“maior central solar do mundo em ambiente urbano no marl (6 mw)
a maior central solar fotovoltaica em ambiente urbano do mundo deverá estar em funcionamento, no mercado abastecedor de lisboa (marl), em são julião do tojal, concelho de loures, até ao final do ano. com uma área de 45 mil metros quadrados, a estrutura, que produzirá energia para abastecer três mil casas, representará um investimento de 30 milhões de euros.
a central será instalada nas coberturas dos edifícios do mercado e explorada pela marl energia, cujo capital foi ontem adquirido em 95 % pelo consórcio fomentinvest e caixa capital. os parceiros foram os vencedores de um concurso iniciado em 2006 e que englobou nove projectos de cinco entidades. a energia produzida pelo equipamento, que terá uma potência de seis mega-watts, será comprada pela rede de média tensão da edp, o que fará com que, em cerca de seis anos, o investimento inicial do consórcio seja recuperado.
segundo ângelo correia, da fomentivest, o investimento da empresa deve-se à política seguida pelo ministério da economia, à "velocidade, rigor e transparência" da administração do marl e à vontade da fomentivest entrar no "primeiro projecto no mundo com esta dimensão".
lembrando que portugal é "o 18º país do mundo em qualidade ambiental e o 5º da europa nas energias renováveis", o ministro da economia, manuel pinho, disse que a central solar do marl é "não só uma boa aposta em termos ambientais, ecológicos e económicos" como na "imagem do país que transmitimos".
pois é, é mais um anúncio espectacular na área das energias renováveis, do qual deveríamos todos estar muito “satisfeitos e orgulhosos”. portugal está no “pelotão da frente”, obaaa!!!
este anúncio vem na sequência de outros como a outra maior central fotovoltaica do mundo em serpa (11 mw, quase o dobro do que a actual maior central situada na alemanha), além desta, estão anunciadas mais cinco novas unidades no nosso país aprovadas pela tutela e que deverão produzir um total de 93 mw de energia. de entre novas centrais projectadas e aprovadas pelo ministério da economia e da inovação constam as unidades de moura (62 mw que passa a ser a nova maior central do mundo, seis vezes maior que a maior até então, e que era a de serpa), ourique (2 mw) albufeira (10 mw) e freixo de espada à cinta (2 mw).
em resumo somos os máiores, carago! (com pronuncia do norte)
este meu artigo, como já devem ter reparado, não é propriamente uma apologia destes anúncios fantásticos e da maior importância para a nossa economia. pelo contrário, riu-me com desdém destas notícias na minha impotência a ver desfilar estas vaidades saloias que também servem para atirar areia aos nossos olhos.
mas a quem interessa estas megalomanias?
a nós portugueses não é concerteza, no meu modesto entender. a uma elite empresarial e politica (e aqui estão eles a legislar e a tirar os proveitos) será concerteza!
no passado recente, ainda antes do novíssimo d.l. 363/2007, nos tempos do 312/2001, as ligações á rede eram possíveis com instalações até 100 kw, e onde as instalações até 5 kw eram remuneradas a 0.54 €/kwh injectado, com contratos apenas limitados ao tempo de vida útil da instalação (estimada entre 25 e 30 anos).
como isto era bom demais, o d.l. 33-a/2005 alterou a remuneração para 0.44 €/kwh com um contrato de 15 anos de duração.
mas isto ainda era muito bom para o zé povinho que, apesar da enorme burocracia do processo de licenciamento destas instalações fotovoltaicas, meteu 3.698 processos de licenciamento totalizando 700 mva quando a potência disponibilizada para o efeito era apenas de 22 mva. por esta razão a dge decidiu suspender todos estes pedidos (passaram ainda alguns poucos) prometendo estudar e implementar um procedimento alternativo do género concursal.
pois é, estes pedidos foram suspensos para o zé, porque os grandes projectos foram depois anunciados. perguntarão, e então não é bom para nós produzir energia limpa em grandes centrais? e eu respondo que não. porquê?
porque as grandes centrais produzem grandes quantidades de energia onde ela não é precisa, necessito de a transportar à distância, necessito de investimentos na rede de transporte, tenho perdas nesse transporte, a energia é produzida quando o s. pedro quiser, não posso contar com a disponibilidade dessa energia na rede nacional da mesma forma com que conto com a das barragens ou das termoeléctricas que ligo e desligo conforme as necessidades do consumo, etc., etc.
qual a melhor maneira então de utilizar as energias renováveis?
