecentos. em condições normais ninguem os compraria, ainda que o fiat seja mais poluente, porque é demasiado caro e ineficiente para ser viável, e portanto deve ser desenvolvido e aprimorado antes de ser massificado, e os seus custos descerem até niveis em que a sua massificação já seja uma opção inteligente.
bastava que o nosso governo tivesse adiado os incentivos á massificação por meia duzia de anos, e muito provávelmente quando o fizesse, já o porsche electrico andaria como um porsche a gasolina, ou muito perto disso, com evidentes ganhos a todos os niveis. e no entretanto, o estado poderia incentivar experiencias-piloto nessa area, e dispender recursos financeiros em investigação e desenvolvimento, mas ... apenas isso.
viste ou conheces alguma empresa privada que tenha substituido a maioria dos seus ecrans de computador convencionais por lcds logo que estes apareceram no mercado? claro que não, certo? não era uma decisão inteligente. provavelmente compraram meia duzia para os ‘manda-chuvas’, e só massificaram a sua utilização quando seu preço desceu para niveis em que essa opção era inteligente. porquê? porque lhes sai do bolso! no caso do estado, não lhe sai do bolso. sai-nos a nós. por isso é tão mais fácil embarcar em modas ecológicas e ondas verdes ‘para inglês ver’ sem fazer contas á vida primeiro!
è claro que não há nada de errado em promover a autosuficiencia energética, mas ... gastarmos 10 € para produzir as nossas próprias cenouras, quando o nosso vizinho do lado nos vende as dele, iguais, a 2 € , é uma autosuficiencia financeiramente imbecil.
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
boas,
concordo que a ideia de dizer que é melhor esperar mais um pouco para depois investir em algo melhor e com melhor rendimento é muito tentador. faz-me lembrar sempre que compro um novo portátil... sempre que compro 1 na semana seguinte, ena pá, se eu tivesse esperado...
assim como o exemplo dos crts, quem não massificou e deixou-se ficar pelos crts mais uns tempos agora vai poder comprar monitores led mais económicos em consumo e com melhor qualidade de imagem e estética. os que compraram, massificaram, os tft agora vão ter de gramar com eles mais uns tempos para os amortizar. assim como estes existiriam montes de exemplos.
temos é de andar para a frente e investir na tecnologia actual, quanto mais cedo investirmos, mais cedo investiremos noutra futuramente.
um abraço
concordo que a ideia de dizer que é melhor esperar mais um pouco para depois investir em algo melhor e com melhor rendimento é muito tentador. faz-me lembrar sempre que compro um novo portátil... sempre que compro 1 na semana seguinte, ena pá, se eu tivesse esperado...
assim como o exemplo dos crts, quem não massificou e deixou-se ficar pelos crts mais uns tempos agora vai poder comprar monitores led mais económicos em consumo e com melhor qualidade de imagem e estética. os que compraram, massificaram, os tft agora vão ter de gramar com eles mais uns tempos para os amortizar. assim como estes existiriam montes de exemplos.
temos é de andar para a frente e investir na tecnologia actual, quanto mais cedo investirmos, mais cedo investiremos noutra futuramente.
um abraço
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
concordo plenamente contigo,se estivermos á espera da ultima tecnologia,acabamos por envelhecer, morrer, e nunca conseguimos essa tal ultima,porque tudo é actualizado,eu diria ao minuto,o que hoje é actual,amanha está ultrapassado.nuno_vicente Escreveu:boas,
concordo que a ideia de dizer que é melhor esperar mais um pouco para depois investir em algo melhor e com melhor rendimento é muito tentador. faz-me lembrar sempre que compro um novo portátil... sempre que compro 1 na semana seguinte, ena pá, se eu tivesse esperado...
assim como o exemplo dos crts, quem não massificou e deixou-se ficar pelos crts mais uns tempos agora vai poder comprar monitores led mais económicos em consumo e com melhor qualidade de imagem e estética. os que compraram, massificaram, os tft agora vão ter de gramar com eles mais uns tempos para os amortizar. assim como estes existiriam montes de exemplos.
temos é de andar para a frente e investir na tecnologia actual, quanto mais cedo investirmos, mais cedo investiremos noutra futuramente.
um abraço
O SOL quando nasce é para todos
A produzir acima dos 4200W/h
http://www.youtube.com/watch?v=ME00MNoekHM

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Autor do tópico - Membro Dedicado
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
eu, por mim, tudo bem, desde que cada um pague os seus gadgets de ultima geração! agora ... obrigarem-me a contribuir para apaziguar a sede do estado por brinquedos novos e caros, é que é capaz de ser coisa para me dar uma certa azia...
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
viva:
o ideal, seria que as casas em vez do telhado tradicional, tivessem paineis solares ao preço, que hoje fica um telhado.
hoje existem muitos negocios, que partiram do arriscar das pessoas, com sacrificios muitas vezes pessoais, abdicando de outros bens, e do seu bem estar..., mas apos vales, montanhas, estradas sinuosas, encontram a auto-estrada...
a microgeração não e um brinquedo, é mais serio que possas pensar, imagina as calamidades,
mundias que podiam ser evitadas se o homem, não necessitasse de recorrer as materias fosseis(petroleo), não se deve ver a microgeração como um bolo, mas sim como uma fatia desse bolo, que vai alterar o nosso modo de vida, e das gerações futuras, num ambiente, mais limpo e saudavel, outras fatias desse bolo, serão os carros electricos, etc...
sei tambem, que vai haver muita gente contra, porque estas novas tecnologias, vão por empregos em causa, (bombas de combustivel), ou não terõa o lucro que tem hoje, caso de oficinas(filtros, nao vão ser necessarios, o oleo tambem não), estas pessoas tem que pensar em grande, o nosso pais pode ser um pais rico, as grandes potencias tem todas um factor em comum , tem abundancia de energia, podendo se dar ao luxo de exportar essa energia.
a mim da-me azia é o estado gastar rios de dinheiro na compra de carros a gasolina,diesel, para todo sector estado(policias,inem,etc..), em vez de investir mais nas pessoas.
o ideal, seria que as casas em vez do telhado tradicional, tivessem paineis solares ao preço, que hoje fica um telhado.
hoje existem muitos negocios, que partiram do arriscar das pessoas, com sacrificios muitas vezes pessoais, abdicando de outros bens, e do seu bem estar..., mas apos vales, montanhas, estradas sinuosas, encontram a auto-estrada...
a microgeração não e um brinquedo, é mais serio que possas pensar, imagina as calamidades,
mundias que podiam ser evitadas se o homem, não necessitasse de recorrer as materias fosseis(petroleo), não se deve ver a microgeração como um bolo, mas sim como uma fatia desse bolo, que vai alterar o nosso modo de vida, e das gerações futuras, num ambiente, mais limpo e saudavel, outras fatias desse bolo, serão os carros electricos, etc...
sei tambem, que vai haver muita gente contra, porque estas novas tecnologias, vão por empregos em causa, (bombas de combustivel), ou não terõa o lucro que tem hoje, caso de oficinas(filtros, nao vão ser necessarios, o oleo tambem não), estas pessoas tem que pensar em grande, o nosso pais pode ser um pais rico, as grandes potencias tem todas um factor em comum , tem abundancia de energia, podendo se dar ao luxo de exportar essa energia.
a mim da-me azia é o estado gastar rios de dinheiro na compra de carros a gasolina,diesel, para todo sector estado(policias,inem,etc..), em vez de investir mais nas pessoas.
