«estamos neste projecto a comprometermo-nos com uma parceria para vir a produzir 600 mil toneladas de biocombustíveis. são 400 a 800 mil hectares, que são áreas enormes, mas que no brasil são pequenas. é preciso estudar e depois tentar materializar», disse o presidente executivo da petrolífera, manuel ferreira de oliveira, que quer ser, juntamente com a brasileira, uma empresa de referência no mundo neste segmento de negócio.
o responsável considera que essa é quantidade de que portugal precisa para atingir as suas metas, no âmbito do consumo de biocombustíveis. no entanto, apenas 300 mil destas toneladas se destinarão ao nosso país, sendo que a outra metade será para exportar para outros países europeus.
«com este estudo junto da galp, estamos a dar um passo a mais (na área dos biocombustíveis) que é na exploração e integração na europa», sublinhou o presidente executivo da petrobras, sérgio gabrielli de azevedo, que esteve em lisboa para a assinatura ainda de outro acordo com a galp para uma eventual produção de petróleo.
ainda sobre a forma como poderão entrar juntos na área do biodiesel, o responsável brasileiro adicionou: «vamos aprofundar os estudos entre a galp e a petrobras, as condições de produção, processamento do mercado, transporte, parcerias e cadeia de distribuidores».
desta forma, o memorando prevê a realização de estudos de viabilidade técnica, económica e financeira para a produção, comercialização e distribuição de óleos vegetais e biocombustíveis, com o início de produção previsto para 2010. as negociações deverão estar concluídas no próximo mês de julho. «concretizar-se-à em contratos dentro de alguns meses, não mais do que isso», afirmou sérgio gabrielli.
áfrica é próximo alvo da galp
quanto às restantes 300 mil toneladas de que portugal precisa, «áfrica é outro espaço para onde temos que ir e onde já estamos a trabalhar», acrescentou ferreira de oliveira, adiantando que prefere que «tenham proveniência de angola e moçambique», mas que ainda não tem nada em concreto.
questionado se portugal não teria capacidade para produzir as suas necessidades neste âmbito, o mesmo respondeu que o país tem efectivamente condições para o fazer e de forma competitiva, mas que, por isso mesmo, «vai deixar espaço para ver como as empresas de biocombustíveis se promovem nos nossos territórios».
refira-se que a galp energia anunciou recentemente um investimento de 225 milhões de euros para pôr em prática a sua estratégia nos biocombustíveis. «estes investimentos vão ser revistos à luz da parceria com a petrobras», apontou o responsável da petrolífera portuguesa.
marta dhanis
