em conferência de imprensa, o presidente da adeporto, oliveira fernandes, referiu que os transportes são responsáveis por 25% da energia consumida na cidade, estando os restantes 10% repartidos pela indústria e outras utilizações não identificadas ou com pouca expressão.
oliveira fernandes afirmou que o balanço energético nacional aponta para uma distribuição do consumo energético bem diferente, com os transportes (40%) à frente, seguidos da indústria (30%) e dos edifícios (28%).
«há 30 anos, o porto era 100%eléctrico. o gás natural chegou há 10 anos, mas há linhas com poucos clientes, o que reflecte alguma relutância», afirmou, salientando que em portugal a electricidade é mais poluidora do que o gás natural, porque «vem dominantemente de combustíveis fósseis».
«quando fazemos um chá com aquecimento eléctrico, estamos a produzir o dobro de co2 [dióxido de carbono] do que com aquecimento a gás natural», exemplificou.
adeporto está a elaborar para a câmara do porto a matriz energética da cidade, instrumento que a autarquia pretende utilizar na implementação de políticas de eficiência energética e de preservação ambiental.
«vamos saber quando, como e onde se gasta energia na cidade do porto», disse o vice-presidente da autarquia, álvaro castello-branco, salientando que a adeporto «é uma mais-valia enorme para a cidade».
a agência de energia do porto foi formalmente constituída em 1 de março pela câmara do porto (54% do capital) e por mais 21 associados, entre os quais a universidade do porto, lipor, edp, portgás, galp, stcp, metro do porto, associação empresarial de portugal (aep) e fundação gomes teixeira.
oliveira fernandes referiu que o «objectivo ambicioso» da adeporto é fazer com que o porto atinja «a médio prazo» um nível de emissões de co2 na ordem das 3,5 toneladas anuais por habitante.
para tal, a agência vai apostar na penetração das energias renováveis (iluminação, calor e electricidade), redução da dependência dos combustíveis fósseis e promoção da eficiência energética.
oliveira fernandes disse que a adeporto dispõe de um orçamento de 600 mil euros para os próximos três anos, financiado pela união europeia (33%), câmara do porto (42%) e restantes associados (25%).
um dos compromissos assumidos pela candidatura apresentada à comissão europeia é a instalação de cinco mil metros quadrados de painéis solares na cidade do porto até à primavera de 2010, revelou o presidente da agência.
a adeporto vai também trabalhar com a sociedade de reabilitação urbana porto vivo, no sentido de aplicar medidas de eficiência energética nos edifícios a recuperar na «baixa» da cidade.
oliveira fernandes frisou que a agência pretende «provocar uma nova atitude» das pessoas perante o consumo energético e as suas implicações ambientais.
a adeporto, uma das 30 agências de energia existentes em portugal, vai assinalar segunda e terça-feira o dia nacional da energia, com um seminário sobre alterações climáticas, uma apresentação pública da agência e visitas de escolas à avenida dos aliados, onde estará em exibição contínua (apenas terça-feira) o filme «uma verdade inconveniente», de davis guggenheim e al gore.
diário digital / lusa

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