Não será engenheiro quem quer!...
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Autor do tópico - Membro Silver
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Não será engenheiro quem quer!...
este caso a que acabei de assistir aqui, na tv record news nordeste, merece ser visto e destacado pela capacidade deste rapaz paraibano, que apesar das suas inúmeras limitações a nível físico, certamente também económico, e de acesso a equipamentos e componentes, demonstra que o engenho original é coisa que não se adquire em escola... ..se o dito não tiver nascido com a pessoa...
pena que este pessoal não seja oficial ou particularmente ajudado.
http://noticias.r7.com/videos/deficient ... e6ccf.html
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
aqui em portugal quando ele saísse para a rua ia preso por falta de papelada.
já pensei fazer uma coisa elétrica parecida, mas gastava mais dinheiro em homologações, licenças, seguros que no veículo.
eu estou num curso de engenharia (eletrónica), estou-me a ver mal para andar para a frente e vos digo que pelo menos aqui em portugal os cursos que têm engenharia no nome são é valentes cursos de matemática! não se aprende a fazer mais nada senão contas, simulações e papelada! estou completamente desmotivado.
de pouco vale ter engenho para tirar o curso, basta ser um valente matemático e está o curso feito e é-se engenheiro sem ter feito nada mais que contas no papel.
já pensei fazer uma coisa elétrica parecida, mas gastava mais dinheiro em homologações, licenças, seguros que no veículo.
eu estou num curso de engenharia (eletrónica), estou-me a ver mal para andar para a frente e vos digo que pelo menos aqui em portugal os cursos que têm engenharia no nome são é valentes cursos de matemática! não se aprende a fazer mais nada senão contas, simulações e papelada! estou completamente desmotivado.
de pouco vale ter engenho para tirar o curso, basta ser um valente matemático e está o curso feito e é-se engenheiro sem ter feito nada mais que contas no papel.
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
é verdade, grande homem este!
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Um dia o dinheiro será substituído por Conhecimento.
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
Realmente a matematica do seu curso é da pior, mas penso que no seu caso ela é mesmo precisa! Tive eletrotecnia e pesco um pouco disso! A engenharia civil também é com muita matematica! No ipt onde ando a unica diferença está nos numeros complexos que voces dão e a civil não, de resto é tudo igual! Se calhar estou a exagerar mas penso que todas as engenharias são iguais a nivel de matemática, pelo menos na minha aula (noturna) estão representadas todas elas. Matemática diferente só indo para as economias e contabilidades e cursos sociais, mas é a minha opinião que vale o que vale.RJSC Escreveu:aqui em portugal quando ele saísse para a rua ia preso por falta de papelada.
já pensei fazer uma coisa elétrica parecida, mas gastava mais dinheiro em homologações, licenças, seguros que no veículo.
eu estou num curso de engenharia (eletrónica), estou-me a ver mal para andar para a frente e vos digo que pelo menos aqui em portugal os cursos que têm engenharia no nome são é valentes cursos de matemática! não se aprende a fazer mais nada senão contas, simulações e papelada! estou completamente desmotivado.
de pouco vale ter engenho para tirar o curso, basta ser um valente matemático e está o curso feito e é-se engenheiro sem ter feito nada mais que contas no papel.
Boa sorte e não desista que irá conseguir!
Só sei que nada sei. Mas estou a aprender! 

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Re: Não será engenheiro quem quer!...
Amigos, a matemática é uma ferramenta genérica. Nas engenharias, a matemática
1) Prevê o futuro (como esta variável é linear, já sei que depois de 1s o valor é...)
2) Evita que façamos erros grosseiros (se aumentar este valor 0.5% e re-calcular o desfasamento isto... fica instável!)
3) Poupa-nos imenso tempo (aplicando a fórmula do xpto já tenho um valor inicial aproximado e assim não preciso de experimentar 10 valores até encontrar um que funcione)
4) Avalia a qualidade das soluções (divido a fórmula da energia que sai pela que entra e obtenho a eficiência que posso comparar com as outras soluções)
Não admira que nas engenharias a matemática pareça a mesma, pois é tudo física.