é na microprodução, instalar pequenas centrais nos telhados de cada casa, descentralizar, produzir energia onde ela é consumida, não a transportar à distância, não ter assim perdas no transporte, não ter a preocupação de ter uma grande produção de energia num único ponto, que vai e vem conforme as nuvens passam.
isto no aspecto meramente técnico, agora vamos para o aspecto económico. a
s grandes centrais vão dar emprego a meia dúzia de técnicos (de espanador na mão para limpar o pó aos painéis) e a uma dúzia de administradores do conselho de administração. como nós sabemos, estes conselhos de administração acabam sempre por ser compostos por gente bem conhecida da nossa praça (olhem lá para cima, na notícia do marl e vejam se conhecem aquele sr. presidente da fomentinvest), normalmente aqueles que legislaram, lançaram concursos e escolheram as propostas vencedoras que depois passam a administradores dessas empresas (eu não disse! quem disse foi o bastonário!). portanto, os lucros ficaram nas grandes empresas e nos chorudos vencimentos dos seus administradores e dividendos aos seus accionistas. o zé ganhou alguma coisa?
se fosse feita uma verdadeira politica de microprodução, como na alemanha com os seus programas de “milhares de telhados fotovoltaicos” (eles estão-se nas tintas para as grandes centrais) teríamos a economia a mexer, com as pequenas empresas que comercializam e instalam estes equipamentos a desenvolverem-se, a criar empregos, de uma forma descentralizada (não é só em serpa ou na amareleja), a criar competências técnicas, a dar os lucros da venda de energia aos portugueses, a todos os zés deste país, no fundo a quem precisa.
estão a ver porque nos outros países da europa não existem as grandes centrais? pensavam realmente que nós éramos os maiores? com a nossa dimensãozinha e o nosso poderzinho económico conseguíamos ter as maiores centrais do mundo e os outros não? como diz o outro “e o burros sou eu?”, neste caso "e os burros são eles?".
não, não é por falta de massa cinzenta, não é por tacanhez, falta de senso, falta de informação ou formação dos nossos governantes (estes ou os outros, são todos iguais). eles sabem que a melhor solução é a descentralização da produção de energia eléctrica, através de sistemas de microprodução. então porquê os licenciamentos destas centrais? acho que a resposta ficou clara.
Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
só agora vim ver o conteúdo deste tópico e porque te referiste a ele no tópico do "rei sol". caso contrário teria passado "despercebido", porque realmente quando vi o título pela 1ª vez pareceu-me só mais uma noticia daquelas de "somos os maiores".
e concordo contigo em tudo o que disseste. a coisa que mais critico aos portugueses é esta maldição de querermos ser sempre os maiores em tudo. movemos meio mundo se for para termos os maiores estádios de futebol, as maiores árvores de natal, as maiores centrais solares, as maiores.... o-que-quer-que-seja, e não somos capazes de mexer uma palha por alguma coisa que realmente interesse! e somos uns queixumes. acho que temos o país que merecemos.
