A irracionalidade dinamarquesa
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A irracionalidade dinamarquesa
Na integração de energia eólica no fornecimento de electricidade a Dinamarca é recordista mundial pois o vento tem um peso de 20% no seu mix produtor. O resto vem da queima de carvão (50%) e gás natural (20%) em eficientes centrais de cogeração de electricidade e aquecimento (CHP) de grande e média dimensão. Os restantes 10% são provenientes da biomassa, petróleo e queima de lixo. Apesar de se arvorar um exemplo no respeito pelo meio ambiente a Dinamarca depende essencialmente de combustíveis fósseis para a produção de energia eléctrica pelo que é dos países da Europa com maior emissão de GEE por kWh produzido. Esta poluição não tenderá a ser resolvida tão cedo dado que o país não dispõe de recursos hidroeléctricos e recusa-se, desde 1985, a explorar a energia nuclear. Isto apesar do físico Niels Bohr ser dinamarquês e de a Dinamarca ter tido em funcionamento três reactores nucleares para investigação tal como Portugal tem um em Sacavém. A recusa do nuclear levou a Dinamarca a virar-se para o vento o que não deixa de fazer, à partida, algum sentido visto ser dos países no planeta com melhores condições de vento como se pode atestar no mapa abaixo. Desta forma tornou-se numa das nações pioneiras na pesquisa e desenvolvimento de turbinas eólicas e a ter aquela que era, até aos chineses começarem a dominar este mercado, o maior produtor mundial de turbinas eólicas, a Vestas. Neste aspecto, infelizmente, o contraste com o caso português é total.
A Dinamarca pode ser recordista na produção relativa de energia eólica (6.9 TWh em 2009) mas menos certo é que toda essa energia seja consumida no país. E apesar das excelentes condições de vento de que goza os parques eólicos dinamarqueses têm uma fraca performance com um factor de utilização médio inferior a ¼. Ainda assim, um estudo da CEPOS defende que, em média, apenas metade da produção eólica dinamarquesa é gasta dentro de fronteiras, o resto é exportado essencialmente para a Noruega e Suécia que dependem em grande parte de centrais hidroéléctricas (Noruega - 99% e Suécia - 45%) e menos para a Alemanha e Holanda. A Dinamarca foi muito feliz em ter vizinhos escandinavos com estas características dado que de outra forma não lhe seria possível ter tanta potência eólica instalada. Pela sua flexibilidade de arranque/paragem, capacidade de operar a regimes intermédios sem grande perda de eficiência e possibilidade de bombagem com consumo eléctrico, as barragens são a forma mais eficaz de armazenar energia eólica em excesso. É exactamente por esta razão que Portugal decidiu avançar para a construção de novas barragens e reforço de potência de outras. E também a razão, por não dispor dos mesmos meios, que não vejo como a Austrália possa almejar uma percentagem tão elevada de potência renovável.
A Dinamarca já tem uma potência eólica instalada (cerca de 3.500MW) que quase iguala o seu consumo eléctrico de pico invernal (3.800MW) e ultrapassa largamente o vazio de verão (17.00MW). Devido à intermitência da energia eólica e à prioridade que lhe é dada na rede eléctrica (tal como em Portugal) não são poucas as vezes que a Dinamarca tem de exportar excesso de energia eólica. O problema ainda é agravado por a energia eólica ser mais abundante durante a noite (períodos de vazio) em que há menores necessidade de consumo. E ao longo do ano a produção eólica também se intensifica no inverno quando as centrais termoeléctricas dinamarquesas não podem reduzir potência para compensar tanto quanto seria desejável pois estão obrigadas a cumprir a sua outra função de fornecimento de vapor para aquecimento das comunidades. Embora seja difícil determinar com exactidão que percentagem da energia eléctrica dinamarquesa exportada veio de que fonte é inegável que é a imprevisibilidade da sua produção que causa a necessidade de enviar para além fronteiras o excesso. Evidência disso mesmo é a decisão do regulador do mercado eléctrico escandinavo - Nordpool - ter decidido em Outubro de 2009 baixar o preço base da electricidade para -26€/MWh. Ou seja, acontece a Dinamarca ter de pagar aos seus vizinhos para receberem a sua energia eléctrica.
