ALGARVE QUER FAZER BIODIESEL

[Fry]

ambiente: algarve quer ser primeira região do país a implementar linha de conversão de óleo alimentar em combustível
27 de agosto de 2007, 17:05

faro, 27 ago (lusa) - o algarve pode tornar-se na primeira região do país a implementar uma linha de recolha, transformação e utilização de óleos alimentares usados (oau) como combustível, ao abrigo do projecto "biodesalgarve", desenvolvido pela associação ambientalista almargem.

o objectivo é converter os óleos usados nas frituras domésticas ou industriais (em hotéis ou restaurantes) em biodiesel, substituto do gasóleo, mais barato e amigo do ambiente, disse à lusa o mentor do projecto, alfredo franco.

segundo o ambientalista, o processo já se faz noutras zonas do país, nomeadamente em oeiras, mas mais através de projectos pontuais de autarquias, sendo a ideia do "biodiesalgarve" estender a recuperação de óleos a toda a região.

a associação vai apresentar em setembro uma candidatura a fundos do quadro de referência estratégico nacional (qren) 2007-2013 para concretizar o projecto, que já mereceu o apoio de vários parceiros regionais.

normalmente, o destino dos óleos usados são os aterros comunitários (através do lixo), as estações de tratamento de águas residuais (etar) e os rios ou o mar (quando são deitados fora através dos esgotos).

além dos benefícios a nível ambiental, este combustível alternativo apresenta ainda grandes vantagens económicas.

segundo alfredo franco, um litro de biodiesel custa cerca de metade do preço (50 cêntimos) de um litro de gasóleo tradicional (1,10 euros), embora numa primeira fase a ideia seja chegar às entidades públicas que possuam frotas a gasóleo e só depois ao consumidor comum.

o processo passa pela recolha dos óleos usados, em "oleões", que serão colocados junto aos ecopontos, de onde a matéria sai para ser depois transformada em pequenas unidades e vendida em postos de abastecimento de "biodiesel".

"queremos que a linha de produção seja toda assegurada no algarve", afirma alfredo franco, acrescentando que, pela vontade da almargem, o projecto que pretende transformar "o que é lixo num tesouro" arrancava "já este ano".

segundo alfredo franco, alguns laboratórios da universidade do algarve, um dos parceiros no projecto, vão ser certificados para poder fazer a análise e controlo da produção de biodiesel.

numa primeira fase, o combustível amigo do ambiente seria mais para utilização pelas frotas das autarquias e outros organismos públicos, visto que a produção de óleos alimentares usados no algarve "não é assim tanta".

de acordo com alfredo franco, estima-se que se produzam na região 200 toneladas mensais de óleos alimentares usados, o que representa cerca de 2.400 toneladas por ano.

as vantagens ambientais são, segundo o ambientalista, inegáveis, já que o biodiesel permite reduzir em 75 por cento a emissão de dióxido de carbono, em 50 por cento a emissão de monóxido de carbono e em 100 por cento a emissão de enxofre.

como exemplos de países que já usam o "biodiesel" no seu dia-a-dia, alfredo franco aponta a inglaterra, onde todos os óleos produzidos pela cadeia mac donald's são convertidos em biodiesel e usados na frota de distribuição da empresa.

os parceiros do projecto são a universidade do algarve, as águas do algarve, a grande área metropolitana do algarve (amal), a algar (empresa que procede à recolha e tratamento de resíduos), a agência regional de energia e as câmaras municipais da região.

mad.

lusa/fim

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/c5l ... d%2fg.html