Uma nova inflação denominada EDP?

Para assuntos relacionados com o Micro-Produção.

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Cali
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Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

caros,

sou um potencial futuro microprodutor (aliás, já deveria por esta altura ter o meu registo feito e aceite, não fosse ter-me acontecido algo que não lembra ao diabo mas que não vou agora escalpelizar), e ao saber hoje das intenções da edp em aumentar o preço da electricidade em quase 3% a partir de janeiro (apesar de estarmos oficialmente com uma taxa de inflação negativa) fiquei com sérias duvidas relativamente á sorte futura dos microprodutores. senão, vejamos:

- a tarifa bonificada para microgeração é fixa a 5 anos (agora, são cerca de 61 centimos), quando deveria ser indexada ao preço do kw em cada ano.

- a produção de electricidade, financeiramente é altamente deficitária , e em especial porque a edp está a subsidiar principescamente a produção nas renováveis (onde nós, os actuais e futuros microgeradores estamos incluidos).

- esse défice cresce a olhos vistos, á medida que a edp paga, a cada vez mais microprodutores, 5 vezes mais do que a electricidade realmente custa.

- essa factura deficitária vai acabar por ter que ser paga por alguem, e esse alguem são todos os clientes e consumidores (nos quais os microprodutores tambem estão incluidos).

- assim, estamos sujeitos ás arbitrariedades anuais da edp, que pode aumentar o preço da electricidade o que lhe apetecer, anualmente, e independentemente da inflação, para reduzir o defice, e visto que a tarifa de bonificação é fixa, os microprodutores ver-se-ão privados, em rigor, de cerca de 3% do seu rendimento a partir de janeiro, e provavelmente mais 4 ou 5% a partir de 2011, e depois outro tanto (se não for mais) em 2012, e por aí fora. o resultado final pode vir a ser muito proximo de uma fraude, pois os microprodutores poderão ver o seu break-even a arrastar-se no tempo até ao limite do .... económicamente inviável.
gostaria de ouvir opiniões, pois este factor preocupa-me sériamente, e leva-me a pensar se não estaremos todos a ser vitimas de um embuste a médio prazo.


CrOhN
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por CrOhN »

não discordo da indexação da tarifa ao custo da electricidade, mas, acho que estás a esquecer-te de um pormenor: quando acabar o periodo bonificado receberás o kw ao preço em vigor na altura. se os aumentos que prevês se concretizarem, poderemos estar a receber o dobro do que está previsto neste momento. nessa altura, na pior das hipóteses, o equipamento estará pago.

aproveitando esta questão um pormenor que me tem feito confusão, : à medida que a tarifa de referência for baixando, ou o custo dos equipamentos baixa de acordo (que por acaso até tem sido o caso), ou então, mesmo a tarifa a 0,41 eur, o investimento devrá ser bem ponderado.

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sergiomms
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por sergiomms »

cali, esse é um ponto de vista demasiado negativo.
repara o ponto de vista do crohn é bem mais optimista, além do mais, se essa previsão se concretizar, tens sempre a opção de poupar no consumo para que esses 3% não te afectem directamente a carteira e continuar a receber da edp o mesmo equivalente a esse ano.
em casos extrremos, tens a hipotese de independência da edp, uma vez que ela já te "ajudou" a comprar os paineis é só encaminhares a tu produção para consumo em vez da venda!

os preços que são pagos principescamente, têm diversos objectivos, entre os quais lembo-me de:
reduzir a importação de energia em horas de pico (que normalmente é durante o dia, e daí a energia fv ter maoir valor de venda).
reduzir as emissões co2 em determinada % (objectivo para todos os paises da ue).
reduzir a depêndencia de combustives fosseis (objectivo para todos os paises da ue).
entre outros
com os objectivos atingidos, portugal receberá mais apoios da ue, e penso que seja com esses apoios que esta tua dita nova inflação será paga. (ou não )
sergiomms


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Cali
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

eu sei que tendencialmente sou muito desconfiado em relação a este programa de incentivo, e por isso tenho demorado tanto a decidir-me. este ano mudei de casa e finalmente consegui, na nova casa, as condições ideais para uma instalação fotovoltaica. depois de muitas contas feitas, e verificando que os preços dos sistemas fv já haviam baixado considerávelmente em relação a anos anteriores, resolvi finalmente inscrever-me.
porem, admito que esta ultima noticia do aumento de tarifas por parte da edp mesmo quando a inflação não o justifica, reavivou todas as minhas duvidas.
depois, vejo demasiados optimistas á minha volta e mais desconfiado fico. medito sobre o assunto, e vejo a edp a criar um engodo que permite a médio prazo transferir para um vasto conjunto de consumidores o ónus da produção, por sua conta e risco. e este facto (por sua conta e risco) é fundamental! é que a partir do momento em que caimos no engodo, passamos a ser proprietários e responsáveis por um sistema de painéis, e libertamos a edp dessa desvantagem. é que enquanto consumidores, se não temos electricidade, 'mandamos vir', exigimos niveis de serviço, qualidade, e até podemos exigir ser ressarcidos de eventuais prejuizos.
porém, na qualidade de produtores e proprietários, ficam á nossa conta todos os acasos do destino: avarias, intempéries (lembram-se do mini-tornado que ainda recentemente destruiu integralmente uma instalação fv?), vandalismo, roubo, anos chuvosos e nublados, e outros azares que nem me passam pela tola, agora. ou seja, daqui a uns anos a edp tem um belo conjunto de 'tansos' que produzem a sua propria energia, por sua conta e risco, paga a preço de tabela (prémio zero) e suportando todos os potenciais encargos.
o engodo, ou ‘isco’ é então esta suposta vantagem de venderem a energia a um preço muito vantajoso, durante uma série de anos, criando-nos a ilusão de que, daqui por 15 anos, já teremos um lucro de 50 ou 100% sobre o investimento inicial. e nesta análise simplista, descuramos factores essenciais como :

