o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas vai ser inaugurado esta terça-feira ao largo da póvoa de varzim, na costa norte portuguesa, num investimento global superior a 8,5 milhões de euros.
este projecto pioneiro, da responsabilidade da enersis e da escocesa ocean power energy (opd), que é o parceiro tecnológico, terá capacidade para produzir, numa primeira fase, energia eléctrica suficiente para alimentar uma povoação com cerca de seis mil habitantes.
nesta fase, foram instaladas três máquinas de aproveitamento energético, com capacidade para produzirem 750 kilowatts (kw) cada uma, o que permitirá uma produção média anual de sete gigawatts por hora (gwh).
as máquinas, instaladas a cerca de cinco quilómetros ao largo da póvoa de varzim, têm forma cilíndrica e medem cerca de 50 metros de comprimento, com um perímetro de 3,5 metros, dos quais apenas um fica acima do nível da água.
a energia produzida pelas ondas do alto mar, consideradas mais estáveis do que as ondas de rebentação, é depois encaminhada através de um cabo submarino para uma subestação de ligação à rede eléctrica.
o investimento neste projecto é financiado em 15 por cento por apoios públicos, sendo o restante integralmente assumido pelos dois parceiros envolvidos, a enersis e a opd.
diário digital / lusa

a póvoa de varzim prepara-se para receber o primeiro parque mundial de conversão de energia das ondas, com o recurso a uma tecnologia única conhecida como pelamis. a construção deste cluster é da responsabilidade de uma das maiores empresas no mercado nacional das energias renováveis ? a enersis ? e da empresa escocesa ocean power delivery.
a póvoa de varzim vai receber o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas. o projecto okeanó ? resultante da parceria entre a empresa portuguesa enersis e a escocesa ocean power delivery ? será um importante pólo de energia alternativa não só para o concelho, mas também para todo o país.
segundo noticiou esta segunda-feira o "jornal de notícias (jn), que citou as últimas estimativas da enersis, este pólo poderá abastecer «mais de um terço do concelho em 2008, já que 10 por cento da energia produzida reverterá a favor do município» . para se ter uma ideia, cerca de 25 mil habitantes poderão usufruir da energia das ondas. aires pereira, edil da póvoa de varzim, salientou ao jn que se trata de «uma excelente poupança do município em termos energéticos» , mas também uma forma de garantir novos postos de trabalho.
até 2008 é de esperar que este cluster consiga produzir energia suficiente para abastecer uma população de 250 mil habitantes.
o okeanós está dividido em duas fases -, aguçadoura 1 e 2 -, e trata-se de uma instalação feita a partir de tecnologia pioneira. os equipamentos estão já a ser montados e, posteriormente, serão rebocados para o mar ao largo da póvoa de varzim, já no próximo mês de setembro. numa fase experimental vão ser instaladas três estruturas de produção de energia, denominadas pelamis (estruturas semi-submersas na água em forma de tubos de 37,5 metros de comprimento e 3,5 metros de diâmetro). dependendo do «sucesso da experiência» o objectivo é instalar um parque com 38 pelamis, sublinhou o autarca.
portugal é um país estratégico na produção de energia a partir das ondas e possui um dos maiores potenciais a nível mundial para a utilização desta energia renovável. segundo o centro de energia das ondas, além de fornecer «energia eléctrica renovável, a energia das ondas é igualmente vista como uma oportunidade para desenvolver produtos com um forte potencial de exportação a nível mundial, assim como um ramo de tecnologia com aplicação na exploração de outros recursos marinhos» .
como funciona a energia que é retirada das marés
cada máquina pelamis mede 140 metros de comprimento por 3,5 metros de diâmetro. pesam 700 toneladas e ficam distanciadas 225 metros umas das outras. assemelham-se, em termos de design, a cinco carruagens de comboio de alta velocidade, mas sem janelas, flutuando um metro acima do nível da água. o sistema de amarração é composto por uma combinação de flutuadores e pesos que impede os cabos de ficaram completamente sob tensão. mantém o equipamento em posição mas confere-lhe liberdade suficiente para oscilar de acordo com as ondas incidentes. as secções cilíndricas estão unidas por juntas articuladas onde se encontra um módulo de conversão de energia. cada junção dos tubos contém um sistema hidráulico. à medida que as ondas passam pelos tubos, estes mexem-se num movimento parecido com o das serpentes (daí as máquinas serem baptizadas de pelamis, o que significa cobra marinha em grego). a oscilação nas articulações permite accionar geradores de electricidade. os movimentos induzidos pelas ondas são absorvidos por cilindros hidráulicos, que pressurizam óleo. acumuladores suavizam o circuito até ao accionamento dos geradores eléctricos que produzem electricidade. a energia obtida desta forma em cada uma das juntas é posteriormente encaminhada para terra, através de um cabo submarino, para uma subestação de interligação com a rede eléctrica.