quase 70% da costa portuguesa em risco de perder terreno
quase 70 por cento da costa portuguesa está em risco de perder terreno, segundo o climatologista filipe duarte santos, que considera urgente definir os troços do litoral que necessitam de intervenções para prevenir os efeitos das alterações climáticas.
"apesar de haver pressão da união europeia para os países terem uma gestão sustentada da costa, em portugal não há uma visão e estratégia integrada", criticou o especialista, em declarações à agência lusa, à margem de uma conferência sobre os impactos das mudanças climáticas nas zonas costeiras.
duarte santos criticou também a "inconsistência" do discurso do governo em relação ao que é feito na prática: "o governo considera, a nível internacional, as alterações climáticas como uma área muito importante, mesmo durante a presidência portuguesa da união europeia foi uma área prioritária. mas depois, a nível de investigação e na prática, nada avança".
para o climatologista, é necessário fazer uma monitorização ao longo de toda a costa, medindo a subida do nível do mar, a temperatura da água e os poluentes encontrados, para que se consiga depois estabelecer quais as intervenções a realizar.
"sabemos que 67 por cento da costa está em risco de erosão e perda de terreno. é necessário definir quais os troços em que vamos combater e quais aqueles em que vamos deixar os processos naturais dominar a questão. mas para isso é necessário fazer um estudo em toda a costa", explicou.
a zona de viana do castelo à nazaré é considerada a mais problemática.
segundo filipe duarte santos, portugal tem feito intervenções no litoral de forma "reactiva e não de modo antecipatório", apontando o exemplo da costa da caparica.
"na costa da caparica, não será possível certamente combater tudo, é uma área vasta, mas haverá zonas em que é necessário aplicar medidas", declarou.
o especialista referiu que o trabalho de monitorização costeira que se tem realizado é disperso e acredita que em três anos seria possível conseguir um retrato dos problemas do litoral português.
em relação às dificuldades criadas à investigação em portugal, apontou o caso de um concurso na área das alterações climáticas aberto pela fundação de ciência e tecnologia em agosto de 2006 e sobre o qual não houve resultados divulgados durante todo o ano de 2007.
no âmbito dos impactos das alterações climáticas nos ecossistemas costeiros, filipe duarte santos está a coordenar um projecto, em fase final, onde se pretende traçar sobretudo os efeitos físicos do ambiente oceânico: plâncton, avifauna e peixes.
uma das questões analisadas foi o afloramento costeiro: um fenómeno que ocorre devido ao vento e às correntes e que faz com que ascendam à superfície águas mais frias.
de acordo com os primeiros dados, o afloramento costeiro em portugal tende a intensificar-se, o que terá como consequência o arrefecimento das águas e o seu enriquecimento em sais nutrientes (nitratos, fosfatos e silicatos).
"temos o sinal de que há uma intensificação desse fenómeno, mas ainda sem grande segurança, ainda temos uma margem de incerteza significativa", ressalvou filipe duarte santos.
a confirmar-se, a intensificação do afloramento costeiro levará a um maior desenvolvimento do fitoplâncton e consequente aumento de toda a cadeia alimentar, o que pode ser uma boa notícia para o sector das pescas.
diário digital / lusa
07-02-2008 15:43:51
Quase 70% da costa portuguesa em risco de perder terreno
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Re: Quase 70% da costa portuguesa em risco de perder terreno
a erosão natural é inevitável.. o que é evitável são as casinhas em cima das falésias.. depois choram e pedem ajuda ao estado para evitar a erosão.. lá vão então as máquinas camarárias colocar umas toneladas de pedras para remediar a situação.. nos casos em que remedeiam, quer dizer que em outro local próximo (depende das correntes marítimas) a erosão se vai acelerar.. casos desses não faltam aqui no algarve, em que para salvar quarteira, se construiram molhos de pedra, que depois vieram a acelerar a erosão das falésias ao lado da cidade..
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Re: Quase 70% da costa portuguesa em risco de perder terreno
as zonas junto à costa sempre tiveram problemas e quem lá constrói deveria de ser por sua conta e risco e não vir depois pedir batatinhas ao estado, porque a minha rica casinha está a cair, que na maioria das vezes até teve origem clandestina
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