- o facto da edp ter a faca e o queijo na mão, podendo subir o preço ao consumidor todos os anos na percentagem que achar mais conveniente, alterando as regras do jogo no que respeita ao potencial lucro do microprodutor no binómio produção/consumo, e lixando o que parecia ser um bom negócio, deixando-nos apenas com a mera recuperação tardia do capital investido, e com a batata quente das responsabilidades e custos na mão.

- descuramos tambem o efeito que a inflação anual pode ter sobre os tais 50% ou 100% de lucro, reduzindo assim o pretenso ganho real para valores bem mais baixos

- descuramos ainda as potenciais perdas por termos aberto mão de 20.000 – 25.000€ durante 15 ou 20 anos, e não termos rentabilizado esse dinheiro de outro modo.

e quanto mais eu fico a matutar nisto, mais me parece que me precipitei (embora ainda vá a tempo de desistir).

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jmal
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por jmal »

cali faz um belo ponto da situação, no entanto acho que a partir do momento em que for garantido a recuperação do investimento já é uma mais valia para a instalação de um sistema destes, e quem o faz está a contribuir para a sua própria independência energética, apesar de estar ligado à edp na mesma, mas está em constante produção, estamos também a contribuir para a economia nacional e para a diminuição da importação de energia, estes pontos já todos sabem.

relembro que o preço da energia é regulado por várias entidades, e não pode haver constantes aumentos do preço porque afecta toda a economia.

quanto às avarias, danos acidentes e outras causas acho que ninguém os conta nem deve contar, eu comprei um carro e tenho 100 % de hipóteses de sair à rua e ficar com ele completamente destruído, mas não é por esse facto que não o adquiri.

no entanto concordo que considere todos pontos, pois trata-se de um investimento já de um certo porte e que altera as finanças de cada um, não são com certeza só vantagens.
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Cali
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

grato pela vossa participação. de facto, existem sempre duas formas de ver a coisa: ou pela perspectiva do ‘meio cheio’ ou do ‘meio vazio’.
a minha abordagem a este investimento sempre foi feita pela vertente ... investimento, precisamente. não sou um apaixonado pelas formas alternativas de produção de energia, embora as defenda se económicamente viáveis. o que se passa neste momento é que a produção de energia solar, assim como eólica, não é economicamente viável. é deficitária. dito por outras palavras, significa que, se o planeta inteiro mete-se na tola que toda a energia electrica utilizada no mundo tivesse que, a curto prazo, passar a ser produzida através do sol ou do vento, morreriamos todos á fome, pois a economia mundial implodiria. porquê? porque os custos dessa produção, sendo elevados como são, exigiriam o fim do subsidiamento na sua produção, e a factura da electricidade de todos nós subiria 500% .
portanto, acho que isto das ‘renováveis’, nas actuais condições, não é mais que uma moda, e uma bandeira que os governos recentes, e em especial este ultimo, ergueram para mero show-off. aquela mega-central solar no alentejo, inaugurada com pompa, que consta que é das maiores do mundo, parece que representa um buraco orçamental fenomenal, pois os custos daquilo dividos pelos cerca de 30.000 lares que podem alimentar, representam um valor completamente absurdo de astronómico, por cada casa. foi, portanto, uma decisão de investimento imbecil, tipica de um país de governantes imbecis, com mentalidade de ‘caçador de recordes do guiness book’. só faria sentido se não houvesse alternativas viáveis e mais baratas. aliás, se fosse uma coisa assim tão obviamente boa, em termos de decisão inteligente de investimento, porque raio teriamos sido só nós, aqui em portugal, a fazer uma central daquelas dimensões? porque é que os outros países evoluidos e solarengos não o fizeram tambem? hmmm? pois ... é assim como alguns estádios de futebol do euro 2004, não é? fala-se muito agora do estádio de aveiro (parece que fica mais barato demoli-lo do que pagar-lhe a manutenção anual), assim como já se falou do do algarve. show-off. megalomania. tesão de mijo, desculpem a expressão. e entrentanto, tanto que se poderia fazer com a exploração das mini-hidricas, por exemplo, que são tão mais viáveis especialmente para um país pelintra como o nosso e ... não se faz, porque não está na moda. bom, mas adiante:

sabem, eu tenho 42 anos. não consigo fazer planos a 25 ou 30 anos (suposto prazo de vida para os paineis). por essa altura eu já serei sexagenário, se ainda por cá andar. portanto, começar a imaginar que vou gastar mais de 20.000 € para que aos 60 anos venha a ter electricidade gratuita é algo que não me motiva. ainda por cima porque, lá está, não é expectável que os paineis durem uma vida, não é? alguns anos depois teriam que ser substituidos, pois imagino que a sua capacidade de produção tenha, então, caído considerávelmente, e que os seus custos de manutenção possam ter subido em flecha (material degradado, tecnologia obsoleta, etc).