Outro estudo, desta feita realizado pela CEESA, vem contrariar a avaliação da CEPOS e garante que menos de 1% da produção eólica é exportada. Este paper mostra que se a exportação de energia aumenta com o aumento de produção eólica, como a CEPOS demonstra, também acontece com o aumento da produção termoeléctrica. Só que nas páginas 12 e 13 do documento fica claro a diferença de situações. Enquanto que a exportação de energia eólica é imposta, o seu driver é o excesso de oferta, a exportação de energia termoeléctrica tem como driver o preço. O paper mostra duas situações em que as concorrenciais centrais CHP aumentaram deliberadamente a produção para exportarem energia a preços convidativos.
A exportação de energia eólica acarreta um pesado peso económico para os contribuintes dinamarqueses e não apenas por parte dela acontecer em horas de vazio e por isso a preços mais baixos (ou mesmo negativos). A energia eólica dinamarquesa é subsidiada, como em todos os países do mundo, por tarifas feed in que variam entre os €67 e os €81/MWh (semelhante aos €75 a €95 portugueses) quando o preço spot médio do mercado anda pelos €40/MWh. Para além de criar uma distorção no mercado tal significa que a Dinamarca está na prática a financiar a electricidade Norueguesa, Sueca e Alemã. Se economicamente não se entende a vantagem desta aposta, ambientalmente tão pouco uma vez que quase toda a electricidade importada pela Dinamarca vem da Noruega ou Suécia. E a electricidade nestes países têm origem hídrica (Noruega) ou hídrica e nuclear (Suécia), ambas fontes isentas de emissão de GEE.
Estes factos passam ao lado da maior parte dos eleitores dinamarqueses e, aparentemente, também dos decisores. A Dinamarca tem como meta produzir, em 2025, 50% da sua energia através de fontes renováveis (leia-se vento). Este aumento de capacidade virá em grande parte de parques offshore longe da costa uma vez que os dinamarqueses não querem mais turbinas no seu horizonte visual. Novas linhas eléctricas terão de ser construídas. Previsivelmente os custos não estão contabilizados.
Mas a questão de fundo que se coloca é a forma como o país irá absorver e armazenar tanta energia já para não falar de que forma e a que custo a rede irá gerir as variações de carga. É discutível que os países vizinhos tenham capacidade de importação destes 30% de energia eólica suplementares até porque também eles estão a construir parques eólicos e portanto terão de absorver a intermitência da sua própria produção.
A CEESA propõe:
1. Substituição da produção de vapor para aquecimento feita nas centrais termoeléctricas por heat pumps eléctricas que usam a energia eólica excessiva para armazenam vapor para posterior distribuição. Resta saber com que eficiência e custo um sistema destes resultará.
2. Substituição do parque automóvel de combustão interna por eléctricos, uma medida que a Dinamarca está a subsidiar fortemente mas que, tal como em Portugal e no resto do mundo, não tem tido grande adesão dos consumidores.
3. Produção de hidrogénio também é vista como uma possibilidade para armazenar energia eólica excedentária. A maior parte destas soluções carecem de confirmação da viabilidade técnica já para não falar da oportunidade económica.
O caso dinamarquês é exemplificativo dos desafios e custos que a integração de uma grande quantidade de energia eólica acarreta. Não estranha por isso que a electricidade dinamarquesa seja a mais cara do mundo. Portugal devia olhar e reflectir com o exemplo dinamarquês pois ao trilhar um caminho semelhante irá debater-se com os meus entraves e tem ainda a agravante de por ser um país mais pobre e por isso mais susceptível aos danos de uma energia eléctrica cara. Embora as nossas barragens amorteçam alguma exportação nacional a verdade é que já se assiste actualmente à venda de electricidade a Espanha, normalmente em períodos de vazio e baixo valor de mercado, e à importação em alturas de carga e valores elevados.