tive a oportunidade de trabalhar de perto com alemães. são eles mais inteligentes do que nós? nope. é verdade que trabalhei com pessoas bastante inteligentes, mas a generalidade dos alemães não é mais inteligente. alguns até são um pouco mais "monos". são eles mais rápidos? nope, eu até os achei lentos. só que aquilo que faziam era sempre bem pensado 1º, e não só era bem pensado como era feito "como deve ser" logo à 1ª. trabalham mais horas que nós? nem pensar! apesar de ter vindo a mudar um pouco nos últimos anos (deslocação para leste e outros são problemas da actual alemanha), os sindicatos têm uma fortíssima expressão na alemanha. alguma vez vos apareceu alguém do sindicato às 19h para vos "expulsar" do trabalho porque a vossa hora de saída é às 18h? lá acontece. e vocês saiem logo, caso contrário sai-vos do bolso. portanto não se entende o atraso português. será que é o fatinho que os portugueses tanto gostam de vestir para parecerem uns srs. engs.? curioso, o único alemão que me lembro de ter visto de fato tinha uma posição hierárquica bem alta... e não foi por isso que não nos convidou para jantar e apareceu de "ganga". e também só andava de fato quando tinha que andar em certas reuniões mais importantes.
também tive a oportunidade de trabalhar de perto com americanos, mas o que "faz" a américa é diferente daquilo que faz a alemanha. os americanos não têm protecção social, o país avança porque quem não se mexer, morre. é uma competição desregrada constante.
aqui em portugal parece que só se faz o que quer que seja se for logo "em grande", caso contrário "não vale a pena". ahh!, os americanos também gostam de fazer em grande... mas eles têm um poderio económico e um mercado de consumo bastante diferentes do nosso.
eu digo-vos o que é que portugal precisa. portugal precisa é de um ditador, mas um que saiba o que faz. eu adoraria mandar no destino de portugal, mas não numa democracia. a minha 1ª lei seria futebol e cerveja de borla para todos que assim nem sequer ninguém me chateava enquanto se fazia o que precisa de ser feito. os portugueses não sabem o que é melhor para eles e infelizmente não podem ser deixados por sua própria conta. ou melhor, saber até sabem. não pensam é que o estado do país os vai afectar, mais cedo ou mais tarde.
e concordo contigo em tudo o que disseste. a coisa que mais critico aos portugueses é esta maldição de querermos ser sempre os maiores em tudo. movemos meio mundo se for para termos os maiores estádios de futebol, as maiores árvores de natal, as maiores centrais solares, as maiores.... o-que-quer-que-seja, e não somos capazes de mexer uma palha por alguma coisa que realmente interesse! e somos uns queixumes. acho que temos o país que merecemos.
tive a oportunidade de trabalhar de perto com alemães. são eles mais inteligentes do que nós? nope. é verdade que trabalhei com pessoas bastante inteligentes, mas a generalidade dos alemães não é mais inteligente. alguns até são um pouco mais "monos". são eles mais rápidos? nope, eu até os achei lentos. só que aquilo que faziam era sempre bem pensado 1º, e não só era bem pensado como era feito "como deve ser" logo à 1ª. trabalham mais horas que nós? nem pensar! apesar de ter vindo a mudar um pouco nos últimos anos (deslocação para leste e outros são problemas da actual alemanha), os sindicatos têm uma fortíssima expressão na alemanha. alguma vez vos apareceu alguém do sindicato às 19h para vos "expulsar" do trabalho porque a vossa hora de saída é às 18h? lá acontece. e vocês saiem logo, caso contrário sai-vos do bolso. portanto não se entende o atraso português. será que é o fatinho que os portugueses tanto gostam de vestir para parecerem uns srs. engs.? curioso, o único alemão que me lembro de ter visto de fato tinha uma posição hierárquica bem alta... e não foi por isso que não nos convidou para jantar e apareceu de "ganga". e também só andava de fato quando tinha que andar em certas reuniões mais importantes.
também tive a oportunidade de trabalhar de perto com americanos, mas o que "faz" a américa é diferente daquilo que faz a alemanha. os americanos não têm protecção social, o país avança porque quem não se mexer, morre. é uma competição desregrada constante.
aqui em portugal parece que só se faz o que quer que seja se for logo "em grande", caso contrário "não vale a pena". ahh!, os americanos também gostam de fazer em grande... mas eles têm um poderio económico e um mercado de consumo bastante diferentes do nosso.
eu digo-vos o que é que portugal precisa. portugal precisa é de um ditador, mas um que saiba o que faz. eu adoraria mandar no destino de portugal, mas não numa democracia. a minha 1ª lei seria futebol e cerveja de borla para todos que assim nem sequer ninguém me chateava enquanto se fazia o que precisa de ser feito. os portugueses não sabem o que é melhor para eles e infelizmente não podem ser deixados por sua própria conta. ou melhor, saber até sabem. não pensam é que o estado do país os vai afectar, mais cedo ou mais tarde.
