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1827: o cientista francês jean-baptiste fourier é o primeiro a identificar o «efeito de estufa» (a atmosfera da terra retém parte do calor do sol).
1896: o químico sueco svante arrhenius demonstra que os combustíveis de origem fóssil (petróleo, gás e carvão) libertam dióxido de carbono (co2) ao serem queimados.
1958: o cientista norte-americano charles david keeling detecta o impacto para a atmosfera das emissões anuais de co2 (principal gás com efeito de estufa) derivado do recurso às energias fósseis.
1970: cientistas europeus e norte-americanos identificam outros gases com efeito de estufa (clorofluorcarbonetos - cfc´s -, metano, óxido nitroso).
1979: a academia norte-americana de ciências estabelece uma ligação entre o efeito de estufa e as alterações climáticas.
1988: é criada sob a égide da onu um grupo intergovernamental de peritos sobre a evolução do clima (ipss) para estabelecer um consenso sobre a análise e o actual estado do aquecimento climático.
1990: o primeiro relatório do grupo de peritos da onu indica que os gases com efeito de estufa emitidos pelas actividades humanas estavam a aumentar, aumentando os riscos de que se intensifique o aquecimento climático.
1992: a «cimeira da terra» do rio de janeiro elabora a convenção da onu sobre as alterações climáticas (ccnucc) e apela a uma redução voluntária das emissões de gases com efeito de estufa.
1995: o segundo relatório do ipss demonstra que as emissões de gases com efeito de estufa estão a aumentar e diz que as actividades humanas têm impacto sobre as alterações climáticas.
1997: adopção do protocolo de quioto, que impõe aos países industrializados uma redução de 5,2 por cento nas emissões de seis tipos de gases com efeitos de estufa entre 2008-2012, tomando como base as emissões praticadas em 1990.
a união europeia estabeleceu como meta, no conjunto dos seus estados-membros, uma redução de oito por cento no mesmo período. no quadro deste protocolo, portugal comprometeu-se a manter as suas emissões apenas 27 por cento acima dos valores do ano de referência de 1990.
a austrália e os estados unidos da américa não ratificaram o tratado.
2000: os dados indicam que a década de 1990 foi a mais quente de sempre desde que há medições.
2001: o terceiro relatório do ipss prevê um aumento das temperaturas entre 1,4 e 5,8 graus celsius entre 1990 e 2100 e do nível dos oceanos entre 9 e 88 centímetros. os estados unidos, o maior emissor de gases com efeito de estufa, recusam-se a ratificar quioto, explicando que a sua aplicação teria um custo demasiado alto para a sua economia.
2004: a rússia ratifica quioto. a china torna-se o segundo poluidor mundial em co2 devido ao recurso acrescido a energias fósseis.
2005: entra em vigor, a 16 de fevereiro, o protocolo de quioto.
2006: novos estudos confirmam o degelo dos glaciares alpinos na europa, a diminuição da camada de gelo na gronelândia, dos bancos de gelo do pólo norte e da sibéria. o estado norte-americano da califórnia compromete-se a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa até 2020 para os níveis que tinha em 1990.
um relatório do economista britânico sir nicholas stern sugere que a adaptação às alterações climáticas pode fazer custar à economia global até 20 por cento do pib. por outro lado, tomar medidas efectivas agora para combater as alterações climáticas custaria apenas 1 por cento do pib global.
2007: a união europeia assume o compromisso de alcançar, até 2020, pelo menos, uma redução de 20 por cento das emissões de gases com efeito de estufa em relação aos níveis de 1990, e de 30 por cento se os restantes países desenvolvidos se comprometerem a atingir reduções de emissões comparáveis.
o filme do ex-vice-presidente norte-americano al gore, «uma verdade inconveniente» ganha o óscar para o melhor documentário.