Extrapolando para a Europa parece-me óbvio que a construção de uma rede eléctrica transeuropeia inteligente poderá integrar melhor o excesso de energia eólica dos países que já a têm (Dinamarca, Espanha, Alemanha ou Portugal) mas de forma alguma deixa a ideia que a Europa no seu conjunto conseguirá, num horizonte próximo, que 20% da electricidade consumida venha de fontes renováveis.
http://luzligada.blogspot.com/2011/07/p ... rques.html
A Dinamarca pode ser recordista na produção relativa de energia eólica (6.9 TWh em 2009) mas menos certo é que toda essa energia seja consumida no país. E apesar das excelentes condições de vento de que goza os parques eólicos dinamarqueses têm uma fraca performance com um factor de utilização médio inferior a ¼. Ainda assim, um estudo da CEPOS defende que, em média, apenas metade da produção eólica dinamarquesa é gasta dentro de fronteiras, o resto é exportado essencialmente para a Noruega e Suécia que dependem em grande parte de centrais hidroéléctricas (Noruega - 99% e Suécia - 45%) e menos para a Alemanha e Holanda. A Dinamarca foi muito feliz em ter vizinhos escandinavos com estas características dado que de outra forma não lhe seria possível ter tanta potência eólica instalada. Pela sua flexibilidade de arranque/paragem, capacidade de operar a regimes intermédios sem grande perda de eficiência e possibilidade de bombagem com consumo eléctrico, as barragens são a forma mais eficaz de armazenar energia eólica em excesso. É exactamente por esta razão que Portugal decidiu avançar para a construção de novas barragens e reforço de potência de outras. E também a razão, por não dispor dos mesmos meios, que não vejo como a Austrália possa almejar uma percentagem tão elevada de potência renovável.
A Dinamarca já tem uma potência eólica instalada (cerca de 3.500MW) que quase iguala o seu consumo eléctrico de pico invernal (3.800MW) e ultrapassa largamente o vazio de verão (17.00MW). Devido à intermitência da energia eólica e à prioridade que lhe é dada na rede eléctrica (tal como em Portugal) não são poucas as vezes que a Dinamarca tem de exportar excesso de energia eólica. O problema ainda é agravado por a energia eólica ser mais abundante durante a noite (períodos de vazio) em que há menores necessidade de consumo. E ao longo do ano a produção eólica também se intensifica no inverno quando as centrais termoeléctricas dinamarquesas não podem reduzir potência para compensar tanto quanto seria desejável pois estão obrigadas a cumprir a sua outra função de fornecimento de vapor para aquecimento das comunidades. Embora seja difícil determinar com exactidão que percentagem da energia eléctrica dinamarquesa exportada veio de que fonte é inegável que é a imprevisibilidade da sua produção que causa a necessidade de enviar para além fronteiras o excesso. Evidência disso mesmo é a decisão do regulador do mercado eléctrico escandinavo - Nordpool - ter decidido em Outubro de 2009 baixar o preço base da electricidade para -26€/MWh. Ou seja, acontece a Dinamarca ter de pagar aos seus vizinhos para receberem a sua energia eléctrica.
Outro estudo, desta feita realizado pela CEESA, vem contrariar a avaliação da CEPOS e garante que menos de 1% da produção eólica é exportada. Este paper mostra que se a exportação de energia aumenta com o aumento de produção eólica, como a CEPOS demonstra, também acontece com o aumento da produção termoeléctrica. Só que nas páginas 12 e 13 do documento fica claro a diferença de situações. Enquanto que a exportação de energia eólica é imposta, o seu driver é o excesso de oferta, a exportação de energia termoeléctrica tem como driver o preço. O paper mostra duas situações em que as concorrenciais centrais CHP aumentaram deliberadamente a produção para exportarem energia a preços convidativos.
A exportação de energia eólica acarreta um pesado peso económico para os contribuintes dinamarqueses e não apenas por parte dela acontecer em horas de vazio e por isso a preços mais baixos (ou mesmo negativos). A energia eólica dinamarquesa é subsidiada, como em todos os países do mundo, por tarifas feed in que variam entre os €67 e os €81/MWh (semelhante aos €75 a €95 portugueses) quando o preço spot médio do mercado anda pelos €40/MWh. Para além de criar uma distorção no mercado tal significa que a Dinamarca está na prática a financiar a electricidade Norueguesa, Sueca e Alemã. Se economicamente não se entende a vantagem desta aposta, ambientalmente tão pouco uma vez que quase toda a electricidade importada pela Dinamarca vem da Noruega ou Suécia. E a electricidade nestes países têm origem hídrica (Noruega) ou hídrica e nuclear (Suécia), ambas fontes isentas de emissão de GEE.
