in publicoprimeira central solar gigante para exportar electricidade nasce em portugal
11.09.2009
lurdes ferreira
um grupo de empresários portugueses está a estudar a construção de uma central solar gigante no alentejo, de dois mil megawatts, destinada à exportação de electricidade verde para a europa do norte, e a criação de um novo cluster industrial no país, um investimento que poderá rondar os seis mil milhões de euros, apurou o público.
do núcleo promotor do projecto, designado luz.on, fazem parte mário baptista coelho, o homem que ergueu a central de moura, a fundação calouste gulbenkian, a efacec e a eipelectricidade industrial portuguesa, estas últimas duas entidades como parceiras tecnológicas.
a megacentral fotovoltaica de elevada concentração, de tecnologia norte-americana e alemã, é um dossier que está há vários meses em preparação. a sua instalação deverá ocupar cerca de cinco mil hectares numa zona não especificada no alentejo, e é do conhecimento do governo e da comissão europeia, que já deu o seu apoio, por a considerar de interesse europeu.
com arranque estimado para a megacentral em 2011 e sete anos faseados de execução, a luz.on quer seguir a estratégia que impulsionou a energia eólica no país, através da criação de uma fi leira industrial, juntando parte das empresas situadas neste sector, parte da capacidade hoje virada para o sector automóvel, nomeadamente a metalomecânica e os moldes, e a instalação industrial dos fabricantes das células solares, propriamente ditos.
a proximidade geográfica dos fornecedores em relação à central é considerada preferencial, nomeadamente para a produção das células fotovoltaicas. as centrais solares deste tipo em funcionamento até agora foram construídas com painéis importados da china e um dos projectos da qimonda solar, entretanto falida, era trazer para portugal o fabrico do componente de maior intensidade tecnológica para o país, ou seja, de maior valia. a efacec, por seu lado, já está ligada a este projecto, bem como a eip, especializada na instalação de subestações e redes de alta tensão.
o projecto, virado para a era que se avizinha e que os especialistas designam como a das ‘auto-estradas da energia’, apresenta vários pontos inovadores em relação ao passado. é o primeiro pensado para a exportação de energia verde, visando países que precisam de acelerar a redução das suas metas de emissões de dióxido de carbono para cumprirem as metas europeias para 2020. não está, por isso, candidato a tarifas subsidiadas no mercado nacional, nem depende do consumo do mercado português.
é um dos primeiros projectos a enquadrar-se na nova directiva europeia das renováveis, que abre a porta a um novo modelo de transacções de créditos de emissões de co2 entre os estados-membros, através dos certificados verdes e das garantias de origem. as novas regras permitem que os países desenvolvam projectos e negoceiem electricidade, sem estarem sempre obrigados a uma transferência física bilateral, mas ao cumprimento de valores globais para o espaço europeu.
portugal-espanha-frança
ponto inovador, mas também crítico para o sucesso desta iniciativa, é o facto de esta implicar, ainda assim, uma capacidade de interligação entre portugal e espanha e entre esta e frança que não é integralmente garantida por parte destes últimos dois países.
o lançamento deste projecto vai assentar num entendimento entre frança e espanha, que tarda há mais de duas décadas, quanto à passagem de uma interconexão eléctrica pelos pirenéus e que tem sido um dos ‘buracos negros’ na construção de uma rede eléctrica verdadeiramente europeia.
o reforço das interligações eléctricas entre portugal e espanha e entre os dois países ibéricos e frança é uma das medidas que se reivindicam historicamente como das mais importantes para o desenvolvimento do próprio mercado ibérico de electricidade (mibel) e que não tem sido fácil. os mapas de aumento da capacidade de interligação indicam que da parte portuguesa não haverá constrangimentos à passagem dos dois mil megawatts de energia eléctrica.
com a perspectiva de o preço da energia fotovoltaica tender a descer com projectos de grande escala, é considerado aceitável que chegue aos três euros por watt (actualmente está em cinco euros), o que totalizará cerca de seis mil milhões de euros, segundo cálculos do público. o consórcio escusa-se a comentar este número.
a central de moura ainda hoje é a terceira maior do mundo, mas a unidade que o grupo ora projecta terá uma dimensão 45 vezes superior em termos de potência instalada. há dois dias, a china firmou com os norte-americanos da intersolar um memorando de entendimento para a construção de uma central com a mesma potência de dois mil megawatts.
a vaga de projectos para megacentrais, a uma escala desconhecida para os padrões de hoje, está a agitar europeus, americanos e chineses e promete mexer com o mercado das tecnologias de energia nos próximos anos, sobretudo por causa dos compromissos internacionais em termos de emissões de gases com efeito de estufa e da pressão de um novo quadro regulatório que sucederá ao protocolo de quioto.
há cerca de três meses, foi lançado o desertec, por um consórcio dominado pela indústria alemã, e que aposta dentro de 30 anos na importação de energia do deserto do sara para a europa, e assim satisfazer 15 por cento do consumo europeu. é de longe o mais mega dos projectos e prevê-se que o será durante muitos anos.