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
ora aí está um ideia genial!joseneves Escreveu:seria que as casas em vez do telhado tradicional, tivessem paineis solares ao preço, que hoje fica um telhado.
não é que estão a fazer casas anti-sísmicas, porque não fazer casas com telhado de painéis solares?
nem que o estado contribuísse um pouco para esse "telhado" ou isentasse de contribuições, qualquer coisa do género.
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- Membro Platinium
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
mas não existem já as telhas que tb são painéis solares?
devem ser caríssimas não?
devem ser caríssimas não?
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- Membro Silver
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
não sei se existem em comercialização, mas recordo-me de ter lido um jornal, penso que era o suplemento de enonomia do expresso, ou uma empresa ou universidade portuguesa estava a desenvolver um projecto em que a energia fotovoltaica era produzida pelas telhas. mas temos a net para investigar .
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- Membro Platinium
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
agora que falaste nisso, tb me lembro de ver um anúncio no jornal. mas um anúncio já a falar das telhas para venda e não só do desenvolvimento.
o que significa que já há preços, quais é que não sei
vou ver se encontro algo.
o que significa que já há preços, quais é que não sei
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
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Autor do tópico - Membro Dedicado
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
aqui há uns dias, o director do jornal de negócios escreveu o seguinte editorial, contra as posições assumidas no "manifesto por uma nova política energética em portugal", movimento encabeçado por mira amaral:
pedro santos guerreiro
o manifesto anti-dantes
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trinta e seis personalidades apresentaram um manifesto contra a política energética. "sem tabus", ameaçam. excepto o tabu de dizerem ao que vêm: negócios para uns, política para outros e talvez algum renovável ressabiamento. o "manifesto por uma...
trinta e seis personalidades apresentaram um manifesto contra a política energética. "sem tabus", ameaçam. excepto o tabu de dizerem ao que vêm: negócios para uns, política para outros e talvez algum renovável ressabiamento.
o "manifesto por uma nova política energética em portugal" foi apresentado ontem por mira amaral, que encabeça a lista. critica o excesso de subsidiação das renováveis - embora esteja basicamente a falar da eólica - e pede outras formas de produção - embora esteja basicamente a falar de nuclear.
sim: nuclear, o tal tabu. quem o defende desistiu de o afirmar, passou a insinuá-lo. percebe-se a dificuldade: há preconceito e ignorância que são sempre jogados contra a energia nuclear. mas não se percebe a camuflagem: por que não há-de este manifesto assumir o que é? é um manifesto onde o lóbi nuclear se encontra com o psd numa sala emprestada do instituto superior técnico e arregimenta alguns anti-sócrates que passam à porta.
não há mal em defender o nuclear. ou um negócio. mas há mal em ser sonso. e incoerente: há quem tenha assinado este manifesto sem que a tinta com que assinou outro, contra as obras públicas, tenha secado. sendo que o anterior está contra grandes projectos que aumentem o endividamento e as importações na sua construção e este está a favor de grandes projectos que aumentam o endividamento e as importações na sua construção. central nuclear é importação pura, da concepção à construção. talvez fosse uma maneira de compensar os franceses dos submarinos que preterimos.
o manifesto tem mais de enérgico que de energético. diz quem sabe que está cheio de erros e falácias. quem sabe? sabe jorge vasconcelos, o maior insuspeito de "socratismo": saiu da erse levando de recordação uma caixa de alfinetes e um boneco "voodoo" de sócrates. pois bem, vasconcelos já arrasou no "público" a competência do manifesto e as intenções dos que o assinam. falando, sem nomear, de sampaio nunes ou de valente de oliveira, que estiveram em governos anteriores. falando, sem nomear, de francisco van zeller, que agora está indignado com o custo das renováveis sobre as famílias mas que, como presidente da cip, pressionou o governo a isentar as empresas desse sobrecusto, remetendo-o... para as famílias.
não é fácil avaliar uma política energética a partir de um manifesto preguiçoso e que se limita a estar contra. não estamos a falar do tgv que se há ou não de fazer. mas de investimentos em curso. não há tabus, de facto. há uma tábua rasa sobre 15 anos de política energética.
portugal investe em energias eólicas e hídricas porque tem vento e rios, não tem petróleo. e são razões económicas - não ambientais - que movem a opção. não é para salvar o mundo, é para substituirmos as importações de petróleo. que, já agora, também é uma indústria altamente subsidiada. e quando o petróleo voltar a subir, com a retoma económica, as renováveis voltam a ser competitivas. até lá, têm de ser subsidiadas.
se queremos baixar os custos eléctricos das famílias, devíamos começar por olhar para aquela sopa da pedra que é a tarifa, que inclui 7% para autarquias e taxa do audiovisual. mas não confundir as razões do défice tarifário, um tremendo erro para esconder subidas de preços que começou com as gasolinas, não com as renováveis.
o problema ibérico não é falta de centrais, mas o seu isolamento: não é uma península, é uma ilha energética, travada nos pirinéus pelo proteccionismo francês. há excesso de produção de água e vento na ibéria. a edp antecipou a descontinuação de centrais térmicas (como o carregado), a iberdrola desistiu da cogeração, há alturas em que todas as centrais térmicas do país estão paradas.
se é de políticas energéticas que queremos falar, vamos a isso. se é de negócios, vamos a isso. se é outra coisa, então continuem a mandar postais.
in "http://www.jornaldenegocios.pt/index.p ... &id=418725
(continua no post a seguir)
pedro santos guerreiro
o manifesto anti-dantes
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trinta e seis personalidades apresentaram um manifesto contra a política energética. "sem tabus", ameaçam. excepto o tabu de dizerem ao que vêm: negócios para uns, política para outros e talvez algum renovável ressabiamento. o "manifesto por uma...