a comparação com a compra de um carro, e dos azares que que podem ocorrer após a compra, não me parece apropriada. á partida, um carro nunca é um investimento. é uma despesa. contudo, o carro pode ser seguro contra danos proprios. curiosamente, ainda nunca vi ninguem falar aqui de um seguro para a instalação fv, que cobra danos catastróficos, roubo e vandalismo. será que alguma seguradora a faz? e se fizer, quanto custa? serás sempre mais uma despesa a considerar, que adiará o break-even do investimento.

mero exercicio académico e propositadamente pouco rigoroso para ser mais fácilmente compreensivel:

- se a edp aumentar o preço da electricidade em 3% ao ano durante os proximos 10 anos, serão menos 30% de rendimento na balança da relação produtor/consumidor, não é? será dificil isso acontecer? se calhar é... ou então, não. não sabemos. é um imponderável, que não depende de nós. o que sabemos é que, se durante 10 anos a edp nunca aumentar o preço, e o sol brilhar muito, e os paineis não sofrerem danos, nem tiverem avarias nem custos de manutenção, nós estaremos a pagar 50€/mês de conta de electricidade, e estaremos a receber 250€ (mais ou menos) pela electricidade produzida. isso dá uma muito interessante relação de 1 para 5, e uma expectativa de recuperação de investimento na casa dos 6 ou 7 anos, mas ... é preciso que seja tudo perfeito, e como sabemos... nunca é. portanto, é expectavel, que se quisermos ser mesmo rigorosos, venhamos a perceber que afinal a coisa arrastar-se-á até aos 8, 9, 10 ou mais anos.

- se eu agarrar nos 20.000€ e os investir/aplicar com um rendimento médio capitalizavel de 3% ao ano (o que é pouco para quem saiba procurar alternativas de investimento), ao fim dos 10 anos eu já tenho 27.700 € (aproximadamente). a diferença são 7.700€, que divididos por 50€ de consumo mensal de electricidade dá para pagar a conta da edp durante ... 12 anos (se o preço não aumentasse). ou seja, ao fim de 12 anos, ainda tenho os meus 20.000€ (obviamente desvalorizados por efeito da inflação) e fiquei com todas as contas da edp pagas.

portanto, ao me armar em microgerador, ao fim desses 12 anos não tenho 20.000€, e devo ter o telhado ou o terraço cheio de paineis já ‘maduros’, a precisarem de alguma manutenção, sem qualquer valor comercial relevante (portanto, a valerem tanto como um carro com 12 anos), apenas para ... não pagar a conta da electricidade (por essa altura o preço de venda á edp já deve ser igual ao da compra, ou quase). resumindo... meti-me num carrada de trabalhos apenas para pagar as contas da edp com 12 anos de avanço.

raios... acho que vou cancelar a minha inscrição.

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jmal
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por jmal »

não deixa de ser um analise real do nosso sistema politico e monetário, sistemas errados em todos os aspectos, mas que não interessa estar a discutir, tenho apenas a acrescentar o seguinte, podemos sim viver de sol e luz e gozar na mesma de todos os maliciosos que criamos ao longo dos séculos, apenas não podemos esbanjar energia como fazemos agora, é neste aspecto que o sistema fv actual devia ser mais pedagógico, isto porque ele vem...digamos que a obrigar a que as pessoas obtenham mais eficiência em suas casas, se vendemos o que produzimos e compramos o que consumimos, é natural que vamos tentar consumir o mínimo possível e produzir o máximo possível, acho que isto é pouco falado.

quanto ao seguros poderíamos verificar em várias seguradores o que existe, era mais uma info para todos e que ajuda na ponderação de instalação do sistema.
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Bluesky
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Bluesky »

pois é, o problema nao está em ser um micro-produtor, mas no que se investe para o ser e quanto. é indescutivel que o investimento em fotovoltaico seja actualmente o mais oneroso logo o pior investimento possivel, mas como sabe existem outras tecnologias para aproveitar o sol, nomeadamente as tecnologias termoeléctricas de concentração que sao as mais promissoras. os novos aerogeradores serao tambem as melhores soluções. logo, caro investidor, a questão nao está no se devo mas sim no como faço. as suas duvidas sao elas proprias dúbias, como sabe nada permaneçerá constante ou "seguro", nem o preço da electricidade, nem o preço do petroleo, nem o preço do gás etc. quer segurança e seguros? nao compensará no futuro, meu amigo. depositos a prazo e titulos do tesouro? ridiculos comparados a um bom investimento. bem vindo ao mundo real. ter dinheiro e nao ter coragem é muito pior do que nao ter nenhum mas estar cheio de confiança. um abraço.
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Bubas
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Bubas »

sr. cali, permita-me discordar do seu comentário. outros paises solarengos? quais? não me diga que na europa iriam investir na finlândia? qual será o país europeu que tem as condições ideais para um investimento destes? portugal, de certeza absoluta, é um deles! depois, mania? porquê? os alemães também têm a mania? os gregos? os espanhóis? investimentos de 3% num banco? e neste caso, não há dúvidas? a pensar de uma forma tão negativa, mais vale ficarmos em casa, na cama de preferência, rezando para que não venha um tremor de terra, um tornado ou outra crise mundial que nos esvazie as contas! ups, lá se foram os míseros 3%!


