Curtumes: Centro Tecnológico estuda redução impacto ambienta

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jossef
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Curtumes: Centro Tecnológico estuda redução impacto ambienta

Mensagem por jossef »

o centro tecnológico das indústrias do couro (ctic), em alcanena, tem em curso uma série de projectos que visam reduzir o impacto ambiental provocado por esta indústria e criar novos produtos.


alcino martinho, director-geral do ctic, disse à agência lusa que o crómio (metal poluente), pelas suas propriedades resistentes, vai certamente manter-se nesta indústria por muito tempo, sobretudo para peles que se destinam ao calçado.

mas começam a surgir alternativas mais amigas do ambiente, usadas em material com menos exigência de resistência, como o vestuário ou a indústria automóvel, ou destinado a nichos de mercado, como o calçado para bebé e juvenil

«as enzimas começam a surgir como produtos alternativos aos químicos, que têm impactos na pele e no ambiente», disse.

entre os cinco projectos de inovação e desenvolvimento iniciados este ano pelo ctic, conta-se a utilização de uma substância extraída de um resíduo da indústria alimentar - carapaças dos crustáceos - no processo de curtição das peles, reduzindo o recurso ao crómio.

desenvolvido em conjunto com a empresa indutan, comércio e indústria de peles e com o departamento de engenharia química do instituto superior de engenharia do porto (isep), o resultado do projecto poderá ter «um impacte muito positivo ao nível ambiental», quer pela redução do uso do crómio quer pela valorização de um resíduo.

o isep está a estudar a modificação química do quitosano e dos taninos vegetais, cabendo ao ctic desenvolver os processos de curtume para aplicação desses produtos e à indutan (do grupo inducol) fazer a validação dos processos desenvolvidos.

a inducol está a colaborar numa outra experiência-piloto na sua estação de tratamento de águas residuais (etar), onde vai ser instalada uma unidade que cria uma «zona húmida artificial», com recurso a plantas, que vai ajudar na depuração dos efluentes dos curtumes, aumentando «o nível de segurança das descargas para cursos livres de água».

o projecto conta com a colaboração da escola superior de biotecnologia da universidade católica, que apoia o ctic na selecção das plantas e na realização dos testes em vasos que visam avaliar a capacidade das plantas na remoção de poluentes, bem como na instalação e controlo da unidade- piloto na inducol.

em parceria com o isep e a empresa indinor, indústrias químicas, o ctic está a tentar ainda desenvolver tecnologias que permitam encontrar processos de curtume isentos de crómio.

«esta indústria criou fama ao nível dos impactos ambientais, mas é um sector disposto a investir» para reduzir os seus efeitos, afirmou.

diário digital / lusa

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