Geração à Rasca - A Nossa Culpa
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Geração à Rasca - A Nossa Culpa
artigo de nuno markl p/ os trintões
a juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
e está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
o grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no tom sawyer.
'quem?', perguntou ele. quem?! ele não sabe quem é o tom sawyer! meu deus... como é que ele consegue viver com ele mesmo?
a própria música: 'tu que andas sempre descalço, tom sawyer, junto ao rio a passear, tom sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.
claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
o d'artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; sebastien et le soleil, combatendo os terríveis olmecs; galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; o automan, com o seu lamborghini que dava curvas a noventa graus; o mítico homem da atlântida, com o patrick duffy e as suas membranas no meio dos dedos; a super mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); o barco do amor, que apesar de agora reposto na sic radical, não é a mesma coisa. naquela altura era actual...
e para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: o verão azul.
ora bem, quem não conhece o verão azul merece morrer. quem não chorou com a morte do velho shanquete, não merece o ar que respira. quem, meu deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: ele nunca subiu a uma árvore!
e pior, nunca caiu de uma. é um mole.
ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
ele nunca roubou chocolates no pingo-doce. o bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
confesso, senti-me velho...
esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da playstation e a gritar pela lara croft.
óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
doenças com nomes tipo 'moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
no meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.
eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
e sabíamos viver com isso. não estamos cá? não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
e ainda nos chamavam geração 'rasca'... nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. agora não falta nada aos putos.
eu, para ter um mísero spectrum 48k, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e natal, tudo junto.
hoje, ele é playstation, pc, telemóvel, portátil, gameboy, tudo.
claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de ram tem aquela versão da bicicleta.
com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos.
antes, só havia um cromo por turma. era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
é certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'
(nota: ...os chocolates não eram gamados no 'pingo doce'... ainda se chamava 'pão de açúcar'!!!)
lindo!
a juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
e está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
o grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no tom sawyer.
'quem?', perguntou ele. quem?! ele não sabe quem é o tom sawyer! meu deus... como é que ele consegue viver com ele mesmo?
a própria música: 'tu que andas sempre descalço, tom sawyer, junto ao rio a passear, tom sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.
claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
o d'artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; sebastien et le soleil, combatendo os terríveis olmecs; galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; o automan, com o seu lamborghini que dava curvas a noventa graus; o mítico homem da atlântida, com o patrick duffy e as suas membranas no meio dos dedos; a super mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); o barco do amor, que apesar de agora reposto na sic radical, não é a mesma coisa. naquela altura era actual...
e para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: o verão azul.
ora bem, quem não conhece o verão azul merece morrer. quem não chorou com a morte do velho shanquete, não merece o ar que respira. quem, meu deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: ele nunca subiu a uma árvore!
e pior, nunca caiu de uma. é um mole.
ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
ele nunca roubou chocolates no pingo-doce. o bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
confesso, senti-me velho...
esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da playstation e a gritar pela lara croft.
óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
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no meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.
eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
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e sabíamos viver com isso. não estamos cá? não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
e ainda nos chamavam geração 'rasca'... nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. agora não falta nada aos putos.
eu, para ter um mísero spectrum 48k, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e natal, tudo junto.
hoje, ele é playstation, pc, telemóvel, portátil, gameboy, tudo.
claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de ram tem aquela versão da bicicleta.
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40595 a bordo de uma Vectrix.
Procuro pontos de carga para veículos eléctricos, contacte-me! 915001177
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
o que mais me lixa nisto tudo é que os pais destes totós somos nós, que curtimos à brava quando eramos putos, partimos a cabeça a andar de bicicleta, eramos assaltados pelos ciganos ( que se lixe o politicamente correcto...) quando jogavamos ao carolo, passavamos o dia inteiro na rua e tinhamos de ser chamados para ir comer, levavamos porrada dos pais por estarmos sempre a jogar à bola e chegavamos a casa todos suados ( obesidade infantil??? o que era isso? ), no carnaval era só rebentar com as bombinhas com uma lata de sardinhas em cima para ver qual ia mais alto, resumindo tinhamos que puxar pela cabeça para nos divertirmos, não havia.... inventava-se, era um problema nosso e não dos pais, faziamos mer**...levavamos porrada, ninguem nos aparava os golpes!
não eramos nenhuns coitadinhos mas sim umas pestes...e que me lembre ninguem vive traumatizado por isso
iamos fazer acampamentos selvagens e não para algum campo de férias cheio de actividades "radicais"...
enfim..... tou velho!
não eramos nenhuns coitadinhos mas sim umas pestes...e que me lembre ninguem vive traumatizado por isso
iamos fazer acampamentos selvagens e não para algum campo de férias cheio de actividades "radicais"...
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
que porra era o "verão azul"?