trinta e seis personalidades apresentaram um manifesto contra a política energética. "sem tabus", ameaçam. excepto o tabu de dizerem ao que vêm: negócios para uns, política para outros e talvez algum renovável ressabiamento.
o "manifesto por uma nova política energética em portugal" foi apresentado ontem por mira amaral, que encabeça a lista. critica o excesso de subsidiação das renováveis - embora esteja basicamente a falar da eólica - e pede outras formas de produção - embora esteja basicamente a falar de nuclear.
sim: nuclear, o tal tabu. quem o defende desistiu de o afirmar, passou a insinuá-lo. percebe-se a dificuldade: há preconceito e ignorância que são sempre jogados contra a energia nuclear. mas não se percebe a camuflagem: por que não há-de este manifesto assumir o que é? é um manifesto onde o lóbi nuclear se encontra com o psd numa sala emprestada do instituto superior técnico e arregimenta alguns anti-sócrates que passam à porta.
não há mal em defender o nuclear. ou um negócio. mas há mal em ser sonso. e incoerente: há quem tenha assinado este manifesto sem que a tinta com que assinou outro, contra as obras públicas, tenha secado. sendo que o anterior está contra grandes projectos que aumentem o endividamento e as importações na sua construção e este está a favor de grandes projectos que aumentam o endividamento e as importações na sua construção. central nuclear é importação pura, da concepção à construção. talvez fosse uma maneira de compensar os franceses dos submarinos que preterimos.
o manifesto tem mais de enérgico que de energético. diz quem sabe que está cheio de erros e falácias. quem sabe? sabe jorge vasconcelos, o maior insuspeito de "socratismo": saiu da erse levando de recordação uma caixa de alfinetes e um boneco "voodoo" de sócrates. pois bem, vasconcelos já arrasou no "público" a competência do manifesto e as intenções dos que o assinam. falando, sem nomear, de sampaio nunes ou de valente de oliveira, que estiveram em governos anteriores. falando, sem nomear, de francisco van zeller, que agora está indignado com o custo das renováveis sobre as famílias mas que, como presidente da cip, pressionou o governo a isentar as empresas desse sobrecusto, remetendo-o... para as famílias.
não é fácil avaliar uma política energética a partir de um manifesto preguiçoso e que se limita a estar contra. não estamos a falar do tgv que se há ou não de fazer. mas de investimentos em curso. não há tabus, de facto. há uma tábua rasa sobre 15 anos de política energética.
portugal investe em energias eólicas e hídricas porque tem vento e rios, não tem petróleo. e são razões económicas - não ambientais - que movem a opção. não é para salvar o mundo, é para substituirmos as importações de petróleo. que, já agora, também é uma indústria altamente subsidiada. e quando o petróleo voltar a subir, com a retoma económica, as renováveis voltam a ser competitivas. até lá, têm de ser subsidiadas.
se queremos baixar os custos eléctricos das famílias, devíamos começar por olhar para aquela sopa da pedra que é a tarifa, que inclui 7% para autarquias e taxa do audiovisual. mas não confundir as razões do défice tarifário, um tremendo erro para esconder subidas de preços que começou com as gasolinas, não com as renováveis.
o problema ibérico não é falta de centrais, mas o seu isolamento: não é uma península, é uma ilha energética, travada nos pirinéus pelo proteccionismo francês. há excesso de produção de água e vento na ibéria. a edp antecipou a descontinuação de centrais térmicas (como o carregado), a iberdrola desistiu da cogeração, há alturas em que todas as centrais térmicas do país estão paradas.
se é de políticas energéticas que queremos falar, vamos a isso. se é de negócios, vamos a isso. se é outra coisa, então continuem a mandar postais.
in "http://www.jornaldenegocios.pt/index.p ... &id=418725
(continua no post a seguir)
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Autor do tópico - Membro Dedicado
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
[continuação do post anterior)
hoje foi publicada a resposta do eng. pedro sampaio nunes (ex-secretário de estado da ciência e da inovação) a esse editorial. esta resposta tem alguns valores concretos que merecem ser lidos e devidamente interpretados:
pedro sampaio nunes
resposta a "manifesto anti-dantes"
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caro pedro guerreiro, li o seu editorial do jornal de negócios de hoje, e confesso que fiquei perplexo. habituei-me a ler sempre com interesse as suas reflexões pertinentes e independentes sobre a nossa realidade económica. confesso que desta vez fiquei muito desiludido.
caro pedro guerreiro,
li o seu editorial do jornal de negócios de hoje, e confesso que fiquei perplexo. habituei-me a ler sempre com interesse as suas reflexões pertinentes e independentes sobre a nossa realidade económica. confesso que desta vez fiquei muito desiludido. faz um ataque ao esforço de um grupo de personalidades que se uniram para apresentar uma reflexão própria sobre uma das maiores fragilidades da nossa economia, e da possibilidade de alguma vez a podermos voltar a erguer.
e reflexão essa corajosa, conhecendo como conhece o risco de retaliação que o actual poder usa e abusa a quem ousa manifestar e publicitar uma opinião contrária à linha de pensamento único. pois em vez de ver nisso uma manifestação de coragem democrática, vê "negócios para uns, política para outros e talvez um renovável ressabiamento"
então existe algum problema em ver numa das actividades mais importantes e críticas para o nosso desenvolvimento "negócios, política e ressabiamento"? desculpe mas não podia acreditar no que estava a ler da parte de um director de um jornal de negócios, antes parecia estar a ler um editorial do "avante".
então quando se fala da produção de energia não estamos a falar necessariamente de" negócios", e do sector onde estão as maiores empresas mundiais? qual é o problema? o problema, digo-lhe eu é quando esse negócio é feito à conta dos pobres consumidores ou dos contribuintes, sem que estes tenham a possibilidade de sequer o perceber e de se pronunciarem com conhecimento sobre esse facto. e de terem de pagá-lo hoje - esse negócio às suas costas - comprometendo a competitividade das suas empresas, da dos seus filhos e dos netos.
