Revista 'Science' comenta destruição da Amazônia

Para assuntos relacionados com o meio ambiente que não tenham nenhuma relação com energias.
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Tó Miguel
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Revista 'Science' comenta destruição da Amazônia

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revista 'science' comenta destruição da amazônia

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qui, 07 fev, 03h07



(embargada até as 17h de brasília) washington, 7 fev (efe).- o desmatamento da amazônia brasileira para dar lugar ao cultivo de vegetais voltados para a produção de biocombustíveis foi comentado em estudo publicado hoje na revista "science".

o artigo diz que a destinação de terras para plantações de vegetais que são usados na produção de biocombustíveis aumenta a emissão de carbono na atmosfera, o que piora o problema da mudança climática em vez de resolvê-lo.


segundo joe fargione, cientista da organização de defesa do meio ambiente the nature conservancy, a pesquisa teve como objetivo determinar se este tipo de mudança no perfil dos terrenos é válida.


fargione diz que a conversão de terras com resíduos vegetais (combustíveis de origem vegetal) para a produção de óleo de palma na indonésia e o uso de trechos da amazônia brasileira para plantações de soja produziu a maior liberação de carbono na atmosfera.


"todos os biocombustíveis usados até agora provocam a destruição do habitat, direta ou indiretamente", afirmou o cientista. "a agricultura global já produz alimento para seis bilhões de pessoas; a produção de biocombustíveis exigirá que mais áreas sejam transformadas em terras agrícolas".


segundo o relatório do estudo, as conclusões obtidas estão de acordo com observações anteriores, no sentido de que a maior demanda de etanol está provavelmente contribuindo para o uso agrícola de áreas da amazônia brasileira.


por outro lado, os agricultores americanos que tradicionalmente produziam milho e soja de maneira alternada agora se dedicarão a plantar exclusivamente milho para atender à demanda do biocombustível produzido a partir deste vegetal.


além disso, diz a pesquisa, os agricultores brasileiros estão plantando cada vez mais soja e, com isso, estão desflorestando a floresta amazônica.


de acordo com fargione, os resultados do estudo mostraram que terrenos de florestas e pastos convertidos para cultivos destinados à produção de biocombustíveis liberam na atmosfera mais carbono do que o retido com o uso deste tipo de combustível.


"estas regiões naturais abrigam muito carbono. por isso, transformá-las em terras de cultivo significa a emissão de toneladas de carbono na atmosfera", disse o cientista. "se há o desejo de atenuar o aquecimento global, simplesmente não faz sentido dedicar terras virgens à produção de biocombustíveis".


jimmie powell, diretor do departamento de energia da the nature conservancy, disse que, na busca de soluções para a mudança climática, "é preciso ter certeza de que o remédio não será pior que a doença. não é possível se dar ao luxo de omitir as conseqüências de destinar terras a cultivos para biocombustíveis".


powell acrescentou que insistir nessa idéia pode significar que, sem querer, haja a promoção de alternativas energéticas "piores do que os combustíveis fósseis".


cientistas afirmam que todos os combustíveis devem ser avaliados de acordo com o impacto que tenham no aquecimento global.


"é necessário aplicar diversos enfoques de maneira simultânea para resolver a mudança climática, não existe uma solução mágica", diz powell, acrescentando que alguns biocombustíveis podem ajudar, mas só se forem produzidos sem que haja a conversão de terrenos nativos para uso agrícola.


criada em 1951, a the nature conservancy é uma organização independente que luta pela proteção de terras ecologicamente importantes no mundo todo. efe

http://br.noticias.yahoo.com/s/07022008 ... iveis.html
"ECOnomia também pode ser ECOlogia"
Sócio ANE Nº 16

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