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
orbis Escreveu:que porra era o "verão azul"?
não vês t.v.?
era os morrancos na tbi
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
na altura via...agora é que não.
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
como eu me sinto velho... a minha outra geração….as fisgas eram a sério e criadas por nós com arte. os seixos fisgados partiam cabeças. ai daquele que fizesse queixinhas sobre a verdadeira origem do infortúnio.
nem todos os putos estreavam sapatos quando iam para escola. ainda se escreviam os deveres numa pedra chamada de ardósia, que de tanto lhe cuspirem, cheirava a podre. poucos usavam sebentas e aparos porque eram caros.
na minha rua só passavam os putos que lá moravam, os outros tinham de ir dar a volta ou sujeitavam-se a serem enxertados. brincar aos índios era duro. as flechas eram verdadeiras armas mortíferas e quem arriscava a tal brincadeira e fosse ferido para casa, a sorte, eram mais umas correadas. que medo?... todos preparados para porrada. não fosse isso, nem tomates haviam para lutar na estúpida guerra em áfrica.
abraço.
nem todos os putos estreavam sapatos quando iam para escola. ainda se escreviam os deveres numa pedra chamada de ardósia, que de tanto lhe cuspirem, cheirava a podre. poucos usavam sebentas e aparos porque eram caros.
na minha rua só passavam os putos que lá moravam, os outros tinham de ir dar a volta ou sujeitavam-se a serem enxertados. brincar aos índios era duro. as flechas eram verdadeiras armas mortíferas e quem arriscava a tal brincadeira e fosse ferido para casa, a sorte, eram mais umas correadas. que medo?... todos preparados para porrada. não fosse isso, nem tomates haviam para lutar na estúpida guerra em áfrica.
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Geração à Rasca - A Nossa Culpa
geração à rasca - a nossa culpa
um dia, isto tinha de acontecer.
existe uma geração à rasca?
existe mais do que uma! certamente!
está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
a ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. e nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. e éramos (quase) todos felizes.
depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ..
a vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
foi então que os pais ficaram à rasca.
os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem pavilhões atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
são pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
são estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". é um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
a sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração? claro que há. conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último prós e contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
e nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
novos e velhos, todos estamos à rasca.
apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. a culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
haverá mais triste prova do nosso falhanço?
um dia, isto tinha de acontecer.
existe uma geração à rasca?
existe mais do que uma! certamente!
está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
a ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. e nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. e éramos (quase) todos felizes.
depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ..
a vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
foi então que os pais ficaram à rasca.
os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem pavilhões atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
são pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
são estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". é um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
a sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração? claro que há. conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último prós e contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
e nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
novos e velhos, todos estamos à rasca.
apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. a culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
haverá mais triste prova do nosso falhanço?
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16
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- Membro Gold
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
fonte do texto geração à rasca - a nossa culpa:
http://assobiorebelde.blogspot.com/2011 ... culpa.html
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Um dia o dinheiro será substituído por Conhecimento.
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- Membro Platinium
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
mas só agora é que se houve falar da geração à rasca!
mas à rasca andamos nós todos os dias!
mas à rasca andamos nós todos os dias!
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- Membro Silver
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
lol eu na altura adovada a bia (boaaaa), era a o meu modelo de namorada, coisas de putos ehehehorbis Escreveu:que porra era o "verão azul"?
eu reconheço verdade em tudo o que está escrito em cima, e tenho 2 filhos, e agora aplicar esse modelo nos dias de hoje ?
e o politicamente correcto ?
e a protecção de menores ?
mas o que mais me custa é saber que este não é o melhor caminho ....... e pouco ou nada poder fazer
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- Membro Silver
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Re: ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES
eu sou um pouco depois das ardosias e dos lapis de pedra, mas ainda dei e levei com umas setas feitas de madeira de oliveira e onde acertavam saia sangue, e se a nossa mãe descobri-se, era mais umas nodoas negras ......fry Escreveu:como eu me sinto velho... a minha outra geração….as fisgas eram a sério e criadas por nós com arte. os seixos fisgados partiam cabeças. ai daquele que fizesse queixinhas sobre a verdadeira origem do infortúnio.
nem todos os putos estreavam sapatos quando iam para escola. ainda se escreviam os deveres numa pedra chamada de ardósia, que de tanto lhe cuspirem, cheirava a podre. poucos usavam sebentas e aparos porque eram caros.
na minha rua só passavam os putos que lá moravam, os outros tinham de ir dar a volta ou sujeitavam-se a serem enxertados. brincar aos índios era duro. as flechas eram verdadeiras armas mortíferas e quem arriscava a tal brincadeira e fosse ferido para casa, a sorte, eram mais umas correadas. que medo?... todos preparados para porrada. não fosse isso, nem tomates haviam para lutar na estúpida guerra em áfrica.
abraço.
e os tubos com os cones de papel que mandavamos uns ao outros, ou os elasticos com os clips, onde caiam até cheirava a esturro.
eramos uns completamente doidos eheheheh e sem medo
um amigo meu pôes me em cima de uma bicicleta, eu sem chegar aos pedais, enquanto foi descida andou assim que acabou a descida, táuu dentro de um alquedute, nos dias de hoje, vinha logo a sic ou tvi, tinha sido logo vitima de buling !!!