"politica para os outros", mas isso é pecado, é mau? não é a política o tratamento da coisa pública? não estamos numa democracia ou temos que nos calar quando não concordamos?
não percebo sinceramente a sua ideia em querer dessa forma desqualificar uma iniciativa corajosa, que honra quem nela quis participar, apesar das pressões que se verificaram para que alguns saíssem, o que acabou mesmo por acontecer.
deixe-me também que lhe diga que quem defende o nuclear, como é o meu caso, não desistiu minimamente de o fazer, e estou pronto para o assumir sem qualquer receio ou duvida sobre a inevitabilidade de o virmos a adoptar, mais cedo ou mais tarde. quanto mais cedo melhor para o país, quanto mais tarde pior. mas não podemos obrigar outros dos subscritores a alinhar nesta certeza.
não quiseram incluir a proposta explicita, como foi a minha proposta, ao nuclear como solução. têm as mesmas dúvidas que décadas de desinformação radicaram profundamente na maior parte dos espíritos portugueses e eu tive que respeitar essa opção.
mas quando quiser e sempre que o quiser, estarei disposto em ajudar a dar mais informação sobre essa matéria, que conheço bem e que se conhece tão pouco em portugal, e que representa apenas, a forma mais importante em volume da geração eléctrica na europa.
mas vamos ao seu texto e, permita-me que lhe diga, a alguns erros que comete seguramente com boa intenção, mas com lacunas de conhecimento desta área mais técnica.
1. uma central nuclear seria importação pura, da concepção à construção e um grande projecto que aumentaria o endividamento. uma central nuclear é essencialmente betão e tubagens, metalo-mecânica. ora isso é onde nós portugueses somos fortes e a nossa indústria anda à procura desesperadamente de projectos. e também existe uma enorme diferença entre este tipo de projecto e as grandes infra-estruturas sem retorno económico e financeiro que permitam servir a dívida criada para os financiar.
uma central nuclear pode fazê-lo porque vai permitir criar um produto de que carecemos, a um custo muito mais reduzido do que qualquer outra alternativa hoje. por isso é negócio e bom investimento, criando riqueza para o país. as energias que necessitam de subsídios não o são, destroem riqueza e o endividamento criado não tem retorno que sirva a esse levantamento de capital. e também não existem só franceses neste campeonato, existem americanos, japoneses, russos, canadianos, alemães e coreanos, e muito em breve, chineses e indianos.
a este propósito, digo-lhe que aos narcotizados pela força da propaganda governamental, escapou-lhes o que se está de facto a passar no mundo da energia hoje: o regresso em força do nuclear. a suécia, um dos países que aprovou uma moratória para desmantelar as suas centrais depois de chernobyl, acabou com a moratória e vai retomar a construção de novas centrais.
assim como a itália, e em breve a alemanha e possivelmente a bélgica, para alem de todos os países de leste, que concorrem directamente connosco no nosso nível tecnológico. mas também a polónia, que não tinha nuclear e aprovou um novo programa, a holanda, o reino unido, a própria ucrânia, onde se deu chernobyl. a lista é interminável e só me refiro à europa.
fora da europa, deixe-me lembrar o que se passou com dois países com a nossa dimensão: os emiratos árabes unidos, um dos principais produtores de petróleo do mundo, e de gás natural, com mais insolação e vento que portugal, abriu um concurso para a construção de quatro reactores nucleares, a pensar no seu futuro.
esse concurso foi ganho pela kepco, empresa coreana, com surpresa dos observadores, que tinham como certo que esse mercado seria ganho pela areva, que nele tinha investido pesadamente. cada reactor custará 3,5 mil m€ com uma potência de 1 400 mw cada, o primeiro estará pronto em 2017, mas o mais importante é que o mwh produzido custará 23€, produzindo cada reactor 11 twh anuais durante o seu período de vida útil de 60 anos .
a coreia do sul, país com a nossa dimensão geográfica e o quíntuplo da população, tem 20 reactores nucleares em funcionamento, 8 em construção - dentro dos prazos e dos custos estimados - e mais 8 planeadas. o seu enorme sucesso industrial baseia-se na disponibilidade de energia barata, num país sem recursos naturais próprios. talvez um modelo para o qual devêssemos olhar.
ora 4 mil m€ foi quanto nos custou a actual potência instalada em eólica, de 3 500 mw, que produzirão 8,4 twh anuais, com o mwh produzido a cerca de 70€ (pago até hoje a 90) e durante os 15 a 20 anos de período de vida útil daqueles equipamentos.
e agora para poder gerir a sua intermitência, pelo elevado valor da potência em relação à à energia produzida, sem que isso represente termos que importar muito mais energia ou exportar a valor nulo, temos que construir barragens que não produzem energia e que custam 5 mil m€, o que vai dobrar o custo actual do mwh produzido pelas eólicas. veja 9 mil milhões de euros para gerar 8,4 twh por 20 anos no máximo a um custo unitário de uns 140€/mwh, contra 7 mil milhões de euros para gerar 22 twh anuais por 60 anos a um custo unitário de 23€/mwh.
o valor da pool do mercado ibérico foi o ano passado cerca de 35 €/mwh e desde o princípio deste ano está a em média a 27,8 €/mwh. como dizemos no manifesto, a eólica está a ser paga a 91 €/mwh, o fotovoltaico a 344€/mwh e a única novidade do actual governo - porque tudo o resto já vinha dos governos anteriores - a micro-geração a 575€/mwh. não acha isto uma aberração económica? tem que achar concerteza, e persistir neste erro é correr para o precipício.
2. depois diz que o meu amigo de há 20 anos - e parceiro de ténis - jorge vasconcelos teria arrasado o manifesto. mas arrasado como? falando em mim sem me nomear em quê? e no francisco van zeller, que teria defendido as empresas do saque que esta política irracional está a criar à sua competitividade. mas não era isso a sua obrigação? a decisão de passar o sobrecusto para as pobres das famílias foi do governo, não foi seguramente dele, que não tinha poderes para isso.
existe aqui um outro erro importante: a energia eólica e a fotovoltaica não substituem o petróleo, produzem electricidade e o petróleo só é usado no sector dos transportes. pensar que o carro eléctrico, usando electricidade produzida pelas renováveis aos custos que lhe mostrei, poderá vir a resolver o problema, é totalmente irrealista, e não vai acontecer, embora o governo se prepare para derreter mais um elefante branco nessa aventura.
é só preciso que façam contas e o papel dos jornais seria muito útil se em vez de seguirem acriticamente a propaganda oficial, fizessem a mesma análise que os subscritores do manifesto se deram ao trabalho de fazer. estou totalmente pronto a explicar-lhe detalhadamente tudo o que aqui lhe digo.
