esta é a previsão de luís vieira, responsável pela agni portugal, que ontem adiantou já ter todos os projectos de licenciamento - da arquitectura às estruturas e segurança - , prontos, prevendo, por isso, que a obra, negociada com o governo português, desde 2003, tenha "início no outono e esteja a laborar em 2009".
a unidade de montemor-o-velho vai produzir pilhas de hidrogénio, permitindo, por exemplo, que o consumidor possa adquirir energia limpa e alternativa à eléctrica, numa espécie de gerador, um equipamento semelhante às botijas do gás, capaz de alimentar toda uma casa.
o investimento será de 70 milhões de euros, numa área de 2,2 hectares, e vai permitir criar 200 postos de trabalho. além do mercado do pequeno consumidor, à partida, a agni conta já com o protocolo firmado com a egf, empresa da águas de portugal, para a venda de 20 megawatts de energia, repartidos por projectos como o aterro de palmela.
luís vieira reiterou ontem, em conferência de imprensa, a escolha de montemor para instalação da unidade, que contempla ainda um centro de investigação em parceria com a fundação para a ciência e tecnologia, sublinhando as condições que levaram à escolha do município boas acessibilidades rodo-ferroviárias, a proximidade das universidades de coimbra e aveiro e o ambiente rural e limpo da vila. aliás, luís vieira admitiu a hipótese de aplicar em montemor essa mesma energia, seja na iluminação ou no aquecimento da piscina, tornando-a numa expécie de showroom do produto agni.
o responsável justificou a demora de todo o projecto com a "falta de legislação aplicada às novas tecnologias e a complexidade do mesmo", mas sublinhou o apoio dado quer pelo governo português, quer pela empresa mãe, localizada na malásia, que encara portugal como "uma plataforma para a europa para a venda de energia sustentável".
tecnologias não poluentes
a agni é uma empresa malaia dedicada ao desenvolvimento de tecnologias de alta eficiência, não poluentes e dedicadas às energias alternativas. foi criada a partir da integração de empresas ligadas às tecnologias energéticas, adquiridas em 1988. a comercialização da tecnologia da agni e o início da produção a uma escala industrial teve início em 1998.
a agni procurava, desde 2002, uma base europeia. estudou o potencial de vários países europeus para instalar uma unidade de produção e da análise feita resultou que portugal oferecia um bom equilíbrio entre custos de operação, disponibilidade de capacidades intelectuais (para instalar o centro de excelência em investigação e desenvolvimento) e infra-estruturas. e montemor-o-velho ganhou a "corrida".
tânia moita

in:forumenergia.eu