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
boas,
do post inicial que apareceu, eu tb sou da geração que fiz tudo, mas mesmo todo o que está lá, com a excepção de roubar chocolates no pão de açúcar, mas roubei uma vez uma palhinha que vinha com o sumo caprisone de uma mercearia local (não sei se conta).
foi bom reler tudo o que fazíamos nesse tempo e posso dizer que os meus filhos nada fazem do que eu fazia, vivem num mundo virtual...
não sou daqueles que dizem que são piores que nós, vamos todos ver o resultado daqui a uns anos, mas eu lembro-me bem de que na altura eu fazia parte do que os nossos pais chamavam geração rasca, diziam que nos faltava valores, hoje dizemos o mesmo relativamente aos nossos filhos, aliás dos filhos dos outros que os nossos não.
a verdade é que os nossos filhos vivem mais dentro de casa, têm mais medo da rua, na minha altura um miúdo que andasse na primária, e o pai fizesse a asneira de o ir buscar a escola ficava marcado para o resto do ano como betinho, e hoje em frente á escola 2/3 os pais são aos magotes, resmas e resmas de pais.
lembro-me bem de um dia tinha eu 7 anos, uma senhora com uma certa idade que eu nunca tinha visto estar a ralhar comigo por eu estar a comer um gelado de gelo (sumo congelado) que se vendiam junto a escola por 2$50, hoje em dia está tudo muito ocupado com os seus problemas para reparar na asneira que o miúdo está a fazer.
bom já matei saudades e resmunguei um pouco... fiquem bem
do post inicial que apareceu, eu tb sou da geração que fiz tudo, mas mesmo todo o que está lá, com a excepção de roubar chocolates no pão de açúcar, mas roubei uma vez uma palhinha que vinha com o sumo caprisone de uma mercearia local (não sei se conta).
foi bom reler tudo o que fazíamos nesse tempo e posso dizer que os meus filhos nada fazem do que eu fazia, vivem num mundo virtual...
não sou daqueles que dizem que são piores que nós, vamos todos ver o resultado daqui a uns anos, mas eu lembro-me bem de que na altura eu fazia parte do que os nossos pais chamavam geração rasca, diziam que nos faltava valores, hoje dizemos o mesmo relativamente aos nossos filhos, aliás dos filhos dos outros que os nossos não.
a verdade é que os nossos filhos vivem mais dentro de casa, têm mais medo da rua, na minha altura um miúdo que andasse na primária, e o pai fizesse a asneira de o ir buscar a escola ficava marcado para o resto do ano como betinho, e hoje em frente á escola 2/3 os pais são aos magotes, resmas e resmas de pais.
lembro-me bem de um dia tinha eu 7 anos, uma senhora com uma certa idade que eu nunca tinha visto estar a ralhar comigo por eu estar a comer um gelado de gelo (sumo congelado) que se vendiam junto a escola por 2$50, hoje em dia está tudo muito ocupado com os seus problemas para reparar na asneira que o miúdo está a fazer.
bom já matei saudades e resmunguei um pouco... fiquem bem
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
vou contar 2 casos passados com uma pessoa conhecida e ainda viva.
1) ao pedir comida para sobreviver dizia: "minha senhora dê-me um bocadinho de pão mesmo com bolor" resposta: "olha a fidalga a pedir pão de ló!!
2) a mesma pessoa pedindo noutro lado: " minha senhora dê-me qualquer coisa para comer agora (estava em jejum, ou seja sem comer), mas como era hora de almoço, rectificou, para o meu almoço, e como queria levar para os restantes familiares disse logo, para o meu jantar.
a isto chamo geração à rasca!
1) ao pedir comida para sobreviver dizia: "minha senhora dê-me um bocadinho de pão mesmo com bolor" resposta: "olha a fidalga a pedir pão de ló!!
2) a mesma pessoa pedindo noutro lado: " minha senhora dê-me qualquer coisa para comer agora (estava em jejum, ou seja sem comer), mas como era hora de almoço, rectificou, para o meu almoço, e como queria levar para os restantes familiares disse logo, para o meu jantar.
a isto chamo geração à rasca!
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
as séries citadas não valiam nada para livrar ninguém que qualquer situação complicada...
como é que se foram esquecer do macgyver!?