Estes factos passam ao lado da maior parte dos eleitores dinamarqueses e, aparentemente, também dos decisores. A Dinamarca tem como meta produzir, em 2025, 50% da sua energia através de fontes renováveis (leia-se vento). Este aumento de capacidade virá em grande parte de parques offshore longe da costa uma vez que os dinamarqueses não querem mais turbinas no seu horizonte visual. Novas linhas eléctricas terão de ser construídas. Previsivelmente os custos não estão contabilizados.
Mas a questão de fundo que se coloca é a forma como o país irá absorver e armazenar tanta energia já para não falar de que forma e a que custo a rede irá gerir as variações de carga. É discutível que os países vizinhos tenham capacidade de importação destes 30% de energia eólica suplementares até porque também eles estão a construir parques eólicos e portanto terão de absorver a intermitência da sua própria produção.
A CEESA propõe:
1. Substituição da produção de vapor para aquecimento feita nas centrais termoeléctricas por heat pumps eléctricas que usam a energia eólica excessiva para armazenam vapor para posterior distribuição. Resta saber com que eficiência e custo um sistema destes resultará.
2. Substituição do parque automóvel de combustão interna por eléctricos, uma medida que a Dinamarca está a subsidiar fortemente mas que, tal como em Portugal e no resto do mundo, não tem tido grande adesão dos consumidores.
3. Produção de hidrogénio também é vista como uma possibilidade para armazenar energia eólica excedentária. A maior parte destas soluções carecem de confirmação da viabilidade técnica já para não falar da oportunidade económica.
O caso dinamarquês é exemplificativo dos desafios e custos que a integração de uma grande quantidade de energia eólica acarreta. Não estranha por isso que a electricidade dinamarquesa seja a mais cara do mundo. Portugal devia olhar e reflectir com o exemplo dinamarquês pois ao trilhar um caminho semelhante irá debater-se com os meus entraves e tem ainda a agravante de por ser um país mais pobre e por isso mais susceptível aos danos de uma energia eléctrica cara. Embora as nossas barragens amorteçam alguma exportação nacional a verdade é que já se assiste actualmente à venda de electricidade a Espanha, normalmente em períodos de vazio e baixo valor de mercado, e à importação em alturas de carga e valores elevados.
Extrapolando para a Europa parece-me óbvio que a construção de uma rede eléctrica transeuropeia inteligente poderá integrar melhor o excesso de energia eólica dos países que já a têm (Dinamarca, Espanha, Alemanha ou Portugal) mas de forma alguma deixa a ideia que a Europa no seu conjunto conseguirá, num horizonte próximo, que 20% da electricidade consumida venha de fontes renováveis.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Mais um artigo com números errados.
Começa logo com:
Olhe para a sua fatura da EDP e veja a percentagem de Energia Eólica. Quase todos os meses supera os 35%: é sempre mais de metade de toda a Produção em Regime Especial, fatia essa que ocupa sempre mais de 60% do mix energético.

Com 20% de produção Eólica não há qualquer dificuldade de consumo da mesma, pois 20% da capacidade total da rede é facilmente absorvido pelo consumo em vazio.
Começa logo com:
Ora bem mais que 20% tem Portugal, e não é recordista mundial.Na integração de energia eólica no fornecimento de electricidade a Dinamarca é recordista mundial pois o vento tem um peso de 20% no seu mix produtor.
Olhe para a sua fatura da EDP e veja a percentagem de Energia Eólica. Quase todos os meses supera os 35%: é sempre mais de metade de toda a Produção em Regime Especial, fatia essa que ocupa sempre mais de 60% do mix energético.

Com 20% de produção Eólica não há qualquer dificuldade de consumo da mesma, pois 20% da capacidade total da rede é facilmente absorvido pelo consumo em vazio.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
São números médios de vários anos, não são números de um mês. Ou achas mesmo que em todos os meses se produz em Portugal 35% de energia eólica? Faz as contas de 2010 e ficas com uma noção.
Mas sinceramente pouco importa se a média exacta é 18%, 20% ou 22%, anda à volta deste número. Importante é que a Dinamarca, ou Portugal, já não conseguem consumir a energia eólica que produzem actualmente.