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Cali
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

caro bluesky,

não sei bem como interpretar o seu comentário. na primeira parte do mesmo, parece-me claro que você tem opinião desfavorável relativamente ao ‘investimento’ no fotovoltaico, ao classificá-lo como ‘o pior investimento possivel’. defende outras formas, como os novos aerogeradores (mas que não são possiveis de instalar nas propriedades dos comuns mortais), ou as termoelectricas de concentração que estão fora do ambito da microgeração. portanto, para o zé povinho sobra a microgeração em fv, apenas. e essa é ... ‘o pior investimento possivel’. ok, cada vez mais de acordo. durante um par de meses afastei as minhas desconfianças antigas e achei que era giro instalar um sistema fv na minha nova casa. enfim, lá giro é, mas ... apenas isso. agora começo a cair ‘na real’, de novo, e a perceber que me deixei levar pelo entusiasmo do momento.
agora... não entendi aquele comentário do ‘segurança e seguros não compensar no futuro’. então o que é que compensa? investimentos do estilo ‘salto de paraquedas sem o de reserva’? um investimento sem planificação, sem ‘plano b’, sem ponderar os potenciais riscos e reveses, sem segurança, não é um investimento, é um impulso. e mim, parece-me que muita gente está a alinhar nesta moda da microgeração por impulso, porque é giro, porque é fashion, e porque ‘parece’ que dá lucro. é que eu não vejo a esmagadora maioria das pessoas a fazer contas! vejo-as a engolir com um sorriso tudo o que lhe vendem nos prospectos publicitários, e a esquecerem de analisar o que não é tão bonito e está omisso, ou escrito nas entrelinhas!
depositos a prazo não são de facto grande investimento alternativo, mas sinceramente até os titulos ou obrigações do tesouro (ou similares) correm o risco de poderem vir a revelar-se melhores investimentos a 15, 20 ou 25 anos, do que este esquema da microgeração. mas claro que, como alternativas de investimento não estava a pensar nisso.
sobre a ‘máxima’ com que encerra o seu post, isso depende de vários factores. há gajos que já foram cheios de confiança e dinheiro, e que depois de investimentos do estilo que eu referi atrás, continuaram cheios de confiança mas ... sem dinheiro.

e o facto é que, desde que eu abri este tópico, ainda ninguem me fez o favor de me tranquilizar, relativamente ás minhas desconfianças, defendendo com numeros e exemplos práticos o ‘investimento microgeração fv’. leio argumentos de caracter emocional e ecológico, mas apenas isso. e sinceramente, se é para defendermos o ambiente, então é bem mais económico substituirmos os electrodomesticos todos por uns novos de classe energética ‘a’, e as lampadas comuns todas por umas economizadoras, entre outras medidas do genero, não é?


tvcrabo
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por tvcrabo »

eu só acho que se todo o mundo decidisse em curto espaço de tempo implementar fotovoltaico, este seria produzido em massa e assim, os seus custos baixariam tremendamente. é nao esquecer que os seus componentes nao sao muito diferentes da normal electronica no caso do painel.
mais... as renovaveis agora custam 5 xs mais mas isso é por um espaço limitado de tempo.
mais... as receitas que o estado arrecadou com essa bonificaçao de tarifa... uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii 20% do investimento total de todos os microprodutores...
mais... as bonificaçoes em sede de irs que se recebe nao contam para o microprodutor?
mais... o desemprego que esta medida permitiu evitar ao manter empresas existentes desta area e o aparecimento de outras novas nao contam?

meus amigos, quanto vale a independencia energetica? pois... nem valor tem
quanto custará nao cumprir as metas de quito? nunca ninguem esclareceu (talvez porque senao vao assustar mt gente)


uma certeza eu tenho. se eu neste momento tivesse 20k euros meus (nao do banco) para investir... ia de imediato um painel termico e outro fotovoltaico para cima do telhado.