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
eu também fiz de tudo o que já aqui foi dito.
mas vamos a ver as coisas como elas são. dantes passava na minha rua 1 carro ou 2 por hora e jogavamos à bola na rua. hoje é impossivel. arcos de flechas e fisgas, hoje com a quantidade de advogados e organizações disto e daquilo que há, era só indmenizações. naquele tempo não se ouvia falar em pedófilos e em raptos de crianças, não se assaltavam miudos em qualquer lado, era tudo muito diferente.
hoje nenhum pai ou mãe deixam andar 1 filho assim à solta, e com razão. portanto temos que lhes dar algumas condições para que se entretenham em casa. mas condições à medida da bolsa de cada um. não é dizer que sim a tudo, e sempre explicar aos filhos que não lhes podemos dar tudo. foi o que sempre fiz com o meu, dei-lhe o que podia, dentro das minhas posses, e expliquei-lhe o resto.
hoje tem 14 anos e nunca me pediu umas sapatilhas de marca (como se costuma dizer) nem qualquer outra coisa. um dia destes chegou a casa e pediu-me uma coisa que alguns colegas já tinham, e eu até lha comprava, não era nada de especial, custava cerca de 40 euros. quando viu o preço da coisa disse logo; é pai já não quero nada disso. e até lhe respondi que não havia crise que comprava na boa. mas ele negou-se sempre, nem a quis aceitar como prenda de anos. isto é fruto de conversas que fomos tendo desde sempre. quem é o garoto que quendo o pai lhe quer dar algo se importa com o preço? até fazem é birra e chantagem para que os pais lha comprem. por isso é importante incutir-lhes de pequenos uma determinada filosofia de vida que esteja de acordo com as nossas posses... digo eu!!!!
mas vamos a ver as coisas como elas são. dantes passava na minha rua 1 carro ou 2 por hora e jogavamos à bola na rua. hoje é impossivel. arcos de flechas e fisgas, hoje com a quantidade de advogados e organizações disto e daquilo que há, era só indmenizações. naquele tempo não se ouvia falar em pedófilos e em raptos de crianças, não se assaltavam miudos em qualquer lado, era tudo muito diferente.
hoje nenhum pai ou mãe deixam andar 1 filho assim à solta, e com razão. portanto temos que lhes dar algumas condições para que se entretenham em casa. mas condições à medida da bolsa de cada um. não é dizer que sim a tudo, e sempre explicar aos filhos que não lhes podemos dar tudo. foi o que sempre fiz com o meu, dei-lhe o que podia, dentro das minhas posses, e expliquei-lhe o resto.
hoje tem 14 anos e nunca me pediu umas sapatilhas de marca (como se costuma dizer) nem qualquer outra coisa. um dia destes chegou a casa e pediu-me uma coisa que alguns colegas já tinham, e eu até lha comprava, não era nada de especial, custava cerca de 40 euros. quando viu o preço da coisa disse logo; é pai já não quero nada disso. e até lhe respondi que não havia crise que comprava na boa. mas ele negou-se sempre, nem a quis aceitar como prenda de anos. isto é fruto de conversas que fomos tendo desde sempre. quem é o garoto que quendo o pai lhe quer dar algo se importa com o preço? até fazem é birra e chantagem para que os pais lha comprem. por isso é importante incutir-lhes de pequenos uma determinada filosofia de vida que esteja de acordo com as nossas posses... digo eu!!!!
Inté
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
parece que esta geração é que está à rasca:
- Anexos
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"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16
Sócio ANE Nº 16
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
trabalho há! e ninguém quer trabalhar. agora emprego é que não há.
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Re: Geração à Rasca - A Nossa Culpa
após a geração à rasca vai haver partido pirata
21 de maio de 2011
dia do autor: movimento quer criar partido pirata
o movimento partido pirata português está a juntar assinaturas de cidadãos para se tornar um partido político e propor a legalização da partilha de música, filmes e livros na internet, disse à lusa um dos fundadores.
«estamos em fase de recolha de assinaturas», disse andré rosa, lembrando que são precisas 7.500 assinaturas para constituir um partido político em portugal, como já aconteceu em 40 outros países do mundo.
para já o movimento conta apenas com «200 e tal assinaturas», mas já defende aquilo que chama 'bandeiras-chave'.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=511641
21 de maio de 2011
dia do autor: movimento quer criar partido pirata
o movimento partido pirata português está a juntar assinaturas de cidadãos para se tornar um partido político e propor a legalização da partilha de música, filmes e livros na internet, disse à lusa um dos fundadores.
«estamos em fase de recolha de assinaturas», disse andré rosa, lembrando que são precisas 7.500 assinaturas para constituir um partido político em portugal, como já aconteceu em 40 outros países do mundo.
para já o movimento conta apenas com «200 e tal assinaturas», mas já defende aquilo que chama 'bandeiras-chave'.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=511641