Mas sinceramente pouco importa se a média exacta é 18%, 20% ou 22%, anda à volta deste número. Importante é que a Dinamarca, ou Portugal, já não conseguem consumir a energia eólica que produzem actualmente.
Como deves imaginar a produção eólica é arbitrária e não raras vezes a produção nocturna de energia eólica portuguesa ultrapassa o consumo. Nessa altura exportamos para Espanha a preço zero. A Dinamarca às vezes tem de pagar para exportar. Está no meu texto e nos links que lá deixo.RJSC Escreveu:Com 20% de produção Eólica não há qualquer dificuldade de consumo da mesma, pois 20% da capacidade total da rede é facilmente absorvido pelo consumo em vazio.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Esta situação só vem provar uma coisa, mais do que saber produzir energia devemos saber e ter como armazenar e bem gerir-la!
Pelos vistos o problema dos dinamarqueses é o não terem onde "armazenar" o vento que têm! Nós ainda temos as barragens! Sabendo conjugar estas duas fontes creio que mesmo tendo menos vento que eles, conseguimos rentabilizar o vento muito melhor!
Pelos vistos o problema dos dinamarqueses é o não terem onde "armazenar" o vento que têm! Nós ainda temos as barragens! Sabendo conjugar estas duas fontes creio que mesmo tendo menos vento que eles, conseguimos rentabilizar o vento muito melhor!
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Autor do tópico - Membro Silver
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Creio que não entendeste. Os dinamarqueses têm barragens onde armazenar a energia, na Noruega e na Súécia. O problema é que com a electricidade que exportam vai-se muito dinheiro dos contribuintes dinamarqueses. Tal como se vai dos bolsos dos portugueses quando mandamos electricidade de borla para Espanha. Mas isso, aparentemente, não preocupa ninguém.icarho Escreveu:Esta situação só vem provar uma coisa, mais do que saber produzir energia devemos saber e ter como armazenar e bem gerir-la!
Pelos vistos o problema dos dinamarqueses é o não terem onde "armazenar" o vento que têm! Nós ainda temos as barragens! Sabendo conjugar estas duas fontes creio que mesmo tendo menos vento que eles, conseguimos rentabilizar o vento muito melhor!
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Boas, confesso que muitas vezes falho na colocação de fontes fidedignas quando faço posts com dados, mas tb não é menos verdade que raramente escrevo algo tão dramático como "Nessa altura exportamos para Espanha a preço zero", a mim parece-me que essa informação estará exagerada e poderá colocar em causa todas as informações que escreves-te.bcarmona Escreveu: Como deves imaginar a produção eólica é arbitrária e não raras vezes a produção nocturna de energia eólica portuguesa ultrapassa o consumo. Nessa altura exportamos para Espanha a preço zero. A Dinamarca às vezes tem de pagar para exportar. Está no meu texto e nos links que lá deixo.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Atenção que isto é falso e fácil de provar. Neste momento e desde há pelo menos um ano a esta parte, a electricidade consumida pelos portugueses vem 35% da energia eólica. Em alguns meses essa produção baixa para 33% ou 34%, mas, noutros meses sobe para os 38%.bcarmona Escreveu:São números médios de vários anos, não são números de um mês. Ou achas mesmo que em todos os meses se produz em Portugal 35% de energia eólica? Faz as contas de 2010 e ficas com uma noção.
Mas sinceramente pouco importa se a média exacta é 18%, 20% ou 22%, anda à volta deste número. Importante é que a Dinamarca, ou Portugal, já não conseguem consumir a energia eólica que produzem actualmente.
Como deves imaginar a produção eólica é arbitrária e não raras vezes a produção nocturna de energia eólica portuguesa ultrapassa o consumo. Nessa altura exportamos para Espanha a preço zero. A Dinamarca às vezes tem de pagar para exportar. Está no meu texto e nos links que lá deixo.RJSC Escreveu:Com 20% de produção Eólica não há qualquer dificuldade de consumo da mesma, pois 20% da capacidade total da rede é facilmente absorvido pelo consumo em vazio.
Não se deixem ir em tangas. Há certamente muitas outras no meio desse texto, mas eu não o vou ler. Prefiro ir onde sei que a informação é credível.