3. há um outro erro: algumas das renováveis nunca foram competitivas, nem mesmo com o petróleo a 147 us$/bbl, e a eólica, que o foi nessa altura, deixará de o ser com o processo mirabolante das hídricas a bombar energia eólica. porque a grande dificuldade dessas energias - eólica e fotovoltaica - é que contrariamente à biomassa ou à geotermia, são intermitentes, e é aí que reside o seu grande inconveniente quando se ultrapassa os 15 % de penetração de eólica numa rede como a nossa.
o artigo do jorge vasconcelos, saído antes da publicação do manifesto atira totalmente ao lado das verdadeiras questões e não é um bom exercício técnico. mas teve uma grande vantagem: diz que o debate é necessário e convida os subscritores a apresentarem os estudos para as suas certezas peremptórias. aceitámos o repto, e apresentámos os estudos referentes à experiência da dinamarca, da alemanha e da espanha sobre este apoio às renováveis intermitentes, em que nos inspirámos. esses estudos, como poderá ver, alertam os eventuais seguidores para a pesada factura que se avizinha em custos e em empregos.
eles estão aqui:
l a experiência alemã
http://en.rwi-essen.de/media/content/pa ... 09_156.pdf
l a experiência dinamarquesa
http://www.cepos.dk/fileadmin/user_uplo ... enmark.pdf
l a experiência espanhola
http://www.juandemariana.org/pdf/090327 ... ewable.pdf
convido-o a lê-los ou a mandar lê-los fazendo um debate sobre matéria de facto e não sobre processos de intenção. são produzidos por entidades credíveis dos respectivos países. pela minha parte estou totalmente disponível para defender o nuclear em portugal em qualquer foro, como fiz no governo do qual fui secretário de estado da ciência e inovação, e a discutir qualquer questão ligada à energia da qual fui director na comissão europeia.
o estado do país obriga a discutirmos todas as razões que nos fizeram chegar ao que chegámos, sem nos determos por receio de qualquer constrangimento.
creia-me admirador da maior parte dos seus editoriais, mas não seguramente este, que será a excepção a confirmar a regra. com os cordiais cumprimentos do
pedro sampaio nunes
esta carta foi enviada em resposta ao editorial deste jornal intitulado "o manifesto anti-dantes", assinado por pedro santos guerreiro no dia 8 de abril (ainda disponível online em http://www.negocios.pt). embora a carta exceda largamente a dimensão do editorial que contesta, a direcção do negócios decidiu publicá-la na íntegra, pelo seu contributo para um assunto que merece a maior reflexão: a política energética.
in http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=418725
hoje foi publicada a resposta do eng. pedro sampaio nunes (ex-secretário de estado da ciência e da inovação) a esse editorial. esta resposta tem alguns valores concretos que merecem ser lidos e devidamente interpretados:
pedro sampaio nunes
resposta a "manifesto anti-dantes"
--------------------------------------------------------------------------------
caro pedro guerreiro, li o seu editorial do jornal de negócios de hoje, e confesso que fiquei perplexo. habituei-me a ler sempre com interesse as suas reflexões pertinentes e independentes sobre a nossa realidade económica. confesso que desta vez fiquei muito desiludido.
caro pedro guerreiro,
li o seu editorial do jornal de negócios de hoje, e confesso que fiquei perplexo. habituei-me a ler sempre com interesse as suas reflexões pertinentes e independentes sobre a nossa realidade económica. confesso que desta vez fiquei muito desiludido. faz um ataque ao esforço de um grupo de personalidades que se uniram para apresentar uma reflexão própria sobre uma das maiores fragilidades da nossa economia, e da possibilidade de alguma vez a podermos voltar a erguer.
e reflexão essa corajosa, conhecendo como conhece o risco de retaliação que o actual poder usa e abusa a quem ousa manifestar e publicitar uma opinião contrária à linha de pensamento único. pois em vez de ver nisso uma manifestação de coragem democrática, vê "negócios para uns, política para outros e talvez um renovável ressabiamento"
então existe algum problema em ver numa das actividades mais importantes e críticas para o nosso desenvolvimento "negócios, política e ressabiamento"? desculpe mas não podia acreditar no que estava a ler da parte de um director de um jornal de negócios, antes parecia estar a ler um editorial do "avante".
então quando se fala da produção de energia não estamos a falar necessariamente de" negócios", e do sector onde estão as maiores empresas mundiais? qual é o problema? o problema, digo-lhe eu é quando esse negócio é feito à conta dos pobres consumidores ou dos contribuintes, sem que estes tenham a possibilidade de sequer o perceber e de se pronunciarem com conhecimento sobre esse facto. e de terem de pagá-lo hoje - esse negócio às suas costas - comprometendo a competitividade das suas empresas, da dos seus filhos e dos netos.
"politica para os outros", mas isso é pecado, é mau? não é a política o tratamento da coisa pública? não estamos numa democracia ou temos que nos calar quando não concordamos?
não percebo sinceramente a sua ideia em querer dessa forma desqualificar uma iniciativa corajosa, que honra quem nela quis participar, apesar das pressões que se verificaram para que alguns saíssem, o que acabou mesmo por acontecer.
deixe-me também que lhe diga que quem defende o nuclear, como é o meu caso, não desistiu minimamente de o fazer, e estou pronto para o assumir sem qualquer receio ou duvida sobre a inevitabilidade de o virmos a adoptar, mais cedo ou mais tarde. quanto mais cedo melhor para o país, quanto mais tarde pior. mas não podemos obrigar outros dos subscritores a alinhar nesta certeza.
não quiseram incluir a proposta explicita, como foi a minha proposta, ao nuclear como solução. têm as mesmas dúvidas que décadas de desinformação radicaram profundamente na maior parte dos espíritos portugueses e eu tive que respeitar essa opção.
mas quando quiser e sempre que o quiser, estarei disposto em ajudar a dar mais informação sobre essa matéria, que conheço bem e que se conhece tão pouco em portugal, e que representa apenas, a forma mais importante em volume da geração eléctrica na europa.
mas vamos ao seu texto e, permita-me que lhe diga, a alguns erros que comete seguramente com boa intenção, mas com lacunas de conhecimento desta área mais técnica.
