Abrantes: População rejeita Barragem de Almourol

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Tó Miguel
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Abrantes: População rejeita Barragem de Almourol

Mensagem por Tó Miguel »

abrantes: população rejeita barragem de almourol

a maioria das cerca de 400 pessoas que participaram, na noite de terça-feira, em abrantes, numa sessão pública sobre os impactos da construção da barragem de almourol nas freguesias ribeirinhas manifestou-se contra o projecto anunciada pelo governo.
esta posição resulta da análise dos impactos que a construção da barragem à cota anunciada de 31 metros pode ter em termos de inundação em zonas urbanas, mas também em termos económicos, uma vez que terrenos agrícolas altamente produtivos - terrenos de aluvião - ficariam completamente alagados.

«são 1.800 hectares de reserva ecológica nacional e 1.298 hectares de solos com excelentes aptidões agrícolas que ficarão submersos», disse o agricultor josé rodrigues à agência lusa.

este agricultor, que apresentou uma moção em nome de dezenas de empresários agrícolas, disse que se opõe à construção do projecto nos termos em que está projectado uma vez que «não salvaguarda uma das maiores riquezas que é o solo agrícola, o futuro de dezenas de empresários e de centenas de trabalhadores».

segundo luís damas, da associação de agricultores, estes poderão defender a construção da barragem «se também houver uma politica de defesa e preservação dos solos e do tecido económico, nomeadamente com a construção de diques ou barreiras de protecção».

já rui andré, presidente da junta de freguesia de rio de moinhos, lembrou que «todo o sistema de saneamento, abastecimento de água, a zona baixa da aldeia, terrenos agrícolas e a estrada nacional 3» ficariam alagados com a construção da barragem.

«ou acabam com a aldeia, o que não aceitamos, ou apresentam soluções que não conseguimos, de todo, vislumbrar», disse.

«sentimento de forte apreensão» é como o presidente de junta de freguesia de rossio ao sul do tejo caracterizou para a lusa o sentimento da população local.

«a freguesia não tem desníveis e está toda ela construída a uma cota que varia entre os 30 e os 33 metros», alertou.

segundo disse luís valamatos, «saneamento, abastecimento de água, casas, pessoas, terrenos agrícolas, estradas, comércio e até a igreja matriz ficariam a nadar».

«como não acredito que haja soluções para resolver todos estes problemas, não acredito que a construção da barragem se venha a concretizar», disse.

esta posição de princípio contrária à construção da barragem está condicionada à resolução de nove pressupostos que a autarquia considera fundamentais para a salvaguarda e segurança das populações ribeirinhas.

criação de alternativas às acessibilidades afectadas e garantia de que o governo assume máxima prioridade à construção do ic9 com a nova travessia do tejo, conclusão de um plano especial de investimentos que salvaguarde os objectivos do aquapolis, reformulação dos sistemas de saneamento em rossio, barreiras do tejo e rio de moinhos, incluindo estações elevatórias e etar e ponderação na possibilidade de criação de eclusas que garantam a futura navegabilidade do tejo de abrantes a lisboa, são as principais reivindicações da autarquia.

classificando a mobilização da comunidade como «exemplo de participação e cidadania», o presidente da câmara de abrantes disse à lusa que esta sessão pública permitiu perceber que a posição da população «é, no essencial, hostil à barragem e convergente com a da câmara».

«vamos desde já encomendar um estudo de impacto socio-económico na região e promover mais debates para que esses contributos possam entrar nas considerações de avaliação do estudo de impacte ambiental que irá conduzir a um parecer final», disse nelson de carvalho.

«esse concurso deverá ser lançado na primavera, altura em que deveremos conhecer o caderno de encargos e fazer aí uma nova avaliação do evoluir do processo», acrescentou.

diário digital / lusa

13-12-2007 11:11:39
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16

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