Há, no entanto, uma maneira de fazer com que os "18%, 20% ou 22%" estejam correctos. Basta omitir os dados dos últimos anos. Estou certo que no próximo texto o autor do post fará isso mesmo: Omitir. O que não falta nesses textos são omissões. Basta recordar a frase:
Certo... Deixa-me cá ir ao dicionário ver o que quer dizer vítimas...bcarmona Escreveu:o número oficial de vítimas de Chernobyl são 64 pessoas.
333.333,3 KM a bombar faísca!
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Informação tirada do site da REN:
Em 2010 o consumo de energia eléctrica recuperou da quebra verificada no ano anterior, crescendo 4,7% para 52,2 TWh, o valor anual mais elevado de sempre. As centrais eólicas abasteceram 17% deste consumo, o que corresponde a uma produção de 9,0 TWh.
Zoist,
escolhe dois ou três dias para vermos o que aconteceu nesses dias
Em 2010 o consumo de energia eléctrica recuperou da quebra verificada no ano anterior, crescendo 4,7% para 52,2 TWh, o valor anual mais elevado de sempre. As centrais eólicas abasteceram 17% deste consumo, o que corresponde a uma produção de 9,0 TWh.
Zoist,
escolhe dois ou três dias para vermos o que aconteceu nesses dias
Última edição por bcarmona em segunda jul 25, 2011 5:23 pm, editado 1 vez no total.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Não há link?...
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Não vi o teu link.Volt Escreveu:Não há link?...
Site da REN diz-te alguma coisa?
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Boas, não estou muito habituado ao site da REN, podes me ajudar a localizar essa info, com um link mais directo.bcarmona Escreveu:Informação tirada do site da REN:
Em 2010 o consumo de energia eléctrica recuperou da quebra verificada no ano anterior, crescendo 4,7% para 52,2 TWh, o valor anual mais elevado de sempre. As centrais eólicas abasteceram 17% deste consumo, o que corresponde a uma produção de 9,0 TWh.
Zoist,
escolhe dois ou três dias para vermos o que aconteceu nesses dias
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Boas,
Mais uma vez peço desculpa, mas se calhar não percebeu o que quis dizer.... refiro-me a vende de energia eólica a custo zero aos espanhóis, como referiu no seu post. Neste PDF não se encontra essa info.
Segundo o que percebi do pdf, inclusivamente no gráfico Diagrama de cargas Médio(ao longo das 24h) a contribuição eólica não ultrapassa os +/-32% (claro que falamos em termos médios) mas não me parece existir muita energia eólica para vender aos espanhóis.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
O meu link? Não chega a imagem que foi colocada aí em cima? O que fiz, foi a consultar todas as facturas da luz (deste ano) que recebi.bcarmona Escreveu:Não vi o teu link.Volt Escreveu:Não há link?...
Site da REN diz-te alguma coisa?
Ora bem, esses valores que aí colocaste, não batem com os da EDP. Se bem que deve haver diferença certamente. Eu fui ver o consumo de energia eólica em 2011 (amanhã verei o de 2010) e são todos acima de 34%. Estamos a falar de consumo, certo?
Se não acreditam em mim, olhem para as vossas facturas da luz. Reparem no valor das eólicas e informem o carmona, pois ele não deve ter acesso a essa informação. Ou então, omitiu-a. Nada de novo.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
O que vale mais
Apresentei o que vem na minha factura de Julho de 2011:

Resumindo:
Portugal consome de eólicas 38,9%
Renováveis 56,5%
Hídricas 18,2
Nuclear 4,0
Restantes 21,3
Acredito que as eólicas de inverno produzem mais que de verão, porque há mais vento e as hídricas também. Já não é o caso de painéis solares.
E ainda dá para
Coloquem eólicas, na terra, no mar, no ar, mas acabem com o nuclear!
,As centrais eólicas abasteceram 17% deste consumo
Apresentei o que vem na minha factura de Julho de 2011:
Resumindo:
Portugal consome de eólicas 38,9%
Renováveis 56,5%
Hídricas 18,2
Nuclear 4,0
Restantes 21,3
Acredito que as eólicas de inverno produzem mais que de verão, porque há mais vento e as hídricas também. Já não é o caso de painéis solares.