1. uma central nuclear seria importação pura, da concepção à construção e um grande projecto que aumentaria o endividamento. uma central nuclear é essencialmente betão e tubagens, metalo-mecânica. ora isso é onde nós portugueses somos fortes e a nossa indústria anda à procura desesperadamente de projectos. e também existe uma enorme diferença entre este tipo de projecto e as grandes infra-estruturas sem retorno económico e financeiro que permitam servir a dívida criada para os financiar.
uma central nuclear pode fazê-lo porque vai permitir criar um produto de que carecemos, a um custo muito mais reduzido do que qualquer outra alternativa hoje. por isso é negócio e bom investimento, criando riqueza para o país. as energias que necessitam de subsídios não o são, destroem riqueza e o endividamento criado não tem retorno que sirva a esse levantamento de capital. e também não existem só franceses neste campeonato, existem americanos, japoneses, russos, canadianos, alemães e coreanos, e muito em breve, chineses e indianos.
a este propósito, digo-lhe que aos narcotizados pela força da propaganda governamental, escapou-lhes o que se está de facto a passar no mundo da energia hoje: o regresso em força do nuclear. a suécia, um dos países que aprovou uma moratória para desmantelar as suas centrais depois de chernobyl, acabou com a moratória e vai retomar a construção de novas centrais.
assim como a itália, e em breve a alemanha e possivelmente a bélgica, para alem de todos os países de leste, que concorrem directamente connosco no nosso nível tecnológico. mas também a polónia, que não tinha nuclear e aprovou um novo programa, a holanda, o reino unido, a própria ucrânia, onde se deu chernobyl. a lista é interminável e só me refiro à europa.
fora da europa, deixe-me lembrar o que se passou com dois países com a nossa dimensão: os emiratos árabes unidos, um dos principais produtores de petróleo do mundo, e de gás natural, com mais insolação e vento que portugal, abriu um concurso para a construção de quatro reactores nucleares, a pensar no seu futuro.
esse concurso foi ganho pela kepco, empresa coreana, com surpresa dos observadores, que tinham como certo que esse mercado seria ganho pela areva, que nele tinha investido pesadamente. cada reactor custará 3,5 mil m€ com uma potência de 1 400 mw cada, o primeiro estará pronto em 2017, mas o mais importante é que o mwh produzido custará 23€, produzindo cada reactor 11 twh anuais durante o seu período de vida útil de 60 anos .
a coreia do sul, país com a nossa dimensão geográfica e o quíntuplo da população, tem 20 reactores nucleares em funcionamento, 8 em construção - dentro dos prazos e dos custos estimados - e mais 8 planeadas. o seu enorme sucesso industrial baseia-se na disponibilidade de energia barata, num país sem recursos naturais próprios. talvez um modelo para o qual devêssemos olhar.
ora 4 mil m€ foi quanto nos custou a actual potência instalada em eólica, de 3 500 mw, que produzirão 8,4 twh anuais, com o mwh produzido a cerca de 70€ (pago até hoje a 90) e durante os 15 a 20 anos de período de vida útil daqueles equipamentos.
e agora para poder gerir a sua intermitência, pelo elevado valor da potência em relação à à energia produzida, sem que isso represente termos que importar muito mais energia ou exportar a valor nulo, temos que construir barragens que não produzem energia e que custam 5 mil m€, o que vai dobrar o custo actual do mwh produzido pelas eólicas. veja 9 mil milhões de euros para gerar 8,4 twh por 20 anos no máximo a um custo unitário de uns 140€/mwh, contra 7 mil milhões de euros para gerar 22 twh anuais por 60 anos a um custo unitário de 23€/mwh.
o valor da pool do mercado ibérico foi o ano passado cerca de 35 €/mwh e desde o princípio deste ano está a em média a 27,8 €/mwh. como dizemos no manifesto, a eólica está a ser paga a 91 €/mwh, o fotovoltaico a 344€/mwh e a única novidade do actual governo - porque tudo o resto já vinha dos governos anteriores - a micro-geração a 575€/mwh. não acha isto uma aberração económica? tem que achar concerteza, e persistir neste erro é correr para o precipício.
2. depois diz que o meu amigo de há 20 anos - e parceiro de ténis - jorge vasconcelos teria arrasado o manifesto. mas arrasado como? falando em mim sem me nomear em quê? e no francisco van zeller, que teria defendido as empresas do saque que esta política irracional está a criar à sua competitividade. mas não era isso a sua obrigação? a decisão de passar o sobrecusto para as pobres das famílias foi do governo, não foi seguramente dele, que não tinha poderes para isso.
existe aqui um outro erro importante: a energia eólica e a fotovoltaica não substituem o petróleo, produzem electricidade e o petróleo só é usado no sector dos transportes. pensar que o carro eléctrico, usando electricidade produzida pelas renováveis aos custos que lhe mostrei, poderá vir a resolver o problema, é totalmente irrealista, e não vai acontecer, embora o governo se prepare para derreter mais um elefante branco nessa aventura.
é só preciso que façam contas e o papel dos jornais seria muito útil se em vez de seguirem acriticamente a propaganda oficial, fizessem a mesma análise que os subscritores do manifesto se deram ao trabalho de fazer. estou totalmente pronto a explicar-lhe detalhadamente tudo o que aqui lhe digo.
3. há um outro erro: algumas das renováveis nunca foram competitivas, nem mesmo com o petróleo a 147 us$/bbl, e a eólica, que o foi nessa altura, deixará de o ser com o processo mirabolante das hídricas a bombar energia eólica. porque a grande dificuldade dessas energias - eólica e fotovoltaica - é que contrariamente à biomassa ou à geotermia, são intermitentes, e é aí que reside o seu grande inconveniente quando se ultrapassa os 15 % de penetração de eólica numa rede como a nossa.
o artigo do jorge vasconcelos, saído antes da publicação do manifesto atira totalmente ao lado das verdadeiras questões e não é um bom exercício técnico. mas teve uma grande vantagem: diz que o debate é necessário e convida os subscritores a apresentarem os estudos para as suas certezas peremptórias. aceitámos o repto, e apresentámos os estudos referentes à experiência da dinamarca, da alemanha e da espanha sobre este apoio às renováveis intermitentes, em que nos inspirámos. esses estudos, como poderá ver, alertam os eventuais seguidores para a pesada factura que se avizinha em custos e em empregos.
eles estão aqui:
l a experiência alemã
http://en.rwi-essen.de/media/content/pa ... 09_156.pdf
l a experiência dinamarquesa
http://www.cepos.dk/fileadmin/user_uplo ... enmark.pdf
l a experiência espanhola
http://www.juandemariana.org/pdf/090327 ... ewable.pdf
convido-o a lê-los ou a mandar lê-los fazendo um debate sobre matéria de facto e não sobre processos de intenção. são produzidos por entidades credíveis dos respectivos países. pela minha parte estou totalmente disponível para defender o nuclear em portugal em qualquer foro, como fiz no governo do qual fui secretário de estado da ciência e inovação, e a discutir qualquer questão ligada à energia da qual fui director na comissão europeia.
o estado do país obriga a discutirmos todas as razões que nos fizeram chegar ao que chegámos, sem nos determos por receio de qualquer constrangimento.
creia-me admirador da maior parte dos seus editoriais, mas não seguramente este, que será a excepção a confirmar a regra. com os cordiais cumprimentos do
pedro sampaio nunes
esta carta foi enviada em resposta ao editorial deste jornal intitulado "o manifesto anti-dantes", assinado por pedro santos guerreiro no dia 8 de abril (ainda disponível online em http://www.negocios.pt). embora a carta exceda largamente a dimensão do editorial que contesta, a direcção do negócios decidiu publicá-la na íntegra, pelo seu contributo para um assunto que merece a maior reflexão: a política energética.
in http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=418725
Última edição por Cali em quarta abr 14, 2010 4:07 pm, editado 1 vez no total.