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Bluesky
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Bluesky »

caro sr cali, tem razão no que diz e transforme as suas desconfianças em certezas. no entanto ter razão nao tem, eis o porquê...
e sinceramente, se é para defendermos o ambiente, então é bem mais económico substituirmos os electrodomésticos todos por uns novos de classe energética ‘a’, e as lampadas comuns todas por umas economizadoras, entre outras medidas do genero, não é?
certo, todos os seres humanos já deveriam ter feito estas trocas caso tenham disponibilidades financeiras, pois lucram com isto e tanto mais quanto mais cedo implementarem essas medidas, embora o lucro não venha a curto prazo (por causa do investimento inicial) mas sim a medio prazo.
e mim, parece-me que muita gente está a alinhar nesta moda da microgeração por impulso, porque é giro, porque é fashion, e porque ‘parece’ que dá lucro.
o lucro financeiro aqui nao vem nem a curto prazo nem a médio prazo, somente a longo prazo. no entanto, os beneficios/lucros reais são imediatos, como preservar o ambiente, melhorar a sua saude, parar a sua contribuição para o aqueçimento/congelamento global (para os leigos saberem), contribuir para um melhor futuro das geraçoes vindouras: começar a investir em serviços que com a sua popularização baixarão drasticamente de preços, divisas que nao saem do país porque o pais está a tornar-se energeticamente independente etc ...

...portanto nem tudo é dinheiro a curto prazo, sr cali, a pergunta que tem que fazer a si proprio é uma e uma só: até onde vai o meu egoísmo?
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CrOhN
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por CrOhN »

o cali já fez valer a sua posição de que a aposta em fv seria para ele um investimento. nesta maneira de ver, está certo, é um mau investimento.

já para mim, não vejo como investimento, vejo sim isto: gasto 20000 eur agora. em 20 anos tenho o investimento pago e electricidade à borla a partir de hoje. logo, na questão de energia eléctrica, pelo menos eu, deixo de contribuir para o aquecimento global. prefiro isto do que entregar o meu dinheiro a instituições bancárias, para que eles se governem com o que é dos outros, como tem acontecido desde que o sistema bancário foi inventado.


agora, cada um que decida em consciência se deve ou não investir.

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jama
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por jama »

cali Escreveu:eu sei que tendencialmente sou muito desconfiado em relação a este programa de incentivo, e por isso tenho demorado tanto a decidir-me. este ano mudei de casa e finalmente consegui, na nova casa, as condições ideais para uma instalação fotovoltaica. depois de muitas contas feitas, e verificando que os preços dos sistemas fv já haviam baixado considerávelmente em relação a anos anteriores, resolvi finalmente inscrever-me.
porem, admito que esta ultima noticia do aumento de tarifas por parte da edp mesmo quando a inflação não o justifica, reavivou todas as minhas duvidas.
depois, vejo demasiados optimistas á minha volta e mais desconfiado fico. medito sobre o assunto, e vejo a edp a criar um engodo que permite a médio prazo transferir para um vasto conjunto de consumidores o ónus da produção, por sua conta e risco. e este facto (por sua conta e risco) é fundamental! é que a partir do momento em que caimos no engodo, passamos a ser proprietários e responsáveis por um sistema de painéis, e libertamos a edp dessa desvantagem. é que enquanto consumidores, se não temos electricidade, 'mandamos vir', exigimos niveis de serviço, qualidade, e até podemos exigir ser ressarcidos de eventuais prejuizos.
porém, na qualidade de produtores e proprietários, ficam á nossa conta todos os acasos do destino: avarias, intempéries (lembram-se do mini-tornado que ainda recentemente destruiu integralmente uma instalação fv?), vandalismo, roubo, anos chuvosos e nublados, e outros azares que nem me passam pela tola, agora. ou seja, daqui a uns anos a edp tem um belo conjunto de 'tansos' que produzem a sua propria energia, por sua conta e risco, paga a preço de tabela (prémio zero) e suportando todos os potenciais encargos.
o engodo, ou ‘isco’ é então esta suposta vantagem de venderem a energia a um preço muito vantajoso, durante uma série de anos, criando-nos a ilusão de que, daqui por 15 anos, já teremos um lucro de 50 ou 100% sobre o investimento inicial. e nesta análise simplista, descuramos factores essenciais como :

- o facto da edp ter a faca e o queijo na mão, podendo subir o preço ao consumidor todos os anos na percentagem que achar mais conveniente, alterando as regras do jogo no que respeita ao potencial lucro do microprodutor no binómio produção/consumo, e lixando o que parecia ser um bom negócio, deixando-nos apenas com a mera recuperação tardia do capital investido, e com a batata quente das responsabilidades e custos na mão.

- descuramos tambem o efeito que a inflação anual pode ter sobre os tais 50% ou 100% de lucro, reduzindo assim o pretenso ganho real para valores bem mais baixos

- descuramos ainda as potenciais perdas por termos aberto mão de 20.000 – 25.000€ durante 15 ou 20 anos, e não termos rentabilizado esse dinheiro de outro modo.

e quanto mais eu fico a matutar nisto, mais me parece que me precipitei (embora ainda vá a tempo de desistir).
porque será ,que as inscriçoes quando abrem mal chegam para as encomendas?sera que milhares de portugueses estao enganados e o sr. é que esta certo.para que fez a sua inscriçao?estando a tirar o lugar a outros que se querem registar e nao conseguem,e agora voce vai desistir.temos que ser realistas e investir no futuro,ja vi que o sr é muito conservador, e se todos formos assim ,nao saimos da cepa torta.pôr o dinheiro no banco a render a 2 e pouco por cento,mal cobre a inflaçao,e sujeito a ficar sem ele?ó homem pense bem e nao desista.
O SOL quando nasce é para todosImagem

