Central de biomassa em Sintra assusta moradores
Enviado: terça jun 05, 2007 2:49 pm
na abrunheira, concelho de sintra, a população local não foi informada de que, em 2008, terá uma central de biomassa à porta, com capacidade para produzir três megawatts de energia térmica e eléctrica, através da queima de resíduos florestais e agrícolas. de acordo com a agência municipal de energia de sintra (ames), a central poderá abastecer quase cem mil pessoas.
alguns moradores dizem nunca ter ouvido falar do projecto. quando confrontada com a possibilidade de a zona industrial da abrunheira vir a acolher a central, uma moradora afirma: "estamos contra. vamos juntar o povo todo porque não queremos cá isso." nas conversas de café, uns mostram-se indiferentes, outros não.
a opinião geral é de que há falta de informação e de que a junta de freguesia de são pedro de penaferrim, a que pertence a abrunheira, devia organizar uma sessão de esclarecimento. segundo o autarca de são pedro de penaferrim, fernando cunha (psd), a ames dará um esclarecimento técnico em junho. até lá, os moradores podem enviar as suas dúvidas para o e-mail da junta.
recentemente, em assembleia de freguesia, o ps apresentou uma moção com o objectivo de submeter a discussão pública o projecto de instalação da central. a assembleia disse ter tomado conhecimento do assunto através da imprensa. para fernando cunha, "até ver, não há nada contra a central". o autarca aponta as vantagens que esta poderá trazer à abrunheira. desde logo a criação de postos de trabalho, numa localidade em que dos 4000 habitantes, mais de 230 estão desempregados. pedro ventura (cdu) adianta que a instalação da central, orçada em 15 milhões de euros, "é um investimento estruturante", já que promoverá a criação directa de 25 a 30 microempresas, um factor que "revitalizará a economia da zona".
de entre os impactes que a central poderá trazer à abrunheira, a moção socialista aponta o agravamento das condições de mobilidade, devido à passagem de veículos pesados, "que terão de atravessar a localidade, onde a circulação já é difícil e desordenada". pedro ventura refere, a este propósito, que as rotas de circulação estão ainda por definir.
a juntar às críticas dos socialistas está também o aumento "dos níveis de poluição atmosférica e sonora", como consequência da actividade da central. pedro ventura admite que esta poderá ser minimizada, dando a título de exemplo a central de mortágua, distrito de viseu, onde as chaminés têm sistemas de filtros.
na zona industrial da abrunheira, ainda não foi definido o local exacto para a instalação da central, mas luís fernandes, director da ames, adianta que "a direcção-geral da energia tem terrenos objectivados".
numa altura em que os protestos contra a colocação de postes de alta tensão têm aumentado de tom no concelho de sintra, alguns populares estão receosos quanto às estruturas adjacentes à central de biomassa. luís fernandes tranquiliza, explicando que não será efectuada a instalação de postes para fazer a distribuição de energia, já que "as ligações são feitas através de subestações", sendo as unidades industriais em torno da central, num raio de três quilómetros, alimentadas directamente, com energia eléctrica e térmica.
apesar de enumerar as vantagens deste equipamento - redução da factura eléctrica e da dependência face ao petróleo, protecção da floresta e dinamização da agricultura, através do incentivo às culturas energéticas -, pedro ventura defende a realização de um estudo de impacte ambiental, bem como a consulta da população local: "a câmara municipal de sintra deve promover o esclarecimento", afirma.
para o director da ames, uma coisa é certa: a população abrangida pela central só deverá ser informada "a partir do momento em que haja certezas".
sílvia nogal dias
rui coutinho

alguns moradores dizem nunca ter ouvido falar do projecto. quando confrontada com a possibilidade de a zona industrial da abrunheira vir a acolher a central, uma moradora afirma: "estamos contra. vamos juntar o povo todo porque não queremos cá isso." nas conversas de café, uns mostram-se indiferentes, outros não.
a opinião geral é de que há falta de informação e de que a junta de freguesia de são pedro de penaferrim, a que pertence a abrunheira, devia organizar uma sessão de esclarecimento. segundo o autarca de são pedro de penaferrim, fernando cunha (psd), a ames dará um esclarecimento técnico em junho. até lá, os moradores podem enviar as suas dúvidas para o e-mail da junta.
recentemente, em assembleia de freguesia, o ps apresentou uma moção com o objectivo de submeter a discussão pública o projecto de instalação da central. a assembleia disse ter tomado conhecimento do assunto através da imprensa. para fernando cunha, "até ver, não há nada contra a central". o autarca aponta as vantagens que esta poderá trazer à abrunheira. desde logo a criação de postos de trabalho, numa localidade em que dos 4000 habitantes, mais de 230 estão desempregados. pedro ventura (cdu) adianta que a instalação da central, orçada em 15 milhões de euros, "é um investimento estruturante", já que promoverá a criação directa de 25 a 30 microempresas, um factor que "revitalizará a economia da zona".
de entre os impactes que a central poderá trazer à abrunheira, a moção socialista aponta o agravamento das condições de mobilidade, devido à passagem de veículos pesados, "que terão de atravessar a localidade, onde a circulação já é difícil e desordenada". pedro ventura refere, a este propósito, que as rotas de circulação estão ainda por definir.
a juntar às críticas dos socialistas está também o aumento "dos níveis de poluição atmosférica e sonora", como consequência da actividade da central. pedro ventura admite que esta poderá ser minimizada, dando a título de exemplo a central de mortágua, distrito de viseu, onde as chaminés têm sistemas de filtros.
na zona industrial da abrunheira, ainda não foi definido o local exacto para a instalação da central, mas luís fernandes, director da ames, adianta que "a direcção-geral da energia tem terrenos objectivados".
numa altura em que os protestos contra a colocação de postes de alta tensão têm aumentado de tom no concelho de sintra, alguns populares estão receosos quanto às estruturas adjacentes à central de biomassa. luís fernandes tranquiliza, explicando que não será efectuada a instalação de postes para fazer a distribuição de energia, já que "as ligações são feitas através de subestações", sendo as unidades industriais em torno da central, num raio de três quilómetros, alimentadas directamente, com energia eléctrica e térmica.
apesar de enumerar as vantagens deste equipamento - redução da factura eléctrica e da dependência face ao petróleo, protecção da floresta e dinamização da agricultura, através do incentivo às culturas energéticas -, pedro ventura defende a realização de um estudo de impacte ambiental, bem como a consulta da população local: "a câmara municipal de sintra deve promover o esclarecimento", afirma.
para o director da ames, uma coisa é certa: a população abrangida pela central só deverá ser informada "a partir do momento em que haja certezas".
sílvia nogal dias
rui coutinho