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
infelizmente não sou da vossa opinião , talvez por morar perto do marl.
não vejo nenhum inconveniente em que se aproveitem os telhados para os painéis, caso contrário só servem para pousar as pombas?
quanto á lei, não sei, pelo que percebi vocês discordam de não poderem vender mais electricidade á rede.
se assim for a culpa é da lei e não de quem quer investir, pois a electricidade faz falta a portugal e não temos actualmente muito aonde ir buscar, sendo assim e acreditando no que dizem temos é que exigir que nos seja disponibilizado uma cota maior de integrar na rede.
eu infelizmente não tenho guito suficiente para colocar painéis no telhado da minha casa toda, pois se tivesse e se fosse rentável (pelos vistos é) eu colocaria.
já agora para quem conlhece o marl, e eu apesar de morar perto só lá fui 4 ou 5 vezes, mas a electricidade que produzem deve ser grande parte, utilizado pelo próprio marl, pois aquilo é só armazéns enormes, frigoríficos enormes, escritórios, centenas de pessoas a trabalhar e a circular, ar condicionados, etc... e claro o que não se gastar vende-se.
já agora não acredito que seja a administração a mandar nas dezenas de armazéns dos comerciantes, de certeza que os comerciantes têm muito a ganhar.
já discordo pessoalmente do investimento feito no alentejo, pois irá ocupar terrenos que não servirão para mais nada.
no marl estão a usar em edifícios já instalados.
não vejo nenhum inconveniente em que se aproveitem os telhados para os painéis, caso contrário só servem para pousar as pombas?
quanto á lei, não sei, pelo que percebi vocês discordam de não poderem vender mais electricidade á rede.
se assim for a culpa é da lei e não de quem quer investir, pois a electricidade faz falta a portugal e não temos actualmente muito aonde ir buscar, sendo assim e acreditando no que dizem temos é que exigir que nos seja disponibilizado uma cota maior de integrar na rede.
eu infelizmente não tenho guito suficiente para colocar painéis no telhado da minha casa toda, pois se tivesse e se fosse rentável (pelos vistos é) eu colocaria.
já agora para quem conlhece o marl, e eu apesar de morar perto só lá fui 4 ou 5 vezes, mas a electricidade que produzem deve ser grande parte, utilizado pelo próprio marl, pois aquilo é só armazéns enormes, frigoríficos enormes, escritórios, centenas de pessoas a trabalhar e a circular, ar condicionados, etc... e claro o que não se gastar vende-se.
já agora não acredito que seja a administração a mandar nas dezenas de armazéns dos comerciantes, de certeza que os comerciantes têm muito a ganhar.
já discordo pessoalmente do investimento feito no alentejo, pois irá ocupar terrenos que não servirão para mais nada.
no marl estão a usar em edifícios já instalados.
Dos Fracos Não Reza a História...
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
master, acho que aqui a tónica principal tem a ver com o facto de termos um país que basicamente é regido por um punhado deles que faz as leis para próprio benefício e que somos um povo que se deixa andar, e não tanto pelo caso do marl em particular.
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
não querendo de forma alguma exigir que todos me dêm razão, por isso isto é forum de discussão, não um monólogo, penso que o caro "master" não chegou a perceber a questão daquele post.
eu digo, e não sou o único (diría mais, não conheço quem pense de forma diferente) que o aproveitamento da energia fotovoltaica (a eólica já é diferente) deverá ser baseado na microprodução, isto é, descentralizada, por razões técnicas e económicas.
