ue anuncia pacote da comissão europeia para reduzir emissões
a união europeia (ue) antecipou hoje na conferência de bali sobre alterações climáticas um pacote legislativo ambicioso para reduzir as emissões de gases, insistindo ao mesmo tempo num novo compromisso global.
a comissão europeia vai apresentar um pacote legislativo em janeiro de 2008 para concretizar objectivos na utilização de energias renováveis e de biocombustíveis e para dividir a redução unilateral de emissões de gases pelos 27 países da união.
«é necessário que os países desenvolvidos reduzam as suas emissões em 30 por cento até 2020», declarou hoje nuno lacasta durante a 13ª conferência quadro das nações unidas sobre alterações climáticas (unfccc).
nuno lacasta, coordenador do comité executivo da comissão de alterações climáticas, lidera a delegação interministerial portuguesa e é o principal interlocutor das posições da ue na conferência de bali, uma vez que portugal ocupa actualmente a presidência da união.
«estamos dispostos a aumentar a redução unilateral que já anunciámos, de 20%, para 30% até 2020 se outros países desenvolvidos concordarem em esforços semelhantes», afirmou o representante da ue.
a mensagem principal da ue na conferência é que as medidas propostas por bruxelas são «tecnologicamente concretizáveis e economicamente viáveis».
a ue pretende atingir a meta de redução de 20% através de uma combinação de medidas já em prática do programa europeu de alterações climáticas e de novas medidas desenhadas pelos líderes europeus na cimeira de março passado.
para bruxelas, é essencial conseguir que o aquecimento global não ultrapasse os dois graus centígrados acima da temperatura da era pré-industrial.
«estabelecer metas é mais fácil do que cumpri-las», notou, entretanto, o chefe da delegação da comissão europeia, arthur runge-metzger.
«o presidente da comissão europeia, durão barroso, e outros líderes disseram que a comissão devia elaborar medidas legislativas que traduzissem as intenções na realidade», acrescentou arthur runge-metzger.
«o tempo que falta até 2020 não é muito, contando também com a ratificação de legislação que sempre demora tempo, em média dois ou três anos», notou arthur runge-metzger.
«estas novas medidas enfrentam as preocupações de energia e de clima de uma forma integrada», adiantou nuno lacasta.
a intenção é «reduzir em simultâneo as emissões de gás, melhorar a segurança energética europeia e aumentar a competitividade da ue em relação ao resto do mundo», resumiu o principal negociador europeu em bali.
uma das linhas orientadoras da nova política europeia é, segundo nuno lacasta, o aumento de eficiência energética, com a redução do consumo em 20 por cento «que, de outra forma, não aconteceria».
«em segundo lugar, um grande avanço nas energias renováveis», aumentando em 20 por cento a quota no mercado energético europeu até 2020.
«isso equivale a 3 vezes o nível actual», adiantou nuno lacasta.
em terceiro lugar, os biocombustíveis, com a meta de um aumento de 20% de biocombustível na gasolina e no gasóleo na próxima década.
«uma quota de 10% para os biocombustíveis significa 10 vezes mais do que a actual».
«o que gostaria de insistir é que estas são medidas que os outros países desenvolvidos deveriam seguir», acrescentou o representante da ue.
arthur runge-metzger esclareceu que a primeira geração de biocombustível «não é ainda promissora em termos de sustentabilidade».
«a segunda geração destes combustíveis é a que queremos apoiar, mas ainda não está madura para ser comercializada. mas temos de avançar se queremos atingir a redução de emissões», explicou o chefe da divisão de política climática na direcção do ambiente.
o pacote legislativo a apresentar pela comissão europeia integra também mecanismos que promovam tecnologias de armazenamento «correcto» de carbono na europa, anunciou ainda arthur runge-metzger.
«ao mesmo tempo que queremos dar um grande incentivo às energias renováveis, temos de admitir que os combustíveis fósseis continuarão a ter uma quota importante na mistura energética global», explicou arthur runge-metzger.
«por isso, temos que usar tecnologia para os limpar».
a ue reconhece que «levará algum tempo» a trazer essas tecnologias para o uso quotidiano.
a segunda proposta da comissão europeia será reforçar e alargar o sistema europeu de emissões (ets) da ue, o maior sistema de comércio de gases com efeito de estufa.
o comércio de emissões poderá garantir metade da redução de 20% até 2020.
além deste pacote legislativo, a comissão europeia anunciará, «poucos dias depois da conferência de bali», medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono dos automóveis.
a estratégia europeia de contar com o voluntarismo dos fabricantes de automóveis para a redução das emissões, nomeadamente de japoneses e sul-coreanos, «não está a resultar bem e, portanto, é preciso legislação».
a ue tem uma meta antiga de conseguir até 2012 uma redução média de 120 gramas de dióxido de carbono por quilómetro percorrido.
a nova medida «ajudará a ue a respeitar os objectivos de quioto até 2012 e contribuir para o respeito dos compromissos até 2020», considerou arthur runge-metzger.
diário digital / lusa
04-12-2007 15:40:00
UE anuncia pacote da Comissão Europeia para reduzir emissões
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