NovaEnergia

clima: ue ameaça boicotar reunião se eua não cederem

a união europeia boicotará a reunião sobre alterações climáticas organizada pelos eua no havai se washington se recusar a aceitar objectivos de redução das emissões de gases poluentes em bali, alertou hoje o ministro alemão do ambiente.
«se não houver resultados en bali, não haverá outras reuniões das economias mais poderosas», disse o ministro alemão sigmar gabriel, referindo-se à iniciativa das grandes economias (mei), uma série de reuniões sobre o clima iniciadas em setembro pelo presidente norte-americano, george w. bush, e que deverão prosseguir no próximo mês em honolulu, havai.

questionado sobre as declarações do ministro alemão, o secretário de estado português, humberto rosa, afirmou tratar-se de uma questão de lógica.

«acreditamos que a mei tem importância, mas se não beber na unfccc [convenção das nações unidas sobre alterações climáticas, que decorre em bali], deixa de fazer sentido», afirmou humberto rosa.

«não é chantagem, é apenas lógica», explicou o secretário de estado, um dos representantes da ue na conferência de bali por portugal ocupar actualmente a presidência dos 27.

nas últimas 24 horas, os trabalhos da unfccc) ficaram bloqueados com falta de acordo entre propostas representadas, em primeiro lugar, pela ue e pelos estados unidos.

diário digital / lusa

13-12-2007 11:05:00

al gore acusa eua de serem «principal obstáculo» em bali

o ex-candidato presidencial norte-americano e prémio nobel da paz de 2007, al gore, acusou hoje os eua de serem «o principal obstáculo» na conferência de bali sobre alterações climáticas.
«como não tenho nenhum cargo no meu país, não estou limitado pelas simpatias diplomáticas», declarou hoje al gore em nusa dua, bali.

«vou dizer, por isso, uma verdade inconveniente: os eua, o meu país, são o principal obstáculo nesta conferência», acusou al gore.

«todos o sabemos», reiterou o ex-candidato à casa branca.

al gore pediu «imaginação moral» aos delegados da 13ª convenção quadro das nações unidas sobre alterações climáticas (unfccc).

al gore pediu que o novo roteiro climático global «seja antecipado dois anos» porque não se pode «esperar mais cinco anos para pôr em prática as provisões que subsituem o protocolo de quioto».

delegados de 180 países procuram atingir, em bali, um acordo que lance as negociações para um roteiro climático que entre em vigor depois de 2012.

diário digital / lusa

13-12-2007 13:07:00

bali/clima: g77 rejeita «erosão» da unfccc

o grupo dos 77 países em desenvolvimento que participam em bloco com a china na conferência de bali rejeitaram hoje a «erosão» da convenção-quadro das nações unidas sobre alterações climáticas (unfccc).
a conferência a decorrer em bali, indonésia, 13ª ronda anual da unfccc, pode conduzir «a uma erosão da unfccc, do equilíbrio conseguido antes e do próprio protocolo de quioto», avisou hoje o secretário do g77 e china, o embaixador paquistanês na onu, munir akram.

o bloco dos países em desenvolvimento «está preocupado» com o andamento da conferência de bali, avisou o diplomata paquistanês.

«queremos garantias de que o resultado da conferência pode evitar essa tripla erosão», afirmou munir akram.

«as medidas aprovadas para adaptação não são tantas como as relacionadas com a mitigação» das emissões com efeitos de estufa, resumiu munir akram.

«quanto aos mecanismos de transferência de tecnologia e de financiamento de incentivos, são ainda mais ténues», concluiu o diplomata.

«julgávamos que o processo negocial estava no bom caminho, até ontem», explicou munir akram, contando que, na madrugada de terça para quarta-feira, três grupos de trabalho ficaram «bloqueados» sem possibilidade de acordo.

«num dos grupos, as discussões bloquearam em torno de uma palavra», acrescentou munir akram.

«hoje de manhã, quando me fizeram o relatório da reunião, nem queria acreditar no que causou o incidente», admitiu o representante do g77.

o desacordo cristalizou «de forma amarga» em torno da opção entre os termos «facilitação» e «programa», que determinou o adiamento para uma reunião posterior do sbsta, o órgão de implementação da unfccc para consulta cientifica e tecnológica.

«a certo nível, os negociadores dos nossos parceiros não estão à altura da sua retórica», acusou munir akram.

os países em desenvolvimento «receiam também a proposta de conseguir um acordo mais completo» nas negociações dos próximos dois anos.

«achamos que a unfccc já é completa e já cobre todos os aspectos, mesmo que concordemos que a sua implementação tem que ser intensificada», explicou munir akram.

«desconfiamos de qual é a intenção das propostas para um acordo completo: é a de começar um processo paralelo ou mesmo a substituição da convenção?», perguntou o representante do g77 e china.

diário digital / lusa

12-12-2007 15:06:00