A produzir acima dos 4200W/h
http://www.youtube.com/watch?v=ME00MNoekHM


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Cali
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

alguns de vocês estão a começar a personalizar a discussão, e denota-se já alguma crispação nos argumentos. não gostaria que a conversa prosseguisse nesse tom, se tal for possivel. pessoalmente, tenho dois carros a gpl há vários anos. provavelmente muitos de vós andam a gasolina ou a diesel, contribuindo muito mais para a poluição ambiente do que eu. porque é que optei pelo gpl? porque financeiramente era uma decisão inteligente, e tinha como bónus complementar ser muito melhor ecológicamente. portanto, só vantagens. mas sim, a motivação inicial não foi ecológica, foi económica. e só por aqui vocês percebem que, alem das motivações idealistas, eu analiso tambem as outras. mas isso não faz de mim um criminoso, certo? só não tomo a ecologia como um modo de vida, embora tenha lampadas economizadoras, e faça a separação do lixo, entre outros pequenos gestos do dia-a-dia que revelam preocupação pelo ambiente e pelas outras pessoas. mas devem decerto compreender que maioria das pessoas não toma este assunto como uma religião, e portanto não está disposta a (e nem sequer em condições financeiras de) esbanjar dinheiro para contribuir acérrimamente para tentar melhorar o meio ambiente, especialmente quando sentem, e percebem que os exemplos que deveriam vir de cima, dos governantes, não vêm (se ecologia fosse apenas paineis solares...!...). portanto, façam lá o favor de não me crucificarem. confundir a minha opinião, as minhas duvidas e a minha argumentação com mero egoismo é tão redutor como eu começar a achar que muitos de vocês compram tudo desde que tenha lá o selo 'amigo do ambiente', independentemente do preço, e do dito selo poder ser conversa fiada. podem ter a certeza de que grande maioria das pessoas que estão a alinhar na microgeração, não o fazem porque estão muito preocupados com a dependencia energética do país, ou porque estão a ajudar o ambiente, mas estão sim a fazê-lo com cifrões nos olhinhos, convencidos de que vão ganhar umas massas valentes (e basta ler os vários diários de microgeração que por aqui estão para perceber que a conversa e as curiosidades estão todas practicamente focadas no “quanto é que eu ganhei este mês”, e “o teu sistema está a render mais que o meu”. a correria aos concursos de microgeração tem motivações interesseiras, sim senhor. apenas uma minoria o faz por preocupações ecológicas.

quero agradecer a todos os que participaram nesta discussão. não a dou como encerrada, podem continuar a argumentar, se quiserem, mas já compreendi genéricamente que pelo menos alguns membros mais informados concordam com a minha ideia de que financeiramente ainda não é interessante investir em microgeração fv, e de que provavelmente o futuro trará melhores oportunidades para o fazer. e agradeço sinceramente terem-me ajudado a consolidar a minha ideia e dissipar as minhas duvidas. mal comparado, é assim como ter comprado um lcd há meia duzia de anos atrás, quando custavam milhares de euros, usufruindo assim do factor ‘novidade’, mesmo sabendo que poucos anos depois seria possivel comprar o mesmo produto por 1/4 do preço.
já do ponto de vista ecológico, nada mais a dizer a não ser o dar os parabéns a quem deu ou quer dar o passo da microgeração plenamente consciente do que está a fazer, ou seja, que está a pagar para ajudar o planeta, e não para ter uma renda.

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serges
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por serges »

ora vamos lá tentar ter ordem nisto...

blue... menos muito menos..

tome mos o exemplo do ajosemor
ajosemor Escreveu:vou começar por tecer algumas considerações sobre o caminho até aqui.

porque me estou a meter nesta aventura?

1. porque tendo algum conhecimento do estado a que levámos o nosso planeta azul tenho a consciência do muito que tem de ser feito, embora passo a passo. um de cada vez mas fazendo caminho. depois de outros já dados, surgiu a altura em que vejo claramente a necessidade de dar mais este passo. produzir uma parte da energia que utilizo, a partir de energias renováveis.
os que melhor me conhecem sabem que há cerca de 2 anos já o tinha feito para produção de água quente por energia solar (4 m2 - 300 l) com resultados que considero muito bons.
2. porque julgo que no futuro, mais breve do que muitos imaginam, não vamos ter alternativa e que a consciência desse facto felizmente já atingiu a classe governante que por isso nos está a ajudar a obter a cana para pescarmos. para os que pudermos acho que o devemos fazer.
3. já implícito no ponto anterior o facto de estarmos em fase de incentivos do estado á aquisição dos campos solares fotovoltaicos com o pagamento durante mais de 5 anos da energia eléctrica a 650€ por mwh e o abate em sede de irs de 777€.

porque hesitei um pouco?

