Nestes dias o Hyôiô fez a viagem mais longa até agora. Encontro-me a escrever desde La Manga do Mar Menor, ou seja, quase 1000km percorridos desde casa até cá chegar, dividido em dois dias para não ser tão cansativo (que já de ICE é) e devido a uma zona do trajecto onde não havia PCR.
No primeiro dia o destino era Orellana La Vieja, à beira da uma barragem do Guadiana. Apesar de ser o trajecto mais curto foi o que trouxe mais dores de cabeça. O caminho até Évora foi normal, a 120km/h, tendo chegado ao PCR com 22% e um consumo 15,1kWh/100km.
Ao chegar a Évora, surpresa, um TM3 agarrado à CCS. Estava lá há 20 e tal minutos, talvez esperando um bocadinho o dono aparecesse. Pois sim, o tempo a passar e nem sinal de nenhum dono. 1 hora, nada, 1h30 nada! Tive entretanto o carro mal estacionado num local à sombra pois levava comida numa mala térmica e não era boa ideia estar ali a torrar ao sol o tempo todo. Ao fim de uma carga de tempo, com o carro quase nos 100% lá aparece um casalinho que entra no TM3 e abala. Bem sem que todos temos direito a carregar, mas custa-me a entender como é que tem acesso a uma rede exclusiva, rápida e gratuita vai abandonar um carro mais de uma hora e meia num PCR a pagar, sem deixar qualquer contacto, numa zona em que não há mais nenhuma tomada CCS da rede pública num raio de 70km!
Durante este tempo apercebi-me de mais outro problema. Tinha deixado o telemóvel em casa, no qual tinha instalado todas as apps relativas às cargas. Que fazer? Voltar para trás, atrasando ainda mais o esquema? Tentar instalar tudo de novo no telemóvel da minha mãe? Como tinha tempo, lá fui instalando as apps e nalguns casos andar ali às voltas a lembrar-me das passwords, e resolvi prosseguir.
Por fim lá foi a minha vez de carregar, ao mesmo tempo que chegava o nosso amigo pemifer ao posto. Demos dois dedos de conversa e quando cheguei aos 80% de carga zarpei. Infezlimente, o meu plano original de almoçar enquanto fazia a segunda carga foi por água abaixo devido ao compasso de espera em Évora, logo comi o farnel na AS de Estremoz e segui depois para Badajoz, sempre com CC a 120km/h. Fui quase estrear um novo PCR gerido pelo ayuntamiento, localizado mesmo quase a seguir à fronteira. Tinha entrado em funcionamento dia 2 ou 3 de Setembro, activa-se com electromaps e neste momento ainda é gratuito. É parcialmente alimentado por painéis fotovoltaicos, que dão sombra. E estava a bombar os 125A. Um posto 5*. Carreguei até ao fim (94%), observando a diminuição da velocidade de carga para os 56A aos 84%.
De Badajoz até Orellana fui pela Autovia até depois de Mérida e depois enveredei pela nacional até ao Destino. A média de consumo foi 12,8kWh/100km
As baterias, que vinham bem quentinhas da 2ª carga rápida, como se pode ver vêm arrefecendo ao longo do percurso, mesmo vindo a 120 durante metade do caminho.
No alojamento estava a contar usar um Tesla Destination charger, mas não havia meio de conseguir carregar. Liguei a mangueira para veículos elétricos mas não iniciava carga no carro apesar de o led do carregador estar a "mexer" como é habitual quando está a debitar energia. Notei que enquanto normalmente o carro faz um pequeno barulho a prender a Mennekes, neste caso ouvi esse barulho várias vezes, e a ficha a apanar ligeiramente de cada vez. Dava ideia que era algum problema com o trancar a ficha, mas não consegui perceber o que se estava a passar. Perguntei se havia alguma tomada normal que eu podesse usar e fezlizmente havia duas tomadas schuko da circuitor no exterior reservadas ao carregamento de veículos elétricos.
Ligo o EVSE e carrega bem. Aleluia. Mas novo problema, o EVSE estava configurado da última utilização a puxar 16A, o que não era boa ideia de usar por muito tempo numa ficha schuko. Mas com o meu telemóvel em casa não conseguir aceder por wifi para regular a carga, e não conseguir acertar com o raio da password para aceder por este telemóvel. Felizmente há uns tempos tinha activado a função de poder usar o botão que o Apr inclui no carregador, e um bocado aos apalpões lá carreguei umas quantas vezes até a carga baixar para 10A, e lá ficou até ao dia seguinte.