Não esperem que vos ensinem tudo, persigam o conhecimento. Quem se ficar apenas pelo que lhe ensinam na escola, pouco há-de aprender. Peguem nessa matemática que vos ensinam, e apliquem...
1) Prevê o futuro (como esta variável é linear, já sei que depois de 1s o valor é...)
2) Evita que façamos erros grosseiros (se aumentar este valor 0.5% e re-calcular o desfasamento isto... fica instável!)
3) Poupa-nos imenso tempo (aplicando a fórmula do xpto já tenho um valor inicial aproximado e assim não preciso de experimentar 10 valores até encontrar um que funcione)
4) Avalia a qualidade das soluções (divido a fórmula da energia que sai pela que entra e obtenho a eficiência que posso comparar com as outras soluções)
Não admira que nas engenharias a matemática pareça a mesma, pois é tudo física.
Não esperem que vos ensinem tudo, persigam o conhecimento. Quem se ficar apenas pelo que lhe ensinam na escola, pouco há-de aprender. Peguem nessa matemática que vos ensinam, e apliquem...
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
Concordo com 99% do que escreveu, mas há matemática e matemática. Apesar de realmente estar relacionada com problemas de fisica (estatistica deve ser a exepção) há casos em que ela deve ser usada de outra forma e só aceitar parte do valor que ela permite calcular. Por exemplo para os matemáticos a média é um valor e é sempre aceite como válido. Nas engenharias não! Um exemplo que nunca me esqueci foi quando me perguntaram qual a média da temperatura de um individuo que tinha a cabeça num forno a 70 graus e os pés num balde com gelo a -20 graus! Respondi 25 graus. Então perguntaram-me se achava se o individuo estava vivo apesar de ser uma temperatura perfeitamente suportavel e se esse calculo era aceitavel para a engenharia. Respondi que estaria morto e provavelmente o calculo não serviria. Ao que o prof respondeu: Uma estrutura com cinco metros quadrados calculada para suportar 100kg por metro quadrado tem 400kg num metro e nada nos restantes. Apesar de os valores estarem suportaveis fazendo a média a estrutura provavelmente estará em colapso! É aqui que entra o engenho do engenheiro para ser capaz de reconhecer estas situações que só são resolvidas fazendo o que diz e bem na sua ultima frase! E uma coisa é certa, ela anda por toda a parte!Njay Escreveu:Amigos, a matemática é uma ferramenta genérica. Nas engenharias, a matemática
1) Prevê o futuro (como esta variável é linear, já sei que depois de 1s o valor é...)
2) Evita que façamos erros grosseiros (se aumentar este valor 0.5% e re-calcular o desfasamento isto... fica instável!)
3) Poupa-nos imenso tempo (aplicando a fórmula do xpto já tenho um valor inicial aproximado e assim não preciso de experimentar 10 valores até encontrar um que funcione)
4) Avalia a qualidade das soluções (divido a fórmula da energia que sai pela que entra e obtenho a eficiência que posso comparar com as outras soluções)
Não admira que nas engenharias a matemática pareça a mesma, pois é tudo física.
Não esperem que vos ensinem tudo, persigam o conhecimento. Quem se ficar apenas pelo que lhe ensinam na escola, pouco há-de aprender. Peguem nessa matemática que vos ensinam, e apliquem...
Só sei que nada sei. Mas estou a aprender! 

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Autor do tópico - Membro Silver
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
De facto a matemática será necessária quando a ocasião o requerer...
Mas, matemática e engenho, são coisas diferentes, porém miscíveis...
Matemática, aprende-se com facilidade ou não... Esta facilidade tem muito a ver com o engenho nato.
E o que é o engenho nato?
Em minha opinião, é uma capacidade congénita de absorção de conhecimento en determinada área "carregadinha" de dois sentimentos contraditórios: Aquele eufórico de ter encontrado algo porque se busca, e o outro chato de querer buscar mais e mais...
Mas, matemática e engenho, são coisas diferentes, porém miscíveis...
Matemática, aprende-se com facilidade ou não... Esta facilidade tem muito a ver com o engenho nato.