1. por ter uma tarifa especial.
2. por ter algum receio da nossa política muitas vezes errática. mudando o vento, ou o governo, não tenho a certeza do que acontecerá.
3. por ter um telhado (água virada a sul) relativamente pequeno onde o campo de microgeração vai caber á tangente.

balanceando estes elementos acabei por me decidir e avançar.

para isso, comecei pela inscrição no site da certiel "renovaveisnahora".
tentei o registo por 3 vezes e, como se costuma dizer, á terceira foi de vez. em 2 de outubro consegui, e hoje (14 de outubro) recebi o sms a confirmar o registo.
entretanto, nesse intervalo de tempo, contactei vários fornecedores de equipamento, recebi propostas e visitas, e, estudei a viabilidade e o prazo de retorno do capital investido e dos seus encargos no caso de recorrer ao crédito.
para além dos cálculos meramente matemáticos e nem sempre traduzindo rigorosamente a realidade em prazo tão longo, ajudaram-me na decisão, duas idéias:
a) a de que vindo a adiar a substituição do meu carro, se considerar o valor necessário a uma compra em novo, ele é semelhante ao investimento neste projecto podendo utilizar o retorno para a compra do carro. ou seja, com a mesma quantia compro um bem mais duradouro e um menos. espero que o menos duradouro já seja eléctrico. entretanto o actual a gpl aguentará e contribuirá também!
b) a segunda é a de que um investimento alternativo seguro, daría quando muito um juro médio de 3-4%. ora a taxa de rentabilidade deste projecto é bem maior, situando-se á volta dos 13-14%.

voltando ao que interessa o ponto de situação neste momento pode resumir-se assim:
- registo feito e confirmado;
- consultas feitas;
- algumas verificações no local, já efectuadas;
- selecção de fornecedor em curso com decisão para breve;
- contactos com a banca iniciados;

e por agora é tudo!
espero que este diário, salteado, tenha utilidade para quem quiser seguir o mesmo caminho fazendo votos de que sejam muitos!!!

saudações
ajosemor Escreveu:como diz o ditado, prometido é devido. por isso aqui vão os gráficos da produção diária e tendência relativos aos meses de abril (entre dia 7 em que foi ligado e 23 em que é lido) e o de maio (24 de abril a 23 de maio).

no mês de abril foi cometido um erro de avaliação pelas razões referidas acima estando a produção ligeiramente abaixo dos valores reais. esse erro foi corrigido no dia 24 de abril pelo que, nesse dia, o valor indicado não é real.

em ambos os gráficos distinguem-se bem os dias nublados/chuvosos dos mais soalheiros e todos foram afectados pelos disparos que se verificavam quando a tensão estava mais alta.

Imagem

Imagem

a tendência de produção diária é ascendente (aumento) e tendo hoje atingido os 1000 kwh de produção em 670 horas, a produção horária média foi até agora de 1,49 kwh/hora.
parece-me uma produção bastante razoável, mas, só em comparação com a de outros produtores, agora e no futuro, se podem tirar conclusões mais definitivas.

há no entanto uma grande conclusão a tirar desde já. o que produzo é igual ou superior ao que consumo após a racionalização de consumos efectuada. acredito que num ano os valores serão muito próximos. ou seja, muita energia mais limpa pode ser produzida se tivermos a capacidade de multiplicar as instalações até ao limite do economicamente suportável.

saudações
ajosemor Escreveu:caros companheiros de fórum.



assinalo amanhã mais uma data duplamente importante. por um lado, completo 6 meses de produção e por outro atinjo, ou ficarei muito próximo, de um valor produzido correspondente a cerca de 10% do investimento efectuado.
se na parte restante do ano produzisse o mesmo valor, o que obviamente não é expectável pois temos pela frente o inverno com os seus dias curtos e nublados, e nos próximos anos a produção também fosse idêntica, a amortização estaria concluída em mais ou menos cinco anos.
pelo que acabo de dizer, e tendo em atenção o custo do capital, a previsão feita inicialmente de uma amortização total em cerca de sete anos é a mais certa.


já agora o valor em que me baseio é o seguinte:
- custo aproximado 25000 €;
- energia necessária a 650 €/mwh = 38,46 mwh
- energia vendida em 6 meses = 3,846 mwh correspondendo aos 10%

saudações

para quem é leigo na matério como eu, li com muita atenção, inclusivé acompanhei de perto todo o diario de bordo do ajosemor...

posso dizer que é um investimento mais que bom...
como já se falou no banco...

não menciono a fonte mas rápidamente lá chegam!
faça já o depósito taxa crescente do millennium bcp e garanta:
taxas crescentes até 4% (tanb) no 6º semestre. a tanb média é de 2,958% se o depósito for mantido até ao final do prazo de 3 anos. pagamento de juros semestrais;
garantia de capital e juros - total segurança e tranquilidade. com este depósito a prazo o seu capital e respectivos juros estão garantidos;
liquidez total - permite mobilização antecipada total ou parcial, com penalização dos juros corridos no respectivo semestre sobre o montante liquidado;
entrega única - a partir de 2.500 eur.
mas que investimento é este comparado com o anterior???

creio estarmos perante um dilema se todo o investimento que fazemos é certo, assim no caso do banco será certíssimo, se não falir ou os ditos não o fecharem...

no caso fv é um investimento incerto mas precisa se de 7 anos para recuperar o investimento feito... coisa impossível em qualquer outro e claro não chegamos a parte ecológica da coisa...