O 2º dia, aquele que eu achava mais complicado devido à maior distância (600km) e a usar pela primeira vez um operador que nunca tinha usado (Iberdrola), acabou por ser o que correu mais dentro dos planos.
Saí de Orellana a 100% e segui por nacional até Ciudad Real. Pelo caminho fiz um pequeno desvio para ter um panorama da barragem de Puerto Peña, também do rio Guadina, e bastante mais pitoresca do que a de Orellana, devido aos grandes macicos rochosos que fazem lembrar as portas de Rodão.
Cheguei a Ciudad Real com 20%, tendo vindo caminho todo a respeitar os limites de velocidade.
O PCR da Iberdrola está numa gasolineira logo a seguir à linha do comboio. O único problema que tive foi que ao contrário do que me tinham dito, é preciso ter saldo carregado na carteira da app para poder usar o posto, não basta ter lá um cartão de crédito adicionado, como acontecia com a IBIL. Depois de percber isso, foi só acrescentar saldo e iniciar a carga na CCS. Temos a opção de escolher o limite máximo que queremos gastar, tudo tarifado a 0,30€/kWh. A carga inicou-se sem problemas e fui almoçar. As casas de banho da loja estão bastante limpas, mas não é um grande sítio para comer o farnel. Felizmente, andando um bocadinho a pé até chegar ao pé da entrada da estação dos comboios, onde tem uma zona com árvores e bancos.
Quando regressámos o carregamento na CCS estava a terminar, e ainda pus na Mennekes mais uns minutos até aos 98%, pois avizinhava-se o troço mais longo: 203 km até Albacete. A primeira parte do percurso foi por autovia até Manzanares, indo a cerca de 100km/h, depois desviei-me e fui o resto do caminho por nacional, passando pelas lagoas de Ruidera, uma formação de lagos do rio Guadiana que me fez lembrar os lagos de Plitvice, na croácia. Apenas vi o lago que a estrada atravessa, por limitações de tempo e autonomia, mas deu para ver que é sítio que interessa explorar.
Durante uma parte do percurso a autonomia estimada andou bastante próxima da distância que faltava, mas era sobretudo uma questão de altitude. Na parte final a média de consumo desceu e cheguei com cerca de 14% e uma média de 11,3kWh/100km.
Em Albacete há dois PCRs da Iberdrola lado a lado e um 3º de uma outra operadora, mas que não consegui ver. Tem um centro comercial perto bem como um parque com mesas logo está bem localizado. Dali para a frente havia mais abundância de PCRs, logo carreguei até 81% e segui caminho. Ao fim de 102 km sempre a 120km/h na autovia cheguei até à zona industrial de Cieza, onde parei novamente para carregar. Foi notória a média de consumo de apenas 12,7kWh/100km, mesmo nas velocidades praticadas. Penso que o relevo é a favor, mas mesmo assim foi interessante. Também constantei que apesar de ser a 3ª carga rápida do dia, estive o tempo todo até aos 84% a carregar a 125A
De Cieza até ao destino era directo em termos de carregamentos, mas aproveitámos para parar no Mercadona Torre Pacheco para comprar algumas coisas que íamos precisar e carregámos no PCN deles. Chegámos a La Manga com 28% e uma grande ventania. A média desde Albacete estava nos 12.8kWh/100km. Nesse dia não me preocupei por carga, pois estava cansado e havia muita coisa a fazer. Infelizmente não consegui obter resposta do Ayuntamiento de Cartagena relativo à utilização dos PCNs localizados em La Manga. É necessário preencher um impresso e entregar no Ayuntamiento, mas devido à pandemia é complicado ir lá e via eletrónica não me responderam ao pedido. Assim sendo tendo duas opções. Usar um Tesla Destination charger no hotel a uns 2km do apartamento onde estou, pagando 8€ ao dia, ou então utilizar o PCR da Iberdrola à entrada de La Manga. Hoje escolhi usar o PCR da Iberdrola, pois havia muitas compras a fazer e o PCR (dois, aliás) está localizado num EuroSpar.
O tempo de fazer as compras foi exactamente o necessário para carregar até aos 94%, e agora tenho autonomia para dar aqui umas voltas.