Comprei-o em Dezembro de 2018, vinha com 4900km de França.
No dia em que o fui buscar a Leiria:

Foi apelidado de Hyôiô pois assim era uma boa mnemónica para a minha mãe fixar a marca e o modelo Hyundai Ioniq
Comprámos este carro uns meses após a venda do último ICE, para poder substituir totalmente as viagens a gasóleo. O morangwatt foi servindo para viagens dentro de Portugal, com algum sacrifício para ir para Sul dada a escassez de PCRs na A2, mas as viagens a Espanha estavam fora de questão.
A escolha esteve entre o Leaf40 e o Ioniq, mas a eficiência, velocidade de carregamento em PCR e refrigeração de bateria tornam este carro mais indicado para longas distâncias, como os vídeos do Bjorn têm demonstrado. Para além dos vários passeios que dou pelo país, todos os anos (sem covid) vou a Braga uma ou duas vezes e umas cinco vezes ao Alentejo/Algarve. Como vivo em Lisboa com uma carga rápida em cada sentido chego a Braga ou ao Algarve.
As maiores viagens que fiz no ano passado foram à Andaluzia. Em Junho viajei até Tarifa, com cargas em Aljustrel, Loulé e Sevilha. À ida pernoitei perto de Sevilha no dia seguinte fui até ao destino tendo parado em Arcos de La Frontera para visitar e para carregar numa empresa de energias renováveis que cedia carga. O regresso de Tarifa foi feito num único dia, aproveitando a hora extra a passar a fronteira. Fiz 200km de Tarifa a Sevilha a uma média de 110km/h e depois de um brutal engarrafamento até Huelva, fiz mais duas cargas em Loulé e Aljustrel até chegar a Lisboa, totalizando 661km de viagem com um consumo médio de 13.3kWh/100km.
Em Agosto repeti uma viagem a Nerja que tinha feito em 2018 com o ICE. Tanto à ida como à volta pernoitei nos arredores de Sevilha, em Alcalá de Guadaira, num hotel onde carreguei. Saí no Sábado, e para evitar as filas nos pcrs e no caminho do Algarve, usei uma rota diferente, por Évora. Saí de casa e pus CC a 120km/h no caminho até Évora onde cheguei com 30% é uma média de 14.5kWh/100. O PCR estava livre (e com o botão de emergência pressionado), e carreguei até 94%. Dali segui por nacionais passando por Reguengos, Amareleja e Barrancos (onde almocei), atravessado a fronteira e seguindo na direção de Aroche e depois Aracena, onde cheguei com 16% após 181km com uma média de 12.3 kWh/100.
A cidade de Aracena tem dois pcrs lado a lado, um com 3 mangueiras e outro com 2. De utilização gratuita para já.

Carreguei até 91% e segui para Alcalá de Guaraira, perto de Sevilha, a uns 100km. Dada a elevação de Aracena, cheguei a ter médias de 7kwh/100, mas com AE no final ficou em 9.5.
No hotel Oromana ficou a carregar durante a noite (já estão habituados a ter pessoas com VEs a passar por ali. No dia seguinte fica o trajecto mais desafiante. 200km até Málaga, com uma serra pelo meio. O abetterrouteplanner simulou-me que indo a 90km/h conseguia chegar ao cume da serra com 15% e daí era quase sempre a descer, prevendo 11% à chegada. Na realidade ao chegar ao cume da serra tinha 29% (embora metade do caminho sem A/C ligado) e cheguei ao PCR com 28% (1% gasto para cerca de 30km)
Em Nerja nunca consegui carga (o único PCN de 22kW lá custava 10€/hora), mas com ginástica de passeios a Málaga e a outras terrinhas próximas lá consegui gerir-me.
No dia de regresso o plano inicial era carregar em Málaga até 90% em CCS e 100% em Mennekes, pois não consegui convencer a minha mãe que 90% eram suficientes para chegar até Alcalá de Guadaira. Só que nos postos da IBIL, novo início de sessão tem um consumo mínimo de 5€, logo sairam-me caros esses 10%.
Subi até ao topo da serra de Málaga gastando 20% de bateria, e depois daí para frente, como tinha folga suficiente, vim a 100km/h o caminho todo, chegando ao hotel com 16%.
Permaneci mais um dia em Alcalá de Guadaira, para conhecer melhor ali o entorno do hotel, que era bastante agradável, mesmo no meio do pinhal.
No dia de regresso a Portugal, fui novamente por Aracena (vim a saber mais tarde que um dos PCRs de Aljustrel estava KO), carreguei até 94% e abalei para Évora. Usei caminhos um pouco diferentes dos que usei à ida, fazendo Aracena-Barrancos via Encinasola e Barrancos-Évora via Moura e Portel.
Encinasola é de evitar, pois apesar de serem menos km, tem bocados da estrada que são bastante maus. Em Portugal o caminho até foi interessante para ter outras vistas, passando sobre a represa do Alqueva, mas é também mais demorado, sobretudo porque o troço Barrancos-Moura tem uma estrada estreita e com muitas curvas. Logo para futuras idas a Espanha, a rota pela Amareleja é sem dúvida a melhor.
Em Évora carreguei até aos 84% vi-me obrigado a fazer parte do trajecto pela nacional já que o nó de acesso à A6 estava bloqueado pela GNR. Apesar do declive favorável fiz uma média de consumo elevada, sobretudo na A2/A12 pois estava uma valente nortada que até abanava o carro às vezes. Mas vim sem preocupações a 120km/h, tendo chegado com cerca de 16% a casa.
Foram estas as maiores aventuras com o Hyôiô e espero que sirvam de material de estudo a quem fizer algo semelhante.