acredito que mais tarde, 2 a 5 anos o valor venha a descer, o investimento nos fv, mas agora se tivesse local para instalar, já que vivo num prédio investiria no microprodução, espero é o meu vizinho que é dono do predio ao lado e ja está a instalar os ditos fv no telhado... mas não será para vender...


continuemos com as varias opiniões e o bom dialogo...
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Procuro pontos de carga para veículos eléctricos, contacte-me! 915001177
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Bluesky
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Bluesky »

tens razão serges, peço imensa desculpa ao sr cali pelos meus comentários, sei que o sr nao será concerteza egoista e terá tambem preocupaçoes com o ambiente. no entanto peço para ele dar um exemplo concreto que justifique o comentário que fez ...
vocês compram tudo desde que tenha lá o selo 'amigo do ambiente', independentemente do preço, e do dito selo poder ser conversa fiada
... portanto que selo? porquê conversa fiada? como sabe aquilo que eu compro? alguma vez citei-me como ecologista? gostaria de saber se o sr tem poderes sobrenaturais ou se por ventura será tambem o primeiro de uma geração com 126 anos ou algo semelhante...
_______ .oO Impossivel é um conceito /& / não uma realidade Oo. _______


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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

caro blue,

você retirou a citação do seu contexto. o que eu disse, frase completa, foi isto:
confundir a minha opinião, as minhas duvidas e a minha argumentação com mero egoismo é tão redutor como eu começar a achar que muitos de vocês compram tudo desde que tenha lá o selo 'amigo do ambiente', independentemente do preço, e do dito selo poder ser conversa fiada.
era, portanto, uma comparação teórica, baseada na acusação de 'egoista' que me foi feita. com base no que até agora foi aqui discutido, tanto sentido faz chamarem-me de egoista, como eu de vos chamar de fundamentalistas, ou seja, nenhum. espero que tinha ficado claro, agora.


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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

olá serges!

parece-me que avaliar a qualidade do investimento apenas pelos primeiros seis meses, ainda por cima quando os mesmos se referem ao periodo ideal do ano, é prematuro. a prova dos nove será tirada, um dia mais tarde, após os primeiros 5 anos.
a mim tambem me venderam a teoria dos 11 - 13% de rendibilidade anual. e, dentro dos parametros escolhidos pelo vendedor, está correcta. mas essa previsão assenta no cenário ideal, e esse, no médio e longo prazo, dificilmente existirá. se alterarmos o prazo, entendendo-o a 20 anos, já a coisa fica diferente. e se incluirmos seguros, custos de manutenção, e prevermos desvios como os resultantes do aumento de tarifa da edp, anos de menos sol, ou por exemplo uma redução substancial no preço das instalações futuras, fruto da evolução tecnologica e da massificação, então ... estão a ver, certo?
pronto, mas eu não quero hostilizar ninguem com a minha conversa. tenho apenas a intenção de esgrimir argumentos de forma civilizada, ok?

ps - alem de tudo, a mim custa-me muito acreditar que o estado é uma pessoa de bem. o que é verdade hoje, amanhã pode ser mentira, como bem podem dizer todos os muitos clientes dos certificados de aforro.


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Cali
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Re: Uma nova inflação denominada EDP?

Mensagem por Cali »

olá, pessoal!

já lá vão 6 meses desde que andei por aqui pela ultima vez a 'atazanar-vos' com as minhas duvidas e desconfianças em relação á micro-geração, e em particular aos fotovoltaicos.
entretanto, e desde então, desisti mesmo do meu pré-registo e abandonei a ideia de me meter nisso. contudo, mantenho o interesse sobre a matéria, e recentemente comecei a pensar neste inverno que temos tido, chuvoso, escuro e nada dado a paineis solares, e fiquei curiosos relativamente ao desempenho de um sistema fotovoltaico nos ultimos 3 meses, em que o sol mal se viu. alem disso, queria tambem actualizar-me relativamente ás ultimas novidades sobre a legislação, os concursos, os preços do kw, e os preços dos sistemas.

infelizmente, reparei que nenhum dos microgeradores que durante o ano passado divulgavam regular e entusiasticamente os seus resultados mensais, continuou a fazê-lo. de facto não encontro nenhuma informação estatistica actualizada desde meados de 2009. assim, apelo aos microgeradores, e particular aos que dantes o faziam, o favor de actualizarem os seus dados.

já reparei tambem que este ano o preço do kw já baixou de novo, mas que os custos das instalações tendem a acompanhar a descida do kw. no ano passado era muito dificil arranjar orçamentos abaixo dos 20.000€ , e este ano já vi vários por aqui. desceu o custo da matéria-prima e da tecnologia, ou os instaladores resolveram ganhar menos para se manterem no mercado?

vi pessoas desapontadas com a evolução da situação, nos concursos e na legislação, com o estabelecimento de novas regras e condições com maior regularidade do que seria desejável. admito que não me admira. como eu tinha dito há 6 meses, é preciso acreditar que o estado é uma pessoa de bem. o problema é que na realidade, o estado ... é um salafrário!

cumprimentos!

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