Boa tarde a todos.
Ainda estou a recuperar das odisseias do ENVE 2017. Foram muitas e longas. Aqui, vou dedicar-me um pouco mais à viagem da Vectrix: Sesimbra-Porto, 384.2 KM.
Planeei a viagem com algum tempo de antecedência. Na terça-feira, aproveitando que a Vectrix precisava de umas afinações (pedi para colocar o aviso das luzes de nevoeiro no mostrador e uma pequena melhoria no VectrixSpy), combinei deixar a Vectrix na Evolution (a oficina da ZEEV) e trazer a de substituição, poupando uma carga intermédia para o dia seguinte.
Na quarta-feira fui trabalhar, despachei os meus afazeres e saí assim que pude de forma a não regressar muito tarde, pois na quinta tinha de estar novamente a trabalhar bem cedo.
Foi sempre a andar, em velocidade cruzeiro. Depois devolvi a mota de substituição e peguei na minha para fazer o resto do trajecto em velocidades moderadas (entre 60 e 70 kph), com paragem obrigatória em Coimbra para abastecimento.
Cheguei a Coimbra já eram 16 horas. Aqui surgiu-me o primeiro contratempo. Tinha deixado dentro dos carros os adaptadores azuis de três pinos para a tomada doméstica. Não trouxe nenhum comigo. Fui tentar ver se havia alguma loja no Fórum Coimbra onde pudesse comprar outro. Não há. Felizmente, o pafi estava a despachar-se e vinha ter comigo não tardaria muito. Informou-me que no piso 1 tinha tomadas disponíveis e nem iria precisar do adaptador (apesar de o ter trazido na mesma, obrigado

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Foi o que fiz. Coloquei a mota à carga mais de meia-hora depois. Foi um atraso inesperado, mas não determinante. Agora era esperar. Algo a que já não estou habituado. Foi o que mais custou. Apetecia-me sair e chegar ao Porto o mais depressa possível. A esperança de ainda ver o meu puto antes de ir dormir diminuíra. Percebi que isso já não iria conseguir fazer...
Ao fim de três horas de carga, perdi a paciência e fiz-me ao caminho. Tinha chegado com 3 barras de carga e ainda faltavam carregar mais três. A tensão do Fórum Coimbra é muito baixa e não consegui carregar a 2200 W. O carregamento foi feito a 1800 W. Foi o segundo contratempo. Paciência. Ainda estava a tempo de chegar ao Porto, jantar e apanhar o expresso para Lisboa, onde deixei o i3 pronto a levar-me a casa.
Fiz alguns metros até aparecer o terceiro contratempo. Por vezes, quando desligo a ficha da tomada tendo a chave na "ignição" e na posição ON, o software da mota tem ali um bloqueio qualquer que precisa de ser reiniciado. Isto faz-se desligando e ligando o carregador. Nada de complicado, a não ser quando estamos na beira de uma entrada de uma via rápida, vestidos com o fato do emprego, debaixo de um sol quente e com os nervos de ter de lidar com os contratempos próprios desta aventura. Demorei muito tempo até conseguir encaixar o raio da ficha... Quando o consegui, lá voltei à viagem. Já não estava tão calmo e seguro que tudo correria bem. Estou a ficar velho e sem paciência para contratempos.

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Demorei duas horas a chegar ao Porto. E teria o quarto contratempo em cima da Ponte da Arrábida. A mota estava no limite da carga. Já não andava comigo em cima. Felizmente, estava a 3 ou 4 KM do destino e o resto do caminho era mais ou menos a descer. Virei para o Campo Alegre e liguei aos restantes organizadores do ENVE que já estavam por lá. Estavam a jantar num restaurante mesmo ali ao pé. Acho que fiz uns cem ou duzentos metros até lá, andando ao lado da mota e acelerando ligeiramente. Chegámos ao restaurante e pedimos uma carga de recurso. O pmcbf disponibilizou a extensão dele (a minha só tinha 12 metros) e lá carreguei um pouco enquanto jantei. No fim, iria deixar a mota com o mjr e ele daria-me boleia até à paragem do expresso.
Foi o que fizemos. Já só tinha expresso perto da uma da manhã. Paciência. Dormiria pelo caminho.
Bem, sem a ajuda dos nossos companheiros de "trajecto" e ideias, tudo isto era mais difícil. Obrigado.

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O quinto contratempo surgiu na hora de apanhar o expresso. Não apanhei. Vi mal a morada. O expresso seguinte era às 6 da manhã. Acabei por ir para a Campanhã, onde esperei pelo comboio. Era às 6 menos um quarto. Foi uma noite de passeio e espera, passeio e espera, espera e passeia... A estação abriu às 5 menos um quarto. A bilheteira abriu às cinco e vinte. O comboio partiu com ligeiro atraso. Descansei duas ou três horitas no trajecto. Mas o comboio ainda chegou a Lisboa com um atraso maior. Já era hora de estar a trabalhar. O metro é um caos a esta hora da manhã. Já mal me recordava disto. Desde da faculdade que não fazia este trajecto de transportes públicos. Que caos. Só ao terceiro metro consegui entrar numa carruagem que estava a abarrotar um pouco menos que as que vieram nos dois metros anteriores. São uns heróis os que passam por isto todos os dias.
Fui directo para o emprego, já cheguei tarde. Dediquei-me aos meus afazeres profissionais e, assim que pude, peguei no i3 e fui a casa buscar o Leaf e o resto da família, para fazermos a viagem seguinte, que contarei nos diários de bordo dos carros.

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Foram cerca de 5 horas a conduzir, mais 3 horas de carga em Coimbra. Isto faz-se bem é em grupo. Infelizmente, este ano fui sozinho. O próximo ENVE deverá ser para sul. Talvez para o ano seja melhor aproveitar o camião da UVE (gratuito para utilizadores, pago pela organização). Ou então arranjar uma adaptação para a mota poder carregar em DC nos PCR. Estou velho e pouco paciente para andar a ver montras...
Mais uma aventura.