E ainda dá para
O nuclear é uma insignificância e ainda dizem que exportamos a custo zero para Espanha!!!Tal como se vai dos bolsos dos portugueses quando mandamos electricidade de borla para Espanha.
http://novaenergia.net/forum/viewtopic.php?f=74&t=14807As eólicas instaladas em Portugal representam 38,9% e correspondem a 925MW, enquanto que a EDP instalou em Espanha 2.185 MW e nos EUA 3.224 MW.
Coloquem eólicas, na terra, no mar, no ar, mas acabem com o nuclear!
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Volt,
Se tu duvidas dos valores da entidade nacional responsável pela transmissão de energia eléctrica em Portugal acho que é escusado continuar. Aliás, tens sempre respondido agressiva e ofensivamente. Eu mostro links de todas as afirmações e números que apresento. Se não faço aqui faço-o no meu blog. Eu sustento aquilo que escrevo, não atiro para o ar.
Zoist,
À tarde pedi-te para escolheres dias ao calhas para vermos o que tinha acontecido nesse dia. Coloquei no meu blog os dias 06/Jan e 08/Jan. Se estiveres interessado podes ver lá.
http://luzligada.blogspot.com/2011/07/p ... co-de.html
Se tu duvidas dos valores da entidade nacional responsável pela transmissão de energia eléctrica em Portugal acho que é escusado continuar. Aliás, tens sempre respondido agressiva e ofensivamente. Eu mostro links de todas as afirmações e números que apresento. Se não faço aqui faço-o no meu blog. Eu sustento aquilo que escrevo, não atiro para o ar.
Zoist,
À tarde pedi-te para escolheres dias ao calhas para vermos o que tinha acontecido nesse dia. Coloquei no meu blog os dias 06/Jan e 08/Jan. Se estiveres interessado podes ver lá.
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Vamos ver se nos entendemos.
A REN TEM COMO FUNÇÃO GERIR A DISTRIBUIÇÃO DA ELECTRICIDADE EM PORTUGAL. SE A REN NÃO SABE O QUE COMPRA E O QUE DISTRIBUI QUEM SABE? A MAYA?
DITO ISTO, A REN NÃO DISSE QUE EM TODOS OS MESES A PRODUÇÃO FOI DE APENAS 17%. A REN DIZ QUE NO FINAL DO ANO O SALDO FOI DE 17%. O QUE NÃO QUER DIZER QUE NUNS MESES SE PRODUZA MAIS E NOUTROS MENOS. OU ALGUÉM ACHA QUE A PRODUÇÃO EÓLICA É IGUAL EM TODOS OS MESES?
estamos esclarecidos? espero que sim.
É normal que em 2011 a produção seja maior até porque a potência instalada é maior. Acredito que este mês de Julho 2011 seja anormalmente produtivo porque o tempo teme stado anormalmente ventoso.
Acho piada prenderem-se na percentagem da produção pois o que me preocupa é o consumo. 17% de produção já é demais pois parte dela é desperdiçada. Quanto mais produzirmos mais vamos desperdicar. E isso é que é preocupante.
Sobre a exportação a preço zero, que parece estar a causar tanta estranheza, coloquei dois exemplo no blog.
Não deixo de achar curioso ficarem tão espantados com isso e não ficarem indignados com a subsidiação de que a energia eólica é alvo!!
A REN TEM COMO FUNÇÃO GERIR A DISTRIBUIÇÃO DA ELECTRICIDADE EM PORTUGAL. SE A REN NÃO SABE O QUE COMPRA E O QUE DISTRIBUI QUEM SABE? A MAYA?
DITO ISTO, A REN NÃO DISSE QUE EM TODOS OS MESES A PRODUÇÃO FOI DE APENAS 17%. A REN DIZ QUE NO FINAL DO ANO O SALDO FOI DE 17%. O QUE NÃO QUER DIZER QUE NUNS MESES SE PRODUZA MAIS E NOUTROS MENOS. OU ALGUÉM ACHA QUE A PRODUÇÃO EÓLICA É IGUAL EM TODOS OS MESES?
estamos esclarecidos? espero que sim.
É normal que em 2011 a produção seja maior até porque a potência instalada é maior. Acredito que este mês de Julho 2011 seja anormalmente produtivo porque o tempo teme stado anormalmente ventoso.
