O_volt Escreveu:Aé que enfim uma lufada de ar fresco neste forum e trazido por antigos colaboradores, em breve até o pnunes aparece com a qualidade técnica destes textos.
Os meus parabéns pelos vossos comentários e ideias.
Só falta dizer que o jack usa packs sobredimensionados, o que facilita em muito as descargas e evita o stress elevado. Em packs justinhos é sim preciso monotorizar as celulas. Aliás a Bm, Tesla e Estrela já o fazem...aprenderam depressa.
Espero que, em breve, apresentem também os vossos projetos, sobretudo o do arduino. A partilha errada ou certa é que faz cada um de nós fazer o que mais difícil o ser divino nos deu: a ESCOLHA.
Bons olhos te vejam, O_volt. Engraçado como de repente se reunem aqui 3 antigos companheiros.
E para que não fique completamente off-topic... O_volt tens razão, é precisamente essa a prática corrente das conversões que falávamos - o sobredimensionamento, precisamente para não ter de levar as células ao seu limite, logo ao stress que falas. Um dos vídeos explica com uma analogia engraçada o significado de stress numa célula em carregamento. Citando Jack Rickard, imaginemos um bar que abre às 20h. Pouco a pouco vão entrando os seus clientes e vão-se sentando. À medida que as horas avançam, os clientes vão saindo do seu trabalho e vão-se juntando para entrar. Vão entrando e vão-se acomodando. Perto das 23h já praticamente não restam lugares sentados e o bar pode dizer-se "cheio", contudo, há sempre uns mais atrasados que ainda assim vão querer entrar , já ficando quase à porta e forçando a que os restantes mal se consigam mexer. O bar rapidamente passa de "cheio" para "à pinha", embora já não tenham entrado muitos mais. Troque-se o bar pela células e os clientes pelos eletrões para dizer que uma célula pode considerar-se cheia já perto dos 100%. A energia adicional para chegar aos 100% não é significativa em termos de autonomia real.
Quanto à monitorização, é um procedimento útil, sem dúvida, desde que não cause consumos parasitas que, esses sim, com o passar dos ciclos leva ao desbalanceamento de um pack. Dou um exemplo, como já aqui foi referido e bem pelo Jmal, o BMS instalado nas Thunder (ao contrário do que alguns pensam não era chinês, foi um projeto em determinado ponto programado e desenvolvido por portugueses que nem eram da empresa que comercializava a mota) teve um altura que para funcionar se alimentava de 'algumas' células e como este BMS estava permanentemente em monitorização (funcionava mesmo com a mota desligada), provocava descargas apenas nas células a que estava ligado. O resultado era um pack 'desnivelado'. Ainda se depois em carga fosse capaz de compensar essas perdas a coisa até podia andar mais ou menos mas como não o fazia, o resultado não foi bom.
O sobredimensionamento é pois prática comum e nenhuma marca arrisca a prescindir da sua margem de segurança. Uns mais conservadores do que outros mas todos têm esta margem. Tanto quanto sei, a BMW com o seu i3 diz-se ser a que aproveita mais a energia do seu pack. Sim, Volt, aqui estou a falar de cor.
O_Volt, sobre o CBduino o tal projeto que referes, ficou em águas de bacalhau precisamente porque de repente tanto eu como o Hmgp ficámos sem as nossas montadas. Sei que houve um outro projeto interessante do tipo, até aqui partilhado no NE mas efetivamente deixei de o seguir, mas os projetos não acabam, tenho um em curso onde estou a meter as mãos na massa e a aplicar muita da teoria que ao longo destes anos tenho aprendido. É a melhor forma de aprender.
Jmal, só um apontamento ao teu raciocínio anterior. Os defensores do bottom-balancing fazem-no UMA vez, quando iniciam o pack. Não o fazem "de vez em quando", nem o fazem com células já utilizadas, muito menos com aquelas sujeitas a bleeding.
Como diz o O_Volt, a partilha do conhecimento é positiva, seja ela a favor de uma coisa ou de outra, cabendo a nós a ESCOLHA. Para mim é tão válida uma conversão com ou sem BMS. Ceramente que que o utilizou julgou estar a fazer o melhor. Às vezes estamos é tão 'cegos' com o que nos vendem que nem questionamos as coisas e quem nos faz pensar, não é necessariamente alguém que nos quer mal.
Fiquem bem.