por razões técnicas fácilmente se percebe que a energia deve ser produzida perto ou onde se consome. assim evitam-se perdas de transporte, investimento no reforço rede de transporte e dificuldades na gestão da produção (uma central eléctrica é gerida, ligando e desligando os seus "geradores" de energia, conforme o custo da sua exploração e do consumo que esteja a ser feito na altura. imagine o gestor da rede a gerir uma central onde o s. pedro tem uma palavra a dizer). as grandes centrais fotovoltaicas tem todos inconvenientes apontados acima, com a excepção do seu custo €/w instalado ser obviamente inferior (economia de escala), mas isso é irrelevante já que a sua energia também já é "subsidiada". se pesquisar por aí sobre este assunto (estou a falar fora deste fórum) vai encontrar inúmeras opiniões de técnicos (lneti e outros) que dizem que a microprodução é a maneira mais indicada e eficaz de aproveitamento fotovoltaico.
do ponto de vista económico digo que mais vale 50 pme's espalhadas pelo país a vender e a instalar unidades de microprodução, mexendo com a economia local, dando emprego e know how a muita gente, e rendimento da venda da energia a milhares de protugueses, do 50 centrais fotovoltaicas megalómanas, que deram emprego a um estaleiro durante 6 meses, depois a 6 funcionários de manutenção, e a 12 administradores que ficam com lucros da sua exploração.
percebe o que eu quis dizer?
quando você fala do marl, que concorda com o aproveitamento dos seus telhados, eu percebo o que quer dizer e concordo com a ideia que quer transmitir, que é o aproveitamento daquele espaço enorme. eu só discordo do seu aproveitamento se os 6 mw lá previstos saírem da cota onde podiam ser aproveitados na microprodução. esses 6 mw dava para mais de 1.600 portugueses (a 3,68 kw cada) obterem algum rendimento extra. assim esse rendimento, que não é pequeno (repare que em 6 anos recuperam o investimento feito de 30 milhões de euros, ou seja, por ano ganham 5 milhões!) vai direitinho para os bolsos das empresas e seus administradores (entre eles um conhecido político).
e esta central é apenas uma das várias que estão já construídas, em construção ou em projecto, e é das mais pequenas. no fundo, o meu desabafo inicial é para este país de previlegiados que comem tudo e não deixam nada (como dizia a canção). ao contrário do que se passa no resto da europa, nós fazemos as maiores centrais fotovoltaicas do mundo, não por ser o indicado técnicamente, não por ser conveniente para a economia, não por sermos um potêntado económico e técnico, mas por sermos um país de corruptos e de compadres que colocam os interesse pessoais e corporativos à frente dos interesses do país, e depois vêm para os meios de comunicação social dar vivas e baterem as palmas de contentes porque somos empreendedores e estamos na vanguarda, tampando os olhos a quem está menos avisado.
o raio c'os parta! (desculpe sr. administrador do forum e demais moderadores)
eu digo, e não sou o único (diría mais, não conheço quem pense de forma diferente) que o aproveitamento da energia fotovoltaica (a eólica já é diferente) deverá ser baseado na microprodução, isto é, descentralizada, por razões técnicas e económicas.
por razões técnicas fácilmente se percebe que a energia deve ser produzida perto ou onde se consome. assim evitam-se perdas de transporte, investimento no reforço rede de transporte e dificuldades na gestão da produção (uma central eléctrica é gerida, ligando e desligando os seus "geradores" de energia, conforme o custo da sua exploração e do consumo que esteja a ser feito na altura. imagine o gestor da rede a gerir uma central onde o s. pedro tem uma palavra a dizer). as grandes centrais fotovoltaicas tem todos inconvenientes apontados acima, com a excepção do seu custo €/w instalado ser obviamente inferior (economia de escala), mas isso é irrelevante já que a sua energia também já é "subsidiada". se pesquisar por aí sobre este assunto (estou a falar fora deste fórum) vai encontrar inúmeras opiniões de técnicos (lneti e outros) que dizem que a microprodução é a maneira mais indicada e eficaz de aproveitamento fotovoltaico.
