Caro @zeuz
Sobre o Facebook e similares, só um aparte: fui eu e muitos colegas meus espalhados pelo mundo que à 30 anos estudamos e criamos este tipo de plataformas... para dar visibilidade a toda a gente. O problema não é a plataforma, mas sim a utilização que lhe é dada. Pudemos encontrar todo o tipo de "opiniões", compete depois a quem vê saber usar o que lá vê.
Não compreendo bem as tuas alegações... pois criticas a centralização na Mobie, mas depois apontas as vantagens que ela nos dá.
Eu sou utilizador da Miio, que considero excelente, mas a Miio nunca funcionaria sem recorrer a base de dados da Mobie.
Se cada CEME e cada OPC tivesse que criar o seu sistema próprio, os custos seriam incomparavelmente mais elevados. E apenas estavam ao alcance de empresas maiores.... ao nível da EDPC ou da GALP, por exemplo...
Mas isso não quer dizer que não possam existir. Como por exemplo o sistema do Continente. E este sim, mais barato porque não é para dar lucro por sim, mas baseado em toda uma rede comercial.
Eu próprio já ponderei criar uma empresa OPC, ou até disponibilizar espaço para instalação de postos de outros OPC... tudo isso está ao alcance de uma pequena empresa... mas a rentabilidade é baixa.
Já, criar um sistema independente, que também ponderei, tem custos elevados. E difícil de rentabilizar sem outros interesses comerciais por detrás...
Talvez não me tenha explicado bem quando escrevi em cima sobre os "preços livres".
Na verdade na rede Mobie os preços são livres e permitem a livre concorrência, tanto ao nível dos CEME como dos OPC. Mas isso não significa que não tenha que existir um regulador.
E não é verdade que o tarifário Miio seja sempre o mais vantajoso. Depende.
Critico sim, a atitude de alguns municípios, como o meu que sobrecarregam com custos e condicionam a livre concorrência.
Concordo que o sistema Tesla é bom... e está correto sendo de uma marca. Nem faria sentido ser de outra forma.
Ou o Ionity que é aberto a todos mas com vantagens para algumas marcas....
Mas nenhum deles é por isso mais barato, apesar de ser suportado pelos construtores que tem na venda dos seus veículos a sua principal fonte de receita.
Mas nem todos temos que gostar dos carros e estarmos limitados a Tesla...
Logo é fundamental existir um sistema que dê para todos.
E compete a entidade a reguladora (ao Estado) garantir a existência de oferta para todos, sem monopólios.
Depois critica-se que os preços derivem de várias parcelas claramente divulgadas... eu admito que sou das poucas pessoas que tem um defeito chato: gosto de saber o porquê das coisas. E principalmente o que estou a pagar. Também sou daquelas pessoas que sabe fazer umas continhas... a minha experiência como professor diz-me que isso não está de facto ao alcance de todos... Mas nesse caso olhem só para o total. Pois na verdade todos os preços são compostos por muitas parcelas.
Repetidamente se encontra por todo o lado as queixas sobre as ditas "taxas e taxinhas" Ou ainda que a mobilidade eléctrica tenha que ser obrigatoriamente mais barata que a mobilidade fóssil.
Tais comentários denunciam uma ignorância absurda...
Temos no país há mais de 40 anos um Estado Socialista e muito pouco Liberal. E tendencialmente de Esquerda. Logo temos uma estrutura de Estado muito pesada. E quanto maior é o monstro mais alimento precisa.
Embora não exista um Liberalismo perfeito, quantos deputados Liberais temos na AR?
Querem milagres, mas nem se dão ao trabalho de votar nas eleições... e muitos dos que votam nem sabem em quê.
A receita do Estado proveniente do sector automóvel tem um peso muito grande no equilíbrio das contas públicas.
Essa receita terá sempre de existir. Por isso, à medida que se reduza a receita dos automóveis a combustível, serão compensados pela receita dos eléctricos.
Actualmente as pessoas mudam para eléctricos porque compensa, mas no futuro mudam porque não tem outra opção e não será necessariamente mais barato.
O monstro terá sempre que ser alimentado...
Outro defeito chato que admito que tenho: é gastar imenso tempo a explicar o"sexo dos anjos" a quem não está interessado em perceber.
Um ex-colega, professor de filosofia e sociologia costumava dizer: "só se apreende verdadeiramente quando se bate com os cornos!"