Primeira central solar gigante para exportar
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Primeira central solar gigante para exportar
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
tenho uma opinião muito pequena sobre este assunto, a microprodução e melhor desempenho no registo iria ajudar mais do que estas construções desnecessárias e dispendiosas!
não seria mais barato e eficiente!
todos teriamos uma maior independencia energética!
mas...
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
estou de acordo serges, seria mais proveitoso e com menores custos para o pais a abertura livre a todos os microprodutores interessados à tarifa fixa de 65€/mw durante os tais 10 anos actuais após o contracto.
não está correcto diferenciar a tarifa bonificada dos microprodutores consoantes a fase em que conseguem fazer o registo com a diminuição de 5% sempre que se atinge o patamar de potencia de cada vez.
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
x3, mais um a concordar!
em vez de centrais megalomanas, se alargassem a microgeração a todos, sem fazes nem tretas do genero, seria muito mais interessante! alem de que, os problemas de distribuição deixariam de existir. assim como estes projectos normalmente até nem são de empresas portuguesas.
em vez de centrais megalomanas, se alargassem a microgeração a todos, sem fazes nem tretas do genero, seria muito mais interessante! alem de que, os problemas de distribuição deixariam de existir. assim como estes projectos normalmente até nem são de empresas portuguesas.
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
eu não concordo: tudo o que for para exportar é bom porque traz divisas! afinal quase que somos só um país de importação.serges Escreveu:tenho uma opinião muito pequena sobre este assunto, a microprodução e melhor desempenho no registo iria ajudar mais do que estas construções desnecessárias e dispendiosas!
não seria mais barato e eficiente!
todos teriamos uma maior independencia energética!
mas...
mas concordo que cada um se torne auto-suficiente e também na micro produção!
ainda me lembro de ir a uma barragem no rio minho lá do lado de espanha (já lá vão uns bons anos!), próximo de orense, e lá me informaram que aquela barragem só fornecia energia para portugal, nenhuma iria para espanha!
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
não é especificado as perdas de energia de portugal até aos paises nórdicos, mas devem ser enormes.
a exportação não é má, mas só os excedentes.
o terreno para albergar isso deve ser enorme, logo não se pode fazer mais nada lá, se o terreno já é seco, ainda ficará mais desertico pois n poderá ter arvores ou arbusto.
a exportação não é má, mas só os excedentes.
o terreno para albergar isso deve ser enorme, logo não se pode fazer mais nada lá, se o terreno já é seco, ainda ficará mais desertico pois n poderá ter arvores ou arbusto.
Dos Fracos Não Reza a História...
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
não tenho conhecimentos suficientes para falar das percas de energia no transporte, nem como poderiam ser feitos, mas discordo que só se exportem os excedentes: não esquecer que a maior riqueza dum país são as divisas! e quanto ao último ponto , na questão do terreno, julgo que pelo contrário, seria benéfico. se se pensa, colocar painéis gigantescos no espaço (eua), que só para receber a energia seriam precisos km2 de espaço e afirmam que por debaixo desses painéis poderiam crescer árvores(!), porque estariam muito acima do solo, então também poderá acontecer aqui, e porque não com pouca água e sombra, talvez alguma cultura agrícola !!!! e nesse caso matava-se dois coelhos com um só tiro!master Escreveu:não é especificado as perdas de energia de portugal até aos paises nórdicos, mas devem ser enormes.
a exportação não é má, mas só os excedentes.
o terreno para albergar isso deve ser enorme, logo não se pode fazer mais nada lá, se o terreno já é seco, ainda ficará mais desertico pois n poderá ter arvores ou arbusto.
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Re: Primeira central solar gigante para exportar
no espaço tens "espaço"
temos que ser o que somos pequenos e ter noção disso.
o nosso país em espaço e população não chega a ser do tamanho de cidades de outros paises.
somos pequenos, nada a fazer...
no entanto temos as construções maiores do mundo em algumas areas.
quanto a exportação, se realmente exportarmos o que fazemos para depois ir comprar de volta, não têm lógica.
vamos vender por ex. o que produzimos a espanha e compramos depois mais caro, não acho boa política, é melhor compramos em portugal e vender o que sobrar.
temos que ser o que somos pequenos e ter noção disso.
o nosso país em espaço e população não chega a ser do tamanho de cidades de outros paises.
somos pequenos, nada a fazer...
no entanto temos as construções maiores do mundo em algumas areas.
quanto a exportação, se realmente exportarmos o que fazemos para depois ir comprar de volta, não têm lógica.
vamos vender por ex. o que produzimos a espanha e compramos depois mais caro, não acho boa política, é melhor compramos em portugal e vender o que sobrar.
Dos Fracos Não Reza a História...