Acho piada prenderem-se na percentagem da produção pois o que me preocupa é o consumo. 17% de produção já é demais pois parte dela é desperdiçada. Quanto mais produzirmos mais vamos desperdicar. E isso é que é preocupante.
Sobre a exportação a preço zero, que parece estar a causar tanta estranheza, coloquei dois exemplo no blog.
Não deixo de achar curioso ficarem tão espantados com isso e não ficarem indignados com a subsidiação de que a energia eólica é alvo!!
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Mais tretas. Enfim. Lá por eu dizê-lo com todas as letras, não precisas escusar.
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Com que então a electricidade facturada não é a que se consome? Certo (1)...
O link da electricidade ser oferecida aos espanhóis também não chega nem está em lado nenhum. Foi omitido. Para não variar... E não digas que está algures nas "eco-tretas BS"... Não volto a cheirar esse género de blogs.
Já que dizes que sustentas aquilo que escreves, sabes o que quer dizer "vítimas"? É só para não esqueceres... Eu também não esqueço.
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Ofensivo? Isso deve ser a qualidade de não ter meias-palavras, nem admitir meias-verdades.
Cool.
(1) Ler com ironia.

Com que então a electricidade facturada não é a que se consome? Certo (1)...
O link da electricidade ser oferecida aos espanhóis também não chega nem está em lado nenhum. Foi omitido. Para não variar... E não digas que está algures nas "eco-tretas BS"... Não volto a cheirar esse género de blogs.
Já que dizes que sustentas aquilo que escreves, sabes o que quer dizer "vítimas"? É só para não esqueceres... Eu também não esqueço.

Ofensivo? Isso deve ser a qualidade de não ter meias-palavras, nem admitir meias-verdades.
Cool.
(1) Ler com ironia.
333.333,3 KM a bombar faísca!
Arranjei uma fêmea que não dá à luz mas consome-a
Arranjei uma fêmea que não dá à luz mas consome-a
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
Eu não tenho micro nem eólica, e não fico nada indignado pelo subsídio de que a energia eólica ou micro é alvo porque, é só subsidiada até um montante de produção. A restante produção deve pagar muito mais que o subsídio pago.não ficarem indignados com a subsidiação de que a energia eólica é alvo
Ninguém dá nada sem ir buscar em troca.
Está mais que provado que os EUA têm as eólicas portugas com produção quatro vezes mais que em Portugal, e a Espanha tem eólicas portugas três vezes mais que em Portugal: será que esses países são ceguetas?
Ou quem está a ver mal?
Os dados deste mês não interessam?
As eólicas funcionam mais no inverno porque há mais vento!
Quem entende isto?Quanto mais produzirmos mais vamos desperdiçar
Se não produzimos é porque não produzimos; se produzimos mais, mais vamos desperdiçar!
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Re: A irracionalidade dinamarquesa
bcarmona Escreveu:
Zoist,
À tarde pedi-te para escolheres dias ao calhas para vermos o que tinha acontecido nesse dia. Coloquei no meu blog os dias 06/Jan e 08/Jan. Se estiveres interessado podes ver lá.
http://luzligada.blogspot.com/2011/07/p ... co-de.html
Boas,
Gostei do modo como colocas dois quadros em Português e depois no ultimo quadro onde apresentas valores de venda apresentas em espanhol, visto assim a primeira vista diria que esses números são mostrados conforme os olhos querem ver.
Mas partindo do principio que não estás a viciar a informação e que existe essa exportação que foi apenas para Espanha, sim porque estamos tb a partir desse principio, porque mostras um quadro de exportação mas não dizes para onde foi, e o terceiro quadro é apenas a relação Portugal/Espanha onde no dia 8 entre as 3e as 8 não sabemos se houve transacção de energia, mas vamos considerar que a energia foi oferecida, das duas uma ou existe outro tipo de contrapartida que não é espelhada, ou então é um problema de estupidez de quem gere a rede de qualquer das formas a culpa nunca é das eólicas, mas sim de quem a gere ou de quem apresenta eventuais distorções dos números.
Já agora o subsidio que as eólicas têm servem para criar o mercado das eólicas, não vale a pena dizer que a energia é vendida abaixo do custo porque já sabemos, são subsidiadas.
Aproveito para chamar a atenção que o meu nic não é não é zoist mas sim é zointz.