LAVAGEM DE ÓLEO USADO

O lugar privilegiado para aqueles que optam usar óleo vegetal directamente nas viaturas.
Responder

Autor do tópico
Jorge Duque
Membro
Membro
Mensagens: 6
Registado: quarta jul 11, 2007 9:02 pm
Localização: Lisboa

LAVAGEM DE ÓLEO USADO

Mensagem por Jorge Duque »

boa noite, no seguimento do tópico onde é ensinado o método de decantação e lavagem do óleo usado, surgiu-me uma ideia que quer compartilhar com o fórum e solicitar a vossa opinião sobre a viabilidade da mesma.

1º filtrar o óleo por duas vezes com um tecido tipo ganga.

2º aquecer água num jarro electrico e misturar 1/3 com 2/3 de óleo filtrado num copo misturador (acessório 1,2,3) ou varinha mágica durante um minuto (se acharem q é pouco digam).

3º colocar a mistura num garrafão de água com o acessório bomba manual (à venda em lojas dos trezentos). esta bomba tem a particularidade de se poder regular o tubo de maneira que fique só submerso no óleo.

4º deixar secar o óleo durante o tempo necessário

5º extrair o óleo tratado e se for necessário voltar a filtrar.

que acham do método? será eficaz?

abraços
O seguro, morreu velho. [email protected]


Fry
Staff Member
Staff Member
Mensagens: 2382
Registado: segunda mar 27, 2006 12:03 pm
Localização: Algures por aí...

Mensagem por Fry »

ola a todos

a lavagem do óleo é um processo moroso e paciente. há várias formas que podem acelerar o processo, consoante o investimento que nos propomos fazer.

em primeiro lugar devemos certificarmo-nos de que temos uma boa fonte de óleo, tanto em quantidade como em qualidade.

se o óleo estiver liquido e sem pasta, seguramente será melhor de se lavar, que um pastoso e cheio de resíduos sólidos ou borras.

os óleos usados variam de acidez conforme o tempo de fritura a que foram submetidos. infelizmente há restaurantes que levam o óleo a níveis de saturação tão elevados, que põem em causa a saúde dos clientes e de quem manipula os alimentos na fritura. a ingestão e inalação de acroleína, formada quando as gorduras, animais e vegetais, são sobreaquecidas, é cancerígena. existem outras situações em que estamos expostos á acroleína, mas poderemos falar sobre isso noutro tópico.

a primeira operação, é removermos todos os resíduos sólidos que se encontram a boiar, como bocados de pão, rolhas, restos de alimentos etc.. devemos deixar repousar o óleo usado 5 ou 6 dias, para que seja sujeito á decantação natural.

a fase da lavagem pode ser feita a frio ou em processo aquecido e bombeado.

no processo aquecido temos de fazer algum investimento num processador idêntico ao do biodiesel. terá de ter bomba, resistência, termóstato, termómetro, tubagens, torneiras e filtros.

no caso de ser feito a frio, teremos de ser mais pacientes e fazer tudo com bastante tempo.

para isso temos de ter dois bidões ou barricas com as dimensões desejadas e colocar duas torneiras no fundo a diferentes níveis, para que possamos retirar o óleo que vai sendo submetido ás lavagens. a agitação é feita com o auxílio duma vassoura e vontade de fazer algum exercício físico braçal. a varinha mágica só é usada em experiencias, o que não deixa de ter sucesso.

geralmente a proporção de água é 50% sobre o óleo a lavar. após ser agitado 10 minutos com alguma violência, forma-se uma emulsão, ou seja, os líquidos misturam-se devido á acção exercida. como o óleo não se mistura na água, com o tempo vai se dar a separação. existe um pequeno truque para que essa separação seja mais rápida, que é a junção de algum sal, 5%, mas com o inconveniente de gerar mais poluição. atenção que ao usarmos sal, a água não pode ser aproveitada para regar plantas, ao contrário da que não leva sal, não exagerando nas doses. este processo da lavagem, pode ser repetido até quatro vezes, consante a intensidade de água leitosa que vamos retirando.

a água da primeira lavagem é mais leitosa que as seguintes, o que indica que toda a matéria gorda emulsionável, vai nas lavagens. caso não dêmos o tempo suficiente á separação dos líquidos, acabamos por perder algum óleo que vai nas descargas. expor os depósitos a raios solares, podemos aproveitamos essa energia natural no aceleramento do processo.

existe sempre uma camada de emulsão mais acentuada entre os dois líquidos, que deve ser deixada no depósito para a próxima lavagem, mas que deverá ser retirada na última.

este processo de lavagem não nos vai fazer neutralizar o ph por completo, mas contribui para que ele se altere para um valor mais neutro. não tenho experiências feitas com lavagens onde é usada a cal. atenção que a cal deve ser hidratada ou morta como popularmente se designa. certamente é vantajoso usar a cal, sendo um produto alcalino, poderá ajudar a neutralização do óleo usado. mas como digo, não posso afirmar qualquer resultado, por nunca ter feito o ensaio. temos de considerar que posteriormente ao filtrar, vamo-nos deparar também com alguma cal que estará no óleo.

após as lavagens, passamos ao processo de secagem ou estabilização. este processo é demasiado lento caso se opte pelo processo natural de repouso á temperatura ambiente. no verão será mais rápido, contando sempre com algumas semanas, mesmo recorrendo ao auxílio da exposição solar.

se gostamos de fazer engenhocas, podemos fazer uma caixa tipo forno solar gigante, onde colocarmos o recipiente do óleo em repouso. posso-vos garantir, que em pleno dia, se atingem temperaturas de 90º no seu interior.

depois desta fase em que o óleo fica completamente transparente e translúcido, passamos á filtragem.

poderemos recorrer á compra desse filtro, que o amigo hynek nos disponibiliza, ou com habilidade, fazer um tripé e um cone, com uma das pernas dumas calças de ganga ou sarja dupla, onde vamos colocando o óleo á medida que ele vai filtrando.

como podem constatar, é um processo que requer alguma paciência, caso não se queira investir num processador, mas que o ambiente agradece além de ser bastante rentável.

boa sorte e boas lagaradas.
Range Rover OVU30
Toyota Starvan C/KIT 2T OVU97
Sócio Nº 4

Responder

Voltar para “Óleo Vegetal Directo”