do ponto de vista económico digo que mais vale 50 pme's espalhadas pelo país a vender e a instalar unidades de microprodução, mexendo com a economia local, dando emprego e know how a muita gente, e rendimento da venda da energia a milhares de protugueses, do 50 centrais fotovoltaicas megalómanas, que deram emprego a um estaleiro durante 6 meses, depois a 6 funcionários de manutenção, e a 12 administradores que ficam com lucros da sua exploração.
percebe o que eu quis dizer?
quando você fala do marl, que concorda com o aproveitamento dos seus telhados, eu percebo o que quer dizer e concordo com a ideia que quer transmitir, que é o aproveitamento daquele espaço enorme. eu só discordo do seu aproveitamento se os 6 mw lá previstos saírem da cota onde podiam ser aproveitados na microprodução. esses 6 mw dava para mais de 1.600 portugueses (a 3,68 kw cada) obterem algum rendimento extra. assim esse rendimento, que não é pequeno (repare que em 6 anos recuperam o investimento feito de 30 milhões de euros, ou seja, por ano ganham 5 milhões!) vai direitinho para os bolsos das empresas e seus administradores (entre eles um conhecido político).
e esta central é apenas uma das várias que estão já construídas, em construção ou em projecto, e é das mais pequenas. no fundo, o meu desabafo inicial é para este país de previlegiados que comem tudo e não deixam nada (como dizia a canção). ao contrário do que se passa no resto da europa, nós fazemos as maiores centrais fotovoltaicas do mundo, não por ser o indicado técnicamente, não por ser conveniente para a economia, não por sermos um potêntado económico e técnico, mas por sermos um país de corruptos e de compadres que colocam os interesse pessoais e corporativos à frente dos interesses do país, e depois vêm para os meios de comunicação social dar vivas e baterem as palmas de contentes porque somos empreendedores e estamos na vanguarda, tampando os olhos a quem está menos avisado.
o raio c'os parta! (desculpe sr. administrador do forum e demais moderadores)
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
eu gosto mesmo é do "ambiente urbano".
será que se deram ao trabalho de ir ao google earth/virtual earth ver a envolvencia do marl?
aquilo está numa zona industrial... que por acaso de um (1) lado está muito perto da zona dita urbana.
será que se deram ao trabalho de ir ao google earth/virtual earth ver a envolvencia do marl?
aquilo está numa zona industrial... que por acaso de um (1) lado está muito perto da zona dita urbana.
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Re: Maior central solar do mundo em ambiente urbano no MARL
entendido o vosso ponto de vista, o que eu disse é o que vocês dizem também "que a energia deve ser produzida e gasta no local"
também continuo a achar que "toca guitarra quem tem unhas" eu infelizmente tenho-as bem curtinhas, e se me dessem hipótese eu não conseguia pois não tinha o suficiente para investir e se alguém tem hipótese (guito) de fazer algo, que faça, mas também aceito que deem hipóteses iguais a todos e não só a alguns, penso ser essa a vossa maior questão, não darem a todos as mesmas condições.
continuo a achar que vai sobrar pouca electricidade no marl e que a mesma será gasta toda no local, mas sobrando, posso dizer que num raio de 10 kms temos aglomerados populacionais enormes do tipo de póvoa de santa iria (25.000 habitantes), santa iria de azóia (2.500), vialonga (15.500) e loures (27.000) é muita malta para tão pouca energia.
também continuo a achar que "toca guitarra quem tem unhas" eu infelizmente tenho-as bem curtinhas, e se me dessem hipótese eu não conseguia pois não tinha o suficiente para investir e se alguém tem hipótese (guito) de fazer algo, que faça, mas também aceito que deem hipóteses iguais a todos e não só a alguns, penso ser essa a vossa maior questão, não darem a todos as mesmas condições.
continuo a achar que vai sobrar pouca electricidade no marl e que a mesma será gasta toda no local, mas sobrando, posso dizer que num raio de 10 kms temos aglomerados populacionais enormes do tipo de póvoa de santa iria (25.000 habitantes), santa iria de azóia (2.500), vialonga (15.500) e loures (27.000) é muita malta para tão pouca energia.
Dos Fracos Não Reza a História...