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
nota positiva para o jornal, por a publicar.
esse jornal é conhecido por artigos despropositados e de defesa de interesses no campo automóvel. já publicou artigos sobre híbridos que são de uma lástima brutal.
faço mea culpa, confundi com o diário económico. as minhas desculpas ao jornal de negócios.
esse jornal é conhecido por artigos despropositados e de defesa de interesses no campo automóvel. já publicou artigos sobre híbridos que são de uma lástima brutal.
faço mea culpa, confundi com o diário económico. as minhas desculpas ao jornal de negócios.
Montada: Brammo Empulse R ( The best
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- Membro Silver
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?
cali tem apresentado aqui uma série de artigos, documentos, e argumentos, que considero serem no mínimo polémicos. julgo que está a tender para a defesa do documento recentemente apresentado "manifesto por uma nova política energética em portugal" e que obviamente representa uma corrente de opinião fundamentalmente formada por economistas e gestores. considero que todas as reflexões feitas por membros da sociedade civil sobre qualquer assunto é sempre de enaltecer até pelo esforço que despendem para o fazer e pelas agruras que a exposição pública lhes trará. é bem mais cómodo ficar em casa. por outro lado, e a não ser que sejam inconscientes, os subscritores são pessoas com formação e profundos conhecimentos na área, portanto não é uma opinião de ilustres ignorantes ou desconhecidos. mas tudo isto também não lhes dá a iluminação da verdade absoluta, é uma das verdades possíveis, é a verdade vista de um certo ângulo.
parece-me que caem em vários enviesamentos de raciocínio talvez em parte provocados por uma análise muito baseada na economia que não representa toda a realidade e que sabemos não ser uma ciência exacta.
em minha opinião:
1. o maior mal que nos podia acontecer seria não termos uma política energética como aconteceu durante muitos anos.
2. a política energética pode e deve ser permanentemente questionada e avaliada mas, continuando-se no rumo traçado até que nova política seja traçada. não podemos passar dia nenhum sem um rumo bem definido.
3. a opção nuclear não pode ser tabu mas obviamente terá de ser bem equacionada. basta pensar numa questão, a da localização, para imaginar as discussões infindáveis que nos esperam.
4. há uma realidade insofismável sobre a qual ninguém fala. a época da energia barata só não se finou já porque a crise económica veio reduzir muito a procura de crude o que tem permitido o desenvolvimento de alguns países porque outros estão em retracção. em pleno desenvolvimento de todos vamos assistir ao disparar de preços do crude e aí vão-se rir os países, tanto mais quanto menos dependerem dele. por isso a opção pelas renováveis eólicas e outras não foi quanto a mim um erro como a seguir se poderá verificar.
podemos incorporar o nuclear no nosso mix de energia mas substituirá ela todas as outras formas? julgo que a resposta nem precisa de ser dada de tão óbvia.
em minha opinião vamos ter que lançar mão de todas as armas para não cairmos numa nova época de forte recessão em virtude dos altos preços da energia como vários cientistas sociais prevêem em obras escritas devidamente fundamentadas.
um outro dado interessante é o de que o país do mundo com menor dependência do crude é, curiosamente, o brasil em virtude de há muito ter apostado nos seus transportes baseados em energias alternativas como os biodiesel e o etanol. os eua estão atentos a esta realidade que os pode ajudar a alterar o seu mix de combustíveis.
saudações
parece-me que caem em vários enviesamentos de raciocínio talvez em parte provocados por uma análise muito baseada na economia que não representa toda a realidade e que sabemos não ser uma ciência exacta.
em minha opinião:
1. o maior mal que nos podia acontecer seria não termos uma política energética como aconteceu durante muitos anos.
2. a política energética pode e deve ser permanentemente questionada e avaliada mas, continuando-se no rumo traçado até que nova política seja traçada. não podemos passar dia nenhum sem um rumo bem definido.
3. a opção nuclear não pode ser tabu mas obviamente terá de ser bem equacionada. basta pensar numa questão, a da localização, para imaginar as discussões infindáveis que nos esperam.
4. há uma realidade insofismável sobre a qual ninguém fala. a época da energia barata só não se finou já porque a crise económica veio reduzir muito a procura de crude o que tem permitido o desenvolvimento de alguns países porque outros estão em retracção. em pleno desenvolvimento de todos vamos assistir ao disparar de preços do crude e aí vão-se rir os países, tanto mais quanto menos dependerem dele. por isso a opção pelas renováveis eólicas e outras não foi quanto a mim um erro como a seguir se poderá verificar.
será que praticamente todos os países citados no documento estão assim tão equivocados ou que conseguiram desenvolver as suas centrais eólicas com preços substancialmente inferiores aos nossos, ou todos têm a mesma consciência de que o caminho que se trilhava não era sustentável a prazo (curto prazo) e precisam preparar-se para a guerra de preços do crude que se avizinha?publicado 14 abril 2010 18:05 no jornal de negócios
energia
ásia ultrapassará europa em potência eólica em 2014
a ásia deverá ultrapassar a europa como maior produtor mundial de energia eólica em 2014, fruto das instalações de nova potência que já estão a ser feitas, sobretudo na china, revelam as mais recentes previsões do global wind energy council (gwec).
miguel prado
[email protected]
a ásia deverá ultrapassar a europa como maior produtor mundial de energia eólica em 2014, fruto das instalações de nova potência que já estão a ser feitas, sobretudo na china, revelam as mais recentes previsões do global wind energy council (gwec).
em 2009 a ásia já foi a região com maior potência eólica adicionada, tendo os seus 15,4 gigawatts (gw) de nova capacidade superado os 10,5 gw da europa e os 10,9 gw da américa do norte.
ora, nas previsões a cinco anos, o gwec aponta para 2013 o momento em que a ásia alcançará a potência instalada na europa, prevista para 122 gw. e em 2014 o continente asiático deverá atingir uma potência eólica acumulada de 148,8 gw, ultrapassando os 136,5 gw estimados para a europa.
