28.09.2007
afp, lusa, publico.pt
o presidente norte-americano, george w. bush, propôs hoje a criação de um novo fundo para promover as energias renováveis nos países em desenvolvimento e reafirmou a sua oposição à redução vinculativa das emissões de gases com efeito de estufa (gee).
bush falava sobre alterações climáticas no segundo dia da conferência em washington que junta os 16 países que mais emitem no mundo.
o presidente norte-americano anunciou ainda a realização de uma reunião de chefes de estado até ao verão de 2008 para finalizar um objectivo mundial a longo prazo de redução das emissões de gee, que inclua a china e a índia. no entanto, insistiu que estas reduções devem ser voluntárias e não obrigatórias.
bush defendeu, mais uma vez, o recurso às tecnologias ditas “limpas” – como o nuclear e centrais de carvão com emissões zero -, mais do que às metas de redução de emissões, e a elaboração de um sistema “sólido e transparente para aferir o progresso conseguido”.
“cada país deve decidir, para ele próprio, o conjunto de instrumentos e tecnologias para obter resultados, mensuráveis”, disse bush.
a comunidade internacional deve chegar a um acordo até 2009 sobre o sucessor do protocolo de quioto, que expira em 2012.
bush, acusado por muitos de desinteresse sobre as alterações climáticas – desde que recusou ratificar quioto em 2001 -, tem-se mostrado mais pró-activo no último ano e meio, mas mantendo as mesmas posições políticas e o mesmo receio pelos impactos na economia que em 2001 o fizeram recusar quioto. a linha que adoptou – baseada nas tecnologias limpas e na inclusão das economias emergentes para a redução de gee – é diferente daquela adoptada pela união europeia, a de reduções vinculativas das emissões.
humberto rosa vai participar na conferência em nome da ue
nesta reunião estará presente, em nome da presidência portuguesa da união europeia (ue), o secretário de estado do ambiente humberto rosa que vai apelar aos países que não programem o combate às alterações climáticas antes dos resultados da conferência de bali, indonésia, em dezembro.
“em função do que acontecer em bali, faz mais sentido que todas as economias abordem o assunto”, disse humberto rosa.
o agendamento deste encontro por parte dos estados unidos, poucos dias depois ao promovido pela onu, levou especialistas internacionais a encarar a reunião de washington como uma forma de a administração norte-americana estar a preparar um boicote às decisões tomadas no âmbito das nações unidas sobre alterações climáticas.
mas humberto rosa lembrou que a conferência de washington “não é para competir com o processo de negociações da onu”.
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