Cartas revelam dúvidas de madre Teresa de Calcutá sobre Deus
Enviado: sexta ago 31, 2007 8:42 pm
cartas revelam dúvidas de madre teresa de calcutá sobre deus
um livro com as cartas escritas pela madre teresa de calcutá revela pela primeira vez que ela tinha dúvidas profundas sobre deus
«jesus tem um amor muito especial por si. quanto a mim, o silêncio e o vazio são tão grandes que olho e não vejo, escuto e não ouço», escreveu ao reverendo michael van der peet em setembro de 1979.
o livro mother teresa: come be my light (madre teresa: seja a minha luz) vai ser lançado no dia 4 de setembro pela doubleday, nos estados unidos.
a madre de etnia albanesa, dedicou a sua vida aos pobres e doentes na índia, e morreu em 1997, com 87 anos.
o desejo dela era que as cartas fossem destruídas, mas o vaticano determinou que elas fossem preservadas porque poderiam transformar-se em relíquias de um santo, disse uma representante da doubleday.
madre teresa já foi beatificada, mas não canonizada.
a revista time publicou excertos do livro na sua página na internet. o livro foi compilado e editado pelo reverendo brian kolodiejchuk, um dos defensores da sua canonização.
o conteúdo das cartas não deve afectar a campanha pela santificação, já que muitos santos na história da igreja eram perturbados por dúvidas em relação a sua fé, a começar por são tomé, que duvidou que jesus tinha ressuscitado.
além disso, de acordo com a bíblia, o próprio jesus questionou deus, ao perguntar, na cruz: «pai, por que me abandonaste?».
mesmo assim, as cartas são um contraste à imagem pública de madre teresa de incansável lutadora pelos pobres, movida sempre pela fé.
«nunca li a história da vida de um santo que tivesse uma sobriedade espiritual tão intensa. ninguém sabia que ela estava tão atormentada», disse o reverendo james martin, editor da revista jesuíta america.
os textos tratam de vários assuntos, mas os que devem causar mais polémica são os que constam do que a editora chamou «cartas sombrias».
«por favor reze especialmente por mim para que eu não estrague a sua obra e que nossa senhor possa mostrar-se, pois há uma escuridão tão terrível dentro de mim, como se tudo estivesse morrido», escreveu ela em 1953.
«tem sido assim mais ou menos desde que dei início à 'obra'».
em 1956: «tão profunda ânsia por deus - e (...) repulsa (...) vazio (...) sem fé (...) sem amor (...) sem fervor. (salvar) almas não atrai - o céu não significa nada - reze por mim para que eu continue a sorrir para ele apesar de tudo».
e em 1959: «se não houver deus, não pode haver alma, se não houver alma, então, jesus também não é real».
às vezes ela tinha dificuldade em rezar. «digo palavras de orações comunitárias e faço de tudo para tirar de cada palavra a doçura que ela tem de transmitir mas minha oração de união já não existe (...) não rezo mais».
reuters/sol

a religião é um tema muito sensível.
eu não tenho crença religiosas, e não acredito na existência de um deus. mas admiro as pessoas que acreditam e que conseguem acreditar.
esta noticia até me confundiu.