
uma reportagem do jornal le monde afirma que a amazônia se encontra “asfixiada pela soja”.
o longo texto do vespertino francês afirma que a commodity é “um dos mais ferozes inimigos da floresta brasileira”.
“está a floresta condenada? desde 1960, um quinto de sua superfície já foi derrubada. hoje, é a cultura da soja que a ameaça”, escrevem do pará - que chamam de “faroeste brasileiro” - os repórteres do monde.
a reportagem descreve como os produtores de soja vivem o que chamam de “guerra fria” contra ambientalistas, sobretudo ativistas do greenpeace, uma das organizações não-governamentais mais críticas em relação aos sojicultores amazônicos.
“a tensão é palpável”, diz o jornal. “na cooper amazon, empresa que distribui fertilizantes, luis assunção, o diretor, não esconde sua raiva: ‘aqui, agora, é a guerra. uma guerra fria’”.
os repórteres relatam a desconfiança gerada pela presença de estrangeiros no pará, e destacam as manifestações recorrentes de sojicultures que afirmam que “a amazônia pertence aos brasileiros”.
contra os argumentos de que a soja ajuda a amazônia a se desenvolver, o monde questiona: “quem se beneficia deste desenvolvimento?”
o jornal lembra a violência que continua opondo grileiros e posseiros no campo, os assassinatos contra ativistas sociais e membros do movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (mst), e as repetidas revelações de trabalho escravo em fazendas da área rural.
por fim, o jornal diz que “o pior está por vir” com o que chama de “explosão dos biocombustíveis”, um fenômeno que obrigaria a conversão de mais áreas de plantio para a cana-de-açúcar e empurraria a soja mais para dentro da floresta.
globo online (brasil)