0,05€/saco de supermercado - taxa ecológica diz o governo
Enviado: quarta dez 05, 2007 10:58 am
valor será acumulado à factura das compras
governo quer cobrar cinco cêntimos por cada saco de plástico utilizado
05.12.2007 - 08h56, raquel almeida correia e ana fernandes
cinco cêntimos. é este o valor que o governo pretende que os consumidores paguem por cada saco de plástico utilizado para transportar compras realizadas nas grandes superfícies comerciais. a proposta de instituição de uma taxa ecológica sobre estes produtos já está a circular pelas empresas do sector. fala-se de inconstitucionalidade.
de acordo com o anteprojecto de decreto-lei a que o público teve acesso, a medida visa travar a "utilização maciça e sem reutilização de sacos de plástico" em portugal, que se tornou uma prática generalizada nas últimas décadas, "dificultando as operações de recolha e tratamento de resíduos sólidos, afectando as redes de saneamento de águas e contribuindo para a deterioração da paisagem e para a poluição".
os operadores contestam, no entanto, esta afirmação, uma vez que já pagam um taxa sobre estes produtos à sociedade ponto verde, com o objectivo de suportar financeiramente a recolha e o tratamento de resíduos. o ecovalor é calculado em função da gramagem e representa, em média, 11 por cento de cada saco de plástico.
o ministério do ambiente, do ordenamento do território e do desenvolvimento regional (maotdr) garante que a aprovação do diploma levará a um "desagravamento" do valor pago pelos operadores, uma vez que a prevenção resultará na diminuição do número de sacos no mercado e, logo, do ecovalor aplicado.
a tutela dá o exemplo dos estabelecimentos comerciais que já cobram aos consumidores pela utilização destes produtos, referindo que a política tem tido "boa aceitação" e "resultados muito positivos". as cadeias de discount minipreço, lidl, plus, aldi e dia e os supermercados pingo doce, são os únicos casos em portugal, praticando preços entre os dois e os três cêntimos. o ministério não explica, porém, como chegou a um valor de cinco cêntimos.
"é uma das muitas dúvidas que temos", refere luís vieira e silva, presidente da associação portuguesa de empresas de distribuição (aped). o responsável vai reunir, até amanhã, os pareceres dos associados para entregar propostas de alteração ao governo. por agora, só a sonae distribuição deu a conhecer uma "primeira posição", mostrando-se contra a aprovação desta taxa ecológica.
luís vieira e silva critica o facto de o anteprojecto não explicar que estabelecimentos comerciais vão estar sujeitos a esta medida, uma vez que se refere, de forma generalista, a "operadores de maior dimensão". "este diploma é, provavelmente, inconstitucional", acrescenta.
o ministério argumenta com o sucesso do caso irlandês: "a aplicação de uma taxa de 15 cêntimos diminuiu o consumo de sacos de plástico em 90 por cento. a partir de julho de 2007, o valor subiu para os 22 cêntimos". em portugal, a experiência do pingo doce, que cobra dois cêntimos por cada unidade, levou a um decréscimo de 50 por cento na quantidade de sacos distribuídos.
os estabelecimentos abrangidos terão de efectuar o pagamento mensal da taxa ecológica ao instituto da conservação da natureza e da biodiversidade, que o utilizará para investir na "preservação dos recursos naturais e da biodiversidade", de acordo com a tutela.
in: jornal público
http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idcanal=92
governo quer cobrar cinco cêntimos por cada saco de plástico utilizado
05.12.2007 - 08h56, raquel almeida correia e ana fernandes
cinco cêntimos. é este o valor que o governo pretende que os consumidores paguem por cada saco de plástico utilizado para transportar compras realizadas nas grandes superfícies comerciais. a proposta de instituição de uma taxa ecológica sobre estes produtos já está a circular pelas empresas do sector. fala-se de inconstitucionalidade.
de acordo com o anteprojecto de decreto-lei a que o público teve acesso, a medida visa travar a "utilização maciça e sem reutilização de sacos de plástico" em portugal, que se tornou uma prática generalizada nas últimas décadas, "dificultando as operações de recolha e tratamento de resíduos sólidos, afectando as redes de saneamento de águas e contribuindo para a deterioração da paisagem e para a poluição".
os operadores contestam, no entanto, esta afirmação, uma vez que já pagam um taxa sobre estes produtos à sociedade ponto verde, com o objectivo de suportar financeiramente a recolha e o tratamento de resíduos. o ecovalor é calculado em função da gramagem e representa, em média, 11 por cento de cada saco de plástico.
o ministério do ambiente, do ordenamento do território e do desenvolvimento regional (maotdr) garante que a aprovação do diploma levará a um "desagravamento" do valor pago pelos operadores, uma vez que a prevenção resultará na diminuição do número de sacos no mercado e, logo, do ecovalor aplicado.
a tutela dá o exemplo dos estabelecimentos comerciais que já cobram aos consumidores pela utilização destes produtos, referindo que a política tem tido "boa aceitação" e "resultados muito positivos". as cadeias de discount minipreço, lidl, plus, aldi e dia e os supermercados pingo doce, são os únicos casos em portugal, praticando preços entre os dois e os três cêntimos. o ministério não explica, porém, como chegou a um valor de cinco cêntimos.
"é uma das muitas dúvidas que temos", refere luís vieira e silva, presidente da associação portuguesa de empresas de distribuição (aped). o responsável vai reunir, até amanhã, os pareceres dos associados para entregar propostas de alteração ao governo. por agora, só a sonae distribuição deu a conhecer uma "primeira posição", mostrando-se contra a aprovação desta taxa ecológica.
luís vieira e silva critica o facto de o anteprojecto não explicar que estabelecimentos comerciais vão estar sujeitos a esta medida, uma vez que se refere, de forma generalista, a "operadores de maior dimensão". "este diploma é, provavelmente, inconstitucional", acrescenta.
o ministério argumenta com o sucesso do caso irlandês: "a aplicação de uma taxa de 15 cêntimos diminuiu o consumo de sacos de plástico em 90 por cento. a partir de julho de 2007, o valor subiu para os 22 cêntimos". em portugal, a experiência do pingo doce, que cobra dois cêntimos por cada unidade, levou a um decréscimo de 50 por cento na quantidade de sacos distribuídos.
os estabelecimentos abrangidos terão de efectuar o pagamento mensal da taxa ecológica ao instituto da conservação da natureza e da biodiversidade, que o utilizará para investir na "preservação dos recursos naturais e da biodiversidade", de acordo com a tutela.
in: jornal público
http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... idcanal=92