E o que é o engenho nato?
Em minha opinião, é uma capacidade congénita de absorção de conhecimento en determinada área "carregadinha" de dois sentimentos contraditórios: Aquele eufórico de ter encontrado algo porque se busca, e o outro chato de querer buscar mais e mais...
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- Membro Platinium
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
Se tiver a ver são inversamente proporcionais!Sun_rise_pt Escreveu: Matemática, aprende-se com facilidade ou não... Esta facilidade tem muito a ver com o engenho nato.
Pelo que vejo por todos os meus colegas, os que se vêm aflitos para ligar uns cabos nas aulas práticas ou perceber porque é que o que montaram não funciona, estrebucham para perceber representações gráficas de fenómenos são os que brilham quandfo pedem justificações algébricas. Não vêm um boi à frente, não são capazes de imaginar uma representação gráfica das funções com que trabalham mas manipular letrinhas é lá com eles.
No extremo oposto estou em e mais alguns colegas, que colocam tudo a funcionar, fazem projetos, reparações, quase só percebem relações matemáticas com representações gráficas e só sabem uma fórmula de memória se ela tiver aplicação num projeto que estejam a trabalhar atualmente. Um mês ou umas semanas depois varreu-se da memória...
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Autor do tópico - Membro Silver
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Re: Não será engenheiro quem quer!...
Concordo em se ir buscar ao "baú" (memória externa) algo que é de uso esporádico.
Conheci, e conheço, pessoas que adoram matemáticas, tal como outros em outras áreas científicas, culturais, etc., que jamais chegariam a esse ponto sem serem pessoas de engenho nato. Estou mesmo a recordar de um professor de matemática aposentado que vive na minha cidade que me disse um dia ter aprendido a fazer simples divisões numéricas (as do método que se aprende na primária ) quando ele já frequentava a faculdade, pois tinha um método próprio pessoal, funcional, provindo exclusivamente da imaginação dele ( o tal engenho).
Pessoalmente, tenho quase a certeza absoluta que, apesar de eu apreciar muito música, por mais que andasse em escolas da área, jamais conseguiria aproximar-me do engenho de outras pessoas que também conheço, onde umas quantas produzem música (de muito engenho) tão simplesmente que não sabem ( nem precisam ) ler uma pauta... Há alguma razão que lhes permite esta capacidade.
Recordo também que escutei um dia Gilberto Gil, antigo ministro da cultura do Brasil, falar que iria providenciar para que o estado cultural desses músicos auto-didatas (pessoas de engenho = engenheiros ) não fosse deturpado (poluído?) por teorias que iriam desvirtuar o conteúdo. Seguramente a qualidade deles não envergonhará o Brasil, a quem reconhecemos normalmente as virtudes nesta área.
Conheci, e conheço, pessoas que adoram matemáticas, tal como outros em outras áreas científicas, culturais, etc., que jamais chegariam a esse ponto sem serem pessoas de engenho nato. Estou mesmo a recordar de um professor de matemática aposentado que vive na minha cidade que me disse um dia ter aprendido a fazer simples divisões numéricas (as do método que se aprende na primária ) quando ele já frequentava a faculdade, pois tinha um método próprio pessoal, funcional, provindo exclusivamente da imaginação dele ( o tal engenho).
Pessoalmente, tenho quase a certeza absoluta que, apesar de eu apreciar muito música, por mais que andasse em escolas da área, jamais conseguiria aproximar-me do engenho de outras pessoas que também conheço, onde umas quantas produzem música (de muito engenho) tão simplesmente que não sabem ( nem precisam ) ler uma pauta... Há alguma razão que lhes permite esta capacidade.
Recordo também que escutei um dia Gilberto Gil, antigo ministro da cultura do Brasil, falar que iria providenciar para que o estado cultural desses músicos auto-didatas (pessoas de engenho = engenheiros ) não fosse deturpado (poluído?) por teorias que iriam desvirtuar o conteúdo. Seguramente a qualidade deles não envergonhará o Brasil, a quem reconhecemos normalmente as virtudes nesta área.