caros amigos,
a tecnologia termodinâmica não é mais do que um sistema de bomba de calor. a chamada tecnologia “solar” termodinâmica, alegadamente desenvolvida e “inventada” por uma empresa portuguesa não é mais do que um sistema de bomba de calor, como tantos outros que por aí andam, que por ter um evaporador de enormes dimensões, semelhante a um painel solar, para colocar no exterior, usa abusivamente do termo “solar” para conseguir a vantagem comercial que este termo tem na actualidade. existem sistemas de bomba de calor bem mais interessantes porque dispensam aquele enorme evaporador (que só tem aquele aspecto para ludibriar os incautos) e apenas tem um bem mais pequeno e que não precisam de o colocar no telhado, fazendo um conjunto monobloco complementado com uma pequena conduta para o exterior. no fundo, para que precisam de estar ao sol se funcionam de noite, com chuva e vento, não é?
vejam esta notícia (http://spes.pt/pagina/index2.php?option ... f=1&id=177):
spes - alerta
25-set-2007
actualizado em 25-set-2007
a spes, associação portuguesa de energia solar, fundada em 1980, que tem como um dos seus objectivos prioritários a promoção da energia solar em portugal, assegurando a qualidade dos equipamentos e serviços entende, face ao aparecimento no mercado de notícias relativas a um determinado equipamento que abusiva e erroneamente aparece designado por colector solar ou painel solar e que não é mais do que uma simples bomba de calor, visto que o suposto painel não é mais do que um evaporador, alertar os meios de comunicação social onde se tem feito eco das notícias da empresa que promove esse equipamento, as instituições da defesa do consumidor, e as autoridades políticas e administrativas, perante a insinuação de que esse equipamento poderá ser aceite pelas instâncias públicas como colector solar (dl 80/2006).
recordando os malefícios que fez a difusão da energia solar em portugal quando da intervenção abusiva de certos
promotores e comerciantes de equipamentos solares nos anos oitenta, que vieram a justificar o atraso que portugal tem em número de metros quadrados instalados face a países como a áustria ou a grécia, a spes adverte as autoridades e os consumidores em geral, bem como as empresas e técnicos certificadores (decreto-lei 78/2006) para as graves consequências da negligência de todas as instâncias de direito nesta matéria no que toca a difusão e expansão da energia solar em portugal. a empresa em causa, a energie, de laundos, póvoa de varzim, anunciou painéis solares com vasto eco em toda a comunicação social quando, na realidade, se trata apenas de uma bomba de calor!!!
é claro que a temperatura do ar, o vento, e a chuva, tudo é comandado pelo sol. mas é evidente que o promotor se baseia na associação à energia solar,isto é, da radiação do sol para vender as suas bombas de calor.
seria urgente que as autoridades pudessem desmascarar esta situação altamente lesiva dos interesses da energia solar, tanto mais que se trata de uma falsa informação que tem estado a ser difundida a nível nacional.
a própria publicidade da empresa (
http://www.energie.pt) reconhece que os painéis solares captam de noite e do vento
deixando para a incidência do sol uma situação de apenas benefício suplementar ao equipamento mas não essencial, o que, desde logo, condena o equipamento enquanto colector solar.
senão vejamos. teoricamente um colector solar deve ter um cop (coeficiente of performance) de algumas dezenas, isto é, a energia solar (radiação) captada pelo colector deve ser n vezes com n>30 (número indicativo tirado da prática corrente) a energia dita comercial (electricidade!) consumida para fazer funcionar o sistema de capataz (bomba eléctrica, por exemplo). ora, no caso destes equipamentos, o n poderá ser quando muito da ordem de 2 a 4. ensaios em tempos feitos no ineti apontavam para valores ainda inferiores. isto quer dizer que os ditos colectores energie usam no compressor e no ciclo termodinâmico até cerca de metade da energia que fornece, isto é, trata-se de uma bomba de calor com um cop de 2, o qual poderá a espaços ser de 4, quando o sol incidir nos painéis.
isto sem falar já nos colectores de termo sifão muito populares em alguns países (israel, austrália) nos quais não se gasta nenhuma energia para promover a captação.
spes.pt
http://spes.pt/
por outro lado a nova legislação que regulamenta o sector da construção civil em portugal no que diz respeito ao desempenho energético dos edifícios:
o rccte (dl 80/2006) – regulamento das características do comportamento térmico dos edifícios;
o rsece (dl 79/2006) – regulamento dos sistemas energéticos de climatização em edifícios;
o sce (dl 78/2006) – sistema nacional de certificação energética.
torna obrigatória a instalação solar e não apenas a pré-instalação em toda e qualquer nova construção e em remodelações de valor superior a 25% do imóvel, com determinadas excepções, nomeadamente quando existem obstruções permanentes com altura superior a 20º. esta obrigatoriedade corresponde à instalação de 1m² de colector por ocupante independente do tipo de colector. a obrigatoriedade de instalação de sistemas solares térmicos prevê que estes só poderão ser substituídos por outras tecnologias igualmente provenientes de fontes de energia renováveis, desde que captem uma quantidade de energias idêntica aos colectores solares. ficam, portanto, excluídas as bombas de calor, painéis termodinâmicos, ou outros sistemas equivalentes, que serão sempre considerados como sistemas de apoio aos colectores solares térmicos.
os sistemas de bomba de calor, ou termodinâmicos se preferirem (mas não lhe chamem de solar!) são sistemas interessantes, com o seu campo de aplicação como qualquer outra tecnologia, mas não utiliza energias renováveis, concretamente a solar térmica. não se fascinem com essa "tecnologia" (da banha da cobra) "à portuguesa", pesquizem que existem variadíssimos sistemas de bomba de calor semelhantes, quiçá muito mais interessantes e porventura mais económicos