os parques eólicos asiáticos darão o maior contributo para o crescimento deste negócio à escala global.
a associação eólica mundial prevê que a capacidade total do planeta de geração de energia a partir do vento poderá passar dos 158,5 gw instalados no final de 2009 para 409 gw em 2014.
no “ranking” mundial de potência eólica a república popular da china lidera as novas instalações feitas em 2009, com 13,8 gw estimados, seguida dos estados unidos da américa (eua), com 9,9 gw.
espanha e alemanha vêm logo a seguir, com 2,5 e 1,9 gw, respectivamente.
portugal no top 10
portugal figura como o décimo mercado mundial que no ano passado mais potência eólica adicionou: o gwec indica que em território luso foram acrescentados à rede parques com 673 megawatts (mw). da lista dos dez mercados com maiores potências adicionadas em 2009 fazem parte também a índia, itália, frança, reino unido e canadá.
o gwec indica que em termos acumulados os eua lideram o mapa mundial de aerogeradores em operação, com 35 gw de potência, seguidos pela china, com 25,8 gw, e só depois pela alemanha, com 25,7 gw. portugal ocupa a nona posição entre os países com maior potência eólica instalada, atrás de espanha, itália, frança, índia e reino unido, mas à frente da dinamarca, país que tem uma forte tradição no fabrico de aerogeradores.
entre os dez maiores mercados de energia eólica do mundo a edp renováveis já está presente (ou anunciou que marcará presença) em seis, nomeadamente portugal, espanha, frança, itália, reino unido e eua. mas para a ásia, o mercado com maior crescimento previsto para os próximos anos, a empresa do grupo edp ainda não avançou.
podemos incorporar o nuclear no nosso mix de energia mas substituirá ela todas as outras formas? julgo que a resposta nem precisa de ser dada de tão óbvia.
em minha opinião vamos ter que lançar mão de todas as armas para não cairmos numa nova época de forte recessão em virtude dos altos preços da energia como vários cientistas sociais prevêem em obras escritas devidamente fundamentadas.
um outro dado interessante é o de que o país do mundo com menor dependência do crude é, curiosamente, o brasil em virtude de há muito ter apostado nos seus transportes baseados em energias alternativas como os biodiesel e o etanol. os eua estão atentos a esta realidade que os pode ajudar a alterar o seu mix de combustíveis.
saudações
Tendes a LIBERDADE de vossas acções nunca a de suas consequências
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Autor do tópico - Membro Dedicado
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- Registado: quarta jun 18, 2008 1:05 am
Re: Uma nova inflação denominada EDP?
olá. passei por cá, vi este post do josemor, e por respeito e boa educação, quebrei o meu silencio para lhe responder.
como eu já disse antes, eu sou neutro neste assunto. vejo e analiso os dois lados, e há coisas que saltam á vista de um miope, das quais já falei atrás.
cada país sabe das suas finanças, e sabe como financía os seus investimentos nas renováveis. o nosso país não se devia dar ao luxo, pelo estado miserável em que estão as contas publicas (assunto finalmente tão na ordem do dia, depois de nos ter estoirado na cara nos ultimos dias) de subsidiar desvarios destes. quem não tem dinheiro, não tem vicios, mas nós... temos! e depois... dá nisto que se vê agora: andarmos nas bocas do mundo como sendo o proximo país a ficar insolvente, incapaz de cumprir os seus compromissos financeiros. pudera! pagamos empréstimos antigos com empréstimos novos, numa espiral de endividamento que agora está prestes a rebentar. nos ultimos dois dias, o socrates e o teixeira finalmente ficaram com os 'tintins' tão apertadinhos que lá entenderam que tinham que se deixar de conversa da treta e mexer-se. ainda assim, não se mexeram tanto como deviam, mas não me admiraria nada que, num futuro próximo, do resultado do apertão que estamos a levar, muitas das 'bandeiras' deste governo tenham que ficar na gaveta. e esta, das renováveis, em desespero de causa, pode vir a ser uma delas.
josemor, eu vou-lhe deixar um link para um certo blog que é dos mais conceituados em portugal na corrente anti-ecologica. o fulano em causa é um bocado radical, e até por vezes excessivo na linguagem, mas tem o cuidado de ser rigoroso e fundamentar com dados oficiais as contas que faz e os argumentos que usa. chama-se "eco-tretas". sugiro-lhe que leia os dois tópicos mais recentes. é claro que eu não ponho as mãos no fogo por tudo o que lá está escrito, e pelas contas que lá são feitas, mas entenda isto apenas como uma sugestão para conhecer 'o outro lado' da economia 'verde'.
http://ecotretas.blogspot.com/
fiquem bem!
como eu já disse antes, eu sou neutro neste assunto. vejo e analiso os dois lados, e há coisas que saltam á vista de um miope, das quais já falei atrás.
cada país sabe das suas finanças, e sabe como financía os seus investimentos nas renováveis. o nosso país não se devia dar ao luxo, pelo estado miserável em que estão as contas publicas (assunto finalmente tão na ordem do dia, depois de nos ter estoirado na cara nos ultimos dias) de subsidiar desvarios destes. quem não tem dinheiro, não tem vicios, mas nós... temos! e depois... dá nisto que se vê agora: andarmos nas bocas do mundo como sendo o proximo país a ficar insolvente, incapaz de cumprir os seus compromissos financeiros. pudera! pagamos empréstimos antigos com empréstimos novos, numa espiral de endividamento que agora está prestes a rebentar. nos ultimos dois dias, o socrates e o teixeira finalmente ficaram com os 'tintins' tão apertadinhos que lá entenderam que tinham que se deixar de conversa da treta e mexer-se. ainda assim, não se mexeram tanto como deviam, mas não me admiraria nada que, num futuro próximo, do resultado do apertão que estamos a levar, muitas das 'bandeiras' deste governo tenham que ficar na gaveta. e esta, das renováveis, em desespero de causa, pode vir a ser uma delas.
josemor, eu vou-lhe deixar um link para um certo blog que é dos mais conceituados em portugal na corrente anti-ecologica. o fulano em causa é um bocado radical, e até por vezes excessivo na linguagem, mas tem o cuidado de ser rigoroso e fundamentar com dados oficiais as contas que faz e os argumentos que usa. chama-se "eco-tretas". sugiro-lhe que leia os dois tópicos mais recentes. é claro que eu não ponho as mãos no fogo por tudo o que lá está escrito, e pelas contas que lá são feitas, mas entenda isto apenas como uma sugestão para conhecer 'o outro lado' da economia 'verde'.
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